sexta-feira, 18 de outubro de 2024

Por quanto tempo vamos adiar o final feliz para nós?

 

8. O que é o mundo real?

1. O mundo real é um símbolo, igual ao resto do que a percepção oferece. Contudo, ele representa o contrário daquilo que tu fizeste. Teu mundo é visto pelos olhos do medo e te traz à mente as evidências do horror. O mundo real não pode ser visto senão por olhos que o perdão abençoa, a fim de que eles vejam um mundo no qual o horror seja impossível e não se possa encontrar indícios de medo.

2. O mundo real possui uma contrapartida para cada pensamento infeliz que se reflete em teu mundo; uma compensação infalível para as cenas de medo e para os ruídos de luta que teu mundo contém. O mundo real apresenta um mundo visto de forma diferente, por olhos serenos e por uma mente em paz. Não há nada aí a não ser paz. Não se ouve nenhum grito de dor e de tristeza aí porque não fica nada fora do perdão. E as imagens são serenas. Só imagens felizes podem chegar à mente que se perdoa.

3. Que necessidade esta mente tem de pensamentos de morte, ataque e assassinato? O que ela pode perceber a sua volta a não ser segurança, amor e alegria? O que há para ela querer escolher condenar e o que há para ela querer julgar de modo desfavorável? O mundo que ela vê nasce de uma mente em paz consigo mesma. Não há nenhum perigo à espreita em nada do que ela vê, porque ela é benigna e só vê benignidade.

4. O mundo real é o símbolo de que o sonho de pecado e de culpa acabou, e de que o Filho de Deus já não dorme. Seus olhos despertos percebem o reflexo seguro do Amor de seu Pai; a garantia infalível de que ele está redimido. O mundo real indica o fim do tempo, pois a percepção dele torna o tempo inútil.

5. O Espírito Santo não tem nenhuma necessidade do tempo depois que o tempo cumpre o propósito d'Ele. Agora, Ele espera aquele único instante a mais para que Deus dê Seu passo final e o tempo desapareça, levando consigo a percepção enquanto se vai, e deixa apenas a verdade para ser ela mesma. Esse instante é nossa meta, porque ele contém a lembrança de Deus. E, quando olhamos para um mundo perdoado, é Ele Quem nos chama e vem para nos levar para casa, lembrando-nos de nossa Identidade, que nosso perdão nos devolve.

*

LIÇÃO 292

É certo um final feliz para todas as coisas.

1. As promessas de Deus não fazem nenhuma exceção. E Ele assegura que só se pode achar a alegria como resultado final para todas as coisas. O momento em que se chegará a este resultado, porém, depende de nós; de quanto tempo permitiremos que uma vontade estranha pareça se opor à d'Ele. E, enquanto pensarmos que essa vontade é real, não acharemos o final que Ele estabelece como resultado para todos os problemas que percebemos, para todas as provações que vemos e para cada situação com que nos deparamos. Contudo, o fim é certo. Pois a Vontade de Deus se faz na terra e no Céu. Nós vamos buscar e achar segundo a Vontade d'Ele, que assegura que se faça a nossa vontade.

2. Nós Te agradecemos, Pai, por Tua garantia de apenas resultados felizes no final. Ajuda-nos a não nos intrometermos e, assim, atrasar os finais felizes que Tu nos prometes para cada problema que podemos perceber, para cada provação que ainda pensamos ter de enfrentar.

*

COMENTÁRIO:


Explorando a LIÇÃO 292

Caras, caros,

Hoje, para começar, vamos dedicar nossa atenção mais uma vez, ainda que apenas por um momento, às ideias de nossas práticas de ontem [Este é um dia de serenidade e de paz.] e das de sexta-feira [Minha felicidade neste momento é tudo o que vejo.].

Voltar nossa atenção para as ideias que praticamos dois dias atrás, como eu disse nos comentários anteriores para esta lição, só pode nos levar a concluir que a ideia que vamos praticar hoje tem de ser verdadeira. Mais, não podemos também deixar de concluir que o Curso está certo ao afirmar que o único tempo que existe é o presente.

E, como eu disse antes também, alguns podem até se perguntar: Por quê? E eu, repetindo ainda alguns dos comentários anteriores, diria que a razão para tanto é o fato de que as práticas diárias nos põem - agora - em contato direto com o que somos - e de que nos esquecemos a maior parte do tempo -, ainda que por alguns instantes apenas, dependendo do modo pelo qual nos dedicamos a elas. 

