domingo, 1 de maio de 2022

A insegurança vem das tentativas de obter segurança

 

LIÇÃO 121

O perdão é a chave para a felicidade.

1. Eis aqui a resposta para a tua busca de paz. Eis aqui a chave para o sentido em um mundo que parece não fazer nenhum sentido. Eis aqui o caminho para a segurança nos perigos aparentes que parecem te ameaçar a cada esquina e trazer incerteza para todas as tuas esperanças de encontrar serenidade e paz em algum momento. Nisto, todas as perguntas são respondidas; nisto, finalmente, garante-se o fim de toda incerteza.

2. A mente que não perdoa está cheia de temor e não oferece nenhum espaço para que o amor seja ele mesmo; nenhum lugar em que ele possa estender suas asas em paz e se elevar acima do tumulto do mundo. A mente que não perdoa é triste, não tem esperança de descanso e de alívio da dor. Ela sofre e habita no sofrimento, perscrutando no escuro, sem ver, mas certa do perigo que a espreita lá.

3. A mente que não perdoa está dilacerada pela dúvida, confusa acerca de si mesma e de tudo o que vê; amedrontada e com raiva, fraca e violenta, com medo de seguir adiante, com medo de ficar, com medo de acordar ou de ir dormir, com medo de qualquer som e com mais medo ainda do silêncio; aterrorizada pelo escuro e ainda mais aterrorizada com a aproximação da luz. O que a mente que não perdoa pode perceber a não ser sua condenação? O que ela pode ver exceto a prova de que todos os seus pecados são reais?

4. A mente que não perdoa não vê nenhum erro, mas apenas pecados. Ela olha para o mundo com olhos cegos e grita estridentemente quando vê suas próprias projeções se erguerem para atacar sua paródia lamentável da vida. Ela quer viver, mas deseja estar morta. Ela quer o perdão, mas não vê nenhuma esperança. Ela quer uma saída, mas não pode conceber nenhuma porque vê o pecado em todos os lugares.

5. A mente que não perdoa está em desespero, sem perspectiva de um futuro que possa oferecer qualquer coisa a não ser mais desespero. Porém, considera seu julgamento do mundo irreversível, e não percebe que condenou a si mesma a este desespero. Ela pensa que não pode mudar, porque o que vê testemunha que seu julgamento está correto. Ela não pergunta porque pensa que sabe. Ela não questiona, segura de que está correta.

6. O perdão é conquistado. Ele não é inerente à mente, que não pode pecar. Uma vez que o pecado é uma ideia que ensinaste a ti mesmo, o perdão também tem de ser aprendido por ti, mas de um Professor diferente de ti mesmo, Que representa o outro Ser em ti. Por meio d'Ele tu aprendes como perdoar o ser que pensas que fizeste e permites que ele desapareça. Deste modo, devolves tua mente unificada Àquele Que é teu Ser e Que jamais pode pecar.

7. Toda mente que não perdoa te apresenta uma oportunidade de ensinares a tua própria mente como se perdoar. Cada uma delas espera liberação do inferno por teu intermédio e se volta para ti implorando pelo Céu aqui e agora. Ela não tem nenhuma esperança, mas tu te tornas a esperança dela. E, na condição de esperança dela, tu, de fato, te tornas tua própria esperança. A mente que não perdoa tem de aprender com o teu perdão que ela está salva do inferno. E, à medida que ensinas a salvação, tu aprenderás. Contudo, todo o teu ensinamento e todo o teu aprendizado não virão de ti, mas do Professor Que te foi dado para te mostrar o caminho.

8. Hoje praticamos aprender a perdoar. Se estiveres disposto, podes aprender hoje a pegar a chave da felicidade e a usá-la em teu próprio benefício. Dedicaremos dez minutos pela manhã e outros dez à noite, para aprender como oferecer o perdão e também como recebê-lo.

9. A mente que não perdoa não acredita que dar e receber são a mesma coisa. No entanto, tentaremos aprender que eles são a mesma coisa pela prática do perdão a alguém em quem pensas como sendo um inimigo e a alguém que consideras um amigo. E, enquanto aprendes a vê-los como um só, estenderemos a lição a ti mesmo e veremos que a saída deles incluía a tua.

