domingo, 10 de junho de 2012

Em que medida queremos mudar o modo de ver?



LIÇÃO 162

Eu sou como Deus me criou.

1. Este único pensamento, mantido na mente de forma decidida salvaria o mundo. Vamos repetí-lo de vez em quando, quando alcançarmos outro estágio no aprendizado. Ele significará muito mais para ti à medida que avançares. Estas palavras são sagradas, pois são as palavras que Deus deu em resposta ao mundo que fizeste. A partir delas o mundo desaparece e todas as coisas, vistas nas nuvens sombrias e ilusões fúteis dele, desaparecem assim que se diz estas palavras. Pois elas vêm de Deus.

2. Eis aqui a Palavra por meio da qual o Filho Se tornou a felicidade do Pai, Seu Amor e Sua completude. Aqui se anuncia e se exalta a criação tal como ela é. Não há nenhum sonho que estas palavras não dissipem, nenhuma ideia de pecado e nenhuma ilusão que o sonho contenha que não se desvaneçam diante de sua força. Elas são as trombetas do despertar que ressoam pelo mundo. Os mortos despertam em resposta a seu chamado. E os que vivem e ouvem estes sons nunca verão a morte.

3. Na verdade, aquele que torna suas estas palavras é santo, despertando com elas em sua mente, lembrando-se delas ao longo do dia, trazendo-as consigo à noite quando for dormir. Seus sonhos são felizes e seu descanso seguro, sua segurança está garantida e seu corpo curado, porque ele sempre dorme e acorda com a verdade diante de si. Ele salvará o mundo, porque dá a ele o que recebe cada vez que pratica as palavras da verdade.

4. Hoje praticamos de modo simples. Pois as palavras que usamos são poderosas e não precisam de nenhuma ideia além de si mesmas para mudar a maneira de pensar daquele que as usa. Ela muda de forma tão completa que é agora a sala do tesouro na qual Deus deposita todas as Suas dádivas e todo o Seu Amor, para serem distribuídos ao mundo inteiro, aumentando ao serem dados, mantidos completos porque seu compartilhar é ilimitado. E, desta forma, aprendes a pensar com Deus. A visão de Cristo devolve tua visão salvando tua mente.

5. Nós te exaltamos hoje. É teu o direito à santidade perfeita que aceitas agora. Com esta aceitação, traz-se a salvação para todos, pois quem poderia apreciar o pecado quando santidade como esta abençoa o mundo? Quem poderia se desesperar se a alegria perfeita é tua, acessível a todos como a cura da tristeza e do sofrimento, de toda sensação de perda, e para a liberação completa do pecado e da culpa?

6. E quem não quer ser teu irmão agora; tu, seu redentor e salvador. Quem poderia deixar de te acolher em seu coração com um convite amoroso, ansioso para se unir a alguém igual a si em santidade? Tu és como Deus te criou. Estas palavras dissipam a noite e não há mais escuridão. A luz veio hoje para abençoar o mundo. Pois tu reconheces o Filho de Deus e neste reconhecimento está o reconhecimento do mundo.


*

COMENTÁRIO:

Creio que vale a pena repetir o comentário feito a este lição no ano passado. Mais uma vez. E isso significa uma ou outra modificação apenas e a repetição das perguntas que o abriam, que são: Vocês já se deram conta de que cada um de nós só ouve aquilo que quer ouvir? Há uma explicação para isso, vocês não acham?

Isto tem a ver com um dos momentos de tentativa de entender um aspecto particular de um trecho de uma leitura que fizemos em grupo. Eu dizia, então, que não podemos nos enganar nunca acreditando que aquilo que dizemos a uma pessoa em particular ou a um grupo de pessoas, independentemente das palavras que usemos, é exatamente aquilo que a pessoa ou o grupo entende.

Não é! E por quê? Porque todos nós usamos filtros individuais que desenvolvemos a partir de nosso próprio experimentar do mundo e tudo o que vemos, ouvimos, cheiramos, tocamos ou provamos recebe um significado que busca apenas confirmar aquilo que acreditamos a respeito de nós mesmos, do mundo e de tudo o que experimentamos nele. Porque, em geral, queremos que o(s) outro(s) vejam da mesma forma que vemos, imaginamos que só há um modo de ver: o nosso. E nos aferramos à ideia de que o(s) outro(s) deveria(m) ser capazes de entender o nosso ponto de vista.

Neste domingo, dia 10 de junho, no entanto, vamos compartilhar as práticas de uma ideia que - quem sabe? - pode nos dar  um instante único de uma compreensão comum. Uma ideia que quer - e pode, e vai - nos devolver à condição original de Filhos de Deus, uma ideia que já vimos e praticamos antes. Uma das mais importantes ideias que precisamos aprender para alcançar o objetivo do auto-conhecimento que nos propõe o  Curso.

Como eu já disse também, e como o Curso diz, ao mesmo tempo em que é importante para que alcancemos o objetivo do Curso, a ideia que praticamos hoje é também um dos mais poderosos instrumentos de que podemos nos valer para dissipar todas as ilusões do mundo, eliminando com elas nossa necessidade de interpretação e devolvendo ao mundo, e às coisas nele, a neutralidade original, que não depende de nosso julgamento, nem dos filtros de nossa percepção.

E voltando à pergunta do início deste comentário: alguém acha que faz diferença para um copo dizer-se a ele que ele é grande, pequeno, verde ou incolor, de vidro ou de plástico, que está cheio, meio cheio ou meio vazio? Ou mesmo que faça alguma diferença para aquilo que o objeto é, em essência, que se dê a ele o nome de copo ou o de vaso, ou que se o chame simplesmente de um recipiente para se armazenar líquidos, se este for o fim para o qual o utilizamos? Ele também poderia servir, para usar o mesmo exemplo dado em anos passados, como um instrumento de medida, numa receita.

O mundo, e tudo o que existe nele, é neutro [Vocês já ouviram isto antes?]. E eu sou como Deus me criou. Isto é tudo o que precisamos saber para mudar por completo nossa forma de pensar acerca de nós mesmos e a respeito do mundo e de tudo o que nos cerca. Pois isto, como já foi dito antes também, devolve a cada um de nós a condição original de Filho de Deus e a unidade com tudo e com todos. E devolve ao mundo sua condição original, de simples instrumento de que nos podemos valer para experimentar o que somos em Deus e com Ele.

É para aprender isto que praticamos hoje. E para nos perguntarmos, uma vez que o mundo aparentemente não nos dá a alegria que gostaríamos de viver, da forma como o vemos, em que medida queremos mudar nosso modo de ver? A resposta a esta questão pode trazer luz aos resultados das escolhas que fazemos, iluminando também as razões pelas quais vivemos as experiências que vivemos.



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