quinta-feira, 1 de junho de 2023

Reconhecer-nos Filhos de Deus: eis aí a humildade

 

LIÇÃO 152

O poder de decisão é meu.

1. Ninguém pode sofrer perda a menos que ela seja sua própria decisão. Ninguém pode sentir dor a não ser que sua escolha determine este estado para si. Ninguém pode se afligir, nem ter medo, nem pensar que está doente a menos que estes sejam os resultados que queira. E ninguém morre sem sua própria permissão. Tudo o que acontece não representa nada senão teu desejo e não se omite nada do que escolhes. Eis aqui teu mundo, completo em todos os detalhes. Eis aqui toda a realidade dele para ti. E é só nisto que a salvação está.

2. Podes acreditar que esta posição seja extrema e abrangente demais para ser verdadeira. Mas a verdade pode ter exceções? Se tens a dádiva de todas as coisas, a perda pode ser real? A dor pode ser parte da paz, ou a tristeza parte da alegria? O medo e a doença podem entrar em uma mente na qual habitem o amor e a santidade perfeita? A verdade tem de ser todo-abrangente, se é que é absolutamente a verdade. Não aceites nenhum oposto e nenhuma exceção, pois fazê-lo é contradizer inteiramente a verdade.

3. A salvação é o reconhecimento de que a verdade é verdadeira e de que nada mais é verdadeiro. Ouviste isto antes, mas podes ainda não aceitar ambas as partes. Sem a primeira, a segunda não faz nenhum sentido. Mas sem a segunda, a primeira não é mais verdadeira. A verdade não pode ter um oposto. Nunca é demais dizer isto e pensar a este respeito. Pois se o que não é verdadeiro fosse tão verdadeiro quanto o que é verdadeiro, então, parte da verdade seria falsa. E a verdade perde seu sentido. Nada a não ser a verdade é verdadeiro, e o que é falso é falso.

4. Esta é a mais simples das distinções, embora a mais enigmática. Mas não em razão de que seja uma distinção difícil de perceber. Ela está escondida atrás de um vasto conjunto de escolhas que não parecem ser inteiramente tuas. E, deste modo, a verdade parece ter alguns aspectos que descaracterizam a coerência, mas que não parecem ser apenas contradições que tu inseriste.

5. Uma vez que Deus te criou, tu tens de permanecer imutável, com estados transitórios falsos por definição. E isso inclui todas as mudanças de sensações, alterações nas condições do corpo e da mente; em toda a consciência e em todas as reações. Esta é a abrangência total que separa a verdade do falso e pela qual o falso se mantém separado da verdade assim como ele é.

6. Não é estranho que acredites que pensar que fizeste o mundo que vês seja arrogância? Deus não o fez. Podes ter certeza disto. O que Ele pode saber do efêmero, do pecador e do culpado, do medroso, do sofredor e do solitário, e da mente que vive em um corpo que tem de morrer? Tu apenas O acusas de loucura ao pensar que Ele fez um mundo onde tais coisas parecem ter realidade. Ele não é louco. Contudo, só a loucura faz um mundo como este.

7. Pensar que Deus fez o caos, contradisse Sua Vontade, inventou opostos para a verdade e permite que a morte triunfe sobre a vida, tudo isto é arrogância. A humildade veria imediatamente que estas coisas não vêm d'Ele. E tu podes ver aquilo que Deus não criou? Pensar que podes é apenas acreditar que podes perceber aquilo que Deus não quis que existisse. E o que pode ser mais arrogante do que isto?

8. Sejamos verdadeiramente humildes hoje e aceitemos o que fazemos assim como é. O poder de decisão é nosso. Decide apenas aceitar teu lugar legítimo como co-criador do universo e tudo o que pensas que fizeste desaparecerá. O que surge na consciência, então, será tudo o que sempre existiu, eternamente tal como é agora. E isto tomará o lugar dos auto-enganos feitos apenas para usurpar o altar do Pai e do Filho.

9. Hoje praticamos a verdadeira humildade, abandonando a falsa presunção a partir da qual o ego busca provar que ela é arrogante. Só o ego pode ser arrogante. A verdade, porém, é humilde ao reconhecer seu poder, sua imutabilidade e sua eterna integridade, sua abrangência total, a dádiva perfeita de Deus para Seu Filho amado. Abandonamos a arrogância que diz que somos pecadores, culpados e medrosos, envergonhados daquilo que somos e, em lugar disto, em verdadeira humildade, elevamos nossos corações Àquele Que nos criou imaculados, iguais a Si Mesmo em poder e em amor.

