domingo, 3 de fevereiro de 2013

Olhar de frente para as situações que se apresentam



LIÇÃO 34

Eu poderia ver paz em vez disso.

1. A ideia para hoje começa a descrever as condições que predominam no outro modo de ver. Paz de espírito é evidentemente uma questão interior. Ela tem de começar com teus próprios pensamentos e, então, se estender para fora. É de tua paz de espírito que surge uma percepção serena do mundo.

2.Pede-se três períodos mais longos de prática para os exercícios de hoje. Aconselha-se um pela manhã e um à noite, com um período adicional a ser empreendido no intervalo a qualquer momento que pareça o mais adequado à disposição. Todas as aplicações devem ser feitas de olhos fechados. É para teu mundo interior que as aplicações da ideia de hoje devem ser feitas.

3. Pede-se cerca de cinco minutos de exame mental para cada um dos períodos mais longos de prática. Examina tua mente em busca de pensamentos de medo, situações que provoquem ansiedade, pessoas ou acontecimentos "desagradáveis", ou qualquer outra coisa a respeito da qual nutras pensamentos não amorosos. Observa-os todos despreocupadamente, repetindo a ideia para hoje devagar enquanto os observas surgirem em tua mente e deixa que cada um seja substituído pelo seguinte.

4. Se começares a sentir dificuldade para pensar em sujeitos específicos, continua a repetir a ideia para ti mesmo de uma maneira calma, sem aplicá-la a nada em particular.Certifica-te, porém, de não fazer nenhuma exclusão específica.

5. As aplicações mais breves têm de ser frequentes e devem ser feitas sempre que sentires que tua paz de espírito está ameaçada de algum modo. O objetivo é o de te protegeres da tentação durante o dia inteiro. Se surgir uma forma específica de tentação em tua consciência, o exercício deve tomar esta forma:

Eu poderia ver paz nesta situação em vez do que vejo nela agora.

6. Se as invasões a tua paz de espírito tomarem a forma de emoções adversas mais genéricas, tais como depressão, ansiedade ou angústia, usa a ideia em sua forma original. Se achares que precisas de mais do que uma aplicação da ideia de hoje para te ajudar a mudar o modo de pensar em qualquer contexto específico, tenta reservar alguns minutos e dedicá-los à repetição da ideia até experimentares alguma sensação de alívio. Ela te será útil se disseres a ti mesmo especificamente:

Eu posso substituir minhas sensações de depressão,
ansiedade ou angústia [ou meus pensamentos
a respeito desta situação, pessoa ou acontecimento] pela paz.

*

COMENTÁRIO:

Para que este domingo, dia 3 de fevereiro, possa vir a ser de fato um dia de louvor e de agradecimento, um dia de alegria sem fim, que nos mostre um vislumbre do que é olhar de outro modo para o mundo, vamos explorar a LIÇÃO 34.


"Eu poderia ver paz em vez disso."

Como se pode ler em um livro de Don Miguel Ruiz, um curador, um xamã, mexicano: "Todos nós, pelo menos uma vez em nossas vidas, experimentamos a comunhão com nosso Criador. Há momentos de inspiração em que sentimos a grandeza da criação, a beleza e a perfeição de todas as coisas que existem. Nossa reação emocional [só] pode ser de maravilhamento. Sentimos a mais incrível paz interior misturada com intensa alegria, e a chamamos de bênção, ou estado de graça e gratidão".

É nesta direção que as práticas querem nos levar. Para que possamos nos maravilhar cada vez mais e perceber mais vezes a perfeição que nos rodeia, sendo gratos por ela, sentindo-nos abençoados por estarmos vivos, aqui e agora, aonde quer que estejamos.

É em razão disso que a lição começa assim neste domingo:

A ideia para hoje começa a descrever as condições que predominam no outro modo de ver.


Eu poderia ver paz em vez disso.

O que nos incomoda? É o trabalho, a escola, o patrão, os colegas, a atividade, em si, a que nos dedicamos? Estamos lidando com algo que aparentemente não tem significado algum, não faz nenhum sentido? Mas que sentido há no mundo, além daquele que lhe dou?

Se as coisas não fazem sentido para mim, não será porque eu não estou vendo nenhum sentido em mim, em minha vida? Não será porque estou dissociado daquilo que sou na verdade? A quem se refere este "mim"? Quem é este "eu" de que falo?

Se nada do que vejo faz sentido ou se apresenta de forma caótica e confusa, quem em mim pode tomar a decisão de ver as coisas de modo diferente?

Eu poderia ver paz em vez disso.

E a lição diz em seguida: 


Paz de espírito é evidentemente uma questão interior. Ela tem de começar com teus próprios pensamentos e, então, se estender para fora. É de tua paz de espírito que surge uma percepção serena do mundo.

Como encontrar, então, a "tal" paz de espírito?

