domingo, 16 de outubro de 2016

Compreendendo ou não, as coisas são só o que são


7. O que é o Espírito Santo?

1. O Espírito Santo se interpõe entre as ilusões e a verdade. Uma vez que Ele tem de construir uma ponte sobre a brecha entre a realidade e os sonhos, a percepção leva ao conhecimento por meio da Graça que Deus dá a Ele para ser Sua dádiva a todos que se voltarem para Ele em busca da verdade. Do outro lado da ponte que Ele provê, todos os sonhos são levados à verdade, para serem dissipados diante da luz do conhecimento. Descartam-se aí, para sempre, cenas e sons. E, aonde eles eram percebidos anteriormente, o perdão torna possível o final tranquilo da percepção.

2. É apenas este fim dos sonhos que a meta do ensinamento do Espírito Santo estabelece. Pois, diferente de testemunhas do medo, cenas e sons têm de ser transformados em testemunhas do amor. E, quando isso se realizar inteiramente, o aprendizado atinge a única meta que tem na verdade. Pois o aprendizado se torna o meio para ir além de si mesmo a fim de ser substituído pela verdade eterna, à medida que o Espírito Santo o guia na direção do resultado que Ele vê para o aprendizado.

3. Se ao menos soubesses o quanto teu Pai anseia que reconheças tua inocência, não permitirias que a Voz d'Ele apelasse em vão, nem rejeitarias Seu substituto para as imagens e sonhos assustadores que fizeste. O Espírito Santo compreende os meios que fizeste, pelos quais queres alcançar o que é inalcançável para sempre. E, se os ofereceres a Ele, Ele utilizará os meios que fizeste em defesa do exílio para devolver tua mente ao lugar em que ela verdadeiramente se sente em casa. 

4. O Espírito Santo, desde o conhecimento onde Ele foi colocado por Deus, te chama para que deixes o perdão descansar sobre teus sonhos, para seres devolvido à sanidade e à paz de espírito. Sem o perdão, teus sonhos continuarão a te aterrorizar. E a lembrança de todo Amor de teu Pai não voltará para assinalar que o fim dos sonhos chegou.

5. Aceita a dádiva de teu Pai. Ela é um Chamado do Amor para o Amor , a fim de que o Amor seja apenas Ele Mesmo. A dádiva d'Ele é o Espírito Santo, por meio do qual a paz do Céu é devolvida ao Filho amado de Deus. Tu te recusarias a aceitar a função de completar Deus, se tudo o que Ele deseja é que tu sejas completo?

*

LIÇÃO 290

Minha felicidade neste momento é tudo o que vejo.

1. A não ser que eu olhe para aquilo que não existe, minha felicidade neste momento é tudo o que vejo. Olhos que começam a se abrir veem, enfim. E eu quero que a visão de Cristo venha a mim neste dia mesmo. Aquilo que percebo sem a Moderação Própria de Deus para a visão que fiz é assustador e doloroso de se ver. Porém, não vou deixar nem mais um instante que minha mente seja enganada pela crença de que o sonho que fiz é real. Este é o dia em que busco minha felicidade neste momento e não olho para mais nada a não ser para a coisa que busco.

2. Com esta decisão, venho a Ti e peço que Tua força me sustente hoje, enquanto busco fazer apenas Tua Vontade. Tu não podes deixar de me ouvir, Pai. Aquilo que pedi Tu já me dás. E estou certo de que verei minha felicidade hoje.

*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 290

A ideia para as práticas de hoje, de forma similar à que praticamos ontem, e dizia que "o passado acabou" e não pode nos tocar, também busca nos ensinar a fincar pé no presente, no agora. Pois o que há para se viver fora dele, fora deste exato momento? Se quisermos escolher o amor, só podemos fazê-lo agora, neste exato momento! A partir da tomada de consciência do que somos, que também só pode se dar neste momento. Aqui e agora. Como o Curso ensina, o presente é o único tempo que existe.