10. O poder de decisão é nosso. E aceitamos aquilo que somos e reconhecemos o Filho de Deus humildemente. Reconhecer o Filho de Deus também pressupõe que todos os autoconceitos foram abandonados e reconhecidos como falsos. Percebeu-se a arrogância deles. E, na humildade, aceitamos alegremente como nossas a radiância do Filho de Deus, sua benevolência, sua completa inocência, o Amor de seu Pai, seu direito ao Céu e a libertação do inferno.

11. Agora nos unimos em alegre reconhecimento de que as mentiras são falsas e só a verdade é verdadeira. Pensamos apenas na verdade ao nos levantarmos e passarmos cinco minutos praticando seus caminhos, encorajando nossas mentes assustadas com isto:

O poder de decisão é meu. Neste dia, eu me aceitarei
como aquilo que a Vontade de meu Pai me criou para ser.

Esperaremos, então, em silêncio, desistindo de todos os auto-enganos, enquanto pedimos a nosso Ser que Ele Se revele a nós. E Aquele Que nunca partiu virá a nossa consciência mais uma vez, grato por devolver Seu lar a Deus, como ele se destinava a ser.

12. Espera por Ele com paciência ao longo do dia e, de hora em hora, convida-O com as palavras com as quais o dia começou, concluindo-o com o mesmo convite para teu Ser. A Voz de Deus responderá porque Ele fala por ti e por teu Pai. Ele substituirá todos os teus pensamentos desvairados pela paz de Deus, os auto-enganos pela verdade de Deus e as ilusões de ti mesmo pelo Filho de Deus.

*

COMENTÁRIO:
Explorando a LIÇÃO 152

Caras, caros,

Nestes últimos dias tenho feito as postagens, quero dizer, tenho programados as postagens para serem feitas no blog em Maceió. Vim passar um tempo com meu filho do meio, sua esposa e minhas duas netas.

Tenho tido bastante tempo para ler. Entre os livros que leio, está um de Mia Couto, o escritor moçambicano. Desta vez leio um livro de ensaios. E achei vários muito interessantes. Têm a ver com isto tudo que estudamos com o Curso. E também têm a ver com a nossa busca de nos tornamos o que somos e de viver a partir do que somos. E ainda sobre a impossibilidade do autoconhecimento, de que falei, se não me engano na postagem de ontem.

E por quê? 

Porque como Mia Couto diz, a certa altura de um de seus ensaios, falando do fato de sua assinatura não ter sido reconhecida como sua, mesmo em sua presença:

"A verdade é que nós somos sempre não uma mas várias pessoas e deveria ser norma que a nossa assinatura acabasse sempre por não conferir, Todos nós convivemos com diversos eus, diversas pessoas reclamando nossa identidade. O segredo é permitir que as escolhas que a vida nos impõe não nos obriguem a matar a nossa diversidade interior. O melhor nesta vida é poder escolher, mas o mais triste é ter mesmo que escolher."

Não lhes parece que isso tem a ver com o que o Curso ensina sobre a escolha e com a ideia que temos para as práticas de hoje? Esta que está logo aí abaixo?

"O poder de decisão é meu."

Perguntemo-nos de novo: precisa dizer mais? Mas quem de nós, de verdade, acredita que pode decidir sua própria vida? Quem dentre nós não está certo de que o mundo é um tirano, um ditador cruel, que exerce um poder ferrenho sobre nossas vidas? Sobre a vida de todos, todas, cada um e de cada uma de nós. 

Elio D'Anna, a certa altura de seu livro, A Escola dos Deuses, diz o seguinte: 

"O mundo, quando você o vê, já foi feito... é esta a razão pela qual se chama criado; vem depois! É efeito! Existe uma causa que vem antes. Somente poucos dentre poucos podem perceber que o mundo não tem uma direção, não tem uma vontade própria." 

