sábado, 29 de outubro de 2016

Como experimentar o Amor que dura para sempre?


9. O que é a Segunda Vinda?

1. A Segunda Vinda de Cristo, que é tão certa quanto Deus, é apenas a correção e a volta da sanidade. Ela é uma parte da condição que restitui o que nunca se perdeu e que restabelece o que é verdadeiro para todo o sempre. Ela é o convite para que a Palavra de Deus tome o lugar da ilusão; a disposição de permitir que o perdão se estenda sobre todas as coisas sem exceção e sem reserva.

2. É a natureza todo-abrangente da Segunda Vinda de Cristo que permite que ela envolva o mundo e te mantenha em segurança em seu benigno advento, que abarca todas as coisas vivas consigo. Não há limite para o alívio que a Segunda Vinda traz, uma vez que a criação de Deus tem de ser ilimitada. O perdão ilumina o caminho da Segunda Vinda porque ela brilha sobre todas as coisas vivas como uma só. E, desse modo, a unidade é enfim reconhecida.

3. A Segunda Vinda põe fim às lições que o Espírito Santo ensina, dando lugar ao Juízo Final, em que o aprendizado termina em um resumo derradeiro que se estenderá além de si mesmo e chegará a Deus. A Segunda Vinda é o instante em que todas as mentes são entregues às mãos de Cristo, para serem devolvidas ao espírito em nome da criação verdadeira e da Vontade de Deus.

4. A Segunda Vinda é o único acontecimento no tempo que o próprio tempo não pode atingir. Pois cada um daqueles que algum dia veio para morrer, ou que ainda virá, ou que está presente agora é igualmente liberado daquilo que fez. Nessa igualdade Cristo é restabelecido qual uma Identidade única, na qual os Filhos de Deus reconhecem que todos eles são um só. E Deus Pai sorri para Seu Filho, Sua única criação e Sua única alegria.

5. Reza para que a Segunda Vinda aconteça logo, mas não te acomodes nisso. Ela precisa de teus olhos e ouvidos e mãos e pés. Ela precisa de tua voz. E, mais do que tudo, ela precisa de tua boa vontade. Alegremo-nos por sermos capazes de fazer a Vontade de Deus e de nos unirmos em sua luz sagrada. Atenção, o Filho de Deus é um em nós, e podemos alcançar o Amor de nosso Pai por intermédio d'Ele.


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LIÇÃO 303


O Cristo santo nasce em mim hoje.

1. Vigiai comigo, anjos, vigiai comigo hoje. Fazei que todos os pensamentos sagrados de Deus me envolvam e se aquietem comigo enquanto nasce o Filho do Céu. Deixai que os sons terrenos silenciem e que as visões a que estou acostumado desapareçam. Deixai o Cristo ser acolhido no lugar em que Ele se sente em casa. E deixai que Ele ouça os sons que Ele entende e veja apenas as cenas que mostram o Amor de Seu Pai. Fazei que Ele não seja mais um estranho aqui, pois hoje Ele nasce novamente em mim.

2. Teu Filho é bem-vindo, Pai. Ele vem para me salvar do ser maligno que criei. Ele é o Ser que Tu me dás. Ele é apenas o que realmente sou na verdade. Ele é o Filho que Tu amas acima de todas as coisas. Ele é meu Ser tal qual Tu me criaste. Não é Cristo que pode ser crucificado. Em segurança nos Teus Braços, permite que eu receba Teu Filho.

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COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 303

Duas ou três coisinhas estão, novamente, a me pedir atenção antes de começar o comentário de exploração da ideia que o Curso nos oferece para as práticas de hoje.

A primeira delas é a noção que o Curso quer que aprendamos, segundo a qual "dar e receber são uma só e mesma coisa". 

E por que isto pede atenção? 

Talvez porque, como já disse outras vezes, precisamos reconhecer quão mal-agradecidos somos à vida, a Deus, ao espírito e a tudo e a todos de modo geral. Óbvio é que só uma profunda gratidão por tudo e por todos pode me levar a viver uma experiência diferente da que vivo hoje em dia, se o que vivo não é a expressão da mais pura alegria e não me deixa experimentar nem sequer um momento de paz. 

Ou, parafraseando Nikos Kazantzakis em uma passagem do livro Relatório ao Greco, que li há algum tempo: o sinal irrepreensível de que algo não está relacionado à Beleza, ao Divino, à alegria mais pura, que é a Vontade de Deus para todos e cada um de nós, é meu coração não pular como um cabrito ao ver esse algo.

A segunda está em uma fala de Ramana Maharshi publicada dia desses no facebook e que diz o seguinte, traduzindo de forma livre:

Torna-te invejoso de qualquer um inferior a ti.
Tu tens de te tornar muito pequeno.
De fato, tu tens de te tornar nada.
Só uma pessoa que não é ninguém pode habitar no Ser.


