quarta-feira, 9 de março de 2022

Só abandonando as mágoas vamos chegar à alegria

 

LIÇÃO 68

O amor não guarda mágoas.

1. Tu, que foste criado pelo amor igual a ele mesmo, não podes guardar mágoas e conhecer teu Ser. Guardar uma mágoa é esquecer quem és. Guardar uma mágoa é ver a ti mesmo como um corpo. Guardar uma mágoa é permitir que o ego governe tua mente e condenar o corpo à morte. Talvez ainda não percebas inteiramente de forma clara o que exatamente guardar mágoas faz a tua mente. Guardar mágoas parece separar-te de tua Fonte e te tornar diferente d'Ele. Faz-te acreditar que Ele é igual ao que te tornaste, pois ninguém pode pensar em seu Criador como diferente de si mesmo.

2. Excluído de teu Ser, que permanece ciente de Sua semelhança a Seu Criador, teu Ser parece dormir, enquanto a parte de tua mente que tece ilusões em seu sono parece estar desperta. Tudo isso pode surgir de guardar mágoas? Oh, sim! Pois aquele que guarda mágoas nega que foi criado pelo amor, e seu Criador se torna assustador para ele em seu sonho de ódio. Quem pode sonhar com o ódio e não ter medo de Deus?

3. É tão certo que aqueles que guardam mágoas redefinirão Deus a sua própria imagem, quanto é certo que Deus os criou iguais a Si Mesmo e os definiu como parte de Si. É tão certo que aqueles que guardam mágoas sentirão culpa, quanto é certo que aqueles que perdoam acharão paz. É tão certo que aqueles que guardam mágoas se esquecerão de quem são, quanto é certo que aqueles que perdoam se lembrarão.

4. Não estarias disposto a abandonar tuas mágoas, se acreditasses que isso é verdade? Talvez não imagines que podes abandonar tuas mágoas. Isto, no entanto, é simplesmente uma questão de motivação. Hoje tentaremos descobrir como te sentirias sem elas. Se fores bem-sucedido, mesmo que por muito pouco, nunca mais haverá um problema de motivação novamente.

5. Começa o período de prática mais longo de hoje pela busca em tua mente daqueles contra quem guardas o que consideras serem tuas principais mágoas. Será bem fácil achar algumas delas. Em seguida, pensa nas mágoas aparentemente sem importância que guardas contra aqueles de quem gostas ou mesmo pensas amar. Bem depressa ficará claro que não há ninguém contra quem não nutras algum tipo de mágoa. Isto te deixa sozinho em todo o universo em tua percepção de ti mesmo.

6. Decide-te agora a ver todas essas pessoas como amigas. Dize a todas elas, pensando em cada uma por vez ao fazê-lo:

Quero te ver como meu amigo, para poder me lembrar
de que és parte de mim e vir a conhecer a mim mesmo.

Passa o tempo restante do período de prática pensando em ti mesmo como perfeitamente em paz com todos e com tudo, a salvo em um mundo que te protege e te ama, ao qual amas de forma recíproca. Tenta sentir a segurança te envolvendo, pairando sobre ti e te sustentando. Tenta acreditar, ainda que por pouco tempo, que nada pode te ferir de forma alguma. No final do período de prática, dize a ti mesmo:

O amor não guarda mágoas. Quando eu abandonar todas
as minhas mágoas, saberei que estou em perfeita segurança.

7. Os períodos de prática mais breves devem incluir uma rápida aplicação da ideia desta forma, toda vez que surgir algum pensamento de mágoa contra alguém, fisicamente presente ou não:

O amor não guarda mágoas. Que eu não traia meu Ser.

Além disso, repete a ideia várias vezes por hora desta forma:

O amor não guarda mágoas. Quero despertar para meu Ser
deixando de lado todas as mágoas e acordando n'Ele.

*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 68

" O amor não guarda mágoas."

Gosto muito desta lição. Gosto mesmo. Muito. Já lhes disse isso outras vezes. Sem querer compará-la a qualquer uma das outras lições por que já passamos, ou pelas quais ainda vamos passar mais de uma vez, acho que a ideia que ela nos oferece para as práticas pode nos poupar de muita dor e sofrimento. Assim como pode nos livrar de pensar que um ou outro relacionamento especial que vivemos tem alguma coisa a ver com amor, que só se apresenta mesmo naqueles relacionamentos aos quais o Curso denomina "relacionamentos santos". 

É claro que todas as lições têm este mesmo poder. Sabemos disso. Mas sempre há para cada um ou cada uma de nós uma ou outra que toca mais fundo, ou que fala melhor ao nosso coração em determinados momentos. Lembrando sempre que precisamos estar dispostos/as a nos abrirmos à Voz por Deus, cada vez mais a cada lição, a cada dia.

E como aprender esta ideia pode nos poupar de muita dor e sofrimento ou do auto-engano em relação ao que ego diz que sentimos por alguém?

É fácil, fácil. Extremamente fácil. Basta que pensemos por um segundo nas pessoas a quem pensamos amar.

[Façamos uma pequena pausa na leitura aqui para pensar.] 

Pensaram? Então perguntem e respondam agora para si mesmos/as, há alguma coisa que eu gostaria de mudar nessa(s) pessoa(s)? Respondam também a estas duas outras perguntas: há alguma coisa que esta pessoa faz ou fez que me faz pensar se posso confiar mesmo nela? Se posso lhe dedicar todo o amor que penso que dedico?

O amor não guarda mágoas.

Há um trechinho do texto que diz o seguinte: "se atacas aquele a quem Deus quer curar e odeias aquele a quem Ele ama, então tu e teu Criador têm uma vontade diferente, distinta, diversa. No entanto, se tu és a Vontade d'Ele, o que tens de acreditar neste caso é que tu não és tu mesmo"(a).

