domingo, 22 de setembro de 2019

Três passos para mudar a percepção: ei-los de novo


5. O que é o corpo?

1. O corpo é uma cerca que o Filho de Deus imagina ter construído para separar partes de seu Ser de outras partes. É dentro desta cerca que ele pensa viver para morrer quando ela enfraquecer e se deteriorar. Pois dentro desta cerca ele pensa estar a salvo do amor. Identificando-se com sua segurança, ele percebe a si mesmo como aquilo que sua segurança é. De que outra forma ele poderia ter certeza de que permanece no interior do corpo e de que mantém o amor do lado de fora?

2. O corpo não permanecerá. Mas ele vê isto como segurança em dobro. Pois a impermanência do Filho de Deus é "prova" de que suas cercas funcionam e cumprem a tarefa que sua mente atribui a elas. Pois, se sua unidade ainda permanecesse intocada, quem poderia atacar e quem poderia ser atacado? Quem poderia ser vitorioso? Quem poderia ser sua presa? Quem poderia ser vítima? Quem o assassino? E, se ele não morresse, que "prova" haveria de que o Filho de Deus pode ser destruído?

3. O corpo é sonho. Igual a outros sonhos, algumas vezes ele parece retratar a felicidade, mas pode bem repentinamente retroceder para o medo, onde nascem todos os sonhos. Pois só o amor cria na verdade e a verdade nunca pode ter medo. Criado para ser medroso, o corpo tem de servir ao propósito que lhe foi dado. Mas nós podemos mudar o propósito a que o corpo obedecerá mudando o que pensamos acerca de sua finalidade.

4. O corpo é o meio pelo qual o Filho de Deus volta à sanidade. Ainda que ele tenha sido feito para prendê-lo no inferno de forma irremediável, apesar de a meta do Céu ter sido trocada pela busca do inferno. O Filho de Deus estende sua mão para alcançar seu irmão e para ajudá-lo a caminhar pela estrada junto com ele. O corpo se torna sagrado imediatamente. Agora ele serve para curar a mente à qual ele tinha feito para matar.

5. Tu te identificarás com aquilo que pensas que te deixará seguro. Seja isso o que for, acreditarás que é um contigo. Tua segurança está na verdade, e não em mentiras. O amor é tua segurança. O medo não existe. Identifica-te com o amor e estás seguro. Identifica-te com o amor e estás em casa. Identifica-te com o amor e encontras teu Ser.


*

LIÇÃO 265

A bondade da criação é tudo o que vejo.

1. Certamente eu compreendo mal o mundo, porque depositei meus pecados sobre ele e os vi olhando de volta para mim. Quão ameaçadores pareciam! E como me enganei ao pensar que aquilo que eu temia estivesse no mundo e não apenas em minha mente. Hoje vejo o mundo na bondade celestial com a qual a criação resplandece. Não há nenhum medo nele. Que nenhuma manifestação de meus pecados esconda a luz do Céu, que brilha sobre o mundo. O que se reflete aí está na Mente de Deus. As imagens que vejo refletem meus pensamentos. No entanto, minha mente está em unidade com A de Deus. E, por isso, posso perceber a bondade da criação.

2. Em paz, quero olhar para o mundo que só reflete Teus Pensamentos e também os meus. Que eu me lembre de que eles são os mesmos e verei a bondade da criação.

*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 265

Acho que nunca é demais relembrar os três passos necessários para facilitar a mudança da percepção. Três passos de que falei muitas vezes pessoalmente às pessoas nos encontros dos grupos de estudos durante o tempo em que eu os frequentei. E, mais uma vez, então, quais são estes passos, a que se referem e de que forma estão relacionados à ideia que praticamos hoje?

