domingo, 28 de maio de 2023

É ilusória a ideia de uma existência separada de Deus

 

LIÇÃO 148

Minha mente contém só o que penso com Deus.

(135) Se me defendo, sou atacado.

(136) A doença é uma defesa contra a verdade.

*

COMENTÁRIO:

Caras, caros,

Por mais que nos esforcemos, por maiores que sejam nossas tentativas de apagar a ideia de Deus de nossas mentes, ela sempre vai estar lá. Não porque nenhum ou nenhuma de nós tenha certeza ou possa de alguma forma provar a existência d'Ele/Ela, mas simplesmente porque tudo o que existe, antes de passar a existir, foi uma ideia, como já estamos carecas de saber, não é mesmo?

Há quem acredite em Deus. E há quem não acredite. Que diferença isto faz? A rigor, nenhuma, falando honestamente. Porque mesmo as pessoas que não acreditam em Deus já se acostumaram à ideia de um deus. Quer dizer, mesmo que não tenhamos fé na existência de um ser que controlaria o universo todo e que seria responsável por tudo o que acontece no mundo - e a quem muitas pessoas culpam pelas desgraças todas que existem em seu mundo, a pobreza, a doença, a fome, as guerras, os desastres naturais, os acidentes de qualquer natureza -, todos e todas nós já fomos inoculados com a palavra Deus, que contém a ideia de um ser assim.

Por isso, entre outras coisas, é interessante que prestemos toda a atenção de que somos capazes na exploração das ideias de nossa revisão de hoje, com foco especial na ideia que dá unidade às práticas.

*

Explorando a LIÇÃO 148

"Minha mente contém só o que penso com Deus."

 Se me defendo, sou atacado.

A doença é uma defesa contra a verdade.

De que forma podemos explorar as duas ideias que o Curso oferece para as práticas de hoje? O que podemos pensar ou dizer a respeito desta ideia: "Se me defendo, sou atacado."? Será que algum, alguma, de nós já parou para pensar a respeito? Será que algum, alguma, de nós já se deu conta da verdade e do milagre que estão por trás desta ideia aparentemente tão simples, tão lógica? Já percebemos que quando estamos esperando ser atacados/as por alguém, por alguma coisa que fizemos, ou por algo que deixamos de fazer e que nos pesa na consciência, nossa posição é sempre defensiva? Parece-nos que tudo o que a outra pessoa diz é um ataque, mesmo que a tal pessoa com quem conversamos não tenha a menor ideia da razão pela qual estamos nos defendendo. Mesmo que o que ela diga não tenha a menor intenção de nos atacar. 

E que dizer da segunda ideia, então? Aparentemente, antes de entrar em contato com o Curso, nunca ouvimos dizer coisa parecida. Uma doença sempre nos pareceu algo que acontece, algo que vem por conta do tempo, de maus cuidados em relação a nossos corpos, de acidentes, de maus tratos na infância ou de quaisquer outras causas que justifiquem que alguém desenvolva algum tipo de doença. Mas, acredito, jamais passou pela cabeça de ninguém que não tenha tido contato com o Curso a ideia de que a doença possa ser, na verdade, como o Curso sustenta, uma defesa contra a verdade. 

Que verdade?  Vejamos, pois. Paremos para refletir. Para descobrir a verdade e o milagre por detrás desta segunda ideia também.

Por que ficamos doentes? Porque acreditamos que podemos ser atacados pela verdade. É daí que vem nossa crença na necessidade de defesas. Mas, se ainda somos como Deus nos criou, o que poderia nos atacar? Ou não acreditamos que ainda somos tal qual Deus nos criou?

O Curso ensina que nunca houve um tempo em que nos separamos de Deus. Isto quer dizer que a ideia de uma existência separada d'Ele é apenas ilusão. Aliás, podemos pensar até que acreditar na ilusão de uma vida à parte de Deus é que é, sim, um ataque a Ele. Mas é também um ataque que só pode ser feito pelo ego, pelo falso eu, pela imagem equivocada que construímos de nós mesmos/as. Isto é, um ataque da ilusão à verdade, que não pode ter nenhum efeito.

