terça-feira, 15 de março de 2022

Eternidade é todo o instante de consciência no Ser

 

LIÇÃO 74

Não há nenhuma vontade a não ser a de Deus.

1. Pode-se considerar a ideia de hoje como o pensamento central a que se destinam todos os nossos exercícios. A Vontade de Deus é a única Vontade. Quando reconheces isto, reconheces que tua vontade é a d'Ele. A crença em que o conflito é possível desaparece. A paz substitui a estranha ideia de que estás dilacerado por metas contraditórias. Enquanto uma expressão da Vontade de Deus, tu não tens nenhuma meta a não ser a d'Ele.

2. Há uma paz imensa na ideia de hoje, e os exercícios para hoje se destinam a achá-la. A própria ideia é totalmente verdadeira. Por esta razão, ela não pode dar origem a ilusões. Sem ilusões o conflito é impossível. Vamos tentar reconhecer isto hoje e experimentar a paz que este reconhecimento traz.

3. Começa os períodos de prática mais longos repetindo estes pensamentos várias vezes, devagar e com a firme decisão de compreender o que eles significam e de mantê-los em mente:

Não há nenhuma vontade a não ser a de Deus.
Eu não posso ficar em conflito.

Em seguida, passa alguns minutos acrescentando alguns pensamentos afins, tais como:

Eu estou em paz.
Nada pode me perturbar.
Minha vontade é a de Deus.
Minha vontade e a de Deus são a mesma.
Deus quer paz para Seu Filho.

Durante esta fase introdutória, certifica-te de te ocupares prontamente de quaisquer pensamentos de conflito que possam passar por tua mente. Dize imediatamente a ti mesmo:

Não há nenhuma vontade a não ser a de Deus.
Estes pensamentos contraditórios não têm sentido.

4. Se houver uma área de conflito que pareça ser particularmente difícil de resolver, escolhe-a para uma reflexão especial. Pensa nela brevemente, mas de forma muito específica, identifica a pessoa, ou pessoas, e a situação, ou situações, envolvidas e dize a ti mesmo:

Não há nenhuma vontade a não ser a de Deus. Eu a compartilho com Ele.
Meus conflitos a respeito de __________ não podem ser verdadeiros.

5. Depois de limpares tua mente desta forma, fecha os olhos e tenta experimentar a paz à qual tua realidade te dá direito. Mergulha nela e sente-a se fechando a tua volta. Pode haver alguma tentação de confundir estas tentativas com retraimento, mas é fácil descobrir a diferença. Se estiveres sendo bem-sucedido, terás uma sensação de alegria profunda e de uma vivacidade ampliada, em lugar de uma sensação de desânimo e de fraqueza.

6. A alegria define a paz. Por esta experiência reconhecerás que a alcançaste. Se te sentires escorregando para o retraimento, repete depressa a ideia para hoje e tenta outra vez. Faze isto tantas vezes quantas forem necessárias. Há um claro benefício em te recusares a admitir refúgio no retraimento, mesmo que não experimentes a paz que buscas.

7. Nos períodos mais breves, que devem ser empreendidos a intervalos regulares e pré-determinados hoje, dize a ti mesmo:

Não há nenhuma vontade a não ser a de Deus. Eu busco Sua paz hoje.

Tenta, então, achar o que estás buscando. Um minuto ou dois a cada meia hora, se possível de olhos fechados, seriam bem empregados nisto hoje.

*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 74

"Não há nenhuma vontade a não ser a de Deus."

Eis aí, já na ideia que a lição traz, o desafio com o qual temos de lidar hoje. E aceitá-lo é também aceitar o milagre que há por trás da lição e de sua prática.

Apesar de dizermos comumente: "Graças a Deus!", na grande maioria das vezes, não é de forma consciente que o dizemos. Isto é, em geral, é comum que simplesmente nos conformemos com todas as coisas que acontecem dizendo que o que aconteceu foi Vontade de Deus. Será verdade?