Em geral, porém, vivemos de forma inconsciente, fazendo coisas, querendo coisas, obtendo coisas e sonhando em ter e acumular mais e mais coisas, numa busca e numa atividade desenfreadas que nos afastam cada vez mais de nós mesmos, de nós mesmas, de tudo, de todos e todas e, mais sério, nos afastam aparentemente cada vez mais de Deus. Apesar de este afastamento ser impossível. Lembremo-nos apenas, por exemplo, de uma das lições da primeira parte do livro que afirma: Deus vai comigo aonde eu for.

Ora, o contato com o que somos, agora - o único tempo que existe -, ainda que por breves instantes, nos devolve a consciência do divino em nós e nos permite estar presentes por inteiro em toda e qualquer situação que se apresente. É nossa presença por inteiro que facilita viver cada dia como "um dia de serenidade e de paz", ou que possibilita vermos apenas nossa "felicidade neste momento".

E é claro que estes vislumbres e vivências do presente, do "aqui e agora", em nós mesmos, por mais breves que sejam, insisto, podem nos garantir - e garantem, de fato -, que, como a ideia que praticamos hoje: É certo um final feliz para todas as coisas.

Vamos, pois, em nossas práticas hoje, oferecer ao Pai toda a gratidão de que somos capazes pela certeza de que a Vontade d'Ele é a garantia de nossa [própria] vontade, que é a mesma d'Ele e que só pode ser satisfeita, quando nos rendermos por completo a Sua Presença em nós. 

Às práticas?

ADENDO:

Lembro-me que em 2016, um ano bissexto como este em que estamos, após convidá-los às práticas, anexei mais uns pontos para reflexão, a partir de minhas práticas naquele dia.

Repriso-as aqui, por acreditar que ainda são pertinentes:

Amadas, amados,

Começando as práticas deste dia, logo cedinho, ocorreram-me mais alguns pontos para nos ajudar a ampliar a reflexão com a ideia para este dia.

Aí vão:

"As promessas de Deus não fazem nenhuma exceção." E elas garantem que só a alegria pode ser o final encontrado para todas as coisas.

Porém, cabe a nós, a cada um e a cada uma de nós, a decisão de quando chegar a este resultado.

E a pergunta é: por quanto tempo ainda vamos permitir que uma vontade estranha, alheia, diferente dessa continue a nos impedir de experimentar e viver o final feliz?

Uma vontade que parece contrariar a Vontade de Deus só pode ser a do ego. Mas essa vontade existe verdadeiramente? Para quantos de nós?

Podemos nos perguntar, então: quanto tempo vamos nos demorar para aceitar a Vontade de Deus de alegria, de paz e felicidade completas para nós, para todos, todas, para cada um e cada uma de nós?

Lembremo-nos, pois, do livre arbítrio. Deus não pode nos forçar a nada. Cabe apenas a cada um e a cada uma de nós a decisão de ser feliz, de viver a alegria, de viver a paz de espírito.

O final feliz está no reconhecimento de que nada real pode se opor à Vontade de Deus. O reconhecimento de que Deus quer a mesma coisa que eu, que cada um e cada uma de nós: ser completo, e que nos completemos n'Ele.

Não há lugar para onde fugir, não para onde correr neste mundo de aparências, pois tudo o que fazemos, quando corremos, quando fugimos é tão somente correr e fugir de nós mesmos ou de nós mesmas. E, claro, por extensão, de Deus.

Mas por quê? Para quê?

Por quanto tempo ainda vamos dar ouvidos a essa voz incessante, aterrorizante, que nos fala dos perigos do mundo, que se encolhe e quer que nos encolhamos de medo. Essa voz que quer que reconheçamos em nós uma culpa que não temos. Ainda somos como Deus nos criou. Inocentes. Puros. Puras. Sem mácula, sem mancha, sem pecado.

Crianças que se fartam e contentam na alegria, no riso, na beleza de ser, de amarem e de serem amadas. Isso é o que somos na verdade.

Até quando, então, vamos adiar o final feliz, por insistirmos em um apego às coisas do mundo, às pessoas do mundo, ao mundo, como se, de fato, existisse nele algo de valor? Como se ele, o mundo, - e tudo o que aparentemente vemos nele - de verdade existisse?

Até quando?

