domingo, 27 de junho de 2010

"Tudo é ponta de um mistério." (JGR)

LIÇÃO 178

Deus é só Amor e, por isto, eu também.

1. (165) Que minha mente não negue os Pensamentos de Deus.

Deus é só Amor e, por isto, eu também.

2. (166) Eu estou encarregado das dádivas de Deus.

Deus é só Amor e, por isto, eu também.

*

COMENTÁRIO:

Já comentei uma lição, em algum lugar, há algum tempo, me valendo de uma fala de um conto de Guimarães Rosa, O espelho, de seu livro Primeiras Estórias, até pouco tempo atrás uma das leituras preparatórias para o vestibular. A fala em questão é a seguinte: "Tudo, aliás, é a ponta de um mistério. Inclusive os fatos. Ou a ausência deles. Duvida? Quando nada acontece, há um milagre que não estamos vendo".

Alguma coisa pode revelar mais sintonia com os ensinamentos do Curso, se refletirmos um pouquinho só a respeito dos significados subjacentes ao texto de Rosa? Pois não é isto justamente o que o Curso nos revela, que por trás de tudo o que vemos, fatos ou ausência deles, está o milagre do que verdadeiramente somos? Para vê-lo, ou experimentá-lo, basta mudar a forma de olhar para tudo.

E vejam que, ainda no mesmo conto, há algo mais em harmonia com os ensinamentos do UCEM a respeito do tempo e das maneiras pelas quais o mundo [do ego] quer nos ensinar a ver de modo equivocado, para nos afastar da visão que pode nos revelar o que existe além das imagens do espelho.

Diz Rosa: "Ah, o tempo é o mágico de todas as traições... E os próprios olhos, de cada um de nós, padecem viciação de origem, defeitos com que cresceram e a que se afizeram, mais e mais. Por começo, a criancinha vê os objetos invertidos, daí seu desajeitado tactear; só a pouco e pouco é que consegue retificar, sobre a postura dos volumes externos, uma precária visão. Subsistem, porém, outras pechas, e mais graves. Os olhos, por enquanto, são a porta do engano; duvide deles... (...) a espécie humana peleja para impor ao latejante mundo um pouco de rotina e lógica, mas algo ou alguém de tudo faz frincha para rir-se da gente...".

É para esta reflexão que as ideias que revisamos neste domingo, 27 de junho, devem se dirigir.

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