quinta-feira, 9 de maio de 2013

"Não penso em minha vida; observo Deus em ação."


LIÇÃO 129

Além deste mundo há um mundo que eu quero.

1. Esta é a ideia que se segue à que praticamos ontem. Tu não podes te limitar à ideia de que o mundo é inútil, pois, a menos que vejas que há alguma coisa mais para se esperar, só ficarás deprimido. Nossa ênfase não está na desistência do mundo, mas na troca dele por aquilo que é muito mais satisfatório, pleno de alegria e capaz de te oferecer paz. Pensas que este mundo pode te oferecer isto?

2. Talvez valha a pena pensar mais uma vez por um breve momento a respeito do valor deste mundo. Talvez admitas que não há nenhuma perda em se abandonar toda a ideia de valor aqui. O mundo que vês é, de fato, impiedoso, instável, cruel, indiferente a ti, rápido na vingança e implacável em seu ódio. Ele só dá para tirar e afastar todas as coisas que te foram caras por algum tempo. Não se encontra o amor duradouro, pois não há nenhum aqui. Este é o mundo do tempo, aonde todas as coisas acabam.

3. Será uma perda achar, em lugar deste, um mundo no qual seja impossível perder; em que o amor dure para sempre e a vingança não tenha nenhum significado? Será perda encontrar todas as coisas que realmente queres e saber que elas não têm fim e que continuarão a ser exatamente como as queres ao longo do tempo? Não obstante, até mesmo elas serão finalmente trocadas por aquilo de que não podemos falar, pois tu vais, daí, a um lugar onde as palavras falham por completo, na direção de um silêncio no qual não se fala uma língua e, contudo, compreende-se com certeza.

4. A comunicação, precisa e clara como o dia, permanece ilimitada por toda a eternidade. E o Próprio Deus fala a Seu Filho, da mesma forma que Seu Filho fala com Ele. A linguagem d'Eles não tem palavras, porque o que Ele dizem não pode ser representado por meio de símbolos. O conhecimento d'Eles é direto e totalmente compartilhado e totalmente uno. Quão distante disto estás, tu, que permaneces preso a este mundo. E, todavia, quão próximo estás, quando o trocas pelo mundo que queres.

5. Agora o último passo é certo; agora, estás a um instante da intemporalidade. Aqui só podes olhar para frente, nunca para trás, para ver de novo o mundo que não queres. Eis aqui o mundo que vem para tomar o lugar dele, quando libertas tua mente das ninharias que o mundo apresenta para te manter prisioneiro. Não dês valor a elas e elas desaparecerão. Valoriza-as e elas te parecerão reais.

6. A escolha é esta. Que perda pode haver para ti em escolher não valorizar o nada? Este mundo não tem nada que realmente queiras, mas aquilo que escolhes em seu lugar tu, de fato, queres! Deixa que ele te seja dado hoje. Ele espera apenas por tua escolha para tomar o lugar de todas as coisas que buscas mas não queres.

7. Pratica tua vontade para fazer esta troca dez minutos pela manhã e à noite, e mais uma vez no intervalo entre uma e outra. Começa com isto:

Além deste mundo há um mundo que eu quero. Escolho ver aquele
mundo em vez deste, pois aqui não há nada que eu realmente queira.

Em seguida, fecha os olhos sobre o mundo que vês e na escuridão silenciosa observa as luzes que não são deste mundo se acenderem uma a uma, até que o lugar onde uma começa e a outra termina perca todo o significado enquanto elas se fundem numa só.

8. Hoje, as luzes do Céu se inclinam em tua direção, para brilhar sobre tuas pálpebras enquanto descansas além do mundo da escuridão. Eis aqui a luz que teus olhos não podem ver. E, no entanto, tua mente pode vê-la com clareza e pode compreender. Hoje te é dado um dia de graça e nós agradecemos. Percebemos claramente neste dia que o que temias perder era apenas a perda.

