terça-feira, 18 de outubro de 2016

Quando vamos nos render à Presença em nós?


8. O que é o mundo real?

1. O mundo real é um símbolo, igual ao resto do que a percepção oferece. Contudo, ele representa o contrário daquilo que tu fizeste. Teu mundo é visto pelos olhos do medo e te traz à mente as evidências do horror. O mundo real não pode ser visto senão por olhos que o perdão abençoa, a fim de que eles vejam um mundo no qual o horror seja impossível e não se possa encontrar indícios de medo.

2. O mundo real possui uma contrapartida para cada pensamento infeliz que se reflete em teu mundo; uma compensação infalível para as cenas de medo e para os ruídos de luta que teu mundo contém. O mundo real apresenta um mundo visto de forma diferente, por olhos serenos e por uma mente em paz. Não há nada aí a não ser paz. Não se ouve nenhum grito de dor e de tristeza aí porque não fica nada fora do perdão. E as imagens são serenas. Só imagens felizes podem chegar à mente que se perdoa.

3. Que necessidade esta mente tem de pensamentos de morte, ataque e assassinato? O que ela pode perceber a sua volta a não ser segurança, amor e alegria? O que há para ela querer escolher condenar e o que há para ela querer julgar de modo desfavorável? O mundo que ela vê nasce de uma mente em paz consigo mesma. Não há nenhum perigo à espreita em nada do que ela vê, porque ela é benigna e só vê benignidade.

4. O mundo real é o símbolo de que o sonho de pecado e de culpa acabou, e de que o Filho de Deus já não dorme. Seus olhos despertos percebem o reflexo seguro do Amor de seu Pai; a garantia infalível de que ele está redimido. O mundo real indica o fim do tempo, pois a percepção dele torna o tempo inútil.

5. O Espírito Santo não tem nenhuma necessidade do tempo depois que o tempo cumpre o propósito d'Ele. Agora, Ele espera aquele único instante a mais para que Deus dê Seu passo final e o tempo desapareça, levando consigo a percepção enquanto se vai, e deixa apenas a verdade para ser ela mesma. Esse instante é nossa meta, porque ele contém a lembrança de Deus. E, quando olhamos para um mundo perdoado, é Ele Quem nos chama e vem para nos levar para casa, lembrando-nos de nossa Identidade, que nosso perdão nos devolve.


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LIÇÃO 292


É certo um final feliz para todas as coisas.

1. As promessas de Deus não fazem nenhuma exceção. E Ele assegura que só se pode achar a alegria como resultado final para todas as coisas. O momento em que se chegará a este resultado, porém, depende de nós; de quanto tempo permitiremos que uma vontade estranha pareça se opor à d'Ele. E, enquanto pensarmos que essa vontade é real, não acharemos o final que Ele estabelece como resultado para todos os problemas que percebemos, para todas as provações que vemos e para cada situação com que nos deparamos. Contudo, o fim é certo. Pois a Vontade de Deus se faz na terra e no Céu. Nós vamos buscar e achar segundo a Vontade d'Ele, que assegura que se faça a nossa vontade.

2. Nós Te agradecemos, Pai, por Tua garantia de apenas resultados felizes no final. Ajuda-nos a não nos intrometermos e, assim, atrasar os finais felizes que Tu nos prometes para cada problema que podemos perceber, para cada provação que ainda pensamos ter de enfrentar.

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COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 292

Hoje, vamos dedicar nossa atenção mais uma vez, ainda que apenas por um momento, às ideias de nossas práticas de ontem [Este é um dia de serenidade e de paz.] e de domingo [Minha felicidade neste momento é tudo o que vejo.].

Voltar nossa atenção para as ideias que praticamos dois dias atrás, como eu disse nos comentários anteriores para esta lição, só pode nos levar a concluir que a ideia que vamos praticar hoje tem de ser verdadeira. Mais, não podemos também deixar de concluir que o Curso está certo ao afirmar que o único tempo que existe é o presente.

E, como eu disse antes também, alguns podem até se perguntar: Por quê? E eu, repetindo ainda alguns dos comentários anteriores, diria que a razão para tanto é o fato de que as práticas diárias nos põem - agora - em contato direto com o que somos - e de que nos esquecemos a maior parte do tempo -, ainda que por alguns instantes apenas, dependendo do modo pelo qual nos dedicamos a elas. 

