sexta-feira, 28 de julho de 2023

Aprendemos a vigilância, a atenção, pelas práticas

 

LIÇÃO 209

Eu não sou um corpo. Sou livre.
Pois ainda sou como Deus me criou.

1. (189) Sinto o Amor de Deus em mim agora.

O Amor de Deus é o que me criou. O Amor de Deus é tudo o que sou. O Amor de Deus demonstra que sou Seu Filho. O Amor de Deus em mim me liberta.

Eu não sou um corpo. Sou livre.
Pois ainda sou como Deus me criou.

*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 209

Caras, caros,

Penso, como já disse em anos anteriores, que grande parte da ingenuidade, da espontaneidade, da alegria e do destemor da maioria das crianças muito pequenas - e de algumas maiores, ou de outras, ditas especiais e também de alguns raros adultos a que se poderia chamar de iluminados - se deve a sua quase que total dependência dos pais e de adultos a sua volta e à confiança que lhes dedicam (aos pais e a esses adultos. parentes ou não), uma vez que sua razão ainda não lhes dá a capacidade de pensar lógica e racionalmente, o que só vai acontecer em uns poucos anos, quando acontecer. Se acontecer.

A depender da forma com que forem ensinadas a se relacionarem com as pessoas e coisas do mundo, elas, as crianças, vão continuar a desenvolver sua confiança em si mesmas e nas outras pessoas, a partir da confiança que devotam aos pais e aos adultos que as rodeiam, ao mesmo tempo em que vão começar a ser menos dependentes deles, quando tudo se desenrolar a contento, da forma como costuma acontecer normalmente, para a maioria das pessoas no mundo.

É, pois, por um lado, muito importante que aprendamos - se ainda não aprendemos - a confiar nas pessoas, em todas as pessoas que se apresentam em nossas vidas em qualquer momento, pois é só este aprendizado que vai nos dar a confiança necessária para que nos entreguemos à vida de forma incondicional, reconhecendo, aceitando e acolhendo toda e qualquer experiência que se apresentar, porque cientes de que as escolhemos nós, mesmo quando não temos consciência do momento em que se deu a escolha e, às vezes, nem da razão ou razões por que ela foi feita. 

Por outro, é preciso termos ciência de que a confiança nos outros é reveladora da confiança que depositamos em nós mesmos/as. Porque, se não confiamos em nós mesmos/as, não há como confiar nos outros. Quer dizer, até há, mas aí vamos nos valer daquela confiança desconfiada, vamos nos relacionar com uns e outros, ou umas e outras, quase que o tempo todo, com aquela postura a que se costuma chamar de "confiar, mas sempre com um pé atrás". 

É também muito importante saber que a confiança só pode nascer da aceitação do outro por inteiro e, por extensão, da confiança completa em nós mesmos/as, sem julgamento. Isto é, é necessário abandonar o julgamento para confiar. Lembremo-nos de que quando não confiamos em nós mesmos/as estamos desconfiando do divino. E o mesmo acontece quando não temos confiança nos outros. Ou como disse alguém, Madre Tereza de Calcutá, se não me engano: "tudo é sempre entre Deus e eu", porque não há nada fora de mim. Ou de Deus, ou do que quer cada um, ou cada uma, de nós acredite como algo maior do que esta imagem equivocada que fazemos de nós mesmos/as.

Lembram-se da primeira lição que revisamos nesta série, a última das revisões: Confio e meus irmãos, que são um comigo? E todos são meus irmãos, nossos irmãos. Todas as pessoas do mundo.

E digo tudo isto mais uma vez apenas para que busquemos nos pôr em sintonia com o que trazemos de nossa experiência em relação à ideia que o Curso nos oferece para as práticas de hoje.

Nada do que já passou tem qualquer importância. E, se não fomos ensinados a confiar, ou se não fomos, ao longo de nossas vidas, educados/as de forma a ser cada vez mais livres, e a viver em harmonia com a Vontade de Deus para nós, o momento para corrigir a percepção é agora. O momento para ser livre, para escolher e tomar a decisão pela liberdade, é agora. É agora, neste momento, neste instante exato, que podemos sentir o Amor de Deus. E, não importa a experiência pela qual estejamos passando, se quisermos perceber alguma mudança no mundo, é só agora, no instante presente, neste exato momento, que precisamos e podemos mudar nosso modo de olhar para ele. É isto que, por consequência, vai trazer a mudança.

Não há outro tempo a não ser o presente. Quando nos deixamos enganar por aquilo a que damos nome de passado, imaginando que, se alguma coisa lá tivesse sido diferente, a situação que vivemos hoje poderia ser diferente, estamos nos auto-enganando. Estamos da mesma forma nos auto-enganando, quando buscamos nos convencer de que amanhã tudo vai ser diferente, porque nos propusemos a começar a fazer as coisas de forma diferente. É, sim, auto-engano, enquanto não tomarmos, de fato, a decisão e nos convencermos de que o que é preciso mudar só pode ser mudado agora:  e apenas a partir da tomada de decisão. E, claro, da ação, ou ações, que deve(m) se seguir à tomada de decisão.

Basta que pensemos uma vez mais na terceira daquelas quatro leis espirituais que se ensina na Índia: "Toda vez que você iniciar é o momento certo". Mas não dá para deixar para amanhã. É preciso tomar a decisão agora. E saber que tomar a decisão é apenas o começo. E que ela vai ter de ser tomada a cada passo, a cada instante, a cada novo desafio, a cada nova experiência. Até estarmos certos de que tomamos a decisão que nos leva a viver a Vontade de Deus de alegria e paz perfeitas e completas para nós o tempo todo. Até sermos capazes de dizer e viver o tempo inteiro o que a ideia de hoje nos pede para praticar. Pois enquanto não formos capazes de confiar em nós mesmos/as e de nos amarmos inteira e completamente, ainda não estaremos sentindo em nós o Amor de Deus. E não o viveremos de fato. Daí a necessidade da atenção, da vigilância e dos exercícios diários.

Às práticas?

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