LIÇÃO 294
Meu corpo é uma coisa inteiramente neutra.
1. Eu sou um Filho de Deus. E posso ser outra coisa também? Deus criou o mortal e o perecível? Que utilidade tem para o Filho amado de Deus aquilo que tem de morrer? E, não obstante, uma coisa neutra não percebe a morte, pois não se investe pensamentos de medo aí, tampouco se coloca um arremedo de amor sobre ela. Sua neutralidade a protege enquanto tiver uma utilidade. E, mais tarde, ela é abandonada. Ela não está doente, nem velha, nem ferida. Ela só não tem mais função, é desnecessária e é dispensada. Permite que eu não a veja como mais do que isso hoje, útil por algum tempo e própria para atender a uma necessidade, para manter sua utilidade enquanto puder ser útil e para ser substituída então por um bem maior.
2. Pai, meu corpo não pode ser Teu Filho. E aquilo que não é criado não pode ser pecador nem inocente; nem bom nem mau. Permite, então, que eu use este sonho para ajudar em Teu plano, a fim de que despertemos de todos os sonhos que fizemos.
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COMENTÁRIO:
Explorando a LIÇÃO 294
A ideia para nossas práticas de hoje traz-nos para reflexão o tema da neutralidade do corpo. E, se voltarmos nossa atenção para o que as primeiras lições nos ensinaram, haveremos de lembrar que o Curso diz que só nós mesmos damos valor, ou atribuímos significado, ao que vemos. Pois o mundo - e tudo o que há nele, inclusive nossos corpos - é neutro.
É por isso que o Curso em certo momento nos aconselha: "Esquece-te deste mundo, esquece-te deste curso e vem com as mãos totalmente vazias ao teu Deus". A Deus em ti mesmo. Isto é, vale dizer, volta-te apenas para dentro de ti, esvazia tua mente de qualquer desejo e de qualquer intenção e experimentarás Deus, pois não há nada a não ser Ele.
O próprio Curso, porém, diz que é mais fácil acreditares que Deus é uma ideia do que acreditares que tu és uma ideia. E uma ideia de algo que inventaste em tuas fantasias a respeito da separação e que pensas que é o que tu és. Algo que existe apenas em tua imaginação: o ego, a imagem que fazes de ti mesmo para te relacionares com o mundo.
Quando ainda estamos, de alguma maneira, sob a influência desse falso eu [o ego] - o que quer dizer que ainda damos importância às formas, aos sentidos e à percepção -, acreditamos que eles podem ser meios de encontrar a felicidade e a alegria plenas neste mundo, mesmo este curso pode ser - e é - usado pelo ego para nos confundir.
Assim, como eu já disse antes, precisamos aprender a abandonar quaisquer medos que tenhamos do destino que está reservado aos corpos, como a quaisquer outros veículos de comunicação e instrumentos de que nos valemos para viver aqui.
Precisamos também aprender e incluir em nossa experiência a convicção de que o "corpo é uma coisa inteiramente neutra", conforme o Curso ensina, e que, por isso, não há razão para que ninguém nos queira ensinar a temer sua perda.
Lembremo-nos, então, mais uma vez do que nos ensina o jagunço Riobaldo, já citado outras vezes:
"... enquanto houver no mundo um vivente medroso, um menino tremor, todos perigam - o contagioso. Mas ninguém tem a licença de fazer medo nos outros, ninguém tenha. O maior direito que é meu - o que quero e sobrequero -: é que ninguém tem o direito de fazer medo em mim."
Tanto isto é verdade que nem o Próprio Deus nos impede de fazer qualquer coisa que queiramos. Nem nos julga, nem quer nos punir e castigar por qualquer crença que tenhamos. Nem mesmo quando, equivocadamente, nos acreditamos separados d'Ele, repetindo em parte comentários anteriores para esta mesma lição.
Às práticas?
Nesse meu longo caminho de buscas, encontrei muitas coisas interessantes. Quando descobri o Curso em Milagres ,entendi que era algo voltado para mudanças profundas de minha mente e que todos podiam segui-lo, independente de quem eram. Desde então, percebi que é um livro para a vida toda e tem havido muita resistência em segui-lo diariamente. Esse é oprimeiro ano que estou conseguindo fazer o curso. Aos poucos, fui descobrindo-me, perdoando e livrando-me de culpas e do medo. Estar acompanhando seus comentários facilita esse caminho . Cada vez mais próxima do mundo real, uma vez que já sei que não é o mundo do ego o verdadeiro mundo. Já vislumbro esse mundo real, com a mente sem tantos conflitos, culpas e mais sintonizada no perdão. Gratidão sempre.
ResponderExcluirÉ bem isto, Cida. O ensinamento que nos oferece o Curso é para a vida toda, uma vez que ele se dispõe a nos oferecer os meios para que cheguemos ao conhecimento de nós mesmos, o que, em última instância vai nos colocar em contato com Deus. Isto é, com o conhecimento do divino interior.
ExcluirOu para aproveitar um trecho de um dos livros de Aldous Huxley, que li recentemente, e que tem a ver com este seu-nosso caminho:
"A jornada espiritual não consiste em se chegar a um destino no qual a pessoa ganha o que não tem, ou se torna o que não é. Consiste na dissolução da própria ignorância daquilo que se refere a seu próprio ser e a suas própria vida, e no desenvolvimento gradual daquela compreensão que dá início ao despertar espiritual. O encontro de Deus é um se chegar ao próprio ser."
Obrigado por continuar conosco e compartilhar.
Beijos.