LIÇÃO 215
Eu não sou um corpo. Sou livre.
Pois ainda sou como Deus me criou.
1. (195) O amor é o caminho que sigo com gratidão.
O Espírito Santo é meu único Guia. Ele caminha comigo no amor. E eu dou graças a Ele por me mostrar o caminho a seguir.
Eu não sou um corpo. Sou livre.
Pois ainda sou como Deus me criou.
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COMENTÁRIO:
Explorando a LIÇÃO 215
Mais uma vez, o que o Curso oferece para nossas práticas de hoje é uma ideia à qual vai ser preciso darmos o melhor do melhor de nossa capacidade de atenção. E por que digo isto? Porque, em geral, no estado comum de consciência não nos apercebemos da necessidade da gratidão pelo caminho que seguimos, seja ele qual for. Não nos damos conta de que é só quando somos agradecidos, que o universo derrama sobre nós todas as suas bênçãos e maravilhas. Como sabemos, o universo é apenas um grande, um enorme, espelho, e só nos devolve o que mostramos a ele.
E afinal, já passamos pelas lições que ensinam que somos nós mesmos que criamos as experiências pelas quais queremos - escolhemos e precisamos - passar, não é? E como o fazemos? De onde elas vêm? Do nada? Não! Não! Elas vêm de nossos pensamentos, de nossas ações, ou da falta delas, e tudo isso é resultado de nossas crenças, que se manifestam a partir daquilo que damos para o mundo. Ou do que não damos, quando a experiência que vivemos é de escassez, de falta e de perda.
É por esta razão que nossas práticas hoje visam a nos abrir os olhos para o fato de que o caminho pelo qual seguimos é o caminho do amor. Pois, quer queiramos quer não, quer saibamos quer não, o caminho em que andamos é aquele que vai nos levar ao amor; o único anseio que queremos de verdade ver atendido. Não ao amor que se busca no mundo, nas coisas e pessoas do mundo e que pode ser confundido com barganha, mas o amor que é, em última instância, aquilo que somos na realidade. Mesmo que não tenhamos isto muito claro em nossa consciência.
Aproveitando, então, o que digo aí acima, vou me valer novamente de um pequeno trecho do texto como forma de chamar a atenção para a necessidade de olharmos para o mundo de modo diferente, como preconiza o Curso. Atentos. O trecho está no capítulo 12 e tem por título VIII. A atração do amor pelo amor.
Diz ele a determinada altura:
"Se buscas o amor com o fim de atacá-lo, jamais o acharás. Pois, se o amor é compartilhar, como podes achá-lo a não ser a partir dele mesmo? Oferece-o e ele virá a ti, porque ele [o amor] é atraído para si mesmo".
É para se pensar, portanto, na diferença que há entre as formas com que buscamos o amor, obedecendo às orientações do sistema de pensamento do ego - carentes, necessitados, certos de uma imperfeição que não tem nada a ver com o que somos na realidade -, buscando uma completude que não pode ser encontrada em nada, nem em ninguém, a não ser em nós mesmos/as, no contato com o divino interior; e a forma que o Curso busca nos ensinar, a partir da orientação do Espírito Santo.
Para o Espírito Santo, que sabe que somos completos e perfeitos em Deus, isto é, em nós mesmos/as unidos/as ao divino, o movimento em direção ao amor é o de extensão, de doação. Pois como o Curso ensina, dar e receber são a mesma coisa. Em outras palavras, ainda de acordo com o ensinamento, só nos pode faltar aquilo que não damos. É por isso que precisamos aprender a gratidão. Pois só sendo capazes de agradecer por tudo o que se apresenta a nós pelos caminhos que escolhermos é que vamos perceber que trilhamos o caminho do amor.
E mais: para nos apercebermos da importância da atenção a tudo o que nos rodeia, repriso aqui, pela terceira ou quarta vez, ou quinta, quem sabe ?, o poema "Oração Natural", do amigo poeta, Donizete Galvão, que, no dizer de Guimarães Rosa, se "encantou", no início do ano de 2014, passado. Trata-se da:
Oração Natural
Fique atento
ao ritmo,
aos movimentos
do peixe no anzol.
Fique atento
às falas
das pessoas
que só dizem
o necessário.
Fique atento
aos sulcos
de sal
de sua face.
Fique atento
aos frutos tardios
que pendem
da memória.
Fique atento
às raízes
que se trançam
em seu coração.
A atenção:
forma natural
de oração.
Às práticas?
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