10. Começa os períodos de prática mais longos pensando em alguém de quem não gostas, que parece te irritar ou te causar desgosto caso tenhas de encontrá-lo; alguém a quem desprezas vivamente ou a quem simplesmente tentas ignorar. Não importa a forma que tua raiva toma. É provável que já o tenhas escolhido. Ele servirá.

11. Agora fecha os olhos e vê-o em tua mente, e olha para ele por um momento. Tenta perceber alguma luz nele em algum lugar; um pequeno raio que nunca notaste. Tenta achar uma pequena centelha de alegria brilhando através do retrato desagradável que manténs dele. Olha para este retrato até veres uma luz em algum lugar nele e tenta, em seguida, permitir que esta luz se estenda até envolvê-lo e tornar o retrato bonito e bom.

12. Olha para esta percepção transformada por um momento e volta tua mente para aquele a quem chamas de amigo. Tenta transferir para ele a luz que aprendeste a ver em torno de teu "inimigo" anterior. Percebe-o agora como mais do que amigo para ti, pois nesta luz a santidade dele te mostra teu salvador, salvo e capaz de salvar, curado e íntegro.

13. Deixa, então, que ele te ofereça a luz que vês nele e permite que teu "inimigo" e teu amigo se unam para te abençoar com o que deste. Agora és um só com eles e eles contigo. Agora estás perdoado por ti mesmo. Ao longo de todo o dia, não te esqueças do papel que o perdão desempenha para trazer a felicidade a todas as mentes que não perdoam, a tua entre elas. Dize a ti mesmo a cada hora:

O perdão é a chave para a felicidade.
Despertarei do sonho de que sou mortal,
falível e pecador, e saberei que sou o Filho perfeito de Deus.

*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 121

"O perdão é a chave para a felicidade."

Repetindo: 

Que maravilha, não? Retomar a caminhada, após uma revisão, que termina com o descanso em Deus e a garantia de que ainda és como Deus te criou, e descobrir, assim, disponível, ao nosso alcance a todo momento, a chave para a felicidade, ao abrir o livro para a lição de hoje, de modo tão simples e tão fácil.

Ou não te parece fácil perdoar? Por quê? Nem sabendo que tua felicidade depende apenas do perdão que ofereces, a ti mesmo, a tudo e a todas as pessoas e ao mundo inteiro, te sentes impelido/a a praticar o perdão de forma indiscriminada? Não?

E se soubesses, se compreendesses no mais íntimo de ti mesmo/a, que só podes perdoar a ti mesmo, a ti mesma? Que só tens de perdoar a ti mesmo, a ti mesma? Ou se entendesses, como diz Gilberto Gil, na letra de sua música 'Drão": "não há o que perdoar, por isso é que de haver mais compaixão".

Sim, sim, "não há o que perdoar" e só tens de perdoar a ti mesmo, a ti mesma, apenas quando tua percepção equivocada te mostra algo que te fere e magoa, mas que, na verdade, não existe, a não ser como invenção de teu julgamento, da interpretação equivocada que fizeste de algo que algum ou alguma semelhante disse ou fez. É a  uma parte tua que não queres reconhecer e perdoar.

Não te parece que fica mais fácil oferecer o perdão, quando sabes que é só a ti mesmo, a ti mesma, que precisas perdoar? E que só podes perdoar ilusões, porque a verdade é simplesmente, e não há nada a se perdoar naquilo que é.

Ou achas que tens de perdoar o sol por ser sol? A lua por ser lua? A luz por ser luz? As aves por serem aves? Os peixes por serem peixes e assim por diante? 

Num dos livro de Wayne Dyer, de que falei em anos passados, no capítulo que se refere ao perdão, em perfeita sintonia com o que o Curso ensina, ele afirma o seguinte: 

"A liberdade em um simples ato de perdão economiza o custo da raiva e o alto custo do ódio. O perdão pode comprar a paz de espírito. Pensa em tudo o que já foi enviado em tua direção alguma vez, porque guardas rancor e hostilidade. Cada ferida ou ferroada é como ser picado por uma cobra. Raramente morres pelo machucado, mas uma vez picado, é impossível deixar de sê-lo, e o estrago é feito pelo veneno que continua a circular pelo teu próprio sistema. O veneno é tua amargura e o ódio a que te agarras muito depois de teres sido machucado. É este veneno que, por fim, vai destruir tua paz de espírito. 

