domingo, 22 de dezembro de 2019

O que há-de ser corrigido é apenas nossa percepção


14. O que sou?

1. Eu sou o Filho de Deus, perfeito e curado e inteiro, que brilha no reflexo de Seu Amor. Em mim, a criação d'Ele é santificada e tem a vida eterna assegurada. Em mim, o amor se completa, o medo é impossível e a alegria se estabelece sem oposição. Eu sou o lar sagrado do Próprio Deus. Eu sou o Céu onde o Amor d'Ele habita. Eu sou Sua Própria Inocência sagrada, pois em minha pureza habita a Própria Pureza de Deus.

2. Agora nossa necessidade de palavras está quase no fim. Porém, nos últimos dias deste ano, que oferecemos a Deus juntos, tu e eu, encontramos um propósito singular que compartilhamos. E, assim, tu te uniste a mim de modo que o que sou tu também és. As palavras não podem descrever a verdade do que somos. No entanto, podemos perceber claramente nossa função aqui e as palavras podem falar dela e, também, ensiná-la, se exemplificarmos as palavras em nós.

3. Nós somos os portadores da salvação. Aceitamos nosso papel de salvadores do mundo, que é redimido pelo nosso perdão conjunto. E, por isso, este perdão, nossa dádiva, nos é dado. Olhamos para todos como irmãos e percebemos todas as coisas como benignas e boas. Não buscamos uma função que esteja além do portão do Céu. O conhecimento voltará quando tivermos cumprido nosso papel. Nosso único interesse é dar boas vindas à verdade.

4. São nossos os olhos pelos quais a visão de Cristo vê um mundo redimido de todo pensamento de pecado. São nossos os ouvidos que ouvem a Voz por Deus declarar a inocência do mundo. São nossas as mentes que se unem quando abençoamos o mundo. E, da unidade que alcançamos, chamamos todos os nossos irmãos, pedindo-lhes que compartilhem nossa paz e tornem nossa alegria perfeita.

5. Nós somos os mensageiros santos de Deus que falam por Ele e que, ao levar Sua Palavra a todos aqueles que Ele nos envia, aprendem que ela está inscrita em nossos corações. E, deste modo, mudamos nossa forma de pensar a respeito do objetivo para o qual viemos e ao qual buscamos atender. Trazemos boas novas ao Filho de Deus, que pensava sofrer. Agora ele está livre. E, quando vir o portão do Céu aberto diante de si, ele entrará e desaparecerá no Coração de Deus.

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LIÇÃO 356

Doença é só outro nome para pecado.
Cura é só outro nome para Deus.
Deste modo, o milagre é um chamado a Ele.

1. Pai, Tu prometeste que nunca deixarias de responder a nenhum chamado que Teu Filho pudesse fazer a Ti. Não importa aonde ele esteja, qual pareça ser seu problema, nem aquilo que ele acredita ter se tornado. Ele é Teu Filho e Tu o atenderás. O milagre reflete Teu Amor e, por isso, o atende. Teu Nome substitui todos os pensamentos de pecado e quem é inocente não pode sentir dor. Teu Nome responde a Teu Filho, porque chamar Teu Nome é apenas chamar o próprio nome dele.


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COMENTÁRIO:


Explorando a LIÇÃO 356

Como já lhes disse em comentário anterior, li muito tempo atrás, numa das edições da revista Playboy, creio que logo no início de sua publicação no Brasil, uma entrevista com Madona, em que, entre outras coisas a respeito de religião e/ou religiosidade e crença, ela dizia que ninguém passa impunemente por uma educação religiosa nos moldes da judaico-cristã. E ela se referia em primeiro lugar à culpa, que tal educação incute nas cabeças e mentes de quem a recebe. Isso quer dizer, óbvio, que ninguém sai ileso de tal educação. Uma vez aceite o que nos ensina a maioria dos preceitos religiosos cristãos [dos judaicos não sei] - para o catolicismo, cristianismo ocidental, ressalve-se -, ao nascer deixamos de ser inocentes. Pode? 

Pode um filho de Deus nascer do pecado? Nascer pecador, necessitar de um batismo ou de um ritual qualquer para ter de volta sua inocência? Uma inocência que, na verdade, nunca se perdeu, nunca se perde e nunca se perderá, porque não pode ser de nenhuma forma maculada por quaisquer pensamentos, atos ou omissões em nossa experiência de vida. E o ensinamento cristão não para por aí, acusa-nos a todos de assassinos, pois somos, segundo ele, os causadores da crucificação de Jesus. E mais, distorcendo a mensagem de Jesus, em seu tempo, que chegou até nós nos dias atuais, afirma que só ele é filho de Deus; o restante de nós é apenas um bando de bastardos. 