Tenho cá as minhas dúvidas e acho que podemos pensar um pouquinho melhor a respeito. Pois como o Curso ensina, a Vontade de Deus para nós é a alegria e a paz completas e perfeitas. Assim, não podemos dizer, quando estamos tristes, por uma situação que nos afasta da alegria e nos tira a paz, que foi a Vontade de Deus que nos ofereceu tal situação. Isto é, sem sombra de dúvida, uma forma, consciente ou inconsciente, de buscarmos nos eximir da responsabilidade que nos cabe no plano de Deus para a salvação.

A Vontade de Deus só é a Vontade d'Ele quando a experiência que se apresenta a nós é de alegria, quando nos sentimos na mais perfeita paz. Porque a Vontade de Deus não é conformista, ela é dinâmica e está sempre no presente. Por isso é que só se pode chegar a conhecê-la quando se está no aqui e no agora, o único tempo que existe.

Mas vejamos como começa a lição:

Pode-se considerar a ideia de hoje como o pensamento central a que se destinam todos os nossos exercícios. A Vontade de Deus é a única Vontade. Quando reconheces isto, reconheces que tua vontade é a d'Ele. A crença em que o conflito é possível desaparece. A paz substitui a estranha ideia de que estás dilacerado por metas contraditórias. Enquanto uma expressão da Vontade de Deus, tu não tens nenhuma meta a não ser a d'Ele.

É bem disso que falávamos, pois reconhecer como verdadeira a ideia de hoje, significa assumir o compromisso com Deus de só fazer a Sua Vontade, d'Ele, pois que ela é também a minha, a tua, a nossa e a de todos e de todas que aparentemente vivem neste mundo. E até mesmo a daqueles e daquelas que, sob a influência equivocada do ego, se acreditam separados ou separadas de Deus.

Não há nenhuma vontade a não ser a de Deus.

E é só isso que fazemos, mesmo quando não temos consciência de que o fazemos, desde que nossa caminhada nos leve na direção da alegria e da paz. Se não é isso que buscamos estamos vivendo o equivoco que resulta da crença na separação.

É também isso que a lição diz:

Há uma paz imensa na ideia de hoje, e os exercícios para hoje se destinam a achá-la. A própria ideia é totalmente verdadeira. Por esta razão, ela não pode dar origem a ilusões. Sem ilusões o conflito é impossível. Vamos tentar reconhecer isto hoje e experimentar a paz que este reconhecimento traz.

Acreditando-nos separados, ou separadas, de Deus e de todas as outras pessoas e formas de vida no planeta, tudo o que podemos experimentar, de um modo ou de outro, num momento ou noutro, é o conflito. E o conflito é resultado de acreditarmos nas imagens que projetamos sobre o mundo e que julgamos reais. Imagens a que atribuímos valor e desejamos possuir. 

Nossa vontade, assim, se afasta da Vontade de Deus, a única vontade que existe de fato.

Não há nenhuma vontade a não ser a de Deus.

Na verdade, não há como nos afastarmos da Vontade de Deus, a não ser na ilusão. Neste caso, precisamos nos voltar para dentro, praticar conforme orienta a lição de hoje e o Curso, para podermos chegar a reconhecer que a Vontade de Deus e a nossa são uma só e a mesma.

E é isso que o Curso nos orienta a fazer do seguinte modo:

Começa os períodos de prática mais longos repetindo estes pensamentos várias vezes, devagar e com a firme decisão de compreender o que eles significam e de mantê-los em mente:

Não há nenhuma vontade a não ser a de Deus.
Eu não posso ficar em conflito.

Em seguida, passa alguns minutos acrescentando alguns pensamentos afins, tais como:

Eu estou em paz.
Nada pode me perturbar.
Minha vontade é a de Deus.
Minha vontade e a de Deus são a mesma.
Deus quer paz para Seu Filho.

Durante esta fase introdutória, certifica-te de te ocupares prontamente de quaisquer pensamentos de conflito que possam passar por tua mente. Dize imediatamente a ti mesmo:

Não há nenhuma vontade a não ser a de Deus.
Estes pensamentos contraditórios não têm sentido.

