sexta-feira, 6 de setembro de 2019

Só aquilo que não damos é o que pode nos faltar


3. O que é o mundo?

1. O mundo é percepção equivocada. Ele nasce do erro e não abandona sua fonte. Ele não continuará a existir quando o pensamento que lhe deu origem deixar de ser apreciado. Quando a ideia de separação se transformar em um pensamento de perdão verdadeiro, o mundo será visto sob outra luz; e uma luz que leva à verdade, na qual o mundo inteiro tem de desaparecer e todos os seus erros sumirem. Como consequência disto, sua fonte desaparece e seus efeitos também.

2. O mundo foi feito como um ataque a Deus. Ele simboliza o medo. E o que é o medo exceto ausência de amor? Desta forma o mundo tinha por objetivo ser um lugar aonde Deus não pudesse entrar, e onde Seu Filho pudesse estar separado d'Ele. A percepção nasceu aqui, pois o conhecimento não poderia produzir tais pensamentos insanos. Mas os olhos enganam e os ouvidos escutam de forma errada. Então, os erros se tornam bem possíveis, pois a certeza desaparece.

3. Em seu lugar nasceram os mecanismos da ilusão. E, agora, eles partem para encontrar o que lhes cabe buscar. Seu objetivo é servir à finalidade para a qual o mundo foi feito para testemunhar e tornar verdadeira. Eles veem, em suas ilusões, apenas uma base sólida na qual a verdade existe, mantida ao lado das mentiras. Porém, tudo o que elas informam é só ilusão que é mantida ao lado da verdade.

4. Do mesmo modo que a vista foi feita para conduzir para longe da verdade, ela pode ser reorientada. Os sons se tornam o chamado por Deus e toda percepção pode receber uma nova finalidade d'Aquele a Quem Deus nomeou Salvador do mundo. Segue Sua luz e vê o mundo da forma que Ele vê. Ouve só a Voz d'Ele em tudo o que fala a ti. E deixa Ele te dar a paz e a certeza que jogaste fora, mas que o Céu preserva n'Ele para ti.

5. Não nos acomodemos até que o mundo se junte a nossa percepção transformada. Não nos demos por satisfeitos até que o perdão se torne total. E não tentemos mudar nossa função. Temos de salvar o mundo. Pois nós, que o fizemos, temos de vê-lo pelos olhos de Cristo, para que aquilo que foi feito para morrer possa ser devolvido à vida eterna.


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LIÇÃO 249

O perdão põe fim a todo sofrimento e a toda perda.

1. O perdão pinta um quadro de um mundo no qual o sofrimento acabou, a perda passou a ser impossível e a raiva não faz nenhum sentido. O ataque acabou e a loucura tem um fim. Que sofrimento é concebível agora? Que perda pode ser mantida? O mundo se torna um lugar de alegria, de abundância, caridade e doação infinita. Agora ele é tão parecido ao Céu que rapidamente se transforma na luz que reflete. E, deste modo, a jornada que o Filho de Deus começou termina na luz da qual ele veio.

2. Pai, queremos devolver nossas mentes a Ti. Nós as traímos, mantendo-as em um laço apertado de amargura e as amedrontamos com pensamentos de violência e de morte. Agora queremos descansar em Ti mais uma vez, assim como Tu nos criaste.

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COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 249

Lembremo-nos mais uma vez da lição que praticamos há pouco e que nos dava a condição de cegos. Sem o perdão. No comentário feito a ela, chamei a atenção para o tema que é central e recorrente em todas as lições, assim como é o ponto central e vital do ensinamento de Jesus: o perdão. De acordo com o que nos conta a história e a religião católica, quer lá, há mais de dois mil anos, quer cá, no momento presente, via Um Curso em Milagres. Que vamos exercitar mais uma vez hoje.

"Perdoa e verás tudo de modo diferente". É a partir de uma lição anterior, já lembrada, que podemos, mais uma vez, enriquecer e aprofundar a reflexão para tornar mais produtivas as práticas da ideia de hoje.

A lição deste dia traz consigo uma oração que podemos usar para, com ela, manifestar o desejo de devolver nossas mentes a Deus, já que não sabemos o que fazer com elas e as usamos de forma equivocada para criar experiências de dor, de sofrimento, de violência e de morte, em função de as usarmos para o julgamento de nós mesmos e de tudo e de todos no mundo.

Ora, como eu já disse outras vezes, um dos aspectos mais importantes das práticas diárias é elas permitirem que exercitemos a compaixão para com nós mesmos, para com tudo e todos, e para com o mundo inteiro. De acordo com o que diz Thomas Keating, no livro Invitation to Love [Convite ao Amor], "muitas pessoas chegam à auto-consciência de si mesmas com baixa auto-estima e [por isso] sofrem de vários níveis de ódio a si mesmas". Por terem feito isto, ou por terem deixado de fazer isto. Por não terem feito aquilo, ou por terem feito aquilo, e assim por diante.

Para ele, "este estado de espírito é orgulho invertido. Em lugar de buscarem auto-glorificação, essas pessoas se degradam porque não se sentem à altura da imagem de perfeição idealizada que sua auto-imagem exige. Quando deixam de atender a esse padrão impossível, o orgulho, não Deus, diz: 'Tu não vales nada!' Então, elas sentem vergonha por não estarem à altura de suas próprias expectativas elevadas que sua educação, cultura, ou impulso para super-conquistas criaram".

A ideia para as práticas de hoje vem exatamente atender a esta necessidade: a de que olhemos com mais compaixão, não só para os que vivem perto de nós e para o mundo todo, mas igual e particularmente para nós mesmos. Perdoando-nos por todo e qualquer equívoco, vendo o equívoco, seja ele qual for, apenas como um passo em nossa jornada, vamos poder abandonar a ideia do sofrimento como um "mal necessário" e vamos aprender que não há perda e que não há falta. Isto é, conforme o Curso ensina, apenas aquilo que não damos é que pode nos faltar.

Às práticas?

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