sábado, 19 de junho de 2010

A quem adoramos como nosso Deus?

LIÇÃO 170

Não há nenhuma maldade em Deus e nenhuma em mim.

1. Ninguém ataca sem intenção de ferir. Não pode haver nenhuma exceção a isto. Quando pensas atacar em defesa própria, pressupões que ser mau é proteção; estás a salvo em razão da maldade. Tu queres acreditar que ferir outro te traz liberdade. E pressupões que atacar é trocar o estado em que te encontras por alguma coisa melhor, mais fora de perigo, mais segura contra invasões perigosas e contra o medo.

2. Quão inteiramente insana é a ideia de que defender-se do medo é atacar! Pois nisto se produz e se alimenta o medo com sangue, para fazê-lo crescer e inchar e se enraivecer. E, deste modo, protege-se o medo, não se fica livre dele. Hoje aprendemos uma lição que pode te poupar de mais atraso e de mais amargura desnecessária do que podes talvez imaginar. A lição é esta:

Tu fazes aquilo de que te defendes e por tua
própria defesa ele se torna real e inevitável. Depõe
tuas armas e só então perceberás que ele é falso.

3. Parece que atacas o inimigo externo. Contudo, tua defesa instala um inimigo interno; uma estranha ideia em guerra contigo, privando-te da paz, dividindo tua mente em dois campos que parecem ser totalmente inconciliáveis. Pois agora o amor tem um "inimigo", um opositor; e o medo, o estranho, precisa agora de tua defesa contra a ameaça daquilo que realmente és.

4. Se refletires com cuidado acerca dos meios pelos quais tua defesa própria imaginária segue em frente do modo que imaginou, perceberás as premissas nas quais a ideia se baseia. Primeiro, é evidente que as ideias têm de deixar sua fonte, pois és tu que inventas o ataque e que tem de tê-lo concebido em primeiro lugar. Mas atacas fora de ti mesmo e separas tua mente daquele que deve ser atacado, com absoluta fé em que a divisão que fizeste é real.

5. Depois, confere-se as características do amor a seu "inimigo". Pois o mundo se torna tua segurança e o protetor de tua paz, a quem te voltas buscando consolo e saída para as dúvidas acerca de tua força e esperança de repouso na paz sem sonhos. E quando se despoja o amor daquilo que pertence a ele, e só a ele, dota-se o amor das características do medo. Pois o amor te pediria que depusesses qualquer defesa como simples tolice. E tuas armas, de fato, se desintegrariam em pó. Pois é isto que são.

6. Com o amor como inimigo, a maldade tem de se tornar um deus. E deuses exigem que aqueles que os adoram obedeçam a seus ditames e se recusem a questioná-los. Distribui-se punição severa de forma implacável àqueles que questionam se as exigências são ajuizadas ou mesmo sãs. Seus inimigos é que são insensatos e loucos, enquanto eles são sempre misericordiosos e justos.

7. Hoje olhamos para este deus malvado de forma imparcial. E observamos que embora seus lábios estejam manchados de sangue e ele pareça lançar labaredas de fogo, ele é feito de pedra apenas. Ele não pode fazer nada. Não precisamos desafiar seu poder. Ele não tem nenhum. E aqueles que veem nele sua segurança não têm nenhum protetor, nenhuma força a invocar em caso de perigo e nenhum guerreiro poderoso para lutar por eles.

8. Este momento pode ser terrível. Mas ele também pode ser o momento de tua libertação de uma escravidão abjeta. Fazes uma escolha, pondo-te diante deste ídolo, vendo-o exatamente como ele é. Devolverás ao amor aquilo que buscaste tirar dele à força para depositar diante deste pedaço de pedra estúpido? Ou farás outro ídolo para substituí-lo? Pois o deus da maldade toma muitas formas. Pode-se achar outra.

9. Contudo, não penses que o medo é a saída para o medo. Lembremo-nos do que o texto enfatiza a respeito dos obstáculos à paz. O último deles, o mais difícil de se acreditar que não seja nada, um pretenso obstáculo com a aparência de uma barreira sólida, impenetrável, assustadora e além do conquistável, é o medo do Próprio Deus. Eis aqui a premissa básica que entroniza a ideia do medo como deus. Pois o medo é amado por aqueles que o adoram e, agora, o amor parece se revestir de maldade.

10. De onde vem a crença totalmente insana em deuses de vingança? O amor não confunde suas características com as do medo. No entanto, os adoradores do medo têm de perceber sua própria confusão no "inimigo" do medo; a maldade dele agora como parte do amor. E o que se torna mais amedrontador do que o Próprio Coração do Amor? O sangue parece estar em Seus lábios; o fogo vem d'Ele. E Ele é mais terrível que tudo, inconcebivelmente mau, abatendo a todos que O reconhecem como seu Deus.