Nada que pensemos a partir da crença na separação faz sentido. E nada do que vemos a partir dessa crença existe de verdade. Tudo o que vemos, quando acreditamos ver apenas com os olhos do corpo e com os sentidos, é apenas uma miragem. É a projeção de desejos equivocados e contraditórios que nos propõe o ego.

Não há nenhuma vontade a não ser a de Deus.

Quando nos voltamos para o interior de nós mesmos/as e buscamos fazer calar os desejos do mundo, os conflitos desaparecem e podemos olhar de modo diferente para o mundo e para tudo o que há nele.

É isto o que a lição nos pede para fazer em seguida:

Se houver uma área de conflito que pareça ser particularmente difícil de resolver, escolhe-a para uma reflexão especial. Pensa nela brevemente, mas de forma muito específica, identifica a pessoa, ou pessoas, e a situação, ou situações, envolvidas e dize a ti mesmo:

Não há nenhuma vontade a não ser a de Deus. Eu a compartilho com Ele.
Meus conflitos a respeito de __________ não podem ser verdadeiros.

Nada mais eficaz do que libertar o outro, a outra. Nada mais eficaz do que o perdão. E o perdão é sempre para nós mesmos/as, pois quando não julgamos não há necessidade alguma de perdão. Isto é, quando achamos que há algo que precisamos perdoar em alguém, na verdade, o que há para perdoar é apenas nossa própria percepção equivocada, que julgou, rotulou, classificou e aprisionou alguma coisa ou alguém em alguma imagem diferente da de criatura ou criação de Deus.

Como é possível pensarmos que amamos a Deus sobre todas as coisas, quando não somos capazes de amar alguma, qualquer uma, por menor que seja, de suas criações? Para chegarmos a conhecer a alegria e a paz completas e perfeitas, precisamos descobrir que só somos, de fato, felizes quando fazemos a Vontade de Deus. Pois,

Não há nenhuma vontade a não ser a de Deus.

E tem mais:

Depois de limpares tua mente desta forma, fecha os olhos e tenta experimentar a paz à qual tua realidade te dá direito. Mergulha nela e sente-a se fechando a tua volta. Pode haver alguma tentação de confundir estas tentativas com retraimento, mas é fácil descobrir a diferença. Se estiveres sendo bem-sucedido, terás uma sensação de alegria profunda e de uma vivacidade ampliada, em lugar de uma sensação de desânimo e de fraqueza.

Uma vez tenhamos reconhecido que não há nenhuma vontade a não ser a de Deus, podemos nos abandonar à alegria e à paz de espírito, porque teremos conhecido nossa realidade. Ainda que por breve instante, teremos um vislumbre do que é a Vontade de Deus para nós e experimentaremos a alegria e a paz no presente, no instante que se faz santo, porque alinhamos nossa vontade à de Deus.

A alegria define a paz. Por esta experiência reconhecerás que a alcançaste. Se te sentires escorregando para o retraimento, repete depressa a ideia para hoje e tenta outra vez. Faze isto tantas vezes quantas forem necessárias. Há um claro benefício em te recusares a admitir refúgio no retraimento, mesmo que não experimentes a paz que buscas.

Não há problema algum em perceber que isto não dura muito. Na verdade, como o Curso ensina estar no presente é a experiência mais próxima que podemos ter da eternidade. Eternidade não é um presente que se estende ad infinitum, mas um instante em que temos consciência do Ser, do divino em nós, um instante em que sentimos em nós Presença de Deus. Reconhecer a verdade eterna da lição de hoje pode nos dar muito desses instantes.

Basta que ponhamos toda a atenção de que somos capazes para seguir as orientações que o Curso nos dá para as práticas desta lição. Por fim, façamos o seguinte:

Nos períodos mais breves, que devem ser empreendidos a intervalos regulares e pré-determinados hoje, dize a ti mesmo:

Não há nenhuma vontade a não ser a de Deus. Eu busco Sua paz hoje.

Tenta, então, achar o que estás buscando. Um minuto ou dois a cada meia hora, se possível de olhos fechados, seriam bem empregados nisto hoje.

Às práticas?

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