9. Agora, de fato, compreendemos que não existe perda. Pois, finalmente, vimos o oposto dela e estamos gratos porque a escolha foi feita. Lembra-te de tua decisão a cada hora e reserva um instante para confirmar tua escolha, deixando de lado quaisquer pensamentos que tenhas e dando ênfase, por um breve instante, apenas a isto:

O mundo que vejo não tem nada que eu queira.
Além deste mundo há um mundo que eu quero.

*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 129



"Além deste mundo há um mundo que eu quero."

É quase que bastante óbvio pensar que, se este mundo não tem nada que eu queira, tem de haver um mundo que pode me dar o que quero. Um mundo que eu queira. É assim que vamos começar a lição de hoje:


Esta é a ideia que se segue à que praticamos ontem. Tu não podes te limitar à ideia de que o mundo é inútil, pois, a menos que vejas que há alguma coisa mais para se esperar, só ficarás deprimido. Nossa ênfase não está na desistência do mundo, mas na troca dele por aquilo que é muito mais satisfatório, pleno de alegria e capaz de te oferecer paz. Pensas que este mundo pode te oferecer isto?

É também, talvez, quase óbvio que se este mundo pudesse oferecer aquilo que queremos, não viveríamos as insatisfações, as incertezas, as dúvidas e os sobressaltos que ele nos oferece. Não viveríamos com medo do que pode acontecer no próximo instante, daqui a pouco, amanhã ou no futuro. Aliás, se pensássemos que este mundo pode nos dar qualquer coisa que queiramos, nós o viveríamos no presente. Saberíamos deixar de levar em consideração quaisquer coisas acontecidas no passado e não nos preocuparíamos com nada do que pudesse vir a acontecer de agora em diante.

A lição continua:


Talvez valha a pena pensar mais uma vez por um breve momento a respeito do valor deste mundo. Talvez admitas que não há nenhuma perda em se abandonar toda a ideia de valor aqui. O mundo que vês é, de fato, impiedoso, instável, cruel, indiferente a ti, rápido na vingança e implacável em seu ódio. Ele só dá para tirar e afastar todas as coisas que te foram caras por algum tempo. Não se encontra o amor duradouro, pois não há nenhum aqui. Este é o mundo do tempo, aonde todas as coisas acabam.

Sabemos disso o tempo todo, mesmo que o neguemos a maior parte de tempo. Independente do apego que temos a certas coisas ou pessoas do mundo, sabemos que tudo aqui é transitório e não vai durar. É por isso que a ideia para as práticas de hoje nos traz a possibilidade de estendermos o alcance de nossos anseios para além daquilo que é passageiro. Uma ideia que nos leva ao contato - ou à possibilidade dele -, nem que apenas por um breve instante, com aquilo que somos na verdade, em Deus.


Além deste mundo há um mundo que eu quero.

Apesar de nossa experiência de vida estar aparentemente ligada a este mundo das formas, que vemos, e que mudam conforme muda nosso olhar, a lição de hoje nos convida a praticar a ideia da existência de um mundo que se situa além deste que vemos. Mais: que é esse mundo, o que ainda não somos capazes de ver, o que, de verdade, queremos.

E pergunta:


Será uma perda achar, em lugar deste, um mundo no qual seja impossível perder; em que o amor dure para sempre e a vingança não tenha nenhum significado? Será perda encontrar todas as coisas que realmente queres e saber que elas não têm fim e que continuarão a ser exatamente como as queres ao longo do tempo? Não obstante, até mesmo elas serão finalmente trocadas por aquilo de que não podemos falar, pois tu vais, daí, a um lugar onde as palavras falham por completo, na direção de um silêncio no qual não se fala uma língua e, contudo, compreende-se com certeza. 

O que de fato te prende a este mundo? Há nele alguma coisa, pessoa ou ideia, sem a qual absolutamente não podes viver? Pensa um pouco. Reflete um pouco. Já passaste pela experiência de acreditar que determinada coisa era imprescindível e já não a tens. Ou pela experiência de crer que não seria possível viver sem a companhia daquela pessoa, e já não convives com ela.