Assim, para estimular e aprofundar a reflexão com as práticas desta ideia, dou-lhes, de novo, abaixo, alguns pensamentos de sábios e mestres de todos os tempos, de ontem e de hoje, pensamentos que sempre vale a pena repetir, e sobre os quais é também sempre proveitoso refletir, em sintonia com o que a lição quer que pratiquemos:

O primeiro, de Meister Eckhart, diz o seguinte: 

"Conhecerás a Deus sem imagens, sem aparência e sem meios. Enquanto este ele e este eu, a saber, Deus e a alma, não forem um único aqui, um único agora, o eu não poderá trabalhar nem identificar-se com aquele ele."

O segundo nos vem de Sri Ramana Maharshi, para quem:

"Não há criação nem destruição, nem destino nem livre arbítrio; nem caminho nem consecução; esta é a verdade final."

O terceiro, de Amakuki Sessan, afirma o seguinte:

"A verdadeira paz e a felicidade eterna, a imortalidade e a verdade universal, o Caminho do céu e da terra, em outras palavras, a experiência do Absoluto e do infinito ou, em termos religiosos, o caminho de Buddha - o grande erro consiste em pensar consegui-lo em algum céu ou mundo do outro lado. Nunca deixamos o Caminho por um momento sequer. O que podemos deixar não é o Caminho."

Agora, um poema de Zenrin:

"Se compreenderes, as coisas são exatamente como são.
Se não compreenderes, as coisas são exatamente como são." 


E, desta vez, terminemos com algo dito por Bob Dylan que, em seu livro "Crônicas - Volume um", disse que sua avó materna que morava com eles em sua infância disse-lhe certa vez:

"... a felicidade não está na estrada que leva a algum lugar. A felicidade é a própria estrada."

Às práticas?

OBSERVAÇÃO: 


Este comentário com algumas pequenas modificações é praticamente o mesmo feito a esta lição nos três últimos anos.


5 comentários:

  1. O nosso objetivo nessa terra é transcender as ilusões para deixar vir à tona o poder inato do espírito.Só assim, passaremos a agir com sabedoria e amor.Quando disse da necessidade de ligar-se à existência é porque entendo o momento presente como "vivência em duas realidades" : interna e externa, espiritual em unicidade e física voltada para as nossas crenças.As desarmonias que visualizo são, desde as macrocósmicas( ameaças de desastres globais) até as pessoais ( de sobrevivências, que acreditamos como reais).Essa época da informática, da globalização anuncia, também, como era da consciência.Todos os recursos estão aí para auxiliar quem está acordado.Assim também vejo o tempo. Esse tempo físico que acreditamos ter passado, presente e futuro (fatiamos). E o tempo contínuo onde tudo é. Onde existe a verdade do espírito. É por isso que a cura sempre existiu para aqueles que sintonizam-se nessa dimensão. Em qualquer tempo ela existe. Penso que estamos alinhando nosso relacionamento pessoal e espiritual, com a visão de que estamos conectados numa enorme teia mística.

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  2. Sim, Cida, sem dúvida alguma.

    É por isso que o que eu disse após seu comentário anterior foi pensado apenas como uma forma de levar a todos e todas que o lessem a refletirem acerca dos enganos a que o ego nos convida a aceitarmos como verdade, como necessidades de que busquemos mudar alguma coisa no mundo.

    Que mundo?

    No comentário de hoje há uma frase que diz o seguinte:

    Nunca deixamos o Caminho por um momento sequer. O que podemos deixar não é o Caminho."

    Quer dizer, por mais que pensemos que há um objetivo a cumprir, nesta terra, neste mundo, ele nunca se refere ao mundo, mas apenas a nós mesmos, que, como você diz, temos de transcender as ilusões, isto é, o mundo, ligando-nos apenas a nossa essência de espíritos.

    Em sintonia com o Espírito Santo em nós, devemos pensar que nosso papel é o mesmo d'Ele, o de construir "uma ponte sobre a brecha entre os sonhos e a realidade".

    Aqueles e aquelas de nós que se voltam para Ele abandonam, "para sempre, cenas e sons". O mundo.

    E é o perdão, oferecido via Espírito Santo, a mim mesmo e ao mundo todo, que "torna possível o final tranquilo da percepção". A meta que o Espírito Santo estabelece é apenas "este fim dos sonhos".

