terça-feira, 12 de novembro de 2013

Angústia, infelicidade e carência revelam falta de fé


LIÇÃO 316

Todas as dádivas que dou a meus irmãos são minhas.

1. Da mesma forma que todas as dádivas que meus irmãos dão são minhas, cada dádiva que dou também me pertence. Cada uma permite que um erro passado se vá e não deixe nenhuma sombra sobre a mente santa que meu Pai ama. Sua graça me é dada em cada dádiva que um irmão recebe ao longo de todo o tempo e além de todo o tempo também. Meus depósitos estão cheios e anjos guardam suas portas abertas para que não se perca nenhuma dádiva e para que apenas se acrescente mais. Deixa-me ir ao lugar onde estão meus tesouros e entrar no lugar em que sou verdadeiramente bem-vindo me sinto em casa, entre as dádivas que Deus me dá.

2. Pai, quero aceitar Tuas dádivas hoje. Eu não as reconheço. Mas confio que Tu Que as deste vais prover os meios pelos quais eu possa vê-las,  perceber seu valor e apreciar apenas elas como aquilo que quero.

*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 316

Como todos bem podem ver  a ideia que o Curso oferece para as práticas de hoje é como que um contraponto àquela que praticamos ontem. Isto é, da mesma forma que reconhecemos que tudo o que nossos irmãos dão nos pertence, vamos reconhecer que tudo aquilo que damos a nossos irmãos também é nosso. Isto é, mesmo dado, continua a nos pertencer. Pois, como o Curso diz em outro ponto, e como é parte também da sabedoria popular, "ninguém pode dar aquilo que não tem". Ou "só pode te faltar aquilo que não dás". Ou ainda, a partir do que nos diz a Oração de São Francisco "é dando que se recebe".

O fato de reconhecermos que aquilo que os irmãos dão nos pertence permite que aceitemos também a ideia de que não há nada fora de nós. Isto é a mesma coisa que dizer que não há mundo fora de nós. Ou, dizendo de outro modo, isto implica reconhecer, mesmo que antes de sermos capazes de aceitá-lo, que o mundo que vemos aparentemente fora de nós, não é nada mais do que uma projeção, uma exteriorização, daquilo tudo que trazemos interiormente.

Uma reflexão deste tipo é o que pode nos dar um vislumbre a compreensão do significado da unidade. Porque, como todos já sabemos, "compreender é aceitar". Dizendo melhor, nós só não compreendemos aquilo que não aceitamos. Portanto, se, de fato, quisermos reconhecer nossos equívocos em relação a tudo e a todos, é fácil. Basta que olhemos para aquilo que não compreendemos e busquemos identificar aí, com olhos amorosos, o que não queremos aceitar. Feito isto, damos início, ou seguimento, ao processo do aprendizado de nós mesmos.

Repisando em algo que já é parte do repertório de respostas que têm os que se aproximam deste Curso, de mente e corações abertos, a ideia das práticas de hoje também se refere a um dos ensinamentos centrais do Curso, que é: "os pensamentos não deixam sua Fonte". Ou ainda à ideia segundo a qual "dar e receber são a mesma coisa", outro dos ensinamentos vitais do Curso.

Na prática, a ideia para os exercícios de hoje oferece a certeza de que tudo o que damos continua a ser nosso. Ou, melhor dizendo, de acordo com o ensinamento, "só temos verdadeiramente aquilo que damos". Ou ainda, "só te falta aquilo que não estás dando", como citado também acima.

Portanto, podemos ficar tranquilos em relação a nossos maiores medos que se referem à perda, à escassez e à carência. Pois todas as dádivas que damos a qualquer de nossos irmãos nos pertencem. Vão continuar a nos pertencer para sempre. Por isso, não se justificam nosso medos, nossas angústias, a menos que não sejamos capazes de crer que ainda somos como Deus nos criou e que somos Seu Filho. 

Ou, citando Paramahansa Yogananda: 

Enquanto acreditamos no íntimo de nossos corações que nossa capacidade é limitada, e nos sentimos angustiados e infelizes, está nos faltando fé. Aquele que crê verdadeiramente em Deus não tem nenhum direito de se sentir angustiado em relação a nada.

É preciso dizer mais?

Às práticas?

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