É nossa própria vontade, o poder que trazemos em nós, que dá direção ao mundo. Ou como o mesmo Elio D'Anna diz: "A vontade pertence somente ao indivíduo... Ela [a vontade do indivíduo, o poder que ele traz em si] governa o mundo. Se a vontade se ausenta, o mundo automaticamente toma a direção". Quer dizer, o mundo como construção coletiva do(s) ego(s), do(s) falso(s) eu(s), assume o controle e o comando sobre o indivíduo. Neste caso, ele deixa de ser um indivíduo e passa a ser apenas mais um no rebanho.

É em razão disso que precisamos das práticas de hoje com esta ideia. Elas vão nos abrir os olhos para a vontade, que pensávamos esquecida, vão nos devolver o poder que pensávamos perdido, ou que pensávamos nos tivesse sido tirado por Deus por não nos acreditarmos merecedores de tanto. Elas também vão nos ensinar que não é arrogância pensar que fazemos o mundo que pensamos ver. E que só a verdade é verdadeira. E que, por consequência, o falso é falso e não pode nunca ser verdadeiro.

Comecemos:

Ninguém pode sofrer perda a menos que ela seja sua própria decisão. Ninguém pode sentir dor a não ser que sua escolha determine este estado para si. Ninguém pode se afligir, nem ter medo, nem pensar que está doente a menos que estes sejam os resultados que queira. E ninguém morre sem sua própria permissão. Tudo o que acontece não representa nada senão teu desejo e não se omite nada do que escolhes. Eis aqui teu mundo, completo em todos os detalhes. Eis aqui toda a realidade dele para ti. E é só nisto que a salvação está.

Isto equivale a dizer que é só por decisão própria que perdemos, e é apenas na ilusão que alguém pode perder. Também é escolha de cada um e de cada uma de nós sentir dor, afligir-se, ter medo, ficar doente e morrer. Isto tem a ver com aquilo de que falamos há pouco, ou seja, do propósito que damos a nossa percepção. Lembrem-se de que só vemos o que queremos ver e não há como ser diferente. É também disso que trata a lição, ao dizer:

Podes acreditar que esta posição seja extrema e abrangente demais para ser verdadeira. Mas a verdade pode ter exceções? Se tens a dádiva de todas as coisas, a perda pode ser real? A dor pode ser parte da paz, ou a tristeza parte da alegria? O medo e a doença podem entrar em uma mente na qual habitem o amor e a santidade perfeita? A verdade tem de ser todo-abrangente, se é que é absolutamente a verdade. Não aceites nenhum oposto e nenhuma exceção, pois fazê-lo é contradizer inteiramente a verdade.

É só o reconhecimento disso que vai nos fazer ver e viver, de fato, a salvação, como a seguir:

A salvação é o reconhecimento de que a verdade é verdadeira e de que nada mais é verdadeiro. Ouviste isto antes, mas podes ainda não aceitar ambas as partes. Sem a primeira, a segunda não faz nenhum sentido. Mas sem a segunda, a primeira não é mais verdadeira. A verdade não pode ter um oposto. Nunca é demais dizer isto e pensar a este respeito. Pois se o que não é verdadeiro fosse tão verdadeiro quanto o que é verdadeiro, então, parte da verdade seria falsa. E a verdade perde seu sentido. Nada a não ser a verdade é verdadeiro, e o que é falso é falso.

Esta é a mais simples das distinções, embora a mais enigmática. Mas não em razão de que seja uma distinção difícil de perceber. Ela está escondida atrás de um vasto conjunto de escolhas que não parecem ser inteiramente tuas. E, deste modo, a verdade parece ter alguns aspectos que descaracterizam a coerência, mas que não parecem ser apenas contradições que tu inseriste.

Peço-lhes de novo atenção aqui, muita atenção: a verdade "está escondida atrás de um vasto conjunto de escolhas que não parecem ser inteiramente tuas... [e conter] alguns aspectos que descaracterizam a coerência", mas estes aspectos são apenas contradições que tu mesmo inseriste. Apesar de não parecerem.

A lição prossegue para nos mostrar a incoerência do sistema de pensamento do ego e para nos oferecer como contraponto a lógica e a coerência do sistema de pensamento do Espírito Santo. Assim:

Uma vez que Deus te criou, tu tens de permanecer imutável, com estados transitórios falsos por definição. E isso inclui todas as mudanças de sensações, alterações nas condições do corpo e da mente; em toda a consciência e em todas as reações. Esta é a abrangência total que separa a verdade do falso e pela qual o falso se mantém separado da verdade assim como ele é.

