segunda-feira, 9 de dezembro de 2019

Há coisas que só nos levam em direção ao sofrimento


13. O que é um milagre?

1. Um milagre é uma correção. Ele não cria e nem muda verdadeiramente em absoluto. Ele apenas olha para a catástrofe e lembra à mente que o que ela vê é falso. Ele desfaz o erro, mas não tenta ir além da percepção, nem suplantar a função do perdão. Deste modo, ele permanece nos limites do tempo. Não obstante, ele abre caminho para a volta da intemporalidade e para o despertar do amor, pois o medo tem de desaparecer sob o efeito da solução benéfica que ele traz.

2. Um milagre contém a dádiva da graça, pois é dado e recebido como único. E, desta forma, põe bem à mostra a lei da verdade a que o mundo não obedece, porque deixa de entender por completo os caminhos dela. Um milagre inverte a percepção que estava de cabeça para baixo anteriormente e, desta maneira, põe termo às estranhas distorções que eram evidentes. Com isto a percepção fica aberta à verdade. Com isto vê-se o perdão como justificado.

3. O perdão é o lar dos milagres. Os olhos de Cristo os entregam a todos que eles olham com misericórdia e amor. A percepção permanece correta na visão d'Ele e aquilo cuja finalidade era amaldiçoar vem para abençoar. Cada lírio de perdão oferece o milagre silencioso do amor ao mundo inteiro. E cada um é depositado diante da Palavra de Deus, sobre o altar universal ao Criador e à criação, na luz da pureza perfeita e da alegria infinita.

4. Aceita-se o milagre primeiro com base na fé, porque pedi-lo indica que a mente está pronta para compreender aquilo que ela não pode ver e não entende. Mas a fé trará suas evidências para demonstrar que aquilo em que se baseava de fato existe. E, assim, o milagre justificará tua fé nele e demonstrará que se baseava em um mundo mais verdadeiro do que aquele que vias antes; um mundo livre daquilo que pensavas existir.

5. Milagres caem do Céu como gotas de chuva reparadora sobre um mundo árido e empoeirado, a que criaturas famintas e sedentas vêm para morrer. Agora elas têm água. Agora o mundo tem vida. E os sinais de vida brotam em todos os lugares, para demonstrar que aquilo que nasce não pode morrer jamais, pois aquilo que tem vida é imortal.


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LIÇÃO 343

Não me é pedido para fazer nenhum sacrifício
A fim de descobrir a misericórdia e a paz de Deus.

1. O fim do sofrimento não pode ser a perda. A dádiva de todas as coisas só pode ser ganho. Tu só dás. Tu nunca tiras. E Tu me criaste para ser igual a Ti, deste modo o sacrifício vem a ser impossível para mim da mesma forma que para Ti. Eu também tenho de dar. E, assim, todas as coisas me são dadas para todo o sempre. Continuo a ser tal qual fui criado. Teu Filho não pode fazer nenhum sacrifício, pois tem de ser completo, por ter a função de Te completar. Eu sou completo porque sou Teu Filho. Não posso perder, pois só posso dar e todas as coisas são minhas eternamente.

2. A misericórdia e a paz de Deus são gratuitas. A salvação não custa nada. É uma dádiva que tem de ser dada e recebida livremente. E é isto que queremos aprender hoje.


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COMENTÁRIO:


Explorando a LIÇÃO 343

O Curso traz de novo hoje para as nossas práticas uma ideia que nos permite, uma vez mais, questionarmos, com argumentos coerentes, tudo aquilo que o mundo nos ensina. É uma ideia que põe em xeque o aprendizado de que o sacrifício é uma forma de amor. Ela diz o seguinte:

Não me é pedido para fazer nenhum sacrifício
A fim de descobrir a misericórdia e a paz de Deus.

