sexta-feira, 5 de julho de 2019

Só aquele que crê na ilusão necessita compreender


LIÇÃO 186

A salvação do mundo depende de mim.

1. Eis aqui a afirmação que um dia afastará toda a arrogância de todas as mentes. Eis aqui a ideia da humildade verdadeira, que não defende nenhum papel como o teu próprio papel a não ser aquele que te foi dado. Ela te oferece a aceitação de um papel designado para ti, sem insistir em outro. Ela não julga teu papel adequado. Ela apenas reconhece que a Vontade de Deus se faz tanto na terra quanto no Céu. Ela une todas as vontades na terra no plano do Céu para salvar o mundo, devolvendo-o à paz do Céu.

2. Não lutemos com nosso papel. Nós não o criamos. Ele não é ideia nossa. O meio pelo qual ele será cumprido perfeitamente nos foi dado. Tudo o que se pede que façamos é que aceitemos nossa parte na verdadeira humildade e que não neguemos com arrogância auto-enganadora que somos dignos. Temos a força para fazer o que nos é dado fazer. Nossas mentes são perfeitamente adequadas para assumir o papel que nos foi designado por Aquele Que nos conhece bem.

3. A ideia de hoje pode parecer bastante séria até que percebas seu significado. Tudo o que ela diz é que teu Pai ainda Se lembra de ti, que és Seu Filho. Ela não pede que sejas diferente do que és de nenhuma forma. O que a humildade poderia pedir a não ser isto? E o que a arrogância poderia negar senão isto? Hoje não recuaremos de nossa obrigação sob o motivo ilusório de que a modéstia é ultrajada. É o orgulho que negaria o Chamado do Próprio Deus.

4. Abandonamos toda a falsa humildade hoje para podermos escutar a Voz de Deus nos revelar o que Ele quer que façamos. Não duvidaremos de nossa aptidão para a função que Ele nos oferecerá. Teremos certeza apenas de que Ele conhece nossos poderes, nossa sabedora e nossa santidade. E, se Ele acredita que somos dignos, então somos. É só a arrogância que julga de outro modo.

5. Há um e somente um caminho para se liberar da prisão que teu plano de provar que o falso é verdadeiro te traz. Aceita, no lugar dele, o plano que não fizeste. Não julgues teu valor para ele. Se a Voz de Deus te garante que a salvação necessita de tua parte e que o todo depende de ti, fica certo de que é verdade. O arrogante tem de se agarrar às palavras, com medo de ir além delas para experimentar o que poderia desacreditar sua atitude. Os humildes, no entanto, estão livres para ouvir a Voz que lhes diz o que eles são e o que fazer.

6. A arrogância inventa uma imagem de ti mesmo que não é real. É esta imagem que treme e foge em pânico quando a Voz por Deus te assegura que tens o poder, a sabedoria e a santidade para ultrapassar todas as imagens. Tu não és fraco como a imagem de ti mesmo é. Tu não és ignorante e desamparado. O pecado não pode manchar a verdade em ti e o sofrimento não pode chegar perto do lar santo de Deus.

7. Tudo isto a Voz por Deus te diz. E, quando Ele fala, a imagem treme e busca atacar a ameaça que ela não conhece, sentindo suas bases se desintegrarem. Abandona-a. A salvação do mundo depende de ti e não deste monte de pó inútil. O que ele pode dizer ao Filho de Deus? Por que ele precisa se preocupar com isto de alguma forma?

8. E, assim, achamos nossa paz. Aceitaremos a função que Deus nos deu, pois todas as ilusões se baseiam na estranha crença de que podemos criar outra por nós mesmos. Os papéis que criamos para nós mesmos são inconstantes e parecem mudar do desconsolo à felicidade extasiante do amor e de amar. Podemos rir ou chorar e saudar o dia com boas vindas ou com lágrimas. Nossa verdadeira forma de ser parece mudar à medida que experimentamos milhares de alterações de humor e nossas emoções, de fato, nos elevam às alturas ou nos arremessa violentamente ao chão em desespero.

9. Este é o Filho de Deus? Deus poderia criar tamanha instabilidade e chamá-la de Filho? Ele, Que é imutável, compartilha Suas características com Sua criação. Todas as imagens que Seu Filho parece criar não têm nenhum efeito naquilo que ele é. Elas atravessam sua mente como folhas varridas pelo vento, que formam um padrão por um instante, se separam para se agrupar novamente, e desaparecerem  Ou como miragens, surgindo do pó, sobre um deserto.

10. Estas imagens irreais se irão e deixarão tua mente desanuviada e serena, quando aceitares a função que te foi dada. As imagens que criaste só dão origem a metas contraditórias, temporárias e vagas, incertas e ambíguas. Quem poderia ser constante em seus esforços ou orientar sua forças e energias concentradas em direção a metas como estas? As funções que o mundo preza são tão incertas que mudam dez vezes por hora nos casos mais seguros. Que esperança de benefício pode se basear em metas como estas?

11. Em amoroso contraste, tão certo quanto é a volta do sol a cada manhã para dissipar a noite, a verdadeira função que te foi dada se destaca clara e totalmente não ambígua. Não há nenhuma dúvida acerca de sua validade. Ela vem d'Aquele Que não conhece nenhum erro e Sua Voz tem certeza de Suas mensagens. Elas não mudarão nem entrarão em conflito. Todas apontam para uma só meta e uma meta que podes atingir. Teu plano pode ser impossível, mas o de Deus não pode fracassar nunca porque Ele é a sua Fonte.

