domingo, 26 de janeiro de 2020

"Só o amor perfeito existe." Todo o resto é só ilusão.


LIÇÃO 26

Meus pensamentos de ataque ferem minha invulnerabilidade.

1. É certamente óbvio que, se podes ser atacado, não és invulnerável. Tu vês o ataque como uma ameaça real. Isto acontece em razão de acreditares que podes, de fato, atacar. E aquilo que teria efeitos por teu intermédio também tem de ter efeitos sobre ti. É esta lei que, em última instância, te salvará, mas tu a estás utilizando de modo equivocado agora. Por isto, tu tens de aprender de que modo ela pode ser usada em favor de teus maiores interesses mais do que contra eles.

2. Uma vez que teus pensamentos de ataque serão projetados, terás medo do ataque. E, se temes o ataque, tens de acreditar que não és invulnerável. Por esta razão, os pensamentos de ataque te tornam vulnerável em tua própria mente, que é o lugar aonde estão os pensamentos de ataque. Pensamentos de ataque e invulnerabilidade não podem ser aceitos simultaneamente. Eles se contradizem.

3. A ideia para hoje apresenta o pensamento segundo o qual tu sempre atacas a ti mesmo primeiro. Se os pensamentos de ataque impõem a crença de que és vulnerável, seu efeito é o de enfraquecer tua percepção de ti mesmo. Deste modo eles atacam tua percepção de ti mesmo. E, por acreditares neles, não podes mais acreditar em ti mesmo. Uma imagem falsa de ti mesmo vem tomar o lugar daquilo que tu és.

4. A prática com a ideia de hoje te ajudará a compreender que a vulnerabilidade, ou a invulnerabilidade, é o resultado de teus próprios pensamento. Nada exceto teus pensamentos pode te atacar. Nada exceto teus pensamentos pode te fazer pensar que és vulnerável. E nada exceto teus pensamentos pode provar para ti mesmo que isto não é verdade.

5. Pede-se seis períodos de prática para a aplicação da ideia de hoje. Deve-se tentar dois minutos inteiros para cada um deles, embora o tempo possa ser reduzido para um minuto se o desconforto for grande demais. Não o reduzas mais do que isso.

6. Deves começar o período de prática repetindo a ideia para hoje, fechando os olhos, em seguida, e revisando as questões não-resolvidas, cujos resultados estão sendo causa de inquietação para ti. A inquietação pode tomar a forma de depressão, angústia, raiva, uma sensação de inconveniência, medo, pressentimento e fixação. Qualquer problema ainda indefinido que tenda a voltar a teus pensamentos durante o dia é um sujeito adequado. Tu não serás capaz de utilizar um número muito grande em qualquer um dos períodos de prática, porque deve-se dedicar a cada um um tempo maior do que o de costume. A ideia de hoje deve ser aplicada da seguinte forma: 

7. Primeiro, cita a situação:

Eu estou preocupado com ____________ .

Em seguida, examina cada resultado possível que ocorra em relação a isso e que te cause preocupação, referindo-te a cada um de modo bem específico, dizendo:

Tenho medo de que ________________ aconteça.

8. Se estiveres fazendo os exercícios de forma adequada, deves encontrar cerca de cinco ou seis possibilidades aflitivas à disposição para cada situação que usares, e é bastante provável achares mais. É muito mais proveitoso examinar por completo algumas poucas situações do que tatear em um número maior. À medida que a lista de resultados previstos para cada situação continuar, é provável que aches alguns deles menos aceitáveis, especialmente aqueles que te ocorrerem perto do final. Na medida do possível para ti, porém, tenta tratar todos do mesmo modo.

9. Depois de citares cada resultado do qual tenhas medo, dize a ti mesmo:

Este pensamento é um ataque contra mim mesmo.

Conclui cada período de prática repetindo a ideia de hoje para ti mesmo mais uma vez.

*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 26

Imagino que seja sempre possível, a todos e a cada um de nós, escolher ter mais tempo para dedicar às práticas, mesmo que o Curso não peça isso. Imagino que possamos todos, se quisermos de fato, assumir e honrar o compromisso de dedicar um pouco mais de atenção à ideia que vai orientar nossos exercícios de hoje.