"O antídoto é o perdão, que não é tão difícil quanto podes querer acreditar. Se acreditas que o perdão é um desafio e um ato de livrar-se de conflitos com o qual tens de lidar a vida inteira, tenho a dizer que é exatamente o contrário que é verdade. O perdão é alegre, fácil e, mais que tudo, extremamente libertador. Ele nos livra dos fardos do ressentimento e de mágoas passadas e é apenas outra palavra para esquecer simplesmente."

O perdão é a chave para a felicidade.

Nas práticas de hoje desta ideia vamos encontrar tudo aquilo de que precisamos para dar significado à vida que vivemos, ao mundo aparentemente caótico em que pensamos viver. A verdade é que as lutas em que nos empenhamos para sobreviver num corpo, neste mundo, são todas injustificadas. Não têm significado, porque enquanto ainda acreditarmos que é preciso lutar por algo, contra algo ou alguém, não será possível chegar à paz. Pacificar o mundo exige a paz interior, que só pode brotar do perdão que oferecemos a nós mesmos, a nós mesmas, por não sermos capazes de ver de modo diferente a maior parte de o tempo. É por isso que a lição ensina:

Eis aqui a resposta para a tua busca de paz. Eis aqui a chave para o sentido em um mundo que parece não fazer nenhum sentido. Eis aqui o caminho para a segurança nos perigos aparentes que parecem te ameaçar a cada esquina e trazer incerteza para todas as tuas esperanças de encontrar serenidade e paz em algum momento. Nisto, todas as perguntas são respondidas; nisto, finalmente, garante-se o fim de toda incerteza.

E mesmo que a incerteza se apresente ao longo dos dias em que ainda vamos viver esta experiência no corpo e nos sentidos, o perdão pode garantir que nossa segurança está apenas em Deus. N'Ele descansamos, pois ainda somos como Ele nos criou.

A mente que não perdoa está cheia de temor e não oferece nenhum espaço para que o amor seja ele mesmo; nenhum lugar em que ele possa estender suas asas em paz e se elevar acima do tumulto do mundo. A mente que não perdoa é triste, não tem esperança de descanso e de alívio da dor. Ela sofre e habita no sofrimento, perscrutando no escuro, sem ver, mas certa do perigo que a espreita lá.

A mente que não perdoa está dilacerada pela dúvida, confusa acerca de si mesma e de tudo o que vê; amedrontada e com raiva, fraca e violenta, com medo de seguir adiante, com medo de ficar, com medo de acordar ou de ir dormir, com medo de qualquer som e com mais medo ainda do silêncio; aterrorizada pelo escuro e ainda mais aterrorizada com a aproximação da luz. O que a mente que não perdoa pode perceber a não ser sua condenação? O que ela pode ver exceto a prova de que todos os seus pecados são reais?

A mente que não perdoa não vê nenhum erro, mas apenas pecados. Ela olha para o mundo com olhos cegos e grita estridentemente quando vê suas próprias projeções se erguerem para atacar sua paródia lamentável da vida. Ela quer viver, mas deseja estar morta. Ela quer o perdão, mas não vê nenhuma esperança. Ela quer uma saída, mas não pode conceber nenhuma porque vê o pecado em todos os lugares.

A mente que não perdoa está em desespero, sem perspectiva de um futuro que possa oferecer qualquer coisa a não ser mais desespero. Porém, considera seu julgamento do mundo irreversível, e não percebe que condenou a si mesma a este desespero. Ela pensa que não pode mudar, porque o que vê testemunha que seu julgamento está correto. Ela não pergunta porque pensa que sabe. Ela não questiona, segura de que está correta.