12. Faze conforme a Voz de Deus te orienta. E se Ele te pede uma coisa que parece impossível, lembra-te de Quem é que pede e de quem faria a negativa. Considera isto então: quem tem mais probabilidade de estar certo? A Voz que fala pelo Criador de todas as coisas, Que conhece todas as coisas exatamente como são, ou uma imagem distorcida de ti mesmo, confusa, desnorteada, incoerente e insegura de tudo? Não deixes que esta voz te oriente. Ouve, em seu lugar, uma Voz segura, que te fala de uma função que te foi dada por teu Criador, Que Se lembra de ti e pede com insistência que te lembres d'Ele agora.

13. Sua Voz serena está chamando do conhecido para o desconhecido. Ele quer te consolar, embora Ele não conheça nenhuma tristeza. Ele quer fazer uma restituição, embora Ele seja completo; uma dádiva para ti, embora Ele saiba que tu já tens tudo. Ele tem Pensamentos que atendem a toda necessidade que Seu Filho percebe, embora Ele não as veja. Pois o Amor tem de dar e o que é dado em Nome d'Ele assume a forma mais útil em um mundo de formas.

14. Estas são as formas que não podem enganar jamais, porque elas vêm da Própria Ausência de Formas. O perdão é uma forma terrena de amor, que, assim como é no Céu, não tem nenhuma forma. Porém, dá-se aqui o que é necessário aqui do modo que for necessário. Desta forma tu podes cumprir tua função até mesmo aqui, embora ainda seja muito mais o que o amor vai significar para ti, quanto a ausência de formas for restabelecida para ti. A salvação do mundo depende de ti, que podes perdoar. Esta é tua função aqui.

*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 186

"A salvação do mundo depende de mim."

Quantos dentre nós já se aperceberam de que a ideia que vamos praticar hoje é, de fato, a mais pura expressão da verdade? Só eu posso salvar o mundo, se acredito na mensagem atribuída historicamente a Jesus, trazida mais uma vez ao mundo pela Voz à qual se atribui a autoria deste Curso. O mesmo vale para quem acredita na mensagem que, segundo a história, ele nos deixou há mais de dois mil anos. Ou não nos lembramos de que, de acordo com os registros que chegaram até nós, ele disse que tudo o que ele fez cada um de nós pode fazer igual e melhor?

Além do mais há que se considerar que o Curso ensina que "não há nenhum mundo", a não ser aquele que nós mesmos construímos com nosso pensamentos e ações, acreditando que é possível uma existência separada de Deus.

Mais! Basta que acreditemos na veracidade da afirmação do Curso de que não existe nada fora de nós, para se criar em nós a certeza interior de que o mundo não existe a não ser como expressão daquilo que trazemos dentro de cada um de nós mesmos. E isso é mesmo o que diz Elio D'Anna em seu livro A Escola dos Deuses, para quem se deu ao trabalho de lê-lo, conforme minha recomendação.

É preciso que nos conscientizemos de que isso também é verdade para todos nós, uma vez que tudo não é nada a não ser extensão ou projeção do que há dentro de cada um e de todos ao mesmo tempo. Isto é, o mundo que vemos é um mundo diferente para cada um de nós, que olhamos para ele. Mais ainda, ele é um mundo diferente a cada instante que olhamos para ele. E ele é para cada um de nós fruto das crenças que desenvolvemos ao longo do tempo que aparentemente passamos aqui. É assim que ele se mostra a cada um, a sua maneira, com uma percepção própria, fundada nos equívocos particulares dos sentidos individuais, e na visão própria de cada um, que serve apenas para confirmar aquilo em que cada um acredita.

Por isso posso repetir sem susto o que já disse nos comentários dos últimos anos: ainda bem que a lição de hoje apresenta uma ideia que nos pede para relevar as formas, todas as formas, sem exceção, uma vez que cada um de nós em seu próprio mundo aprende de acordo com a própria capacidade de ouvir e entender - entender, aqui, no sentido de aceitar e seguir a orientação que o Curso oferece - a ideia que pratica. E para cada um ela se apresenta da forma que lhe for mais conveniente, da forma lhe seja mais fácil e melhor de reconhecer, compreender e aceitar. 

Lembremo-nos sempre, pois, de que compreender só é, de fato, compreender, quando é sinônimo de aceitar. E também de que não há necessidade de compreender a partir do que sabemos intelectualmente, uma vez que tudo o que sabemos via intelecto, só pode se referir - e, de fato, só se refere mesmo - à ilusão. Quer dizer, só tem necessidade de compreensão aquele que acredita, ou que quer acreditar, que pode haver qualquer realidade na ilusão.

Fiquemos atentos, portanto, ao que nos diz a lição de hoje acerca da necessidade de assumirmos o papel que nos cabe na salvação do mundo. Lembremo-nos de que, se Deus nos garante que temos todo o poder, toda a sabedoria e toda a santidade e inocência necessárias para levar a cabo a tarefa, é porque, de fato, temos. 

É importante lembrar ainda que assumir este papel significa também assumir cem por cento a responsabilidade pela cura do mundo que construímos com nossos pensamentos, palavras, atos e omissões, como já lhes disse em vários comentários anteriores. 

Às práticas?

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