11. A escolha que fazes hoje é segura. Pois olhas pela última vez para este pedaço de escultura de pedra que fizeste e não mais o chamas de deus. Tu alcançaste este lugar antes, mas escolheste que este deus mau ainda permanecesse contigo sob outra forma. E, por isto, o medo de Deus voltou contigo. Desta vez tu o deixas aí. E voltas para um mundo novo, sem o fardo de seu peso; visto, não pelos olhos cegos do medo, mas pela visão que tua escolha te devolveu.

12. Agora sim teus olhos pertencem a Cristo e Ele olha através deles. Agora tua voz pertence a Deus e repete a d'Ele. E, agora, teu coração permanece em paz para sempre. Tu O escolhes em lugar de ídolos e tuas características, dadas a ti por teu Criador, te são, enfim, devolvidas. O Chamado a Deus foi ouvido e atendido. Agora o medo dá lugar ao amor, e o Próprio Deus substitui a maldade.

13. Pai, somos como Tu. Não habita em nós nenhuma maldade, pois não há nenhuma em Ti. E nós abençoamos o mundo só com aquilo que recebemos de Ti. Escolhemos outra vez e fazemos nossa escolha por todos os nossos irmãos, sabendo que eles são um conosco. Nós trazemos Tua salvação a eles, assim como a recebemos agora. E damos graças por eles que nos tornam completos. Vemos Tua glória neles e encontramos neles nossa paz. Somos santos porque Tua Santidade nos liberta. E damos graças. Amém.

*

COMENTÁRIO:

Quantas vezes já buscamos nos aproximar de Deus, em uma última tentativa para resolver questões mais urgentes, cuja solução nos parecia quase impossível, e, uma vez resolvidas para nossa alegria, O deixamos de lado? Isto é, voltamo-nos para o mundo da ilusão renovados, cheios de novas ideias, prontos para enfrentar o mundo, mais uma vez, "sozinhos". Ou melhor dizendo, esquecidos de que ao nos afastarmos outra vez d'Ele, escolhíamos de novo um "deus mau", sob a forma da auto-suficiência e da onipotência egóicas.

É claro que, num primeiro momento, agradecidos a Ele pelo conforto, pela paz e pela solução para o problema - ou problemas - que nos afligia. Mas esta gratidão não dura muito, porque o ego não quer ficar devendo favores ou obrigações, nem a Deus, nem a ninguém. O que me lembra de uma piadinha, se vocês me permitem.

Um homem de negócios ao volante de seu carro circula ao redor de um prédio de escritórios procurando inutilmente uma vaga para estacionar. Ele tem uma reunião importante que irá decidir sua vida e receia chegar atrasado.
Então, fala com Deus:
- Eu suplico, arrume uma vaga para mim! O Senhor verá que serei sempre bom com minha mulher, cuidarei bem dos meus filhos; eu prometo que frequentemente farei doações aos pobres, que irei visitar minha mãe uma vez por semana e que lhe levarei pão de chocolate! Mas faça com que eu encontre uma vaga! Rápido! Por piedade!
Nesse momento, bem a sua frente, um carro liga o pisca-pisca e começa a sair, liberando uma vaga.
O homem fala novamente com Deus:
- Pronto! Está resolvido! Não precisa mais cuidar do assunto!

É a respeito disto que vamos refletir neste sábado, dia 19 de junho, a partir da ideia que a lição nos oferece para as práticas. Ao mesmo tempo em que começamos a nos preparar para mais uma revisão.

2 comentários:

  1. Oi Moisa
    pois e, Deus e, e qdo somos atendidos voltamos cheio de orgulho para nosso EGO, eu sou auto-sulfciente.
    E baseado nisso, me pergunto: "a quem adoramos como Deus?"
    Essa oracao da licao de hj e muito forte nos ajuda a saber que somos parte de um plano Divino aqui e nao estamos aqui, apenas para concretizar sonhos pessoais (ego).
    Aceitando-se como Filho de Deus, damos lugar ao amor e o proprio Deus substitui a maldade.

    Somos um todo nao temos super poderes sozinhos, sou grata a meus Irmaos que me tornam completa.
    Abraco
    Dani

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  2. Isto é perfeito, Dani.

    Acredito que só nos encontraremos de fato quando entendermos que tudo o que o mundo nos apresenta são apenas oportunidades de nos vermos de modo completo. E é por isto que temos de agradecer a todos que encontramos em nossos caminhos. O tempo inteiro. Ele são o que nós somos. Às vezes partes de nós que não compreendemos. E nós somos o que eles são. E só como eles podemos ser completos.

    É preciso, pois, que aprendamos a dar graças a eles e a tudo o tempo todo.

    Obrigado por compartilhar.

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