Mudando nosso modo de olhar para o mundo. Retirando do mundo tudo aquilo que achamos que ele é com base em experiências do passado. Sabemos que nada é o que parece ser. Só precisamos encontrar, em nós mesmos, um modo de não aprisionar nem as coisas, nem as pessoas, nem as situações que vemos em rótulos que as separem de nossa experiência.

Em outro livro, Don Ruiz diz que um dos compromissos que precisamos assumir, para voltarmos a experimentar a alegria de viver em todos os momentos de nossa vida, é o de nunca levar nada para o lado pessoal.

Da mesma forma, Joel Goldsmith diz que precisamos aprender a impessoalizar as experiências. Ninguém nunca faz nada contra nós, contra mim, contra ninguém. Tudo acontece por uma razão e só a pessoa que vive a situação - qualquer que ela seja - pode assumir a responsabilidade pelo que está vivendo. E precisa fazê-lo para poder chegar à paz.


Eu poderia ver paz em vez disso.

Sempre existe a possibilidade de se escolher de novo. Quando alguma coisa me acontece, alguma coisa que me afasta da alegria, da paz, preciso lidar com ela de modo responsável. Não posso culpar ninguém pelo que aconteceu, sob pena de perder de vista minha paz de espírito.

Se busco encontrar culpados para as coisas que vivo, estou me enganando e fugindo da responsabilidade que assumi em relação a minha própria vida. Pois já sei que: eu invento o mundo que vejo.

O que fazer então com uma situação problemática, uma "doença", uma "perda", uma "tragédia", ou qualquer coisa que, não curada, pode me levar à depressão, ao desespero, à perda completa da paz de espírito?

Preciso enfrentar a situação olhar de frente para ela e assumir que ela só se apresentou por ser a experiência que escolhi viver. Assumir a responsabilidade por qualquer experiência que se apresente a mim é o primeiro passo. Não importa se conscientemente não tenho lembrança de a ter pedido. "Aconteceu a única coisa que poderia ter acontecido." Esta é uma das quatro leis espirituais que se aprende na Índia. E ela se refere a tudo.

Sabendo disso, então, vou acolher e aceitar a experiência que se apresenta, qualquer que seja ela - segundo passo. E vou - terceiro passo - agradecer por ela se ter apresentado exatamente da forma que se apresentou. Pois, de um modo que nem sempre se pode explicar, ela trouxe exatamente aquilo de que eu precisava para conhecer um pouco mais de mim mesmo.

O último passo é escolher de novo. Quando - e se - for o caso. Mas não posso chegar a este passo sem passar por cada um dos anteriores. Na prática o que preciso aprender é a não resistir a nada. Pois a resistência em geral se deve ao julgamento.


Eu poderia vez paz em vez disso.

Mais uma vez, o restante do que a lição oferece são instruções específicas a respeito do modo de aplicar a ideia para nosso maior benefício.

De maneira particular, podemos ficar bem atentos ao que ela traz ao fina, para usarmos não apenas hoje, mas em quaisquer ocasiões em que vejamos balançar nossa paz de espírito.

É isso:


Eu posso substituir minhas sensações de depressão,
ansiedade ou angústia [ou meus pensamentos
a respeito desta situação, pessoa ou acontecimento] pela paz.


4 comentários:

  1. Nossa Moises ! Que síntese que você fez!
    É maravilhoso poder contar com pessoas que viram além como Joel Goldsmith,Don Miguel Ruiz e outros tantos mas, mais importante para o "agora" é ter pessoas ,como você, que alinha todo esses saberes. Lembrei-me de algo que li do poeta Roland Barthes ao constatar que ao envelhecer era preciso entregar-se ao esquecimento de tudo que aprendera e, só assim, a vida poderia brotar novamente. O curso oferece essa possibilidade a cada dia. E, só em cada momento do presente, posso substituir sentimentos de conflitos pelo de paz. Posso fazer a vida brotar em cada instante. Que a luz que inspirou " Um Curso em Milagres" esteja com você e com todos que o seguem.

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  2. Moisés
    Me junto a Cida para te dizer: "Nossa! Que comentário fabuloso". E que grande ajuda estás nos dando para compreendermos melhor e praticarmos melhor as lições.
    Muito obrigada!
    Super beijo
    Nina

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  3. Exatamente, Cida.

    O Curso nos pede em síntese que perdoemos o mundo. E isso pede que abandonemos tudo o que passou, por inexistente. Ao mesmo tempo, precisamos também deixar de buscar vislumbrar o que poderá vir a acontecer nalgum tempo ao qual ainda não chegamos: o futuro, inexistente também.

    Resta-nos pois o "agora", o único tempo que existe.

    Obrigado por sua generosidade e por partilhar conosco suas impressões e também seus saberes.

    Paz e bem!

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  4. Obrigado, Nina. Obrigado.

    Eu é que agradeço tua generosidade em compartilhar.

    Beijos.

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