Paz e bem!

quinta-feira, 17 de outubro de 2024

Perdoar é apenas isto: deixar de ver o que não existe

 

8. O que é o mundo real?

1. O mundo real é um símbolo, igual ao resto do que a percepção oferece. Contudo, ele representa o contrário daquilo que tu fizeste. Teu mundo é visto pelos olhos do medo e te traz à mente as evidências do horror. O mundo real não pode ser visto senão por olhos que o perdão abençoa, a fim de que eles vejam um mundo no qual o horror seja impossível e não se possa encontrar indícios de medo.

2. O mundo real possui uma contrapartida para cada pensamento infeliz que se reflete em teu mundo; uma compensação infalível para as cenas de medo e para os ruídos de luta que teu mundo contém. O mundo real apresenta um mundo visto de forma diferente, por olhos serenos e por uma mente em paz. Não há nada aí a não ser paz. Não se ouve nenhum grito de dor e de tristeza aí porque não fica nada fora do perdão. E as imagens são serenas. Só imagens felizes podem chegar à mente que se perdoa.

3. Que necessidade esta mente tem de pensamentos de morte, ataque e assassinato? O que ela pode perceber a sua volta a não ser segurança, amor e alegria? O que há para ela querer escolher condenar e o que há para ela querer julgar de modo desfavorável? O mundo que ela vê nasce de uma mente em paz consigo mesma. Não há nenhum perigo à espreita em nada do que ela vê, porque ela é benigna e só vê benignidade.

4. O mundo real é o símbolo de que o sonho de pecado e de culpa acabou, e de que o Filho de Deus já não dorme. Seus olhos despertos percebem o reflexo seguro do Amor de seu Pai; a garantia infalível de que ele está redimido. O mundo real indica o fim do tempo, pois a percepção dele torna o tempo inútil.

5. O Espírito Santo não tem nenhuma necessidade do tempo depois que o tempo cumpre o propósito d'Ele. Agora, Ele espera aquele único instante a mais para que Deus dê Seu passo final e o tempo desapareça, levando consigo a percepção enquanto se vai, e deixa apenas a verdade para ser ela mesma. Esse instante é nossa meta, porque ele contém a lembrança de Deus. E, quando olhamos para um mundo perdoado, é Ele Quem nos chama e vem para nos levar para casa, lembrando-nos de nossa Identidade, que nosso perdão nos devolve.

*

LIÇÃO 291

Este é um dia de serenidade e de paz.

1. Hoje a visão de Cristo olha por intermédio de mim. A visão d'Ele me apresenta todas as coisas perdoadas e em paz, e oferece esta mesma visão ao mundo. E eu aceito esta visão em seu nome, tanto para mim quanto também para o mundo. Quanta graça vemos hoje! Quanta santidade vemos à volta de nós! E podemos reconhecer que ela é uma santidade da qual compartilhamos; é a Santidade do Próprio Deus.

2. Hoje minha mente está calma para receber os Pensamentos que Tu me ofereces. E eu aceito o que vem de Ti em lugar do que vem de mim mesmo. Eu não conheço o caminho para Ti. Mas Tu és inteiramente digno de confiança. Pai, guia Teu Filho pelo caminho sereno que conduz a Ti. Permite que meu perdão seja completo e deixa que a lembrança de Ti volte para mim.

*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 291

Caras, caros,

Vamos começar, mais uma vez, com as práticas de hoje, o treinamento com as ideias das dez lições que terão por tema a oitava das instruções que o Curso oferece para esta segunda parte do livro de exercícios, que é: O que é o mundo real?

É preciso que nos lembremos a cada dia de que, como nos instrui o livro, é necessário voltar nosso olhar para esta instrução antes de cada lição, uma vez que o tema, assim como todos os outros, é de particular interesse para todos e todas nós. É em função disso que neste ano, como tenho feito também já há alguns anos, estou postando, antes de cada uma das lições de cada série, o tema que serve para lhes dar unidade.

O tema desta série pede que questionemos o que é o mundo real. Uma vez que, em geral, pensamos que há algo de real neste mundo em que aparentemente pensamos estar e viver e que só precisamos descobri-lo para alcançar a felicidade, a paz e a alegria que aspiramos, que buscamos sem saber onde encontrar. Ledo engano. Não há nada de real neste mundo. Aliás, como o Curso ensina também, não há mundo. A não ser aquele que cada um  e cada uma de nós traz no interior de si e projeta como forma de experimentar-se, de se conhecer.

