sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Não podemos confiar nos sentidos a serviço do ego


LIÇÃO 262

Que eu não perceba nenhuma diferença hoje.

1. Pai, Tu tens um único Filho. E é para ele que quero olhar hoje. Ele é Tua única criação. Por que eu deveria perceber mil formas naquilo que continua a ser único? Por que eu deveria dar a este único mil nomes quando um só basta? Pois Teu Filho tem de levar Teu Nome, porque Tu o criaste. Que eu não o veja como um estranho para Seu Pai, nem como um estranho para mim. Pois ele é parte de mim e eu dele, e nós, eternamente unidos em Teu Amor, somos parte de Ti Que és nossa Fonte; somos o Filho santo de Deus eternamente.

2. Nós, que somos um só, queremos reconhecer a verdade acerca de nós mesmos neste dia. Queremos ir para casa e descansar na unidade. Pois a paz está lá e não pode ser buscada e encontrada em nenhum outro lugar.

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COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 262

Que tal nos lembrarmos mais uma vez de que o que o Curso nos pede hoje, com a ideia para as práticas,  é que deixemos de lado todas as diferenças. Até porque elas são apenas aparentes e se referem tão somente àquilo que projetamos à volta de nós. É desta projeção de aparentes diferenças que nasce o mundo inteiro. Que tudo nasce. 

Assim, aquilo que aparentemente não nos parece correto no mundo é só o que não queremos aceitar como parte de nós mesmos. Pois, como já lhes disse antes - e não poucas vezes -, é a ideia de que existe alguma diferença entre o que somos e o que são todos aqueles que habitam o mundo conosco que nos leva a comparações e nos prende a julgamentos. Isso, é claro, só pode redundar em reforço na crença na separação.

Temos de ter sempre presente que não importa o que o ego nos diz. Pois tudo o que ele pode dizer se refere unicamente à percepção dos sentidos. E os sentidos não podem ser confiáveis, em nenhuma circunstância, quando a serviço do sistema de pensamento do ego. Uma vez que tudo o que vemos é fruto da percepção, é necessário que pratiquemos a escolha e decisão de ver, ouvir, tocar, cheirar e provar apenas a partir da percepção que nos dá o espírito em nós. A percepção que nos devolve à unidade, mesmo em meio a toda a diversidade das aparências que o mundo mostra. 

E tem mais. Lembram-se de que já lhes falei da forma pela qual Ken Wilber dá a orientação que nos permite avaliar se estamos vendo de forma correta aquilo que estamos vendo? Para termos bem claro se estamos vendo o que, de fato, se apresenta a nossa experiência ou se estamos vendo apenas nossa interpretação do que vemos? Quer dizer, para descobrirmos se estamos oferecendo ao que se nos apresenta o olhar correto ou o olhar do julgamento do falso eu, que só vê de modo equivocado.

Diz ele o seguinte: quando olhamos para alguma coisa, pessoa ou situação, seja em que momento for, seja em que circunstância for, e o que vemos apenas nos informa, isto é, acrescenta alguma informação nova a nosso repertório, estamos olhando de forma correta. Se, por outro lado, olhamos para alguma coisa, pessoa ou situação, em qualquer dado momento ou circunstância, e o que vemos nos perturba, incomoda ou nos deixa irritados ou deprimidos, inquietos e preocupados, é preciso que mudemos nossa forma de olhar. Pois isto é uma indicação segura de que estamos reagindo, não ao que vemos, mas à interpretação que fazemos do que vemos.

Não lhes parece, pois, que faz todo o sentido trabalhar de novo com a ideia que o Curso nos oferece para as práticas de hoje? Para nos tornarmos capazes de olhar para o mundo e ver nele só o mesmo. Isto é, ver que tudo o que existe e é verdadeiro é a manifestação do divino por trás da diversidade de formas que projetamos para completar nossa experimentação do mundo. 

Às práticas?

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