Parece-me que isto quer dizer que devemos aquietar o 'eu', o falso eu, o ego, abandonando toda e qualquer intenção de ser alguma coisa a partir do corpo, ou da mente que se vê separada, nesta experiência de forma e de sentidos que aparentemente vivemos. Parece-me que isto significa andar de acordo com o que diz Joel Goldsmith, que aconselha a que deixemos Deus viver a vida em nós, por nós. Isto é, que nos entreguemos por completo ao divino em nós e só deixemos vir à tona aquilo que se revela a manifestação do que somos na verdade, em Deus, na unidade com Ele.

Agora que estou postando diariamente a instrução do tema que dá unidade às práticas de cada série, não é preciso mais lembrá-los de que o Curso pede que voltemos a ele nosso olhar antes das práticas com a ideia para o dia, não é mesmo? 

Lembrando, por fim, do que nossa colega Cida postou como comentário à lição 301 num dos anos passados, temos de pôr nossa atenção no fato de que, como ela dizia, chegamos agora a um momento delicado, um momento em que precisamos aprender o que é a Segunda Vinda, na verdade, abandonando tudo o que nos foi ensinado a respeito de um Juízo Final assustador, em que os justos, destinados ao Céu, seriam separados dos ímpios, que, por sua vez, seriam condenados por toda eternidade a um castigo sem fim. Ao "mármore do inferno". 

Para o Curso, e verdadeiramente, a Segunda Vinda é apenas a volta do sentido, a correção dos erros e a volta da sanidade. É o convite [que nós fazemos] para Deus, para a Sua Realidade, tomar o lugar das ilusões. É a permissão que damos para que o Cristo, nossa Verdadeira Identidade, nasça em nós em todos os momentos. É nossa disposição para deixar que o perdão repouse sobre todas as coisas, em primeiro lugar sobre cada um de nós mesmos, sem exceção e sem reservas. Ou como diz o texto em outro ponto: A Segunda Vinda é a consciência da realidade, não o seu retorno.

Então, faz sentido o Curso dizer que não precisamos fazer nada. Basta que nos coloquemos à disposição do espírito em nós, para deixar que o Cristo nasça em cada um, hoje, e todos os dias a contar de hoje. Pois é esta disposição que pode nos dar o olhar crístico para ver um mundo perdoado, um mundo que não necessita de nenhuma das mudanças que o sistema de pensamento do ego, em sua pretensa onipotência, quer nos fazer crer necessárias.

Como já sabemos, é um equívoco pensar que quaisquer mudanças que possamos fazer nas circunstâncias que nos cercam exerçam qualquer efeito sobre o Ser que verdadeiramente somos. As circunstâncias não são mais do que circunstâncias, se vistas corretamente a partir do olhar amoroso de Cristo. Além do mais, ver quaisquer necessidades de mudança no mundo é dar a ele um valor e um poder que ele não tem. Não é o mundo que precisa ser transformado, mas nossa percepção do mundo, conforme a meta que o Curso nos apresenta.

Ou, repetindo a parte final dos comentários de anos passados a esta mesma lição, as paixões que as coisas terrenas despertam dizem respeito apenas às circunstâncias que não vão durar, pois só existem na ilusão de tempo e de espaço, neste mundo em que aparentemente vivemos. Estas paixões fundam as leis que mantêm o amor no cativeiro. E, de acordo com Carol Gilligan, de quem já falei antes: "As leis que mantêm o amor em cativeiro mantêm este mundo no lugar".

Convido-os(as), pois, mais uma vez neste dia, a todos e a todas, a deixarmos nascer, ou renascer, pelas práticas, o divino em cada um de nós. Para aprendermos a experimentar o Amor que dura para sempre e que é a única coisa que existe realmente. A única coisa que, de fato, queremos. A única coisa que pode nos dar a alegria e a paz perfeitas e completas, que são a Vontade de Deus para nós. E a nossa própria vontade. 

Às práticas?


Um comentário:

  1. O Curso em Milagres dá testemunhos da verdadeira Lei Divina, da Fonte criadora que gesta a vida e nos induz a torná-la viva em nossa individualidade.No momento atual, o homem está voltado para descobrir as leis naturais na sua própria vida. Não mais aquela fé cega e nem os exemplos dos santos são suficientes para fortalecer os valores do espíritos, são pontos de apoio para que cada um descubra, em si mesmo, essas leis funcionando concretamente. Esses pontos de apoio tem sido dado pelo Curso ao sugerir a "morte" de tudo que acreditamos ser verdade para viver num outro mundo real , com outras leis,compromissado com essa nova realidade.Por isso eu disse na última partilha, tudo começa com o compromisso ao chamado. Só através da prática, o mundo real vai revelando-se e dissolvendo as contradições de nossa vida individual,colocando-nos no ritmo que a humanidade precisa alcançar.Ao renunciar a tudo que afirmo ser, abro-me para novas possibilidades de comunhão com o divino. Seria o mistério do divino tornando-se humano?

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