domingo, 6 de outubro de 2024

Nosso medo maior é da luz em nós, e não da sombra

 

6. O que é o Cristo?

1. Cristo é o Filho de Deus tal qual Ele O criou. Ele é o Ser que compartilhamos, que nos une uns aos outros e também a Deus. Ele é o Pensamento que ainda mora no interior da Mente que é Sua Fonte. Ele não abandona Seu lar santo, nem perde a inocência na qual Ele foi criado. Ele habita na Mente de Deus.

2. Cristo é o elo que te mantém um com Deus e garante que a separação não é mais do que uma ilusão do desespero, pois a esperança habitará n'Ele para sempre. Tua mente é parte da d'Ele e a d'Ele é parte da tua. Ele é a parte aonde a Resposta de Deus está, aonde todas as decisões já foram tomadas e na qual os sonhos acabaram. Ele permanece intocado por qualquer coisa que os olhos do corpo percebem. Pois embora Seu Pai tenha depositado n'Ele o meio para tua salvação, ainda assim Ele continua sendo o Ser Que, tal qual Seu Pai, não conhece nenhum pecado.

3. Lar do Espírito Santo e à vontade em Deus apenas, Cristo, de fato, continua em paz no interior de tua mente santa. Na verdade, esta é a única parte de ti que é real. O resto são sonhos. Esses sonhos, porém, também serão entregues a Cristo, para se desvanecerem diante de Sua glória e te revelarem, por fim teu Ser santo, o Cristo.

4. O Espírito Santo, a partir do Cristo em ti, alcança todos os teus sonhos e lhes ordena que venham a Ele, para serem traduzidos em verdade. Ele os trocará pelo sonho final que Deus designou como o fim dos sonhos. Além do mais, quando o perdão descansar sobre o mundo e a paz chegar a todo Filho de Deus, o que poderia haver para manter as coisas separadas, pois o que resta ver exceto a face de Cristo?

5. E por quanto tempo essa face será vista, se ela é apenas o símbolo de que nesse momento acabou o tempo para o aprendizado de que alcançou-se, enfim, a meta da Expiação? Busquemos, por isto, então, achar a face de Cristo e não olhar para mais nada. Quando virmos Sua glória saberemos que não temos nenhuma necessidade de aprendizado ou de percepção ou de tempo, nem de nada a não ser do Ser santo, o Cristo a Quem Deus criou como Seu Filho.

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LIÇÃO 280

Que limites posso impor ao Filho de Deus?

1. Aquele Que Deus criou sem limites é livre. Posso inventar uma prisão para ele, mas só em ilusões, não na verdade. Nenhum Pensamento de Deus deixa a Mente de Seu Pai. Nenhum Pensamento de Deus não é nada a não ser puro para sempre. Posso impor limites ao Filho de Deus, cujo Pai quis que ele seja sem limites e igual a Si Mesmo em liberdade e em amor?

2. Deixa-me render homenagem a Teu Filho hoje, pois assim encontro o caminho para Ti. Pai, não imponho nenhum limite ao Filho que Tu amas e que criaste sem limites. O louvor que ofereço a ele é Teu e o que é Teu também pertence a mim.


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COMENTÁRIO:


Explorando a Lição 280


Caras, caros,

Repito, com algumas pequenas alterações, o comentário, feito para esta lição nos últimos anos. 

A ideia que praticamos hoje encerra a série de dez lições sob o tema O que é o Cristo? E, se prestamos toda a atenção de que somos capazes, é forçoso reconhecer mais uma vez que todas as lições nos convidam a aproveitar o fato de que não há limites para o que somos nem para o que podemos fazer, quando aceitamos nossa identidade crística, vivendo a experiência deste mundo, a partir desta Identidade. 

E é mais uma vez esta ideia que vamos praticar com a lição de hoje. Uma ideia que vai facilitar que tomemos em definitivo a decisão em favor da mudança, se aprendermos a aceitar tudo aquilo a que temos direito como filhos e filhas de Deus. 

