quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Quando entregamos a Deus, só o melhor acontece


11. O que é a criação?

1. A criação é a soma de todos os Pensamentos de Deus, em número infinito e sem qualquer limite. Só o amor cria, e só como ele mesmo. Nunca houve um tempo em que aquilo que ele criou não existia. Tampouco haverá um em que qualquer coisa que ele criou venha a sofrer qualquer perda. Os Pensamentos de Deus são para todo o sempre exatamente como eram e tal qual são, imutáveis ao longo do tempo e depois que o tempo acabar.

2. Os Pensamentos de Deus recebem todo o poder que seu próprio Criador tem. Pois Ele quer acrescentar ao amor por sua extensão. Deste modo, Seu Filho compartilha da criação e, por isso, tem de compartilhar do poder de criar. Aquilo que Deus quer que seja Um para sempre ainda será Um quando o tempo acabar; e não mudará ao longo do curso do tempo, permanecendo como era antes que a ideia de tempo começasse.

3. A criação é o contrário de todas as ilusões, pois criação é verdade. A criação é o Filho santo de Deus, pois na criação a Vontade d'Ele é completa em todos os aspectos, tornando cada parte continente do todo. A inviolabilidade de sua unicidade fica garantida para sempre; preservada eternamente dentro de Sua Vontade santa, além de toda possibilidade de dano, de separação, de imperfeição e de qualquer mancha em sua inocência.

4. Nós somos a criação; nós, os Filhos de Deus. Parecemos estar separados e não-cientes de nossa unidade com Ele. Mas, por trás de todas as nossas dúvidas, além de todos os nossos medos, ainda existe a certeza. Pois o amor permanece com todos os seus Pensamentos, porque é deles a certeza do amor. A memória de Deus está em nossas mentes, que conhecem sua unicidade e sua unidade com seu Criador. Permite que nossa função seja apenas deixar que esta memória volte, apenas para permitir que a Vontade de Deus seja feita sobre a terra, apenas para sermos devolvidos à sanidade e para sermos apenas como Deus nos criou.

5. Nosso pai nos chama. Ouvimos Sua Voz e perdoamos a criação em Nome de Seu Criador, a Própria Santidade, Santidade Da Qual Sua Própria criação compartilha; Santidade Que ainda é uma parte de nós.

*

LIÇÃO 329


Eu já escolhi aquilo que Tu queres.

1. Pai, pensei que me desviava de Tua Vontade, que a desafiava, desobedecia suas leis e interpunha uma segunda vontade mais poderosa do que a Tua. Todavia, o que sou, na verdade, é apenas Tua Vontade estendida e se estendendo. Sou isto e isto nunca vai mudar. Da mesma forma que Tu és Um, eu também sou um Contigo. E escolhi isto na minha criação, quando minha vontade se tornou para sempre uma só com a Tua. Essa escolha foi feita para toda a eternidade. Ela não pode mudar para ficar em oposição a si mesma. Pai, minha vontade é a Tua. E eu estou seguro, tranquilo e sereno, em alegria sem fim, porque é Tua Vontade que seja assim.

2. Hoje aceitaremos nossa união uns com os outros e com nossa Fonte. Não temos nenhuma vontade separada da d'Ele e todos somos um porque todos compartilhamos a Vontade d'Ele. A partir dela descobrimos, enfim, nosso caminho para Deus.



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COMENTÁRIO:


Explorando a LIÇÃO 329

Hoje vamos afirmar uma vez mais com toda a honestidade e sinceridade de que somos capazes que queremos - e que acreditamos - estar em sintonia com a Vontade de Deus para nós com a ideia:

Eu já escolhi aquilo que Tu queres.

Vamos nos abrir à ideia de que nossa vontade e a d'Ele são a mesma e uma só, assim como ensina o Curso e conforme já vimos muitas vezes antes. Já escolhemos o que queremos e queremos apenas aquilo que Deus quer, mesmo que durante a maior parte do tempo não tenhamos consciência disso. 

Para chegarmos a tal consciência é que precisamos dizer:

Pai, pensei que me desviava de Tua Vontade, que a desafiava, desobedecia suas leis e interpunha uma segunda vontade mais poderosa do que a Tua. Todavia, o que sou, na verdade, é apenas Tua Vontade estendida e se estendendo. Sou isto e isto nunca vai mudar. Da mesma forma que Tu és Um, eu também sou um Contigo. E escolhi isto na minha criação, quando minha vontade se tornou para sempre uma só com a Tua. Essa escolha foi feita para toda a eternidade. Ela não pode mudar para ficar em oposição a si mesma. Pai, minha vontade é a Tua. E eu estou seguro, tranquilo e sereno, em alegria sem fim, porque é Tua Vontade que seja assim.

