domingo, 21 de setembro de 2014

O objetivo de toda vida é alcançar o espírito


LIÇÃO 264

O Amor de Deus me envolve.

1. Pai, Tu estás na minha frente e atrás de mim, ao meu lado, no lugar em que me vejo e em todos os lugares aonde vou. Tu estás em todas as coisas que vejo, em todos os sons que ouço e em cada mão que busca alcançar a minha. O tempo desaparece em Ti e o espaço se torna uma crença sem sentido. Pois o que envolve Teu Filho e o conserva em segurança é o Próprio Amor. Não existe nenhuma Fonte a não ser esta e não existe nada que não compartilhe a santidade dela; nada que fique fora do alcance de Tua criação única ou sem o Amor que contém todas as coisas em si mesmo. Pai, Teu Filho é igual a Ti mesmo. Hoje, vimos a Ti em Teu Próprio Nome para ficar em paz no Teu Amor eterno.

2. Meus irmãos, juntem-se a mim hoje. Esta é a prece da salvação. Não temos de nos unir naquilo que salvará o mundo junto conosco?

*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 264

"Qualquer coisa que acredites ser boa, valiosa e pela qual valha a pena lutar neste mundo pode te ferir, e o fará. Não porque tenha o poder de ferir, mas apenas porque negaste que ela é só uma ilusão e a tornaste real. E ela é real para ti. Ela não é [mais só um] nada. E, por meio da realidade percebida nela, entra todo o mundo de ilusões doentias. Toda a crença no pecado, no poder do ataque, em ferimento e dano, em sacrifício e morte, vem a ti. Pois ninguém pode tornar uma ilusão real e, ao mesmo tempo, escapar das outras. Pois quem pode escolher manter aquelas que prefere e encontrar a segurança que só a verdade pode oferecer? Quem pode acreditar que as ilusões são todas iguais e, ao mesmo tempo, afirmar que uma delas é melhor?" [T.26.VI.1:1-9]

Voltemos mais uma vez nossa atenção para o texto acima, ponto de partida para o comentário a esta mesma lição em anos anteriores. Texto que pode se revelar de grande utilidade para nos convencermos de que a ideia que praticamos hoje é a que deve ser cultivada para que nos libertemos de quaisquer temores em nossa vida, na experiência aparente da forma e dos sentidos. 

Wayne Dyer, em um de seus livros, afirma que não se pode acreditar em Deus e ter medo ao mesmo tempo. Ou vivemos a partir de nossa fé com a certeza interior de que nada nos pode ferir a não ser nossos próprios pensamentos, ou estaremos vivendo uma vida dissociada daquilo que somos. Uma vida que se deixa orientar e dirigir pelas impressões e interpretações que o ego - o falso eu - e seu sistema de pensamento, orientado apenas pelos sentidos, nos oferecem como forma de ver-perceber o mundo. 

Talvez seja por isso que Jesus chegou a afirmar em seu tempo, a respeito de seus discípulos, que eram homens de pouca fé. Pois, apesar de verem, não viam e, apesar de ouvirem, não ouviam. Assim como a grande maioria de nós até hoje.

Hazrat Inayat Khan diz que o objetivo da vida é alcançar o espírito. E que alcançar o espírito não é apenas adquirir conhecimento ou sabedoria; é o apetite da alma; e que virá o dia na vida de uma pessoa em que ela sentirá o apetite da alma mais do que qualquer outro apetite.

Diz ele ainda não haver dúvida de que toda alma [no sentido de toda pessoa, todo ser] tem um anseio inconsciente pela satisfação do apetite da alma, mas que, ao mesmo tempo, a absorção de nossa vida diária nas atividades mundanas nos mantém tão ocupados que não temos tempo para prestar atenção ao apetite da alma. 

É exatamente a isto que se refere o texto que abre este comentário. Ele trata de nos chamar a atenção para o fato de nos deixarmos envolver pelo mundo do ego. Trata do fato de resistirmos, e de esquecermos de nos abrir, à ideia que o Curso nos oferece para as práticas. Elas são a melhor forma de neutralizar a insanidade de buscar satisfação em mundo que não pode oferecer nada verdadeiro. Nada duradouro.

Como eu disse antes, se voltarmos nossa atenção para a ideia que praticamos, acreditando na verdade que ela expressa, isto é, se acreditamos que o que nos envolve é o Amor de Deus, podemos, com certeza, abrir mão de todas as ilusões que o sistema de pensamento do ego nos oferece como alternativas à alegria infinita que Deus quer para nós.

Tudo no mundo da ilusão, repetindo parte dos comentários do passado,  é equivalente a nada no mundo real. Então, só precisamos abandonar toda e qualquer crença que nos diga que há alguma coisa que queiramos neste mundo para alcançarmos a paz e a alegria, que são nossa herança natural como filhos de Deus. E é por isso que a ideia para as práticas de hoje pode trazer luz a nossas vidas, ajudando-nos a fazer novas escolhas. 

A partir das práticas de hoje já não vamos mais poder acreditar que alguma coisa diferente da alegria e da paz perfeitas possa se apresentar a nós. Pois a lição de hoje nos oferece a certeza de que é só o Amor de Deus que nos envolve. E, se vemos e vivemos algo diferente da paz e da alegria completas, só pode ser porque ainda estamos nos recusando a reconhecer que a Vontade de Deus e a nossa própria vontade são uma só e a mesma.

Às práticas?

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