Onde estará, então, o dito mundo real? O texto afirma que a realidade está aqui. O tempo todo. E ela pertence a nós todos e a nós todas: Ela pertence a ti a mim e a Deus, e é inteiramente satisfatória para todos Nós. Como já lhes disse outras vezes, à luz de praticamente todos os ensinamentos espirituais, inclusive os deste Curso, não há nada fora de nós, de cada um de nós, de cada uma de nós. Posso, por isso, repetir as perguntas que lhes fiz nos comentários dos últimos anos.

Isto não significa dizer, portanto, mais uma vez, ou de forma diferente, que o mundo real, assim como o ilusório, só pode estar dentro de cada um e de cada uma de nós? O que há, então, para se buscar neste mundo aparentemente externo? O que há para mudar neste mundo? Por que razão, pois, quase todos e quase todas nós estamos tão envolvidos e envolvidas com a ideia de transformar o mundo, este mundo, que é diferente para cada um, para cada uma? O que há para ser transformado nele? O que há nele que queremos melhorar?

Nada. Literalmente, nada! Lembram de parte do comentário de ontem, do poema citado?

Se compreendes, as coisas são exatamente como são.
Se não compreendes, as coisas são exatamente como são.

Em geral, achamos que podemos fazer alguma coisa para melhorar este mundo. Mas o Curso ensina que não há mundo, conforme já disse acima. Melhorar, então, o quê? Na verdade tudo o que vemos é o reflexo materializado - e ainda assim só aparentemente materializado, uma vez que como dizia um título de livro não tão antigo, "Tudo o que é sólido desmancha no ar" -  daquilo que trazemos dentro de nós, e que projetamos no mundo, nas pessoas, e nas experiências que escolhemos viver. E tudo está ligado à percepção. 

Assim, para mudar qualquer coisa que nos pareça fora de lugar, ou que nos incomode por qualquer razão que seja, tudo o que precisamos fazer é trabalhar a mudança de nossa percepção. Pois não há como nos livrarmos de nada, tudo o que podemos fazer é acolher para transformar. Mais do que isso, acreditar que há alguma coisa a se fazer para melhorar este mundo é reforçar a crença na separação. 

Ou, como diz Joel Goldsmith em um de seus livros, enquanto ainda tivermos qualquer preocupação com a forma ainda estamos nos acreditando separados e separadas, uns e umas dos outros e das outras e de Deus.

Lembram-se dos três passos de que lhes tenho falado? É a partir deles e do conhecimento de que "todas as coisas cooperam para o bem"; e que não importa o que façamos - ou o que qualquer um ou qualquer uma de nós faça - em relação ao mundo aparentemente fora de nós, nada pode mudar o que somos na verdade. 

O mundo real só é visível para os olhos que perdoam - e perdoar é não ver o que não existe -, e nada que aparentemente manche, macule, ou diminua a pureza e a inocência do filho de Deus, não existe, de fato. É só ilusão e julgamento. 

Às práticas?

quarta-feira, 16 de outubro de 2024

Compreendamos ou não, as coisas são só o que são

 

7. O que é o Espírito Santo?

1. O Espírito Santo se interpõe entre as ilusões e a verdade. Uma vez que Ele tem de construir uma ponte sobre a brecha entre a realidade e os sonhos, a percepção leva ao conhecimento por meio da Graça que Deus dá a Ele para ser Sua dádiva a todos que se voltarem para Ele em busca da verdade. Do outro lado da ponte que Ele provê, todos os sonhos são levados à verdade, para serem dissipados diante da luz do conhecimento. Descartam-se aí, para sempre, cenas e sons. E, aonde eles eram percebidos anteriormente, o perdão torna possível o final tranquilo da percepção.

2. É apenas este fim dos sonhos que a meta do ensinamento do Espírito Santo estabelece. Pois, diferente de testemunhas do medo, cenas e sons têm de ser transformados em testemunhas do amor. E, quando isso se realizar inteiramente, o aprendizado atinge a única meta que tem na verdade. Pois o aprendizado se torna o meio para ir além de si mesmo a fim de ser substituído pela verdade eterna, à medida que o Espírito Santo o guia na direção do resultado que Ele vê para o aprendizado.