Como já lhes disse antes, é esta percepção equivocada que temos de nós mesmos/as e, por consequência, do mundo inteiro e de tudo o que aparentemente existe nele, que nos põe permanentemente na defensiva, pois faz que nos vejamos como criaturas frágeis, destinadas a voltar ao pó, de onde se diz que viemos. Mas o que volta ao pó é apenas aquela parte ilusória de nós, que é feita de pó. O que somos, na verdade, não pode morrer, nem virar pó.

No entanto, ao nos identificarmos com um corpo perecível - a forma que temos na ilusão da percepção -, que está sujeito ao ataque de parte de nós mesmos/as, de outros ou outras de nós mesmos/as, da passagem do tempo, das condições climáticas e de todas as coisas que povoam o mundo amedrontador que construímos a partir desta percepção distorcida, damos à ilusão um poder sobre nós que ela não tem e nos deixamos enganar pelo ego, que se vale do poder que atribuímos a algo que não existe.

O fato de vivermos na defensiva, identificador do julgamento que fazemos de nós mesmos/as, e que projetamos em tudo o que vemos, abre espaço para o ataque, melhor dizendo, autoriza a que nos sintamos atacados/as pelas outras pessoas e por outras coisas vivas, vírus, bactérias, animais, grandes e pequenos, visíveis e invisíveis; e por coisas aparentemente inanimadas, utensílios, plantas, líquidos e alimentos. 

É para nos libertarmos da crença na separação, que gera a ideia da necessidade de defesa, que revisamos hoje. A primeira das ideias para as práticas deste dia ensina de forma clara como deslocar o ataque de qualquer coisa aparentemente externa a nós, atribuindo-o à única fonte de onde ele pode surgir: de nossa posição de defesa. 

É claro que isto contraria aquele pensamento do mundo segundo o qual "a melhor defesa é o ataque" e ensina que não há necessidade de defesas, que não podemos ser atacados/as por nada nem por ninguém, a não ser por nossa própria percepção equivocada de nós mesmos/as, que constrói todo este mundo de ilusões em que pensamos habitar. Na verdade, a melhor defesa não é o ataque. A melhor defesa é acreditar que ainda somos como Deus nos criou, na inocência e na pureza e na alegria, que permitem o olhar amoroso para tudo, para todos e todas porque não percebe nenhum ataque, porque não cogita a possibilidade de atacar a nada nem a ninguém.

A segunda informa a razão pela qual inventamos a doença, que consegue ser, ao mesmo tempo, uma forma de defesa e de ataque. Contra a verdade e contra nós mesmos/as. Sempre. Por mais que queiramos nos auto-enganar atribuindo uma doença qualquer a alguma coisa exterior a nós, todas as doenças são escolhas que fazemos - claro que na maior parte das vezes de forma inconsciente - e das quais nos valemos para atacar a verdade, ou para fazê-la calar, quando não queremos aceitar a completa e total responsabilidade por tudo aquilo que nos acontece na vida. 

Quem quer de forma consciente assumir que cria para si mesmo/a todas as experiências e situações por que passa? Quem quer assumir conscientemente que as pessoas que o/a cercam são as pessoas que ele/ela mesmo/a escolheu para o bem ou para o mal? E reconhecer e aceitar que elas cumprem um papel que ele/ela mesmo/a atribuiu a elas e que ele/ela deve ser grato/a por isso? 

Que se dirá, então, da possibilidade de encontrar alguém capaz de aceitar a responsabilidade por tudo o que vê no mundo, isto é, por tudo aquilo que lhe chega à consciência, sabendo que cabe apenas a si mesmo mudar o que vê, perdoando-se pela percepção equivocada para perdoar o mundo inteiro?

Pratiquemos, portanto, hoje, para aprendermos a abandonar tanto a defensiva quanto o ataque, entregando-nos por inteiro à verdade cujo conhecimento, segundo o que nos disseram que Jesus disse, nos libertará. 

Às práticas?

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