Por isso, também, volto a tocar no assunto dos comentários que algumas pessoas fazem às lições, alinhando-os aos objetivos do blogue. É claro que podemos - e devemos - fazer as lições sozinhos, recolhidos, na medida do possível, no silêncio e voltando-nos para o interior de nós mesmos para permitir que as palavras que usamos calem fundo em nosso espírito.

No entanto, penso que é possível advirem dúvidas, surgirem questões para as quais não encontramos respostas imediatas. São essas dúvidas, essas questões que eu gostaria de ver compartilhadas. Não para respondê-las, mesmo que possa tentar, mas para que elas revelem, a todos/as os/as que entram em contato com o ensinamento, alguns dos obstáculos que o ego apresenta, e que precisam ser removidos para caminharmos de modo sereno na direção do conhecimento de nós mesmo. 

Falar daquilo que nos incomoda, que nos aborrece, que impede de alcançarmos a paz de espírito necessária para vivermos a alegria é um passo para nos libertarmos. É um passo na direção de nossa própria salvação e na direção da salvação do mundo.

Fico, como já disse antes, imensamente agradecido aos/às que se dispõem a contribuir desta forma. E se não lhes for possível fazê-lo postando o comentário no próprio blogue, ou se preferirem o anonimato para suas questões e dúvidas, fiquem, por favor, à vontade para enviar mensagem pessoal no endereço que o blogue mostra. Terei o maior prazer em conversar com quer que esteja disposto a isso. 

Eu também disse isto na mensagem enviada a cada uma das pessoas que já teve contato com o Curso por meu intermédio, assim como a cada uma das pessoas que lê estas postagens. Só estou frisando a disposição de me colocar a serviço de quem quer que ache necessário compartilhar suas dúvidas e questões.

Dito isso, vamos à ideia de hoje, pois não?

"Meus pensamentos de ataque ferem minha invulnerabilidade."

O que entendemos por invulnerabilidade? De acordo com o dicionário, invulnerabilidade é a qualidade daquilo que é invulnerável, isto é, algo que não pode ser ferido, atacado ou ser maculado de nenhum modo por qualquer coisa que seja.

Na realidade, como já vimos antes, somos invulneráveis porque somos - sempre seremos - tal qual Deus nos criou. Isto é, íntegros, completos, perfeitos do jeito que somos, independentemente de como nos vemos, de como pensamos a nosso próprio respeito, a partir das impressões que nos oferecem os sentidos, a percepção. E mesmo de qualquer coisa que os outros - os que convivem conosco - pensem ou digam a nosso respeito. E também independente da forma como somos vistos pelo(s) outro(s). Ou pelo que os outros pensam de nós.

Meus pensamentos de ataque ferem minha invulnerabilidade.

A lição começa:

É certamente óbvio que, se podes ser atacado, não és invulnerável. Tu vês o ataque como uma ameaça real. Isto acontece em razão de acreditares que podes, de fato, atacar. E aquilo que teria efeitos por teu intermédio também tem de ter efeitos sobre ti. É esta lei que, em última instância, te salvará, mas tu a estás utilizando de modo equivocado agora. Por isto, tu tens de aprender de que modo ela pode ser usada em favor de teus maiores interesses mais do que contra eles.

A crença na separação, que deu origem a todo o universo de ilusões em que pensamos viver, conforme diz o Curso, é o único problema que precisamos resolver.

Só podemos nos ver, ou imaginar que nos vemos separados - uns dos outros, e de Deus - e que vivemos vidas "privadas", "pessoais" e "particulares", que não têm nada a ver com as vidas de "outros", se nossa atenção estiver voltada principalmente para a voz do ego, para aquilo que diz a voz do falso eu, a quem o Curso chama à certa altura de "o grande impostor". 

Meus pensamentos de ataque ferem minha invulnerabilidade.

Em razão de darmos ouvidos à voz do "grande impostor", não compreendemos a maior parte das vezes que, como o Curso ensina, "a percepção é uma escolha e não um fato". Não compreendemos que é da escolha da voz que queremos ouvir e daquilo que queremos ver que depende tudo o que acreditamos ser. E, ainda segundo o texto, a percepção só é testemunha daquilo que escolhemos ouvir e ver, nunca da Realidade, pois a Realidade não necessita de nossa cooperação para ser o que é.

