sábado, 2 de janeiro de 2021

Só aquilo que não aceitamos não compreendemos

 

LIÇÃO 2

Eu dou a todas as coisas que vejo neste quarto [nesta rua, desta janela, neste lugar]
todo o significado que têm para mim.

1. As práticas com esta ideia são as mesmas que aquelas com a primeira. Começa com as coisas que estão perto de ti e aplica a ideia a qualquer coisa sobre a qual teu olhar pouse. Depois, amplia o alcance para fora. Vira a cabeça para incluir o que quer que esteja em qualquer um dos lados. Se possível, vira-te e aplica a ideia àquilo que estava atrás de ti. Continua, tanto quanto possível, a não fazer distinção quando escolheres os sujeitos para a aplicação da ideia; não te concentres em nenhuma coisa em particular e não tentes incluir tudo o que vês em uma área determinada, ou introduzirás tensão.

2. Olha simplesmente com naturalidade e com razoável rapidez ao teu redor, tentando evitar a escolha por tamanho, brilho, cor, material ou pela importância relativa para ti. Escolhe os objetos simplesmente quando os vires. Tenta aplicar o exercício com igual facilidade a um corpo ou a um botão, uma mosca ou um piso, um braço ou uma maçã. O único critério para a aplicação da ideia a qualquer coisa é simplesmente que teus olhos a tenham encontrado. Não faças nenhuma tentativa de incluir qualquer coisa em particular, mas certifica-te de que nada seja excluído de forma específica.

*

COMENTÁRIO: 

Explorando a LIÇÃO 2:


Repetindo as perguntas feitas nos anos passados para começar o comentário a este segunda lição, neste novo começo: 

O que acharam das possibilidades que as práticas com a primeira lição trouxeram para se viver um ano diferente de todos os que já vivemos antes, permitindo que ele seja o mesmo em tudo? Parece-lhes possível viver um ano diferente [daqueles todos que já vivemos] deixando que tudo nele seja o mesmo? 

Prontos, então, para a segunda ideia que temos para praticar neste segundo dia? É o que vamos fazer mais uma vez hoje. 

Para quem já está conosco há algum tempo, penso já ter ficado claro que são os nossos pensamentos e crenças que moldam e constroem o mundo que experimentamos, juntamente a todas as situações, pessoas e circunstâncias que ele nos apresenta. E quem chega pela primeira vez até aqui, ao se aproximar do Curso e de suas práticas, tem de ser levado a saber que somos nós, só nós, cada um e cada uma de nós, que criamos o mundo em que vivemos, e que há tantos mundos quantas são as pessoas que nele habitam. Daí tantas experiências aparentemente diferentes de mundo.

Não lhes parece claro que as coisas que vemos neste quarto [nesta rua, desta janela, neste lugar] só têm todo o significado que têm, porque nós lhes demos tal significado? E que o significado que demos a elas está todo baseado nos pensamentos que temos, nas crenças arraigadas em nós, resultados das lições que recebemos do mundo e das pessoas do mundo com quem aprendemos a respeito de todas - ou de quase todas - as coisas que nos chegaram ao conhecimento até aqui?

Quem de nós pode dizer com cem por cento de certeza que conhece qualquer coisa que vê sem se referir a algum pensamento do passado, a alguma informação, a algum conceito que recebeu de alguém no passado?

Quem, ou quantos de nós, pode dizer com convicção que não foi influenciado por nenhum julgamento e que é capaz de olhar para tudo e para todos sem julgar nada do que vê, aceitando simplesmente que as coisas são o que são e pronto? E que não há nada de errado com nada nem com ninguém neste mundo nem em nenhum mundo que possa existir?

É exatamente para limparmos nossa memória cheia de preconceitos e de julgamentos que as práticas das lições desta primeira parte do livro se apresentam. É preciso que aprendamos a assumir a responsabilidade pelo valor que damos às coisas todas, às pessoas todas, a todas as situações e circunstâncias que se apresentam em nossas vidas. 

É preciso que tenhamos bem claro em nossas mentes que as coisas (as situações, os acontecimentos, as pessoas) que vemos a nossa volta no mundo, próximas ou distantes de nós, são o que são, independentemente do que possamos pensar delas, porque, como disse o poeta "pensar é não compreender", mormente se, e quando, entendermos que compreender é sinônimo de aceitar. Pois só não compreendemos aquilo que não aceitamos. Ou o contrário, que também é verdadeiro, só não aceitamos aquilo que não compreendemos. Porque não o compreendemos.

Ou, voltando ainda ao poeta, "o mundo não se fez para pensarmos nele... mas para olharmos para ele e estarmos de acordo..." Pois "pensar é estar doente dos olhos".

Daí as instruções do Curso, para que olhemos para tudo de modo diferente. Para que aprendamos um modo diferente de olhar para tudo no mundo, para o próprio mundo, e principalmente para nós mesmos/mesmas e para todas as pessoas que povoam e habitam o mundo, e o fazem, conosco. Eliminemos, pois, de nosso modo de ver o mundo "o pensar o mundo". Não há o que pensar, se quisermos aprender a evitar o julgamento.

Pois, como diz o poeta, "a única inocência é não pensar".

Às práticas?

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