3. Se ao menos soubesses o quanto teu Pai anseia que reconheças tua inocência, não permitirias que a Voz d'Ele apelasse em vão, nem rejeitarias Seu substituto para as imagens e sonhos assustadores que fizeste. O Espírito Santo compreende os meios que fizeste, pelos quais queres alcançar o que é inalcançável para sempre. E, se os ofereceres a Ele, Ele utilizará os meios que fizeste em defesa do exílio para devolver tua mente ao lugar em que ela verdadeiramente se sente em casa. 

4. O Espírito Santo, desde o conhecimento onde Ele foi colocado por Deus, te chama para que deixes o perdão descansar sobre teus sonhos, para seres devolvido à sanidade e à paz de espírito. Sem o perdão, teus sonhos continuarão a te aterrorizar. E a lembrança de todo Amor de teu Pai não voltará para assinalar que o fim dos sonhos chegou.

5. Aceita a dádiva de teu Pai. Ela é um Chamado do Amor para o Amor , a fim de que o Amor seja apenas Ele Mesmo. A dádiva d'Ele é o Espírito Santo, por meio do qual a paz do Céu é devolvida ao Filho amado de Deus. Tu te recusarias a aceitar a função de completar Deus, se tudo o que Ele deseja é que tu sejas completo?

*

LIÇÃO 290

Minha felicidade neste momento é tudo o que vejo.

1. A não ser que eu olhe para aquilo que não existe, minha felicidade neste momento é tudo o que vejo. Olhos que começam a se abrir veem, enfim. E eu quero que a visão de Cristo venha a mim neste dia mesmo. Aquilo que percebo sem a Moderação Própria de Deus para a visão que fiz é assustador e doloroso de se ver. Porém, não vou deixar nem mais um instante que minha mente seja enganada pela crença de que o sonho que fiz é real. Este é o dia em que busco minha felicidade neste momento e não olho para mais nada a não ser para a coisa que busco.

2. Com esta decisão, venho a Ti e peço que Tua força me sustente hoje, enquanto busco fazer apenas Tua Vontade. Tu não podes deixar de me ouvir, Pai. Aquilo que pedi Tu já me dás. E estou certo de que verei minha felicidade hoje.

*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 290

Caras, caros,

A ideia para as práticas de hoje, de forma similar à que praticamos ontem, e dizia que "o passado acabou" e não pode nos tocar, também busca nos ensinar a fincar pé no presente, no agora. Pois o que há para se viver fora dele, fora deste exato momento? Se quisermos escolher o amor, só podemos fazê-lo agora, neste exato momento! A partir da tomada de consciência do que somos, que também só pode se dar neste momento. Aqui e agora. Como o Curso ensina, o presente é o único tempo que existe.

Assim, para estimular e aprofundar a reflexão com as práticas desta ideia, dou-lhes, de novo, abaixo, alguns pensamentos de sábios e mestres de todos os tempos, de ontem e de hoje, pensamentos que sempre vale a pena repetir, e sobre os quais é também sempre proveitoso refletir, em sintonia com o que a lição quer que pratiquemos:

O primeiro, de Mestre Eckhart, diz o seguinte: 

"Conhecerás a Deus sem imagens, sem aparência e sem meios. Enquanto este ele e este eu, a saber, Deus e a alma, não forem um único aqui, um único agora, o eu não poderá trabalhar nem identificar-se com aquele ele."

O segundo nos vem de Sri Ramana Maharshi, para quem:

"Não há criação nem destruição, nem destino nem livre arbítrio; nem caminho nem consecução; esta é a verdade final."

O terceiro, de Amakuki Sessan, afirma o seguinte:

"A verdadeira paz e a felicidade eterna, a imortalidade e a verdade universal, o Caminho do céu e da terra, em outras palavras, a experiência do Absoluto e do infinito ou, em termos religiosos, o caminho de Buddha - o grande erro consiste em pensar consegui-lo em algum céu ou mundo do outro lado. Nunca deixamos o Caminho por um momento sequer. O que podemos deixar não é o Caminho."

Agora, um poema de Zenrin:

"Se compreenderes, as coisas são exatamente como são.
Se não compreenderes, as coisas são exatamente como são." 


E, desta vez, terminemos com algo dito por Bob Dylan que, em seu livro "Crônicas - Volume um", disse que sua avó materna que morava com eles em sua infância disse-lhe certa vez:

"... a felicidade não está na estrada que leva a algum lugar. A felicidade é a própria estrada."

Às práticas?