É daí que a lição continua:

Uma vez que teus pensamentos de ataque serão projetados, terás medo do ataque. E, se temes o ataque, tens de acreditar que não és invulnerável. Por esta razão, os pensamentos de ataque te tornam vulnerável em tua própria mente, que é o lugar aonde estão os pensamentos de ataque. Pensamentos de ataque e invulnerabilidade não podem ser aceitos simultaneamente. Eles se contradizem.

Quando escutamos o que a voz do ego diz e vemos o que ele nos orienta a ver, com certeza nos vemos "de forma diminuta, vulnerável e cheio[s] de medo". Experimentamos sentimentos de depressão, indignidade, instabilidade e irrealidade. Acreditamo-nos vítimas desamparadas de forças que estão muito além de nosso próprio controle e são muito mais poderosas do que nós. E, é claro, pensamos que o mundo é quem dirige nosso destino. 

Meus pensamentos de ataque ferem minha invulnerabilidade.

É isso exatamente que fazem os pensamentos de ataque. É só o que podem fazer. Mas apenas na ilusão deste mundo. Vejamos o que a lição diz a seguir:

A ideia para hoje apresenta o pensamento segundo o qual tu sempre atacas a ti mesmo primeiro. Se os pensamentos de ataque impõem a crença de que és vulnerável, seu efeito é o de enfraquecer tua percepção de ti mesmo. Deste modo eles atacam tua percepção de ti mesmo. E, por acreditares neles, não podes mais acreditar em ti mesmo. Uma imagem falsa de ti mesmo vem tomar o lugar daquilo que tu és.

Atentemos, pois, para isto: é "uma imagem falsa de ti mesmo", o ego, o falso eu, "o grande impostor", que se apresenta para tomar o lugar do que somos, na verdade, a partir de nossos pensamentos de ataque. Entretanto ele não tem nada a ver com o que somos na realidade. Podemos até acreditar que é ele que faz o mundo que dirige nosso destino, mas não podemos, em função disso, acreditar que o que ele faz tem qualquer coisa a ver com a Realidade.

É por isso que:

A prática com a ideia de hoje te ajudará a compreender que a vulnerabilidade, ou a invulnerabilidade, é o resultado de teus próprios pensamento. Nada exceto teus pensamentos pode te atacar. Nada exceto teus pensamentos pode te fazer pensar que és vulnerável. E nada exceto teus pensamentos pode provar para ti mesmo que isto não é verdade.

Atenção - e vamos voltar a isso mais tarde, adiante:
 
"Nada exceto teus pensamentos pode te atacar".
 
Ora, se compreendemos isto, o que há para temer?

Eu sou o dono e senhor de meus pensamentos. Se só eles podem me atacar, e se meus pensamentos não significam coisa alguma, quem pode resolver esta questão? Somente eu mesmo. Não lhes parece óbvio? De que forma? Reconhecendo que meus pensamentos não significam coisa alguma e que, por isso, não têm nenhum poder para sequer arranhar minha invulnerabilidade. Reconhecendo ainda que só eu posso escolher os pensamentos que vou ter ou os que não quero, abandonando de uma vez por todas as orientações da voz do "grande impostor", que faz tudo o que estiver a seu alcance para reforçar a crença na separação, sem a qual não pode existir.

Assim, seguindo passo a passo as orientações da lição podemos aplicar a ideia de hoje para mudar nosso modo de pensar.

Por exemplo: quando estou preocupado com a possibilidade de ter contraído uma doença grave, tenho medo de que ela me impossibilite de fazer as coisas da mesma forma que faço hoje e que, por fim, ela me leve à morte. Ora, quem não reconhece que estes pensamentos só podem ser um ataque a mim mesmo?

Quando nossos pensamentos nos deixam temerosos em relação a outra pessoa, por algo que ela possa vir a sofrer, é preciso que reconheçamos que os pensamentos que temos, apesar de parecerem um ataque a ela, são sempre, em primeiro lugar, um ataque a nós mesmos. Porque reforçam a crença na separação.

Lembremo-nos de que, citando parte do texto em anos passados, aprendemos que:

O amor perfeito exclui o medo.
Se o medo existe,
então não há amor perfeito.
Mas:
Só o amor perfeito existe.
Se há medo,
ele produz um estado que não existe.

"Acredita nisto e serás livre."

Às práticas?

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