quinta-feira, 20 de julho de 2023

O que nos torna livres é dar a liberdade que temos

 

REVISÃO VI

Introdução

1. Para esta revisão tomamos apenas uma ideia a cada dia e a praticamos tantas vezes quanto possível. Além do tempo que dedicas pela manhã, que não deve ser menos do que quinze minutos e das lembranças de hora em hora, ao longo do dia, usa a ideia tantas vezes quanto puderes entre estas práticas. Cada uma destas ideias, por si só, seria suficiente para a salvação, se fosse verdadeiramente aprendida. Cada uma seria suficiente para dar liberdade a ti e ao mundo, de todas as formas de escravidão, e para convidar a lembrança de Deus a vir outra vez.

2. Com isto em mente, começamos nossa prática na qual revisamos cuidadosamente os pensamentos que o Espírito Santo nos deu em nossas últimas vinte lições. Cada um deles, se compreendido, praticado, aceito e aplicado a todos os acontecimentos aparentes ao longo de todo o dia, contém todo o currículo. Um só é suficiente. Mas, a partir deste único, não se pode fazer nenhuma exceção. E, assim, precisamos usá-los todos e permitir que eles se fundam em um só, à medida que cada um contribui para o todo que aprendemos.

3. Estas sessões de prática, como em nossa última revisão, estão centradas em torno de um tema central com o qual começamos e terminamos cada lição. É este:

Eu não sou um corpo. Sou livre.
Pois ainda sou como Deus me criou.

O dia começa e termina com isto. E nós o repetimos a cada hora ou nos lembramos, nos intervalos, de que temos uma função que transcende o mundo que vemos. Além disso, e de uma repetição do pensamento particular que praticamos no dia, não se insiste em nenhuma forma de exercício, exceto em um abandono sincero de tudo o que atravanca a mente e a torna surda à razão, à sanidade e à simples verdade.

4. Para esta revisão, tentaremos ir além das palavras e das formas específicas de prática. Pois, desta vez, tentamos combinar um ritmo mais rápido com um caminho mais curto para a serenidade e para a paz de Deus. Nós simplesmente fechamos os olhos e, em seguida, esquecemos tudo o que pensávamos saber e compreender. Pois, deste modo, ficamos livres de tudo o que não sabíamos e de tudo o que não éramos capazes de compreender.

5. Há apenas uma exceção a esta falta de estrutura. Não permitas que nenhum pensamento vão passe sem ser questionado. Se perceberes algum, nega-lhe seu domínio e te apressa a assegurar a tua mente que não é isto que ela quer. Em seguida, deixa que o pensamento que negaste seja abandonado de forma tranquila em uma troca rápida e segura pela ideia que praticamos no dia.

6. Quando fores tentado, apressa-te em declarar tua liberdade da tentação, enquanto dizes:

Eu não quero este pensamento. Em seu lugar, escolho __________ .

E, em seguida, repete a ideia para o dia e deixa que ela tome o lugar daquilo que pensaste. Além de tais aplicações particulares de cada uma das ideias do dia, acrescentaremos apenas algumas expressões planejadas ou pensamentos específicos para auxiliar na prática. Como alternativa, damos estes momentos de tranquilidade ao Professor Que ensina no silêncio, fala da paz e dá a nossos pensamentos qualquer significado que eles possam ter.

7. Ofereço a Ele esta revisão por ti. Eu te coloco sob a responsabilidade d'Ele e deixo que Ele te ensine o que fazer e dizer e pensar, cada vez que te voltares para Ele. Ele não vai deixar de estar a tua disposição cada vez que O chamares para te ajudar. Vamos oferecer a Ele toda a revisão que começamos agora e não nos esqueçamos também a Quem ela foi dada, ao praticarmos dia após dia, avançando na direção da meta que Ele estabeleceu para nós; deixando que Ele nos ensine como seguir, e confiando completamente n'Ele quanto à melhor maneira pela qual cada período de prática pode se tornar uma dádiva amorosa de liberdade para o mundo.

*

LIÇÃO 201

Eu não sou um corpo. Sou livre.
Pois ainda sou como Deus me criou.

1. (181) Confio em meus irmãos, que são um comigo.

Não há ninguém que não seja meu irmão. Sou abençoado pela unidade com o universo e com Deus, meu Pai, o único Criador do todo que é meu Ser, para sempre Um comigo.

Eu não sou um corpo. Sou livre.
Pois ainda sou como Deus me criou.

*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 201

Caras, caros,

Como vocês podem ver mais uma vez, esta revisão é de certa forma diferente de todas as anteriores, pois é a última deste ano de práticas. Ela vai marcar o final das práticas com a primeira parte do Livro de Exercícios e nos preparar para as lições da segunda parte. As lições que vão nos oferecer a possibilidade da cura da percepção.

Fazer o Curso significa, em meu modo de entender, fazer os exercícios, as lições, assumir um compromisso com o que somos na verdade e ater-se a este compromisso de forma tão firme, séria - mas com alegria - e constante quanto possível.