Algo que podemos comprovar de forma clara e cristalina, quando voltamos nosso olhar e atenção para nosso próprio interior, à procura de misericórdia e de perdão, e encontramos estes sentimentos em nós mesmos, para compartilhar deles também toda vez que os oferecemos aos que povoam nosso mundo particular e o mundo que dividimos em consciência com todos os que fazem parte dele.

Não é necessário nenhum sacrifício. Basta que nos afastemos do medo, do orgulho e do desejo de ter razão a qualquer preço, que nos faz dar realidade à ilusão de que algo ou alguém fora de nós mesmos pode nos afetar, atacar ou ferir. A esta altura, penso que todos aqui já aprendemos - aprendemos? - com as lições que isto não é verdadeiro. Estas coisas só nos levam na direção do sofrimento. 

Será, pois, que algum de nós acredita que se afastar destas coisas signifique perder ou sacrificar algo valioso? Como a lição orienta:

O fim do sofrimento não pode ser a perda. A dádiva de todas as coisas só pode ser ganho. Tu só dás. Tu nunca tiras. E Tu me criaste para ser igual a Ti, deste modo o sacrifício vem a ser impossível para mim da mesma forma que para Ti. Eu também tenho de dar. E, assim, todas as coisas me são dadas para todo o sempre. Continuo a ser tal qual fui criado. Teu Filho não pode fazer nenhum sacrifício, pois tem de ser completo, por ter a função de Te completar. Eu sou completo porque sou Teu Filho. Não posso perder, pois só posso dar e todas as coisas são minhas eternamente.

Na verdade, de acordo com o ensinamento do Curso, sacrifício é o contrário de amor. E, em geral, o que sentimos por aqueles por quem "pensamos" nos sacrificar não tem absolutamente nada a ver com amor. Na verdade, é ódio o que sentimos por eles, pois, conforme o Curso ensina, o amor abole toda e qualquer forma de sacrifício.

Que tipo de Deus nos pediria algum sacrifício? Se Ele é o tudo de todas as coisas, que razão Ele teria para pedir a algum de nós que fizesse qualquer sacrifício? E por que nos daria o livre arbítrio, se precisássemos fazer qualquer sacrifício apenas para satisfazer a Vontade d'Ele? Isso contrariaria o livre arbítrio. É por isso que Deus nunca nos pede nenhum sacrifício. É por isso, que só pode ser o ego - o falso eu - quem tenta nos convencer da necessidade de que façamos qualquer sacrifício. E que busca nos impedir de perceber que a Vontade de Deus e a nossa são uma só e a mesma.

Por isso praticamos, para aprender que:

A misericórdia e a paz de Deus são gratuitas. A salvação não custa nada. É uma dádiva que tem de ser dada e recebida livremente. E é isto que queremos aprender hoje.

Deus nos dá tudo sempre. Assim, se deveras acreditamos que somos Filhos de Deus, criados a Sua imagem e semelhança - e isto não tem absolutamente nada a ver com o corpo. Sabemos já também que o corpo, o ego no corpo, é apenas uma imagem falsa que fazemos de nós mesmos. Esta imagem é construída a partir do sistema de pensamento do ego. Tendo isso em mente é, pois, forçoso acreditar que nascemos para compartilhar a abundância que vem de Deus. 

Isto é, todos - e cada um de nós - nascemos para dar, e ter, tudo em abundância. Sempre. Pois, na verdade, de acordo com o Curso, em seu ensinamento, dar e receber são a mesma coisa. E, uma vez que recebemos tudo, pois tudo o que Deus tem é nosso também, nada mais equivocado e falso do que acreditar que nos falte alguma coisa. 

A falta ou a carência não podem ser verdadeiras, como eu já disse antes, pois, como o Curso ensina, só temos, de fato, aquilo que damos. Ou, dizendo de outra forma, em sintonia com o que a ideia para as práticas de hoje nos convida a refletir, só pode nos faltar aquilo que não damos. Quando damos verdadeiramente a partir do que somos, dar nunca é um sacrifício, pois temos tudo em abundância em Deus.

Às práticas?


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