terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Nenhum sacrifício tem alguma coisa a ver com amor


LIÇÃO 343

Não me é pedido para fazer nenhum sacrifício
A fim de descobrir a misericórdia e a paz de Deus.

1. O fim do sofrimento não pode ser a perda. A dádiva de todas as coisas só pode ser ganho. Tu só dás. Tu nunca tiras. E Tu me criaste para ser igual a Ti, deste modo o sacrifício vem a ser impossível para mim da mesma forma que para Ti. Eu também tenho de dar. E, assim, todas as coisas me são dadas para todo o sempre. Continuo a ser tal qual fui criado. Teu Filho não pode fazer nenhum sacrifício, pois tem de ser completo, por ter a função de Te completar. Eu sou completo porque sou Teu Filho. Não posso perder, pois só posso dar e todas as coisas são minhas eternamente.

2. A misericórdia e a paz de Deus são gratuitas. A salvação não custa nada. É uma dádiva que tem de ser dada e recebida livremente. E é isto que queremos aprender hoje.

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COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 343

O Curso traz hoje para as nossas práticas uma ideia que permite, mais uma vez, que questionemos, com argumentos coerentes, tudo aquilo que o mundo nos ensina. É uma ideia que põe em xeque o aprendizado de que o sacrifício é uma forma de amor. Ela diz o seguinte:

Não me é pedido para fazer nenhum sacrifício
A fim de descobrir a misericórdia e a paz de Deus.

Algo que podemos comprovar de forma clara e cristalina, quando nos voltamos para o interior de nós mesmos à procura de misericórdia e de perdão e encontramos estes sentimentos em nós mesmos para compartilhar toda vez que os oferecemos aos que povoam nosso mundo particular e o mundo que dividimos em consciência com todos os que fazem parte dele.

Não é necessário nenhum sacrifício. Basta que nos afastemos do medo, do orgulho e do desejo de ter razão a qualquer preço, que nos faz dar realidade à ilusão de que algo ou alguém fora de nós mesmos pode nos afetar, atacar ou ferir. A esta altura, penso que já aprendemos [aprendemos?] com as lições que isto não é verdadeiro. Estas coisas só nos levam na direção do sofrimento. 

Será, pois, que algum de nós acredita que se afastar destas coisas signifique perder ou sacrificar algo valioso? Como a lição orienta:

O fim do sofrimento não pode ser a perda. A dádiva de todas as coisas só pode ser ganho. Tu só dás. Tu nunca tiras. E Tu me criaste para ser igual a Ti, deste modo o sacrifício vem a ser impossível para mim da mesma forma que para Ti. Eu também tenho de dar. E, assim, todas as coisas me são dadas para todo o sempre. Continuo a ser tal qual fui criado. Teu Filho não pode fazer nenhum sacrifício, pois tem de ser completo, por ter a função de Te completar. Eu sou completo porque sou Teu Filho. Não posso perder, pois só posso dar e todas as coisas são minhas eternamente.

Na verdade, de acordo com o ensinamento do Curso, sacrifício é o contrário de amor. E, em geral, o que sentimos por aqueles por quem "pensamos" nos sacrificar não tem absolutamente nada a ver com amor. Na verdade, é ódio o que sentimos por eles, pois, conforme o Curso ensina, o amor abole toda e qualquer forma de sacrifício.

Que tipo de Deus nos pediria algum sacrifício? Se Ele é o tudo de todas as coisas, que razão Ele teria para pedir a algum de nós que fizesse qualquer sacrifício? E por que nos daria o livre arbítrio, se precisássemos fazer qualquer sacrifício para satisfazer Sua Vontade? Isso contrariaria o livre arbítrio. É por isso que Deus nunca nos pede nenhum sacrifício. É por isso, que só pode ser o ego - o falso eu - quem tenta nos convencer da necessidade de que façamos qualquer sacrifício. 

Por isso praticamos, para aprender que:

A misericórdia e a paz de Deus são gratuitas. A salvação não custa nada. É uma dádiva que tem de ser dada e recebida livremente. E é isto que queremos aprender hoje.

Deus nos dá tudo sempre. Assim, se deveras acreditamos que somos Filhos de Deus, criados a Sua imagem e semelhança - e isto não tem absolutamente nada a ver com o corpo, que é apenas uma imagem falsa que fazemos de nós mesmos, a partir do sistema de pensamento do ego -, é forçoso acreditar que nascemos para compartilhar a abundância que vem de Deus. 

Isto é, nascemos para dar tudo em abundância. Sempre. Pois, na verdade, de acordo com o ensinamento, dar e receber são a mesma coisa. E, uma vez que recebemos tudo, pois tudo o que Deus tem é nosso também, nada mais equivocado e falso do que acreditar que nos falte alguma coisa. 

Isso não pode ser verdade, como eu já disse antes, pois, como o Curso ensina, só temos, de fato, aquilo que damos. Ou, dizendo de outra forma, em sintonia com o que a ideia para as práticas de hoje nos convida a refletir, só pode nos faltar aquilo que não damos. Quando damos verdadeiramente a partir do que somos, dar nunca é um sacrifício dar, pois temos tudo em abundância em Deus.

Às práticas?

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