segunda-feira, 8 de maio de 2023

Tem valor um mundo que muda a um piscar de olhos?

 

LIÇÃO 128

O mundo que vejo não tem nada que eu queira.

1. O mundo que vês não tem nada do que precisas para te oferecer, nada que possas usar de nenhum modo, nem absolutamente nada que sirva para te dar alegria. Acredita nesta ideia e estás salvo de anos de sofrimento, de inúmeras frustrações e de esperanças que se tornam cinzas amargas de desespero. Ninguém tem senão de aceitar esta ideia como verdadeira, se quiser deixar o mundo para trás e se elevar acima de seu domínio insignificante e de suas peculiaridades.

2. Cada coisa que valorizas aqui é apenas uma corrente que te prende ao mundo e não servirá a nenhum outro fim a não ser a este. Pois todas as coisas têm de servir à finalidade que lhes dás, até veres um fim diferente nelas. O único fim digno de tua mente que este mundo tem é o de passares por ele sem demora para perceber alguma esperança aonde não há nenhuma. Não te enganes mais. O mundo que vês não tem nada que queiras.

3. Escapa, hoje, das correntes que colocas em tua mente, quando percebes a salvação aqui. Pois tornas parte de ti, da forma que te percebes, aquilo a que dás valor. Todas as coisas que buscas para tornar teu valor maior a tua vista te limitam mais, escondem de ti teu valor e acrescentam outra barreira diante da porta que conduz à consciência verdadeira de teu Ser.

4. Não permitas que nada relativo aos pensamentos do corpo retardem teu avanço em direção à salvação, nem te permitas a tentação de acreditar que o mundo tem qualquer coisa que queiras que te detenha. Não há nada aqui para se apreciar. Nada aqui vale um instante de atraso e dor; um instante de incerteza e dúvida. O inútil não oferece nada. Não se pode encontrar garantia de valor no inútil.

5. Hoje praticamos abandonar todas as ideias de valor que damos ao mundo. Nós o deixamos livre dos propósitos que demos a seus aspectos e a suas fases e a seus sonhos. Nós o mantemos sem finalidade em nossas mentes e o libertamos de tudo o que desejaríamos que ele fosse. Desta forma, nós, de fato, erguemos as correntes que obstruem a porta pela qual precisamos passar para nos libertamos do mundo e para ir além de todas as metas e valores insignificantes e de pouca importância.

6. Para e fica quieto por um instante e vê quão alto te elevas acima do mundo, quando liberas tua mente das correntes e a deixas buscar o nível em que ela se sente à vontade. Ela ficará agradecida por ser livre por algum tempo. Ela sabe qual é seu lugar. Liberta suas asas apenas e ela voará na certeza e na alegria para se unir a seu propósito sagrado. Deixa que ela descanse em seu Criador, para ser devolvida, aí, à sanidade, à liberdade e ao amor.

7. Dá-lhe dez minutos de descanso três vezes hoje. E quando, mais tarde, teus olhos se abrirem, não darás tanto valor a qualquer coisa que vires quanto davas antes, ao olhar para ela. Toda tua perspectiva do mundo mudará, por pouco que seja, cada vez que permitires que tua mente escape de suas correntes. O mundo não é o lugar dela. E o teu lugar é o lugar aonde ela quer estar e aonde ela vai descansar quando a liberas do mundo. Teu Guia é de confiança. Abre tua mente a Ele. Aquieta-te e descansa.

8. Protege tua mente ao longo de todo este dia da mesma forma. E, quando pensares ver algum valor em um aspecto ou em uma imagem do mundo, recusa-te a colocar essa corrente sobre tua mente, dize apenas a ti mesmo com convicção serena:

Isto não me tentará a me atrasar.
O mundo que vejo não tem nada que eu queira.

*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 128

Caras, caros,

A ideia que vamos praticar neste dia quer nos fazer abrir os olhos para o fato de que tudo o que vemos, provamos, tocamos, cheiramos, ouvimos e sentimos neste mundo é apenas ilusão, não vai durar e não tem qualquer valor real.

Ela é a seguinte:

"O mundo que vejo não tem nada que eu queira."

Comecemos, pois, a exploração:

Repetindo, com grande ênfase para que não fiquem dúvidas, a abertura da apresentação da lição:

O mundo que vês não tem nada do que precisas para te oferecer, nada que possas usar de nenhum modo, nem absolutamente nada que sirva para te dar alegria... 