Além deste mundo há um mundo que eu quero.

E nele:


A comunicação, precisa e clara como o dia, permanece ilimitada por toda a eternidade. E o Próprio Deus fala a Seu Filho, da mesma forma que Seu Filho fala com Ele. A linguagem d'Eles não tem palavras, porque o que Ele dizem não pode ser representado por meio de símbolos. O conhecimento d'Eles é direto e totalmente compartilhado e totalmente uno. Quão distante disto estás, tu, que permaneces preso a este mundo. E, todavia, quão próximo estás, quando o trocas pelo mundo que queres.

Mas como fazer esta troca? De acordo com o Curso, não precisas fazer nada. Basta que te rendas à Presença de Deus em tua vida, reconhecendo-a em ti, em tudo e em todos. Abandonando todas as coisas que exigem a presença de um "eu" separado de todos os outros. Abandonando toda ideia de "meu", "minha", abrindo-te às dádivas que Deus te dá e que são verdadeiramente dadas porque são eternas. "Fazendo" como Joel Goldsmith, que declara em um de seus livros: "Eu não penso em minha vida; eu observo Deus em ação".

Precisas tomar a decisão. Precisas estabelecer a meta de viver a verdade em sintonia com o Espírito Santo em ti. Tomada a decisão:


Agora o último passo é certo; agora, estás a um instante da intemporalidade. Aqui só podes olhar para frente, nunca para trás, para ver de novo o mundo que não queres. Eis aqui o mundo que vem para tomar o lugar dele, quando libertas tua mente das ninharias que o mundo apresenta para te manter prisioneiro. Não dês valor a elas e elas desaparecerão. Valoriza-as e elas te parecerão reais.

É isto que basta: a tomada de decisão. Lembra-te, porém, de que a decisão tem de ser tomada a cada passo, a cada instante, a cada minuto e ser renovada o tempo todo,

Isto é o que nos oferecem as práticas, a oportunidade de renovar nossa tomada de decisão dia a dia, passo a passo, sem desistir jamais de viver o mundo que queremos, em lugar deste mundo que não oferece nada do que queremos.

Sigamos, pois, o restante das orientações que a lição reserva para nossas práticas, certos de que a ideia hoje vai nos fazer entender melhor as experiências por que passamos. Principalmente se já formos capazes de entender que todas elas sempre se apresentam a partir de uma escolha que fazemos ou fizemos, individual ou conjuntamente. Uma escolha que sempre podemos mudar, quando e se aceitamos a responsabilidade pela experiência que o mundo nos apresenta, acolhendo-a e sendo gratos por ela se ter apresentado da maneira que for.

Aprendamos, portanto, com as práticas deste dia a agradecer por tudo o que recebemos e por tudo o que vivemos, para alcançar a certeza de que "todas as coisas cooperam para o bem". E de "que tudo está [sempre, em qualquer momento em que olhamos para o mundo] absolutamente certo da forma como está". Nem poderia ser diferente. Se ainda não somos capazes de ver assim, é porque ainda não aprendemos a escolher de modo diferente, a olhar para o mundo de modo diferente. Acima de tudo, porque ainda acreditamos que há alguma coisa de valor neste mundo.


Um comentário:

  1. Desculpem-me os que já passaram por aqui e leram a lição e o comentário, a exploração. Mas corrigi há pouco um pequeno erro de postagem que altera por completo o sentido da exploração.

    Logo no segundo parágrafo do comentário, onde estava escrito "É também, talvez, quase óbvio que se este mundo não pudesse oferecer aquilo que queremos..." o "não" está sobrando, pois de fato o mundo - este mundo, tal qual o vemos a partir dos sentidos e do sistema de pensamento do ego - não pode oferecer nada que queiramos.

    O certo pois é a frase como ficou após a edição: "É também, talvez, quase óbvio que se este mundo pudesse..." e assim por diante.

    Paz e bem!

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