OBSERVAÇÃO: 


Este comentário com algumas pequenas modificações é praticamente o mesmo feito a esta lição nos últimos anos.

terça-feira, 15 de outubro de 2024

"Egoólicos" em recuperação: assim temos de nos ver

 

7. O que é o Espírito Santo?

1. O Espírito Santo se interpõe entre as ilusões e a verdade. Uma vez que Ele tem de construir uma ponte sobre a brecha entre a realidade e os sonhos, a percepção leva ao conhecimento por meio da Graça que Deus dá a Ele para ser Sua dádiva a todos que se voltarem para Ele em busca da verdade. Do outro lado da ponte que Ele provê, todos os sonhos são levados à verdade, para serem dissipados diante da luz do conhecimento. Descartam-se aí, para sempre, cenas e sons. E, aonde eles eram percebidos anteriormente, o perdão torna possível o final tranquilo da percepção.

2. É apenas este fim dos sonhos que a meta do ensinamento do Espírito Santo estabelece. Pois, diferente de testemunhas do medo, cenas e sons têm de ser transformados em testemunhas do amor. E, quando isso se realizar inteiramente, o aprendizado atinge a única meta que tem na verdade. Pois o aprendizado se torna o meio para ir além de si mesmo a fim de ser substituído pela verdade eterna, à medida que o Espírito Santo o guia na direção do resultado que Ele vê para o aprendizado.

3. Se ao menos soubesses o quanto teu Pai anseia que reconheças tua inocência, não permitirias que a Voz d'Ele apelasse em vão, nem rejeitarias Seu substituto para as imagens e sonhos assustadores que fizeste. O Espírito Santo compreende os meios que fizeste, pelos quais queres alcançar o que é inalcançável para sempre. E, se os ofereceres a Ele, Ele utilizará os meios que fizeste em defesa do exílio para devolver tua mente ao lugar em que ela verdadeiramente se sente em casa. 

4. O Espírito Santo, desde o conhecimento onde Ele foi colocado por Deus, te chama para que deixes o perdão descansar sobre teus sonhos, para seres devolvido à sanidade e à paz de espírito. Sem o perdão, teus sonhos continuarão a te aterrorizar. E a lembrança de todo Amor de teu Pai não voltará para assinalar que o fim dos sonhos chegou.

5. Aceita a dádiva de teu Pai. Ela é um Chamado do Amor para o Amor, a fim de que o Amor seja apenas Ele Mesmo. A dádiva d'Ele é o Espírito Santo, por meio do qual a paz do Céu é devolvida ao Filho amado de Deus. Tu te recusarias a aceitar a função de completar Deus, se tudo o que Ele deseja é que tu sejas completo?

*

LIÇÃO 289

O passado acabou. Não pode me tocar.

1. A menos que o passado esteja acabado em minha mente, o mundo real tem de se esconder de minha vista. Pois, vendo apenas o que não existe, não estou, de fato, olhando para lugar algum. Como posso, então, perceber o mundo que o perdão oferece? Fez-se o passado para esconder esse mundo, pois esse é o mundo que só se pode ver agora. Ele não tem nenhum passado. Pois o que se pode perdoar senão o passado, que, se for perdoado, desaparece.

2. Pai, permite que eu não olhe para um passado que não existe. Pois Tu me ofereces Teu Próprio substituto em um mundo presente, que o passado deixa intocado e livre de pecado. Eis aqui o fim da culpa. E aqui estou pronto para Teu passo final. Devo pedir-Te que esperes mais para que Teu Filho encontre a graça que Tu planejaste para ser o fim de todos os seus sonhos e de toda a sua dor?


*

COMENTÁRIO:


Explorando a LIÇÃO 289

Caras, caros,

Repito de novo, por inteiro, por pertinente, em meu entender, é claro, o comentário feito a esta lição nos últimos anos. 

A ideia que vamos praticar hoje, como não poderia deixar de ser, estende e complementa a que praticamos ontem, tornando-a mais geral e abrangente. Mais ou menos como nos informa, e quer que aprendamos, a Introdução ao livro de exercícios. Para o treino com as lições desta segunda parte, como orienta o livro, estou, nestes últimos anos, postando diariamente o tema que dá unidade a cada uma das séries de dez lições, para facilitar que nos lembremos de voltar a ele a cada dia, antes das práticas.