Ou pensas que ele tem? Ou pensas que há no mundo alguma coisa que queres? Algo ou alguém que te pode dar alegria, paz, felicidade ou qualquer outra coisa que já não seja tua, recebida por tua herança de filho de Deus? A lição continua...

... Acredita nesta ideia e estás salvo de anos de sofrimento, de inúmeras frustrações e de esperanças que se tornam cinzas amargas de desespero. Ninguém tem senão de aceitar esta ideia como verdadeira, se quiser deixar o mundo para trás e se elevar acima de seu domínio insignificante e de suas peculiaridades.

Cada coisa que valorizas aqui é apenas uma corrente que te prende ao mundo e não servirá a nenhum outro fim a não ser a este. Pois todas as coisas têm de servir à finalidade que lhes dás, até veres um fim diferente nelas. O único fim digno de tua mente que este mundo tem é o de passares por ele sem demora para perceber alguma esperança aonde não há nenhuma. Não te enganes mais. O mundo que vês não tem nada que queiras.

A única coisa que o mundo pode oferecer é a ilusão de uma felicidade fugidia, uma felicidade que pode tomar diferentes formas e que nunca pode satisfazer nenhum, nenhuma, de nós por completo. Ele também oferece aquele tipo de amor que muda ao sabor da percepção, ao sabor do humor e que se oferece a alguns e a algumas, mas não a outros, ou outras. Que dirá a todos, a todas? O mundo, na ilusão, também oferece alguns momentos de paz, não é mesmo? Uma paz, no entanto, que nunca é duradoura, porque há sempre o medo, a culpa, a dor, o sofrimento, a mágoa, o ódio e o ressentimento por trás da paz que o mundo oferece. Uma paz que só se apresenta por instantes, quando, naquela fração de segundos, às vezes, somos capazes de deixar de lado todos os enganos e ilusões do mundo. Para viver um "instante santo". 

O mundo que vejo não tem nada que eu queira.

Pois como o Curso ensina: 

"A felicidade fugidia ou a felicidade em forma mutante, que se desloca com o tempo e o lugar, é uma ilusão que não tem nenhum significado. A felicidade tem de ser constante, porque se chega a ela desistindo do desejo do inconstante. Não se pode perceber a alegria senão pela visão verdadeira. E a visão verdadeira só é dada àqueles que desejam constância." 

Isto é, como orienta o budismo, pelo que penso saber dele, é preciso que calemos, e abandonemos, em nós todos os desejos por alguma coisa, por alguma emoção que possam advir do contato com as coisas - e pessoas - do mundo.

Como chegar a isto? Seguindo a orientação que a lição nos dá para as práticas:

Escapa, hoje, das correntes que colocas em tua mente, quando percebes a salvação aqui. Pois tornas parte de ti, da forma te percebes, aquilo a que dás valor. Todas as coisas que buscas para tornar teu valor maior a tua vista te limitam mais, escondem de ti teu valor e acrescentam outra barreira diante da porta que conduz à consciência verdadeira de teu Ser.

Não permitas que nada relativo aos pensamentos do corpo retardem teu avanço em direção à salvação, nem te permitas a tentação de acreditar que o mundo tem qualquer coisa que queiras que te detenha. Não há nada aqui para se apreciar. Nada aqui vale um instante de atraso e dor; um instante de incerteza e dúvida. O inútil não oferece nada. Não se pode encontrar garantia de valor no inútil.

É na direção da constância e da visão verdadeira que as práticas de hoje nos levam. Com elas, a partir delas, vamos - melhor seria dizer podemos vir a - aprender a perceber que o mundo não nos oferece nada que seja duradouro, permanente, nada que possa vir a ser eterno. Pois o mundo é, a cada novo instante, apenas um reflexo de nossos pensamentos equivocados acerca de nós mesmos/as. É um lugar que inventamos em pensamentos para esconder de nós mesmos/as aquilo que somos, para lembrar a lição de ontem. O mundo na maior parte do tempo é apenas a materialização ilusória das interpretações que fazemos daquilo que nos mostra nossa percepção, que, é sempre bom lembrar, só nos mostra aquilo que escolhemos ver.

O mundo que vejo não tem nada que eu queira.