Os quatro parágrafos acima, retirados da lição, descrevem a experiência que todos e todas nós temos, quando nos deixamos envolver pelo modo de pensar do ego - o falso eu, com quem nos identificamos em nossa experiência de corpos no mundo das formas, dos sentidos e dos eventos -, pela maneira de pensar do mundo, que busca segurança onde não se pode achar nenhuma e busca a salvação no único lugar onde ela não pode ser encontrada: no mundo e nas coisas e pessoas do mundo.

A incerteza, a insegurança e os medos que aprendemos desde a mais tenra infância a partir dos ensinamentos do mundo são frutos de interpretações equivocadas que fazemos do mundo, das pessoas e coisas do mundo e da busca de uma segurança que jamais poderemos obter do mundo e no mundo. Na verdade, segundo Alan Watts, "a insegurança é o resultado da tentativa de se obter segurança". Ainda segundo ele, "a salvação e a razão consistem no reconhecimento mais radical de que não há meio de nos salvarmos", uma vez que, como o Curso ensina, já estamos salvos, sempre estivemos e sempre estaremos. A aparente necessidade de salvação e segurança brota de uma identificação equivocada com o corpo e com tudo o que é impermanente. 

O perdão é a chave da felicidade.

O ponto mais importante talvez de se praticar a ideia de hoje, que vai permitir que entremos em contato, que reconheçamos e aceitemos a verdade por detrás dela, está no seguinte:

O perdão é conquistado. Ele não é inerente à mente, que não pode pecar. Uma vez que o pecado é uma ideia que ensinaste a ti mesmo, o perdão também tem de ser aprendido por ti, mas de um Professor diferente de ti mesmo, Que representa o outro Ser em ti. Por meio d'Ele tu aprendes como perdoar o ser que pensas que fizeste e permites que ele desapareça. Deste modo, devolves tua mente unificada Àquele Que é teu Ser e Que jamais pode pecar.

Do mesmo modo que aprendemos a percepção e construímos, por meio dela, o ego a partir do qual vivemos a experiência dos sentidos neste mundo de aparências, podemos aprender que, como ensinam as primeiras lições, o mundo não contém nada que realmente queiramos. Nada do que o mundo oferece pode nos dar a alegria e a paz, que são a Vontade de Deus para nós.

Assim, é óbvio que podemos conquistar também o perdão. A mente, na verdade, não pode pecar. É apenas a percepção equivocada que nos leva a interpretar uma experiência qualquer como um erro, que precisa ser corrigido, ou como um pecado, que precisa de perdão. O pecado, como a lição diz, é algo que ensinamos a nós mesmos e a nós mesmas via ego. O perdão, embora também possa ser aprendido, não o pode ser a partir do ego. Para aprendê-lo é preciso que nos voltemos para o divino interior, para o Espírito Santo em nós, que é o único Professor que nos pode ensinar o perdão.

O perdão é a chave da felicidade.

Esta a ideia que praticamos hoje, como forma de obter a cura para todos os nossos males e para todos os males do mundo. É importante, pois, que a pratiquemos de todo o coração, com toda a alma e com a maior atenção possível. Pois é só aprendendo a importância de se fazer do perdão uma prática diária que vamos ser capazes de ter acesso à paz ilimitada, sem obstáculos, sem medos, sem dúvidas.

Precisamos aprender com as práticas desta ideia que:

Toda mente que não perdoa te apresenta uma oportunidade de ensinares a tua própria mente como se perdoar. Cada uma delas espera liberação do inferno por teu intermédio e se volta para ti implorando pelo Céu aqui e agora. Ela não tem nenhuma esperança, mas tu te tornas a esperança dela. E, na condição de esperança dela, tu, de fato, te tornas tua própria esperança. A mente que não perdoa tem de aprender com o teu perdão que ela está salva do inferno. E, à medida que ensinas a salvação, tu aprenderás. Contudo, todo o teu ensinamento e todo o teu aprendizado não virão de ti, mas do Professor Que te foi dado para te mostrar o caminho.

Não percamos, então, a oportunidade que a lição de hoje nos oferece. Vamos seguir com toda a atenção de que somos capazes o restante das instruções para passarmos o dia a oferecer o perdão, a nós mesmos, a nós mesmas, a tudo e a todas as pessoas que se apresentarem em nosso caminho.

Às práticas?

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