Como eu disse antes, o Curso afirma que, em geral - uma vez que temos direito a absolutamente tudo -, é muito pouco o que pedimos. Isto porque ainda acreditamos que precisamos pedir, o que significa reforçar a crença na escassez, na carência. Ou, dizendo de outra forma, aquele ou aquela de nós que acredita ser necessário pedir alguma coisa a Deus, se vê separado, separada, d'Ele. É por isso que na grande maioria das vezes não consegue o que pede.

Joel Goldsmith, em seus livros, acentua o fato de que Deus está mais próximo de nós do que a respiração, do que nossas mãos e pés. Diz ele que "a prece não é um pedido, pois não sabemos como orar ou o que pedir; não sabemos como entrar ou sair [de nossa relação com Deus]. Não sabemos o que pedir porque ignoramos qual possa ser o nosso bem amanhã, que talvez não tenha nenhuma relação com o de hoje". Diz também que a verdadeira prece não tem por objetivo "influenciar, manipular ou usar Deus". É por isso que, de acordo com ele, é preciso que reconheçamos não saber como rezar para aprendermos a deixar que Deus ore em nós.

Aprender isso, vai nos trazer a certeza de que, como eu também já disse várias vezes antes, não há limites para  o que podemos fazer em Deus, com Ele. Isso nos dará também a certeza de que vivemos e nos movemos n'Ele. No entanto, a maior parte do tempo, parece-nos que somos limitados, ou limitadas, frágeis e indefesos seres que habitam um corpo fadado à deterioração e à morte. 

Por que razão acreditamos nisto? Há como mudar esta crença? Queremos mudá-la de fato? Ou já estamos tão acostumados e acostumadas a ela que a simples possibilidade de qualquer mudança já nos dá medo? Estaremos já tão habituados e habituadas aos limites que aparentemente nos impomos que a ideia de mudança pressupõe um esforço que não estamos dispostos, nem dispostas, a fazer? Aceitamos já por inteiro o transe? Já aceitamos o conforto da acomodação de forma incondicional, ao ponto de nos assustar a ideia de abandoná-lo?

Em um livro intitulado Prisões que Escolhemos para Viver, Doris Lessing, escritora britânica, afirma que "todos nós, em certo grau, sofremos lavagem cerebral, efetuada pela sociedade em que vivemos. E verificamos esse fato [dentre outras maneiras] quando viajamos para outro país e somos capazes de enxergar o nosso com os olhos de um estrangeiro. Não há muito o que fazer a esse respeito, a não ser constatar que é assim que as coisas funcionam. Cada um de nós é parte de grandes e confortadoras ilusões forjadas pela sociedade para manter sua própria autoconfiança".

Lembrando-nos, no entanto, de uma das passagem do texto do Curso, podemos dizer que "isto não precisa ser assim". Basta nos decidirmos a olhar para o mundo de modo diferente.

Todavia, o que acontece, em geral, é que, na verdade, a ideia de liberdade nos assusta mais do que as prisões e os limites a que nos sujeitamos. Aliás, Marianne Williamsom, em seu livro Um Retorno ao Amor, diz isto de forma clara e cristalina ao afirmar, como também já citei várias vezes antes, que "o medo mais profundo que abrigamos no peito não tem nada a ver com o fato de sermos [ou de nos acreditarmos] medíocres [limitados e limitadas]". 


Diz ela: "nosso medo mais profundo é o de que sejamos poderosos para além de todas as medidas. É nossa luz, não nossa escuridão, o que mais nos assusta. Nós nos perguntamos: 'Quem sou eu para ser brilhante, maravilhoso, talentoso, fabuloso?' Na verdade, quem és para não sê-lo? Tu és um filho de Deus. Fingir-se pequeno não serve de nada ao mundo. Não é uma atitude esclarecida encolher-se para que outros não se sintam inseguros a tua volta. Fomos todos feitos para brilhar, como as crianças brilham". 

E mais, finaliza ela: "Nascemos para tornar manifesta a glória de Deus, que está dentro de nós. Não apenas em alguns de nós; em todos nós. E, quando deixamos que nossa luz brilhe, inconscientemente, damos permissão para que os outros façam o mesmo. À medida que nos libertamos de nossos medos [e limites], nossa presença libera os demais automaticamente". 

Às práticas?


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