segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Não há perigo em lugar algum, em momento algum


LIÇÃO 244

Eu não corro perigo em nenhum lugar do mundo.

1. Teu Filho está seguro em qualquer lugar que esteja, porque Tu estás lá com ele. Ele só precisa chamar Teu Nome e se lembrará de sua segurança e de Teu Amor, pois são uma coisa só. Como ele pode ter medo ou duvidar ou deixar de saber que não pode sofrer, ficar em perigo ou experimentar a infelicidade, quanto pertence a Ti, amado e amoroso, na segurança de Teu abraço Paterno?

2. E, na verdade, é aí que estamos. Nenhuma tempestade pode alcançar o abrigo bendito de nosso lar. Estamos seguros em Deus. Pois o que pode vir a ameaçar o Próprio Deus ou amedrontar aquilo que será uma parte d'Ele para sempre?

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COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 244

A ideia para as práticas de hoje complementa e expande aquela de que nos valemos na última quinta-feira: O medo não se justifica de nenhuma forma [lição 240]. Ela convida a todos - e a cada um de nós - a um mergulho interior para buscar trazer à tona aquilo que ainda nos assusta, aquilo que, por alguma razão, reprimimos e que, agora, nos impede de viver a liberdade, a alegria e a paz completas que Deus quer para nós. 

Isto está diretamente relacionado a um dos textos do Curso, que diz o seguinte: "Tua tarefa não é buscar o amor, mas simplesmente buscar e achar todas as barreiras que construíste dentro de ti contra ele. Não é necessário buscar o que é verdadeiro, mas é necessários buscar o que é falso... [reconhecer o que é falso em nossa experiência, pois] a paz nunca virá da ilusão do amor, mas só de sua realidade".

É preciso, portanto, que não tenhamos medo de olhar para o relacionamento especial de ódio, pois a liberdade está em olhar para ele. Ainda de acordo com o texto, sem isso é impossível conhecer o significado do amor. Uma vez que não nos é possível limitar o ódio, é preciso que o reconheçamos ao olhar para dentro, para trazê-lo à consciência e lidar com ele de forma clara. Para podermos escolher o amor, que é o que queremos, porque é o que somos.

Para tanto, como eu já disse outras vezes, é preciso que nos conscientizemos de que não corremos perigo em momento algum e em lugar nenhum, nem mesmo no ponto mais profundo de nossas mentes. Não há nada em nós mesmos e em nenhum lugar do mundo que ofereça riscos àquilo que somos em Deus, com Ele. E só podemos ser n'Ele, com Ele. Pois fora d'Ele não há nada. Assim como não há nada fora de nós, conforme o Curso ensina.

Repetindo, nem mesmo este mundo em que aparentemente vivemos, e que se apresenta, por vezes, tão cheio de riscos, tão imperfeito e caótico, pode oferecer nenhum perigo, pois ele não passa de sonho. Um sonho que sonhamos, pensando estar acordados, diferente daquele que sonhamos quando estamos dormindo, mas, de qualquer modo um sonho. Ou algum de nós acredite que alguma coisa daquilo que lhe mostra sua percepção é duradoura e vai se estender até a eternidade?

Se pusermos um pouco de nossa atenção naquilo que pensamos, vamos perceber que não temos medo de nada daquilo que acontece em nossos sonhos dormindo, mesmo quando o que acontece se apresenta de forma terrível e assustadora. E por que não temos medo, então? Simplesmente porque, em algum ponto de nós, sabemos que tudo o que estamos vivendo faz parte de um sonho e que logo vamos acordar em casa, em nosso quarto, em nossa cama, seguros e protegidos.

É preciso, porém, que demos ainda mais atenção a nossos pensamentos, que se multiplicam de forma vertiginosa a todo momento, mudando e mudando, e mudando, passando de um ponto a outro, de um assunto a outro, de uma questão a outra, de uma pessoa a outra, de uma visão a outra, de um modo de perceber a outro, de um problema a outro, detendo-se, às vezes, em um julgamento de nós mesmos que nos deprime e nos afasta da alegria, tira a nossa paz para, em seguida, alegrar-se com uma bobagem qualquer, com uma piada qualquer, com um dito espirituoso de alguém.

Dou-lhes novamente acesso à crônica de Clarice Lispector de que já falei algumas vezes aqui: "Se eu fosse eu..."? É para se pensar, será que se eu fosse eu, o mundo seria o que é? [Para quem não conhece a crônica, ela foi publicada em 25 de maio de 2009 e está no seguinte endereço:  

http://cirandadeestorias.blogspot.com/

Às práticas, pois. Para descobrir que não há perigo em lugar algum do mundo e nem mesmo fora dele!

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