Conforme já lhes disse em anos passados, e repito agora, depois de algumas tentativas frustradas, iniciei as minhas práticas das lições no primeiro dia do ano de 2000. Venho praticando desde então. O blogue, por isso, é um grande incentivador das práticas para mim. Ele, o blogue, e o compromisso que assumi a partir dele com a publicação da lições, inicialmente, e depois, em 2010, com a proposta de revisão da tradução do livro de exercícios, me mantêm ligado às práticas diariamente. Além, é claro, do compromisso assumido comigo mesmo pela busca do conhecimento, ou do encontro, do Ser em mim.

Além do mais, de acordo com o que dizia a pessoa que fazia o papel de facilitadora dos primeiros encontros de que participei a partir de 1997 - a pessoa com quem tive os primeiros contatos com o Curso -, o encontro semanal, para os/as que participam de grupos de estudos do Curso, não é suficiente para o aprendizado. Porque não é o bastante para provocar e facilitar a mudança dos hábitos desenvolvidos por anos e anos. Uma hora e meia por semana (o tempo de duração dos encontros normalmente) é um tempo muito curto, já que, tão logo as pessoas saem dos encontros, o mundo do ego volta a assombrá-las vinte e quatro horas por dia, todos os dias. Apesar de sempre ser bem possível que a pessoa tenha um clarão de iluminação em qualquer momento de sua vida, com e sem o estudo do Curso.

O que posso dizer, então, do processo, passados estes mais de vinte anos? 

É crucial tomar a decisão a cada momento, se quisermos aprender o modo de questionar absolutamente tudo o que a percepção nos oferece, para não nos deixarmos influenciar pelo mundo. Pois tudo o que a percepção dos sentidos nos mostra é apenas ilusão. O ego quer que vejamos este mundo como a única realidade que existe e com a qual podemos contar. Não é! O Curso ensina em uma das lições: Eu sou espírito.

É claro que o Curso, como ele mesmo diz, é apenas um caminho. E precisamos ter isso bem claro, para não corrermos o risco de embarcar na mesma jornada a que quer nos levar - e muitas vezes nos leva - a maioria das "religiões" institucionalizadas, que se satisfazem com oferecer ídolos, orientando-nos a uma obediência cega, que priva todos, ou quase todos, os fieis, ou seguidores, de qualquer tipo de liberdade, oferecendo-lhes no lugar dela, prisões e mais prisões. Dogmas e mais dogmas. Na prática, quem adere a - e se torna dependente de - uma religião, continua escravo do sistema de pensamento do mundo, do ego. O mesmo vale, pode-se dizer, para qualquer pessoa que se deixe envolver pelo Curso, deixando de viver sua vida e cumprir sua função de salvador/a do mundo, buscando convencer outras pessoas a seguirem seu caminho com o Curso, tornando-se um/a fundamentalista do ensinamento, sem buscar ver o que pode existir no mundo como experiência reveladora do divino a quem o busca. Ou considerando o Curso como o único caminho.

Ora, só podemos aprender com a liberdade e só podemos ser livres quando aprendemos a oferecer a todos os que passam por nossa vida a mesma liberdade que nos põe em contato com a alegria e com a paz completas e perfeitas que, no dizer do Curso, são a Vontade de Deus para cada um e cada uma e para todos e todas nós. Enquanto ainda mantivermos em nós o pensamento de exercer o controle sobre alguma coisa ou sobre alguém, estamos reforçando nossa condição de prisioneiros/as do ego em nós mesmos/as e do ego no mundo.

Por isto é que os/as convido agora, de novo, a todos e a todas que já estão aqui, e a quem mais vier, a darmos mais uma vez os últimos vinte passos que restam para chegarmos ao ponto em que as lições vão ensinar mais a respeito da forma a ser usada para que nos lembremos do que, e de quem, somos na verdade. 

As lições que praticamos visam a nos levar ao ponto em que vamos ter certeza e confiança de que, como diz Joel Goldsmith, em seu livro A Arte de Curar pelo Espírito, "o Espírito atua sem cessar, atraindo a nós o que é nosso, seja o que isso for". É isto que vai nos permitir "entregar" ao Espírito toda a nossa vida, abandonando por completo qualquer medo, qualquer culpa.

Mais, ele diz: "lembra-te dele [de Deus, do Espirito] em todos os teus caminhos e ele te guiará no caminho certo". 

Peço-lhes, pois, mais uma vez, que revisemos com passos leves, sabendo agora que qualquer um destes últimos passos, por si só, dado com toda a disposição, de mente e coração abertos, pode nos devolver a herança que Deus, nosso Pai e nosso Ser, reserva para cada um e cada uma de nós, quando nos voltamos amorosamente para Ele dispostos a reconhecer, aceitar e assumir o compromisso com o papel que nos cabe em Seu plano para a salvação do mundo.

Ele vai conosco aonde formos, se O buscarmos trazer à consciência, se ficarmos atentos para tê-Lo na consciência em todos os instantes. Que esta certeza permaneça em nossos corações e mentes. Que Sua presença torne cada vez mais leve nosso caminhar. Vamos com Ele. Não há mais como nos desviarmos do caminho. A Vontade d'Ele, de alegria e paz completas para nós, é também a nossa vontade. 

É para aprender isto que revisamos hoje a ideia: Confio em meus irmãos, que são um comigo.

Às práticas, pois. Boa revisão a todos e todas.

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