Vejamos como a lição começa:

Tu, que foste criado pelo amor igual a ele mesmo, não podes guardar mágoas e conhecer teu Ser. Guardar uma mágoa é esquecer quem és. Guardar uma mágoa é ver a ti mesmo como um corpo. Guardar uma mágoa é permitir que o ego governe tua mente e condenar o corpo à morte. Talvez ainda não percebas inteiramente de forma clara o que exatamente guardar mágoas faz a tua mente. Guardar mágoas parece separar-te de tua Fonte e te tornar diferente d'Ele. Faz-te acreditar que Ele é igual ao que te tornaste, pois ninguém pode pensar em seu Criador como diferente de si mesmo.

Não é exatamente isso que diz, em outras palavras, o trecho do texto que destaquei acima? É claro que, na maior parte das vezes, não temos consciência de que guardar mágoas é uma forma de ataque. Quando nos magoamos com algo ou com alguma coisa que pensamos que alguém nos faz ou fez, estamos deixando de reconhecer seu direito a pensar e a fazer as coisas do modo que melhor lhe aprouver. Deixamos de reconhecer que ele, ou ela, é uma manifestação perfeita do divino. Ficamos magoados com Deus, na verdade. E, claro, com nós mesmos/as, uma vez que somos extensões d'Ele.

Isso será possível? Só quando cedemos aos apelos do ego e nos deixamos cegar pelo orgulho, buscando ter razão apenas. Esquecendo por completo de nossa necessidade - e direito natural por herança divina - de sermos felizes e da Vontade de Deus para nós de alegria completa e perfeita.

O amor não guarda mágoas.

É só na ilusão que podemos pensar em nós mesmos/as como diferentes ou separados/as de Deus. E é isso o que a lição nos informa a seguir:

Excluído de teu Ser, que permanece ciente de Sua semelhança a Seu Criador, teu Ser parece dormir, enquanto a parte de tua mente que tece ilusões em seu sono parece estar desperta. Tudo isso pode surgir de guardar mágoas? Oh, sim! Pois aquele que guarda mágoas nega que foi criado pelo amor, e seu Criador se torna assustador para ele em seu sonho de ódio. Quem pode sonhar com o ódio e não ter medo de Deus?

Nós só nos excluímos de nosso Ser na ilusão ou quando pensamos em nós como sendo "alguma outra coisa" que, na verdade, não somos.

Dizendo de novo, de outra maneira, vivemos e nos movemos em Deus. Não existe nenhuma possibilidade de existirmos separados, ou separadas, d'Ele, mesmo que o ego pense ou queira que pensemos de outro modo, oferecendo-nos a ilusão de uma vida cheia de diferenças às quais podemos nos comparar. Nada disso dura. Nada disso é real. E o resultado de embarcar na viagem a que o ego nos convida é apenas medo e culpa. O que resulta do medo e da culpa, já sabemos, é apenas mais separação, mais ilusão.

E é também só na ilusão que podemos redefinir Deus à imagem e semelhança do que o ego quer e pensa que Ele pode ser, como veremos a seguir com a lição:

É tão certo que aqueles que guardam mágoas redefinirão Deus a sua própria imagem, quanto é certo que Deus os criou iguais a Si Mesmo e os definiu como parte de Si. É tão certo que aqueles que guardam mágoas sentirão culpa, quanto é certo que aqueles que perdoam acharão paz. É tão certo que aqueles que guardam mágoas se esquecerão de quem são, quanto é certo que aqueles que perdoam se lembrarão.

É, pois, em direção ao perdão que as práticas da ideia de hoje nos levam. É a partir delas que vamos ser capazes de lembrar que Deus, o amor, nos criou iguais a Si Mesmo.

O amor não guarda mágoas.

Lembram-se da epístola aos Coríntios? O apóstolo diz que: 

"O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não se vangloria, não se ensoberbece, não se porta inconvenientemente, não busca seus próprios interesses, não se irrita, não suspeita...; não se regozija com a injustiça, mas se regozija com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor jamais acaba; (...) Agora, pois, permanecem a fé, a esperança, o amor, estes três; mas o maior destes é o amor."

E sofredor aqui toma seu sentido emprestado do verbo sofrer significando aguentar, suportar, tolerar, ou admitir, experimentar, consentir, ser paciente. 

Podemos até pensar no amor como sinônimo de alegria duradoura, de felicidade eterna e constante e de completa e perfeita paz de espírito.

Vai ser necessário que deixemos de lado todas as nossas mágoas para termos um vislumbre da alegria que Deus quer para nós, pois só pelo abandono de todas as mágoas é que podemos chegar à alegria. E isso é a continuação da lição:

Não estarias disposto a abandonar tuas mágoas, se acreditasses que isso é verdade? Talvez não imagines que podes abandonar tuas mágoas. Isto, no entanto, é simplesmente uma questão de motivação. Hoje tentaremos descobrir como te sentirias sem elas. Se fores bem-sucedido, mesmo que por muito pouco, nunca mais haverá um problema de motivação novamente.

E todos podemos ser - e seremos - bem-sucedidos/as e não mais nos faltará motivação, se ficarmos atentos/as a tudo o que a lição nos pede para fazermos como parte das práticas, aplicando a ideia para hoje a todo instante em que nos surpreendermos pensando que há algo que alguém faça que possa nos fazer ficar magoados/as. E, em qualquer situação de conflito, perguntemo-nos, como convida Neale Donald Walsch a fazermos: O que o amor faria? 

Às práticas?

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