Como eu já disse muitas vezes antes, nossa maior dificuldade, quando se trata de escolher entre ilusão e realidade está em achar que alguma das formas da ilusão tem valor [vejam de novo, por favor, o texto O amigo indicado, no capítulo 26 do livro, que citei em comentário de uma lição há não muito tempo]. Isto nos leva a tentar dar realidade às ilusões. Essa tentativa está fadada ao fracasso, uma vez que nada pode dar realidade àquilo que não tem realidade. Esta ideia, aliás, foi tema de um dos exercícios da primeira parte. Lembram?

O Curso ensina, entre outras coisas, que não podemos ter certeza de nada daquilo que vemos fora de nós, mas podemos ficar certos de que, ao nos deixarmos conduzir pelo Espírito Santo, pelo divino em nós, oferecendo-Lhe um lugar de descanso, é n'Ele que vamos descansar.

Dizendo de outra forma, para nos valermos também das ideias de duas lições recentes, tudo o que o Espírito Santo nos pede é que nos deixemos conduzir, que escolhamos ser o segundo, colocando Deus em primeiro, sempre, pois, de verdade, não sabemos o que é melhor para nós em praticamente nenhuma circunstância. Será competir pelo primeiro lugar? Lembremo-nos de que tudo é sempre entre nós e Deus. Daí, muitas vezes, nós mesmos questionarmos as decisões que acabáramos de tomar. Ou de termos dúvidas quanto à decisão a ser tomada. 

Para abandonarmos quaisquer dúvidas, é preciso que cada um de nós assuma seu próprio compromisso com as práticas diárias, aceitando a ideia de que é possível viver em sintonia com Deus e uns com os outros, como nos orienta a lição:

Hoje aceitaremos nossa união uns com os outros e com nossa Fonte. Não temos nenhuma vontade separada da d'Ele e todos somos um porque todos compartilhamos a Vontade d'Ele. A partir dela descobrimos, enfim, nosso caminho para Deus.

Pois os sentidos do corpo, de que nos valemos para traçar os caminhos que vamos trilhar neste mundo, não conseguem ver, tocar, cheirar, saborear ou ouvir a realidade. A lógica do sistema de pensamento do ego [o falso eu] não é suficiente para abarcar todos os aspectos de um fato qualquer. Racionalizar serve para nos dar uma indicação de um caminho provável em função dos dados que determinada situação nos mostra, mas apenas para isso. Quando nos entregamos ao Ser, voltando-nos para o divino dentro de nós mesmos, só o melhor pode acontecer. Sempre.

Às práticas?


NOTA:

Ao fazer minhas práticas ontem pela manhã, acorreu-me à lembrança algo que creio pode valer para ampliar nossa reflexão acerca das lições todas que estamos fazendo, as desta série e as das séries anteriores nesta segunda parte e também as lições da primeira parte do livro de exercícios.

É claro que minha memória foi despertada por questões que não vêm ao caso comentar, mas que se referem basicamente aos princípios centrais deste ensinamento que compartilhamos aqui. Tratam-se de lições cujo aprendizado é fundamental para quem quer que queira seguir adiante em seu aprendizado. Ensinamentos sem os quais o Curso não faz sentido. Sem os quais tudo não passa de conversa mole, instruções para se chegar a lugar nenhum.

Vejamos, então, o que quero dizer. E peço desde já que me desculpem pela extensão da reflexão e que não o leiam se se sentirem tentados a fazê-lo da má vontade ou mesmo que o abandonem e deletem de suas práticas, caso seja este o impulso que tenham.

Relendo o que nos dizia a lição de ontem, lá no texto que unifica a série:

A Criação é a soma de todos os Pensamentos de Deus. - Isto quer dizer nós, cada um de nós e todos nós ao mesmo tempo - em número infinito e sem qualquer limite.

É só o Amor que cria e Ele só cria como a Si mesmo - aliás, há uma lição na primeira parte que diz isso exatamente, se não me falha a memória, não é? -, isto é, com Amor, no Amor.

Os Pensamentos de Deus, nós todos e cada um de nós, recebe todo o poder que seu próprio Criador tem. Pois o Criador que acrescentar ao amor, estendendo-o. Desse modo o Filho de Deus, Seu Pensamento, compartilha da criação e tem, por isso, que compartilhar também do poder para criar.

Não se pode pensar, então, ao dizermos "eu só preciso chamar e Tu me responderás", como na lição de anteontem, que estamos nos referindo a qualquer coisa fora de nós.

Deus - ou qualquer que seja o nome que damos Àquilo que move o universo e o mantém coeso - não é diferente daquilo que cada um de nós é. Que todos somos. E só podemos acessar o poder que vem d'Ele quando nos reconhecemos como iguais - por semelhança - a Ele. 