Não é estranho que acredites que pensar que fizeste o mundo que vês seja arrogância? Deus não o fez. Podes ter certeza disto. O que Ele pode saber do efêmero, do pecador e do culpado, do medroso, do sofredor e do solitário, e da mente que vive em um corpo que tem de morrer? Tu apenas O acusas de loucura ao pensar que Ele fez um mundo onde tais coisas parecem ter realidade. Ele não é louco. Contudo, só a loucura faz um mundo como este.

Pensar que Deus fez o caos, contradisse Sua Vontade, inventou opostos para a verdade e permite que a morte triunfe sobre a vida, tudo isto é arrogância. A humildade veria imediatamente que estas coisas não vêm d'Ele. E tu podes ver aquilo que Deus não criou? Pensar que podes é apenas acreditar que podes perceber aquilo que Deus não quis que existisse. E o que pode ser mais arrogante do que isto?

A verdadeira humildade está em reconhecer o poder que temos em Deus, com Ele, e, a partir deste reconhecimento, em fazer de nossa presença no mundo uma manifestação amorosa do divino em nós. Deus dá o poder de decisão a cada um, a cada uma. E só diz sim a tudo o que pensarmos, a tudo o que quisermos do fundo de nossos corações. "Tu não precisas fazer nada", o Curso ensina. Basta te entregares ao poder que Deus te dá. Basta deixar, com alegria e gratidão, que Deus viva tua vida por ti, em ti. E só tu podes te decidir por isso.

Façamos, pois, hoje o que nos pede a lição:

Sejamos verdadeiramente humildes hoje e aceitemos o que fazemos assim como é. O poder de decisão é nosso. Decide apenas aceitar teu lugar legítimo como co-criador do universo e tudo o que pensas que fizeste desaparecerá. O que surge na consciência, então, será tudo o que sempre existiu, eternamente tal como é agora. E isto tomará o lugar dos auto-enganos feitos apenas para usurpar o altar do Pai e do Filho.

Hoje praticamos a verdadeira humildade, abandonando a falsa presunção a partir da qual o ego busca provar que ela é arrogante. Só o ego pode ser arrogante. A verdade, porém, é humilde ao reconhecer seu poder, sua imutabilidade e sua eterna integridade, sua abrangência total, a dádiva perfeita de Deus para Seu Filho amado. Abandonamos a arrogância que diz que somos pecadores, culpados e medrosos, envergonhados daquilo que somos e, em lugar disto, em verdadeira humildade, elevamos nossos corações Àquele Que nos criou imaculados, iguais a Si Mesmo em poder e em amor.

Ao contrário do que o mundo busca nos ensinar, reconhecer que somos Filhos de Deus, sim, é que é humildade. A verdadeira humildade que nos dá direito a tudo o que foi criado por Ele para Seu Filho. Isso também nos dá o poder de criar, ou co-criar, com Ele. Só vamos ser capazes de viver a verdadeira humildade aceitando o poder do divino em nós e não fazendo-nos fracos/as ou impotentes, incapazes de usar a vontade do divino em nós, como o mundo do pensamento do ego quer que aprendamos e que pensemos que somos.

Finalizamos, assim:

Agora nos unimos em alegre reconhecimento de que as mentiras são falsas e só a verdade é verdadeira. Pensamos apenas na verdade ao nos levantarmos e passarmos cinco minutos praticando seus caminhos, encorajando nossas mentes assustadas com isto:

O poder de decisão é meu. Neste dia, eu me aceitarei
como aquilo que a Vontade de meu Pai me criou para ser.

Esperaremos, então, em silêncio, desistindo de todos os auto-enganos, enquanto pedimos a nosso Ser que Ele Se revele a nós. E Aquele Que nunca partiu virá a nossa consciência mais uma vez, grato por devolver Seu lar a Deus, como ele se destinava a ser.

Espera por Ele com paciência ao longo do dia e, de hora em hora, convida-O com as palavras com as quais o dia começou, concluindo-o com o mesmo convite para teu Ser. A Voz de Deus responderá porque Ele fala por ti e por teu Pai. Ele substituirá todos os teus pensamentos desvairados pela paz de Deus, os auto-enganos pela verdade de Deus e as ilusões de ti mesmo pelo Filho de Deus.

 Às práticas?

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