Em geral, porém, vivemos de forma inconsciente, fazendo coisas, querendo coisas, obtendo coisas e sonhando em ter e acumular mais e mais coisas, numa busca e numa atividade desenfreadas que nos afastam cada vez mais de nós mesmos, de tudo, de todos e, mais sério, nos afastam aparentemente cada vez mais de Deus. Apesar de este afastamento ser impossível. Lembremo-nos apenas, por exemplo, de uma das lições da primeira parte do livro que afirma: Deus vai comigo aonde eu for.

Ora, o contato com o que somos, agora - o único tempo que existe -, ainda que por breves instantes, nos devolve a consciência do divino em nós e nos permite estar presentes por inteiro em toda e qualquer situação que se apresente. É nossa presença por inteiro que facilita viver cada dia como "um dia de serenidade e de paz", ou que possibilita vermos apenas nossa "felicidade neste momento".

E é claro que estes vislumbres e vivências do presente, do "aqui e agora", em nós mesmos, por mais breves que sejam, insisto, podem nos garantir - e garantem, de fato -, que, como a ideia que praticamos hoje: É certo um final feliz para todas as coisas.

Vamos, pois, em nossas práticas hoje, oferecer ao Pai toda a gratidão de que somos capazes pela certeza de que a Vontade d'Ele é a garantia de nossa [própria] vontade, que é a mesma d'Ele e que só pode ser satisfeita, quando nos rendermos por completo a Sua Presença em nós. 

Às práticas?


Um comentário:

  1. Amadas, amados,

    Começando as práticas deste dia, logo cedinho, ocorreram-me mais alguns pontos para nos ajudar a ampliar a reflexão com a ideia para este dia.

    Aí vão:

    "As promessas de Deus não fazem nenhuma exceção." E elas garantem que só a alegria pode ser o final encontrado para todas as coisas.

    Porém, cabe a nós, a cada um de nós, a decisão de quanto chegar a este resultado.

    E a pergunta é: por quanto tempo ainda vamos permitir que uma vontade estranha, alheia, diferente dessa continue a nos impedir de experimentar e viver o final feliz?

    Uma vontade que parece contrariar a Vontade de Deus só pode ser a do ego. Mas essa vontade existe verdadeiramente? Para quantos de nós?

    Então, podemos nos perguntar: quanto tempo vamos nos demorar para aceitar a Vontade de Deus de alegria, de paz e felicidade completas para nós, para todos e para cada um de nós?

    Lembremo-nos, pois, do livre arbítrio. Deus não pode nos forçar a nada. Cabe apenas a cada um de nós a decisão de ser feliz, de viver a alegria, de viver a paz de espírito.

    O final feliz está no reconhecimento de que nada real pode se opor à Vontade de Deus. O reconhecimento de que Deus quer a mesma coisa que eu, que cada um de nós: ser completo, e que nos completemos n'Ele.

    Não há lugar para onde fugir, não para onde correr neste mundo de aparências, pois tudo o que fazemos, quando corremos, quando fugimos é tão somente correr e fugir de nós mesmos. E, claro, por extensão, de Deus.

    Mas por quê? Para quê?

    Por quanto tempo ainda vamos dar ouvidos a essa voz incessante, aterrorizante, que nos fala dos perigos do mundo, que se encolhe e quer que nos encolhamos de medo. Essa voz que quer que reconheçamos em nós uma culpa que não temos. Ainda somos como Deus nos criou. Inocentes. Puros. Sem mácula, sem mancha, sem pecado.

    Crianças que se fartam e contentam na alegria, no riso, na beleza de ser, de amarem e de serem amadas. Isso é o que somos na verdade.

    Até quanto, então, vamos adiar o final feliz, por insistirmos em um apego às coisas do mundo, às pessoas do mundo, ao mundo, como se, de fato, existisse nele algo de valor? Como se ele, o mundo, - e tudo o que aparentemente vemos nele - de verdade existisse?

    Até quando?

    Paz e bem!

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