Não há como dedicar nada a Deus, se não o dedicamos primeiro a nós mesmos. Cada um de nós a si mesmo.

Tudo aquilo que penso de mim - e também tudo aquilo que penso de qualquer outra pessoa no mundo, ou de qualquer aspecto da criação, em minha experiência, em minha consciência - é revelador daquilo que penso de Deus. Não posso estabelecer contato com Deus, nem me comunicar com Ele, se tenho alguma coisa contra mim mesmo, ou contra qualquer pessoa do mundo, ou contra qualquer aspecto da criação.

Quer dizer, a comunicação com Deus só se dá quando é perfeita a minha comunicação com tudo o que é criado. Quando entendo e aceito que tudo é exatamente como deve ser. E, porque entendo e aceito isso, entendo e aceito também - sem me julgar, sem me diminuir, sem me humilhar ou fazer pouco de mim e do que sou - que eu escolho o que quero viver o tempo inteiro. E vivo apenas o que escolhi.

Não há ninguém fora de mim a quem responsabilizar, a quem culpar, ou a quem atribuir os efeitos de minhas escolhas. Sejam eles quais forem.

Eu sou Deus materializado numa forma, que, por um lado, experimenta as impressões da percepção e dos sentidos, escolhendo uma vida, um modo de viver para poder vivenciar a completude da criação.

Se, por outro lado, não é a alegria completa e perfeita que experimento a partir de minhas escolhas, ainda não aceitei minha divindade e estou preso ao mundo da percepção e do julgamento de uma imagem falsa de mim mesmo que o mundo tenta me vender como real. Uma imagem - um ego, na linguagem do Curso - que, centrada em si mesma, se quer onipotente. Uma imagem louca que não percebe, não atina e não aceita a total dependência de Deus. Mas do Deus interno, do Deus em nós mesmos, além e acima de toda e qualquer imagem que possamos construir para identificá-Lo.

O esforço, qualquer esforço, para ligar Deus a uma imagem, seja ela qual for, é idolatria apenas. Não há um Deus fora a Quem possamos nos dirigir. Isso é básico no Curso. E na vida real.

Nós somos a criação. Nós somos os Filhos de Deus. Apenas parecemos estar separados e inconscientes de nossa eterna unidade com Ele. Porém, atrás de todas as nossas dúvidas, além de todos nossos medos, ainda existe a certeza de nossa origem, de nossa unidade. Pois o Amor, que é também o que Deus é, permanece com todos e com cada um de Seus Pensamentos e lhes dá, e nos dá, Sua certeza.

A lembrança de Deus está em nossas mentes santas, que conhecem sua unicidade e sua unidade com o Criador.

Não nos enganemos mais. Deixemos que o divino em nós assuma as tarefas todas relativas ao viver neste mundo, para que ele se torne cada vez mais parecido com o Céu, que é nosso lar, que é nossa origem, que é o estado-lugar de onde viemos e do qual nunca saímos. Apesar da impressão, apesar das aparências de um mundo cheio de coisas desejáveis e indesejáveis, criado apenas como fantasia, uma ilusão construída por aquela falsa imagem de nós mesmo, que se deve ao sistema de pensamento do ego.

Não há como chegar ao Céu, à comunicação com Deus, enquanto o mundo e as coisas do mundo ainda exercerem qualquer atração sobre nós.

Parece-nos que vamos ganhar autonomia, independência, somente com nossa luta para nos mantermos separados. Parece-nos que o jeito de chegar à salvação é sermos independentes do restante da criação de Deus. Porém, assim, tudo o que encontramos é doença, sofrimento, perda e morte. Porque tudo está interligado, como as tramas de um tecido, como os fios de uma teia de aranha.

Não temos uma vontade independente da Vontade de Deus, por mais que o ego queira e pense que é possível uma vontade assim separada da única que existe.

Ora, se pararmos para pensar um pouquinho só que seja, veremos, reconheceremos que a humanidade, desde o início dos tempos - se é que houve algum -, busca a felicidade, o Céu, por assim dizer.

Só a alegria vivida a partir do divino interior em nós pode nos dar isso.

E se isso, essa alegria, é tudo o que todos e cada um de nós queremos, o que há em nós que possa nos autorizar a pensar que alguns são diferentes, para melhor ou para pior, de outros?

As diferenças que vemos nas aparências só existem na experiência da ilusão de um mundo construído sob a falsa premissa da separação.

Um mundo em que alguns - a maioria talvez - acreditam e buscam mudar. Esquecendo-se de que não há mundo senão no interior de cada um. Assim, o que cada um vê, quando olha para o mundo, é apenas o reflexo de si mesmo. Daquilo que traz dentro de si.

Paz e bem!

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