Vejamos mais uma vez o que nos diz o livro na introdução geral aos exercícios: 

"O propósito do livro de exercícios é o de treinar tua mente de forma sistemática para uma percepção diferente de todos e de tudo no mundo. Os exercícios são planejados para te ajudar a generalizar as lições de modo a compreenderes que cada uma delas é igualmente aplicável a todos e a tudo o que vês" [LE-in.4].

Lembremo-nos também uma vez mais de uma frase de um filme a que assisti algum tempo atrás e que já compartilhei antes com vocês. Um dos personagens do filme, a certa altura, diz o seguinte: "A história de nossa vida, afinal, não é nossa vida. É apenas nossa história". 

Por que relembrar disto? Porque, se pensarmos bem, prestando bastante atenção ao fato de que cada um - e cada uma de nós - vê o mundo a partir de uma ótica muito particular e intransferível, seremos capazes de ver, de compreender até, de juntar a ideia das práticas de hoje à frase do filme. E mais, de aplicá-la a todos e a tudo.

E por que aplicar a ideia a tudo e a todos? - podemos nos perguntar. Como uma amiga perguntava outro dia, de que me vale perdoar o outro, não reagir, buscar amá-lo apesar de tudo, independente do que ele faça, para o bem ou para o mal? 

Vale pelo seguinte, se lembrarmos de um comentário anterior feito a esta mesma lição: só precisamos fazer tudo isso porque, em última instância, tudo o que fazemos diz respeito a nós mesmos, a nós mesmas e a Deus tão-somente. Não fazemos nada para ninguém senão para nós mesmos e nós mesmas. Sempre que nos relacionamos com alguém, no fundo, no fundo, nosso relacionamento é apenas com Deus. Isto é, nada nunca é entre nós e alguém, quem quer que seja. Tudo é sempre uma questão entre nós e Deus, seja como for que pensemos n'Ele. Percebem nisto a razão pela qual nos dedicamos a estas práticas? 

Se isto ainda não parecer suficiente, vale lembrar também que, em geral, nalgum momento de nossas vidas nos propusemos a fazer alguma mudança e não conseguimos levá-la a cabo. Ou começamos a mudar um impulso negativo durante algum tempo, poucas semanas ou meses, para logo depois voltarmos ao nosso velho modo de ser, ou de agir. Quer dizer, voltar aos hábitos antigos e arraigados, por não conseguirmos nos manter conscientes da necessidade de olhar para tudo e para todos de modo diferente. 

Então... A mudança duradoura é possível. Sempre. Desde que estejamos dispostos: a abandonar o passado e a abrir mão de nossas características compulsivas e destrutivas; a substituir os comportamentos que não funcionam por outros que funcionem; e a resistir ao desejo de obter a energia que gratifica o ego, quando nos sentimos em baixa, e substituí-la pela paz, pelo amor e pelo perdão.

Em resumo, é preciso que deixemos de olhar para trás.

Enfim, como diz Yehuda Berg, do mesmo modo que "um alcoólico tem sempre de buscar resistir a beber, temos de nos ver como 'egoólicos' em recuperação, que precisam desafiar incessantemente as tentações e armadilhas do nosso passado para não sucumbirmos e voltarmos ao nosso velho modo de ser".

O que, na verdade, não é nada muito simples, "porque o caminho mais fácil é muito mais sedutor e exerce uma atração enigmática e poderosa sobre nós", diz ele ainda. Esta atração é aquela a que o Curso chama de "a atração da culpa". Porém, é preciso termos presente que, se - e cada vez que - nos desviarmos do caminho, sempre podemos aprender com os erros [ou, melhor dizendo, aprender com as experiências, sejam elas de que natureza forem] e assumir um novo compromisso.

E o melhor momento para se assumir este compromisso é agora. Ou algum, alguma, de nós ainda acredita que existe outro tempo além deste momento?

Berg aconselha:

Não olhe para trás. Seu velho ser ainda está lá.
Olhe para a frente, e você verá tudo o que está destinado a se tornar. 

Às práticas?

segunda-feira, 14 de outubro de 2024

Capaz de resolver todos os problemas: só o perdão

 

7. O que é o Espírito Santo?

1. O Espírito Santo se interpõe entre as ilusões e a verdade. Uma vez que Ele tem de construir uma ponte sobre a brecha entre a realidade e os sonhos, a percepção leva ao conhecimento por meio da Graça que Deus dá a Ele para ser Sua dádiva a todos que se voltarem para Ele em busca da verdade. Do outro lado da ponte que Ele provê, todos os sonhos são levados à verdade, para serem dissipados diante da luz do conhecimento. Descartam-se aí, para sempre, cenas e sons. E, aonde eles eram percebidos anteriormente, o perdão torna possível o final tranquilo da percepção.