E muitos, muitos, mas muitos, são levados a acreditar nisso. E isso serve como pretexto para enriquecer milhares de padres, de pastores, de igrejas, que se proclamam representantes do Senhor, arautos da salvação e que cobram taxas, dízimos, ou parcelas mensais de seus fiéis para lhes oferecer um lugar no Paraíso. Ou para livrá-los dos demônios que, na maioria das vezes, só podem ser os próprios padres, ou pastores, ou as igrejas.


Que deus pode ser este que inventaram, que precisa de oferendas de dinheiro, de bens materiais, da construção de templos luxuosos, de mármore e de ouro, para dar a salvação a quem quer que seja? E um grande número de pessoas, um número enorme de pessoas mesmo, equivocadas, acorre diuturnamente aos cultos, às missas, às rezas, aos encontros, com medo por sua alma. 

Daí a necessidade de um trabalho cada vez mais intenso para a mudança de nossa forma de pensar. Para que sejamos capazes de nos livrar dos conceitos caros ao catolicismo e a outras formas de cristianismo: entre eles o do pecado. Ou a ideia, inventada por um Santo Agostinho em crise de meia-idade, de que todo o sofrimento por que aparentemente passamos no mundo só poderia se dever a "um pecado original". Isto é, um pecado que "teríamos" todos desde antes do nascimento, apenas pelo fato de "nascermos" para este mundo de ilusões. 

É preciso, pois, que busquemos sempre mais, e cada vez com a maior atenção de que somos capazes, criar e desenvolver em nós a consciência de que

Doença é só outro nome para pecado.
Cura é só outro nome para Deus.
Deste modo, o milagre é um chamado a Ele.

como nos diz a ideia para as práticas de hoje. Aliás, alegria é também sinônimo de cura e de Deus, uma vez que o Curso ensina que "curar é devolver a alegria".

A ideia que vamos praticar mais uma vez hoje ensina também que cura é um dos nomes de Deus, e que basta dizer o Nome d'Ele para que voltemos a encontrar nossa Identidade de filhos n'Ele e com Ele. Basta dizer Seu Nome para reconhecer Seu Filho, no Ser em nós, Aquele Que somos na verdade em Deus. Basta dizer o Nome de Deus para adentrarmos em Seu Reino, que é também a nossa casa, o nosso lar verdadeiro. 

A ideia para as práticas de hoje fala ainda da doença como outro nome para o pecado, algo que o Curso ensina não existir. Haverá uma contradição aí? Não, não creio. O que acontece é que, em geral, quando o Curso fala no pecado, ele quer apenas se referir ao único problema que precisamos resolver, que é a crença na separação. 

Assim, qualquer doença que percebemos só pode ser também parte da ilusão que criamos e construímos por nos acreditarmos separados. Na unidade com Deus, nosso estado verdadeiro, não pode existir doença. É um equívoco, portanto, rezar para que alguém se cure de qualquer doença, tanto de acordo com o Curso [isso seria dar realidade a uma ilusão], quanto com Joel Goldsmith. Tudo o que é preciso fazer é nos voltarmos para a unidade de que pensamos nos ter separado. Isto significa dizer ainda, em conformidade também com o ensinamento do ho'oponopono, que a única coisa que precisa ser corrigida é nossa percepção equivocada. 

Ou ainda, dizer, com certeza, em afinidade com as práticas deste dia:

Pai, Tu prometeste que nunca deixarias de responder a nenhum chamado que Teu Filho pudesse fazer a Ti. Não importa aonde ele esteja, qual pareça ser seu problema, nem aquilo que ele acredita ter se tornado. Ele é Teu Filho e Tu o atenderás. O milagre reflete Teu Amor e, por isso, o atende. Teu Nome substitui todos os pensamentos de pecado e quem é inocente não pode sentir dor. Teu Nome responde a Teu Filho, porque chamar Teu Nome é apenas chamar o próprio nome dele. 

Ou, mais ainda, tomar consciência de que, como diz Ken Wilber, se estivermos olhando para o mundo e vendo nele quaisquer problemas, coisas, pessoas ou situações que nos incomodem, deprimam, enfureçam, que nos deixem inquietos ou temerosos, precisamos mudar nosso modo de olhar. Pois, para o olhar correto - o crístico -, o que vemos tem apenas de nos informar.

Às práticas?


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