Bem, eles se referem a nossa forma de experimentar o mundo e tudo o que o mundo aparentemente oferece. E certamente têm a ver com o fato de compreendermos mal o mundo, por só o vermos a partir da percepção equivocada e limitada que nos oferecem os sentidos  [ou por negarmos a nós mesmos a possibilidade da reflexão acerca de nosso modo de ver o mundo, recusando-nos a pensar que ela pode estar errada na maioria das vezes em que vemos a alegria e a paz se afastarem de nós]. Ou será que algum de nós pode dizer de forma sincera e honesta, a partir da percepção que seus sentidos lhe dá, que só vê a bondade da criação?

Para tanto, é preciso que esteja bem claro para cada um de nós o que o Curso quer dizer quando ensina que não há nada fora de nós mesmos. Isto quer dizer, básica e claramente, que todas as coisas que vemos têm tudo a ver apenas - e sempre, não há exceções - com o que trazemos interiormente. E que nada do que aparentemente existe para cada um de nós, nada, absolutamente nada, nem mesmo o mundo, existe senão como expressão daquilo que trazemos em nós, dentro, no interior de nós mesmos. E, se o mundo, aos nossos olhos, é assim ou assado é apenas porque internamente escolhemos colocar nele as características que trazemos e que o definem e limitam nos conceitos de assim ou assado. Seja lá o que isso for. 

É por esta razão que, tanto quanto os exercícios diários, os três passos a que me refiro servem para reequilibrar nossa percepção do mundo e de tudo o que há nele, dando-nos a correta dimensão de tudo o que vemos.

Voltem, por favor, ao texto que inicia o comentário da lição de ontem. Nele podemos perceber claramente de que forma precisamos nos posicionar em relação ao mundo. E a tudo o que aparentemente há nele. Isto é, nada do que vemos é real, a não ser como forma de manifestação daquilo que trazemos dentro de nós mesmos. Tudo é parte de uma grande ilusão que começamos a criar a partir do momento em que passamos a acreditar na ideia de separação. Isto é, à crença na possibilidade de que algum de nós ou alguma coisa verdadeira possa estar separada de Deus ou de nós mesmos. 

Aqui vou abrir um parêntese para lhes oferecer uma música nova de Gilberto Gil, que ouvi há poucos dias, em que ele expõe, "na real", que "nada é real", você [o divino em você e em mim, pode-se ler a partir da letra], confirmando o que o Curso diz. Vejam, ouçam no link aí abaixo, por favor:

https://youtu.be/56R1TZ5Ak0A

E vamos agora, pois, aos três passos?

O primeiro, ao olharmos para qualquer pessoa, coisa ou situação que se nos apresente, que se apresente a nossa experiência, é reconhecer que a pessoa, coisa ou situação se apresentou porque nós mesmos as solicitamos. Reforçando: nada se apresenta à experiência de nenhuma pessoa sem que ela tenha pedido, sem que ela tenha escolhido - ainda que de forma inconsciente - passar por aquele experiência determinada.

O segundo passo, que decorre do primeiro, é acolher, aceitar, aquilo que se apresenta. Isto é, reconhecendo que solicitamos a presença daquilo que se apresentou, tudo o que é preciso fazer é acolher, aceitar. A pessoa, coisa ou situação.

E, por fim, o terceiro passo, aquele que nos dá a possibilidade de "escolher outra vez", é agradecer por aquilo que se apresentou. Aliás, como eu já disse outras vezes, de acordo com o ensinamento do Curso e com o ensinamento de vários mestres ao longo do tempo, é preciso que sejamos capazes de agradecer por tudo o que nos acontece o tempo todo. 

Cientes destes passos, prestando atenção a tudo o que vemos, ouvimos, cheiramos, provamos, tocamos ou percebemos a partir dos sentidos, vamos ser capazes de, como a ideia de hoje nos pede para praticar, ver a bondade da criação em tudo. E, repetindo o que eu já disse antes, o mundo que veremos, então, será apenas o reflexo dos pensamentos que temos na unidade com Deus e refletirá tão-somente os Pensamentos d'Ele, que são os mesmos que os nossos. Do mesmo modo que, como vimos ontem, a Vontade d'Ele e a nossa são uma só e a mesma.

Às práticas?

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