Duvidamos da verdade que a ideia da lição nos traz? Perguntemo-nos então: O que pode haver de valor na fantasia de um mundo que muda a cada piscar de olhos de cada um ou de cada uma de nós? Não será isso um sonho? Melhor dizendo, não será um pesadelo um mundo onde tudo muda ao sabor de cada equívoco em que acreditamos? E não só dos equívocos, dos acertos também. Será que, de verdade, queremos nos tornar prisioneiros de um pesadelo, no qual todos os horrores que nossa imaginação inventa assumem uma realidade que não têm apenas para nos assombrar? Ou queremos experimentar viver "o sonho feliz"?

Se quisermos viver, mesmo neste mundo, "o sonho feliz", precisamos das práticas de hoje. E, claro, precisamos das práticas de todos os dias para não incorrermos no equívoco de acreditar que há, no mundo, alguma coisa que queiramos ou alguma coisa de que precisemos.

A lição orienta:

Hoje praticamos abandonar todas as ideias de valor que damos ao mundo. Nós o deixamos livre dos propósitos que demos a seus aspectos e a suas fases e a seus sonhos. Nós o mantemos sem finalidade em nossas mentes e o libertamos de tudo o que desejaríamos que ele fosse. Desta forma, nós, de fato, erguemos as correntes que obstruem a porta pela qual precisamos passar para nos libertamos do mundo e para ir além de todas as metas e valores insignificantes e de pouca importância.

Para e fica quieto por um instante e vê quão alto te elevas acima do mundo, quando liberas tua mente das correntes e a deixas buscar o nível em que ela se sente à vontade. Ela ficará agradecida por ser livre por algum tempo. Ela sabe qual é seu lugar. Liberta suas asas apenas e ela voará na certeza e na alegria para se unir a seu propósito sagrado. Deixa que ela descanse em seu Criador, para ser devolvida, aí, à sanidade, à liberdade e ao amor.

Sabemos já, a partir daqui que:
 
O mundo que vejo não tem nada que eu queira.

Ou ainda como o Curso diz: 

"Qualquer coisa neste mundo que acredites ser boa, de valor e pela qual valha a pena lutar, pode te ferir e o fará. Não porque tenha o poder de ferir, mas apenas porque negaste que ela é apenas uma ilusão e a tornaste real. E ela é real para ti. Ela deixou de ser nada. E, a partir da realidade percebida nela, entra todo o mundo de ilusões doentias. Toda a crença no pecado, no poder do ataque, na dor e no mal, no sacrifício e na morte, vem a ti. Pois ninguém pode tornar real uma ilusão e, mesmo assim, escapar do restante delas. Pois quem pode escolher manter aquelas que prefere e encontrar a segurança que só a verdade pode dar? Quem pode acreditar que as ilusões são iguais e ainda assim sustentar que uma delas é melhor?"

É preciso que demos trégua a nossa mente, que a deixemos descansar, a lição afirma. E podemos fazer isso aceitando praticar do modo que o Curso sugere:

Dá-lhe dez minutos de descanso três vezes hoje. E quando, mais tarde, teus olhos se abrirem, não darás tanto valor a qualquer coisa que vires quanto davas antes, ao olhar para ela. Toda tua perspectiva do mundo mudará, por pouco que seja, cada vez que permitires que tua mente escape de suas correntes. O mundo não é o lugar dela. E o teu lugar é o lugar aonde ela quer estar e aonde ela vai descansar quando a liberas do mundo. Teu Guia é de confiança. Abre tua mente a Ele. Aquieta-te e descansa.

Protege tua mente ao longo de todo este dia da mesma forma. E, quando pensares ver algum valor em um aspecto ou em uma imagem do mundo, recusa-te a colocar essa corrente sobre tua mente, dize apenas a ti mesmo com convicção serena:

Isto não me tentará a me atrasar.
O mundo que vejo não tem nada que eu queira.

Ou podemos nos deixar ficar mergulhados/as no pesadelo de ilusões que o mundo oferece. No entanto, as práticas com a ideia de hoje e a aceitação da verdade que há no que a lição nos pede para praticar podem abrir espaço para o milagre de nosso despertar para "o sonho feliz". 

Um sonho no qual podemos nos esquecer da crença equivocada em uma separação que nunca aconteceu, nem poderá jamais acontecer, abandonando-a de vez. Um sonho no qual podemos experimentar no presente, aqui e agora, a alegria, a paz e a felicidade perfeitas, completas e constantes que são a Vontade de Deus para todos, para todas, para cada um e para cada uma de nós. 

Às práticas?

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