    Nossas práticas com o ensinamento objetivam a nos tornar capazes de entender, enfim, a partir da aceitação do que o Espírito Santo em nós, que o mundo é só sonho. Quer dizer, não há no mundo construído pela percepção nada além de sonho. Pesadelo para alguns. Muitos.

    E o que o Espírito Santo faz por nós, para nós? Ele nos põe, com o ensinamento - lembrando-nos de que este é apenas um dos caminhos do espírito -, em contato com a paz de espírito e nos convida a deixar que o perdão descanse sobre todos os nossos sonhos. Pois, "sem o perdão, teus sonhos [e os meus e os nossos] continuarão a te [a me/a nos] aterrorizar".

    Sem o perdão a nós mesmos e ao mundo todo em nossos sonhos, vamos continuar a pensar que há alguma coisa que precisa ser feita para mudar, para consertar, para melhorar, o mundo.

    De novo, que mundo?

    E mais: quem é este "eu" que vê, que percebe, a necessidade de mudança? Que vê, que percebe, o mundo? Um mundo.

    Ao final do texto-tema para esta série de lições que termina hoje, o Curso nos aconselha a aceitar a dádiva de Deus e pergunta: "Tu te recusarias a aceitar a função de completar Deus, se tudo o que Ele deseja é que tu sejas completo"?

    E nesta última lição da série lemos: "não vou deixar nem mais um instante que minha mente seja enganada pela crença de que o sonho que fiz é real".

    Quer dizer, o papel que nos cabe - e contra o qual o ego quer que nos voltemos - é apenas o de aceitar as dádivas de Deus, para que O possamos e, por consequência, para que possamos ser completos, íntegros...

    Continua...


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  3. Você, Cida, e eu, e todos os que acompanham as postagens neste espaço, quer conscientes disso, quer não, estamos tentando falar a mesma língua, e, muitas vezes, a falamos. Quando nos deixamos invadir pelo espírito, pelo divino e aceitamos as dádivas, perdoando-nos a nós mesmos e ao mundo todo, sem ver divisões, sem nos sentirmos separados de uns e outros, ou de qualquer coisa que se apresente a nós. Aceitando, simplesmente, que tudo está absolutamente certo exatamente da forma como está, conforme o Curso ensina.

    Este tempo (que o Curso ensina que não existe, assim como a Física moderna) é um tempo como qualquer outro que possa haver existido. Como diz a letra da canção, "ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais", e os que viveram antes deles, e os que vieram antes, muito antes, desde o início disso a que chamamos tempo.

    Na verdade, continuamos a fabricar e a adorar ídolos por medo de nos voltarmos para dentro, que é tudo o que se precisa fazer. Não há que se procurar explicações para nada em qualquer lugar que não no interior de nós mesmos.

    E, sim, se prestarmos bastante atenção vamos nos descobrir ligados a uma "enorme teia mística", como você diz. Porque tudo é milagre, e se não vemos isso ainda é porque não estamos olhando a partir da visão do divino interior.

    Obrigado por continuar por aqui conosco e por compartilhar.

    Paz e bem!

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  4. Sempre grata aos seus comentários e ensinamentos. Uma homenagem para você, nesse dia dos professores, pelas palavras do grande mestre Rubem Alves.A lagarta dorme num vazio chamado casulo até se transformar em borboleta.

    A música precisa de um vazio chamado silêncio para ser ouvida. Um poema precisa do vazio da folha de papel em branco para ser escrito. É no vazio da jarra que se colocam flores.

    E as pessoas, para serem belas e amadas, precisam ter um vazio dentro delas. A maioria acha o contrário; pensa que o bom é ser cheio. Essas são as pessoas que se acham cheias de verdades e sabedoria e falam sem parar. São umas chatas!

    Bonitas são as pessoas que falam pouco e sabem escutar. A essas pessoas é fácil amar. Elas estão cheias de vazio.

    E é no vazio da distância que vive a saudade.

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    1. Obrigado, Cida,

      Oxalá saibamos criar e conservar nossos vazios cada vez mais, para nos podermos abrir a tudo o que é verdadeiro.

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