domingo, 18 de agosto de 2019

Tudo o que precisamos aprender é somente o óbvio


1. O que é o perdão?

1. O perdão reconhece que o que pensaste que teu irmão fez a ti não aconteceu. Ele não perdoa os pecados e os torna reais. Ele vê que não houve pecado. E, em vista disso, todos os teus pecados são perdoados. O que é o pecado exceto uma ideia falsa acerca do Filho de Deus? O perdão simplesmente vê sua falsidade e, em razão disso, a abandona. Agora, então, o que fica livre para ocupar seu lugar é a Vontade de Deus.

2. Um pensamento que não perdoa é um pensamento que faz um juízo ao qual não porá em dúvida, embora não seja verdadeiro. A mente está fechada e não será liberada. O pensamento oculta a projeção, apertando suas correntes a fim de que as distorções fiquem mais veladas e mais disfarçadas; menos facilmente sujeitas à dúvida e mantidas mais distante do bom senso. O que pode se interpor entre uma projeção rígida e o objetivo que ela escolhe como a meta que quer?

3. Um pensamento que não perdoa faz muitas coisas. Busca seu objetivo numa ação frenética, torcendo e destruindo aquilo que vê como intromissões ao caminho que escolheu. Seu objetivo, e também o meio pelo qual quer alcançá-lo, é a distorção. Ele inicia suas tentativas furiosas de esmagar a realidade sem preocupação com qualquer coisa que pareça apresentar uma contradição a seu ponto de vista.

4. O perdão, por outro lado, é tranquilo e, de modo sereno, não faz nada. Ele não transgride nenhum aspecto da realidade, nem busca alterá-la para formas que lhe agradem. Ele olha simplesmente e espera, e não julga. Aquele que não quer perdoar tem de julgar, pois precisa justificar seu fracasso em perdoar. Mas aquele que quer perdoar tem de aprender a receber a verdade exatamente como ela é.

5. Não faças nada, então, e permite que o perdão te mostre o que fazer, por intermédio d'Aquele Que é teu Guia, teu Salvador e Protetor, forte em esperança e certo de teu êxito final. Ele já te perdoou, porque esta é Sua função, que Lhe foi dada por Deus. Agora tu tens de compartilhar a função d'Ele e perdoar aquele que Ele salvou, cuja inocência Ele vê a a quem Ele reconhece como o Filho de Deus.

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LIÇÃO 230

Agora quero buscar e achar a paz de Deus.

1. Fui criado na paz. E, na paz, continuo. Não cabe a mim modificar o meu Ser. Deus, meu Pai, é tão misericordioso que, quando me criou, Ele me deu a paz eterna. Agora eu peço apenas para ser o que sou. E isso me pode ser negado, se é verdadeiro para sempre?

2. Pai, busco a paz que Tu me deste em minha criação. O que foi dado então tem de estar aqui agora, pois minha criação se deu à parte do tempo e ainda continua além de toda mudança. A paz em que Teu Filho nasceu em Tua Mente brilha aí inalterada. Eu sou como Tu me criaste. Eu só preciso Te chamar para descobrir a paz que Tu deste. Foi Tua Vontade que a deu a Teu Filho.

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COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 230

Nossas práticas hoje se fazem mais uma vez com uma ideia que trata do óbvio, como eu já disse outras vezes. Mas daquele óbvio que só se torna óbvio a partir da tomada de decisão pelo Céu, neste caso, a paz de Deus. Isto é, no momento em que tomamos a decisão de buscar viver a paz de Deus, por querê-la acima de tudo, já a achamos, pois ela nunca está longe. Ao contrário, ela está muito, mas muito, muito mais perto do que pensamos. Pois basta apenas nossa decisão para que ela se apresente a nossa experiência. Ou como diz o Curso, "se queres a paz, ensina a paz para aprendê-la". 

A paz de Deus está diretamente relacionada à alegria, ao amor, à felicidade. E tudo isto, por sua vez, está inteiramente à disposição de todos e de cada um de nós, desde que tomemos a decisão. É por isto que, talvez, valha a pena voltarmos mais uma vez ao comentário feito a esta lição em anos passados. Para, quem sabe, acharmos mais uma oportunidade para aprender que, de fato, não sabemos nada e que tudo o que precisamos aprender é apenas o óbvio.

Vejamos, pois, algo que deveria ser óbvio para todos nós e que, no entanto, ainda não o é para muitos. Está registrado em livro de Vilma Guimarães Rosa, como uma das preciosidades que seu pai, João Guimarães Rosa, lhe passou, entre muitas outras, por ser "místico, espiritualista" e por cultivar a fé como elemento de ajuda, em sua busca de resposta aos muitos porquês que se apresentam na vida. Foi registrado como "Caminho para a Felicidade" e diz o seguinte:

"Conserve o seu coração livre do ódio 
e a sua mente livre da ansiedade. 
Viva simplesmente, espere pouco e dê muito. 
Encha a sua vida com amor. 
Espalhe a luz. 
Esqueça-se [de si, no sentido que o ego dá 
ao que cada um de nós é: corpos, personalidades] 
e pense nos outros. 
Faça o que gostaria lhe fizessem. 
Não fale mal de ninguém. 
Critique [apenas] os seus próprios atos, 
fazendo cuidadoso exame de suas ações diárias.

"Experimente isso por uma semana e se surpreenderá.

"Faça cada manhã antes de iniciar suas tarefas diárias."

Eis aí o que buscamos [e precisamos] aprender a fazer [se ainda não é o que fazemos com as práticas diárias] para buscar e achar a paz de Deus. 

Às práticas?

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