quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Só a profunda gratidão pode me dar a alegria e a paz


LIÇÃO 303

O Cristo santo nasce em mim hoje.

1. Vigiai comigo, anjos, vigiai comigo hoje. Fazei que todos os pensamentos sagrados de Deus me envolvam e se aquietem comigo enquanto nasce o Filho do Céu. Deixai que os sons terrenos silenciem e que as visões a que estou acostumado desapareçam. Deixai o Cristo ser acolhido no lugar em que Ele se sente em casa. E deixai que Ele ouça os sons que Ele entende e veja apenas as cenas que mostram o Amor de Seu Pai. Fazei que Ele não seja mais um estranho aqui, pois hoje Ele nasce novamente em mim.

2. Teu Filho é bem-vindo, Pai. Ele vem para me salvar do ser maligno que criei. Ele é o Ser que Tu me dás. Ele é apenas o que realmente sou na verdade. Ele é o Filho que Tu amas acima de todas as coisas. Ele é meu Ser tal qual Tu me criaste. Não é Cristo que pode ser crucificado. Em segurança nos Teus Braços, permite que eu receba Teu Filho.

*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 303

Duas ou três coisinhas estão a me pedir atenção para começar o comentário de exploração da ideia que o Curso nos oferece para as práticas de hoje.

A primeira delas é a noção que o Curso quer que aprendamos, segundo a qual "dar e receber são uma só e mesma coisa". 

E por que isto pede atenção? 

Talvez porque, como já disse outras vezes, precisamos reconhecer quão mal-agradecidos somos à vida, a Deus, ao espírito e a tudo e a todos de modo geral. Óbvio é que só uma profunda gratidão por tudo e por todos pode me levar a viver uma experiência diferente da que vivo hoje em dia, se o que vivo não é a expressão da mais pura alegria e não me deixa experimentar nem um momento de paz.

A segunda está em uma fala de Ramana Maharshi publicada dia desses no facebook e que diz o seguinte, traduzindo de forma livre:

Torna-te invejoso de qualquer um inferior a ti.
Tu tens de te tornar muito pequeno.
De fato, tu tens de te tornar nada.
Só uma pessoa que não é ninguém pode habitar no Ser.

Parece-me que isto quer dizer que devemos aquietar o 'eu', o falso eu, o ego, abandonando toda e qualquer intenção de ser alguma coisa a partir do corpo, ou da mente que se vê separada. Parece-me que isto é seguir o conselho de Joel Goldsmith, que aconselha a que deixemos Deus viver a vida em nós, por nós. Isto é, que nos entreguemos por completo ao divino em nós e só deixemos vir à tona aquilo que se revela ser a manifestação do que somos na verdade, em Deus, na unidade com Ele.

E, por fim, agradecendo a manifestação da Cida, nossa colega, em comentário feito no dia 28, à lição 301, queria lembrá-los de que o Curso nos pede para voltarmos nosso olhar diariamente ao tema que dá unidade a cada bloco de dez lições, que, neste caso, é: O que é a Segunda Vinda?

Ela diz que chegamos agora a um momento delicado, um momento em que precisamos aprender o que é a Segunda Vinda, na verdade, abandonando tudo o que nos foi ensinado a respeito de um Juízo Final assustador, em que os justos, destinados ao Céu, seriam separados dos ímpios, que, por sua vez, seriam condenados por toda eternidade a um castigo sem fim.

Para o Curso, a Segunda Vinda é apenas a volta do sentido, a correção dos erros e a volta da sanidade. É o convite [que nós fazemos] para Deus, Sua Realidade, tomar o lugar das ilusões. É a permissão que damos para que Cristo nasça em nós em todos os momentos. É nossa disposição para deixar que perdão repouse sobre todas as coisas, em primeiro lugar sobre cada um de nós mesmos, sem exceção e sem reservas. Ou como diz o texto em outro ponto: A Segunda Vinda é a consciência da realidade, não o seu retorno.

Então, faz sentido o Curso dizer que não precisamos fazer nada. Basta que nos coloquemos à disposição do espírito em nós, para deixar que o Cristo nasça em nós, hoje, e todos os dias a contar de hoje. Pois é esta disposição que pode nos dar o olhar crístico para ver um mundo perdoado, um mundo que não necessita de nenhuma das mudanças que o sistema de pensamento do ego, em sua pretensa onipotência, quer nos fazer crer necessárias.

Como já sabemos, é um equívoco pensar que quaisquer mudanças que possamos fazer nas circunstâncias que nos cercam exerçam qualquer efeito no Ser que verdadeiramente somos. As circunstâncias não são mais do que circunstâncias, se vistas corretamente a partir do olhar amoroso de Cristo. Além do mais, ver quaisquer necessidades de mudança no mundo é dar a ele um valor e um poder que ele não tem. Não é o mundo que precisa ser transformado, mas nossa percepção do mundo, conforme a meta que o Curso nos apresenta.

Ou, repetindo a parte final dos comentários anteriores, as paixões que as coisas terrenas despertam dizem respeito apenas às circunstâncias que não vão durar, pois só existem na ilusão de tempo e de espaço, neste mundo em que aparentemente vivemos. Estas paixões fundam as leis que mantêm o amor no cativeiro. E, de acordo com Carol Gilligan, de quem já falei antes: "As leis que mantêm o amor em cativeiro mantêm este mundo no lugar".

Convido-os(as), pois, mais uma vez hoje, a todos e a todas, a deixarmos, mergulhando nas práticas, Cristo nascer em cada um de nós hoje para aprendermos a experimentar o Amor que dura para sempre e que é a única coisa que existe realmente. A única coisa que, de fato, queremos. A única coisa que pode nos dar a alegria e a paz perfeitas e completas, que são a Vontade de Deus para nós. E a nossa própria vontade. 

Às práticas?

Nenhum comentário:

Postar um comentário