LIÇÃO 202
Eu não sou um corpo. Sou livre.
Pois ainda sou como Deus me criou.
1. (182) Eu me aquietarei por um momento e irei para casa.
Por que eu escolheria ficar por mais um momento onde não é meu lugar, quando o Próprio Deus me dá Sua Voz e me chama de volta a casa?
Eu não sou um corpo. Sou livre.
Pois ainda sou como Deus me criou.
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COMENTÁRIO:
Explorando a LIÇÃO 202
Vou repetir mais uma vez o comentário feito a esta lição nos últimos anos, por continuar a vê-lo como pertinente com o que vamos praticar. Aí vai então:
Como vimos ontem, de acordo com a instruções que recebemos para as práticas deste período de revisão, qualquer uma das lições que vamos praticar, entendida, praticada, aceita e aplicada a tudo o que aparentemente nos acontecer ao longo de todo o dia, todos os dias, é suficiente para nossa salvação individual e, por consequência, para a salvação do mundo inteiro, uma vez que cada uma delas contém todo o currículo. Isto também vale para todas e cada uma das lições do Curso inteiro, e não apenas para as vinte que revisamos no momento. Lembremo-nos também de que cada um de nós traz em si o mundo inteiro.
Assim é que a ideia que praticamos hoje chama nossa atenção para o anseio que nos leva a buscar de forma incessante um modo de voltar para casa, uma vez que, em geral, mesmo que de modo muito sutil e, muitas vezes - a maioria delas, eu diria -, inconsciente, não nos sentimos em casa aqui, neste mundo, estejamos aonde estivermos.
A razão para este "desconforto", para esta "inquietação", já sabemos, ou já deveríamos saber a esta altura, está na crença na separação. A percepção do mundo das formas nos mostra, separados de nós, aspectos do divino em nós mesmos em tudo e em todos, que muitas vezes temos dificuldade para reconhecer, aceitar e acolher. Entre estes aspectos está aquele que se denomina "sombra".
Ken Wilber, em seu livro A Visão Integral, entre outros, diz que "sombra" é um termo que representa "o inconsciente pessoal ou o material psicológico que reprimimos, negamos, dissociamos ou rejeitamos". Diz mais que, "infelizmente, negar esse material não faz com que ele vá embora; pelo contrário, ele volta para nos perturbar com dolorosos sintomas neuróticos, obsessões, medos e ansiedades. Trazer este material à superfície, familiarizar-se com ele e apropriar-se dele é necessário não apenas para a eliminação dos sintomas dolorosos, mas também para a formação de uma auto-imagem mais verdadeira e saudável".
Acredito, como já disse outras vezes, que a prática diária pode nos dar condições de reconhecer, sem medo, aqueles aspectos de nós que buscamos reprimir, negar, dissociar ou rejeitar. Mais: os exercícios com as ideias que o Curso nos apresenta são um ótimo instrumento para aprendermos a aceitá-los, acolhê-los, encará-los. Para conversar com eles e integrá-los a nossa experiência. Isto tudo facilita a volta a casa, que não é nada mais nada menos do que voltar para nós mesmos, incluindo tudo o que vemos aparentemente separado de nós.
Voltar a casa, pode-se dizer, talvez seja apenas reconhecer e aceitar a verdade daquilo que o Curso diz, quando diz: "já somos aquilo que estamos buscando".
Basta, portanto, como nos ensina o Curso pela ideia que praticamos hoje, que nos aquietemos por um instante e voltaremos para casa.
Às práticas?
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