2. É apenas este fim dos sonhos que a meta do ensinamento do Espírito Santo estabelece. Pois, diferente de testemunhas do medo, cenas e sons têm de ser transformados em testemunhas do amor. E, quando isso se realizar inteiramente, o aprendizado atinge a única meta que tem na verdade. Pois o aprendizado se torna o meio para ir além de si mesmo a fim de ser substituído pela verdade eterna, à medida que o Espírito Santo o guia na direção do resultado que Ele vê para o aprendizado.

3. Se ao menos soubesses o quanto teu Pai anseia que reconheças tua inocência, não permitirias que a Voz d'Ele apelasse em vão, nem rejeitarias Seu substituto para as imagens e sonhos assustadores que fizeste. O Espírito Santo compreende os meios que fizeste, pelos quais queres alcançar o que é inalcançável para sempre. E, se os ofereceres a Ele, Ele utilizará os meios que fizeste em defesa do exílio para devolver tua mente ao lugar em que ela verdadeiramente se sente em casa. 

4. O Espírito Santo, desde o conhecimento onde Ele foi colocado por Deus, te chama para que deixes o perdão descansar sobre teus sonhos, para seres devolvido à sanidade e à paz de espírito. Sem o perdão, teus sonhos continuarão a te aterrorizar. E a lembrança de todo Amor de teu Pai não voltará para assinalar que o fim dos sonhos chegou.

5. Aceita a dádiva de teu Pai. Ela é um Chamado do Amor para o Amor, a fim de que o Amor seja apenas Ele Mesmo. A dádiva d'Ele é o Espírito Santo, por meio do qual a paz do Céu é devolvida ao Filho amado de Deus. Tu te recusarias a aceitar a função de completar Deus, se tudo o que Ele deseja é que tu sejas completo?

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LIÇÃO 288

Que eu esqueça o passado de meu irmão hoje.

1. Este é o pensamento que mostra o caminho para Ti e me leva a minha meta. Eu não posso chegar a Ti sem meu irmão. E, para conhecer minha Fonte, tenho primeiro de reconhecer aquilo que Tu criaste uno comigo. A mão que me guia no caminho para Ti é a do meu irmão. Os pecados dele estão no passado junto com os meus e eu estou salvo porque o passado se foi. Que eu não o acalente em meu coração ou perderei o caminho para chegar a Ti. Meu irmão é meu salvador. Que eu não ataque o salvador que Tu me dás. Mas deixa-me render homenagem a ele que carrega Teu Nome e, assim, lembrar-me de que Ele é meu próprio nome.

2. Perdoa-me, então, hoje. E saberás que me perdoas se olhares para teu irmão na luz da santidade. Ele não pode ser menos santo do que eu e tu não podes ser mais santo do que ele.

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COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 288

Caras, caros,

Conforme eu já disse várias vezes antes, e vou repetir uma vez mais hoje, eis aqui mais uma das ideias chave que o Curso nos oferece para facilitar nossa caminhada em direção a nós mesmos, a nós mesmas e a Deus. Também em nós. Uma ideia que, praticada, aprendida e aplicada, pode abrir os portões do Céu para todos, todas, para cada um e cada uma de nós. A ideia que pode nos ensinar que, como o Curso diz: "Perdoar é não ver". 

Que melhor professor do que o Espírito Santo podemos escolher para nos ensinar isso? Quem melhor do que Ele pode guiar cada um de nossos passos na direção do perdão? E o que é esquecer o passado de meu irmão a não ser perdoar? Perdoar-me e perdoá-lo? 

Perdoar o passado de meu irmão - de meu próximo, da(s) pessoa(s) com quem convivo diariamente - é perdoar meu próprio passado também, uma vez que tudo o que eu pensava que ele tinha feito era apenas ilusão, criada a partir da interpretação que fiz daquilo que penso, ou pensei, que ele fez, de meu julgamento, a partir de minha percepção. Lembrando-me ainda de que só eu sou responsável por tudo aquilo que me acontece. Não importa qual instrumento, ou qual irmão, eu use para materializar a experiência que escolho viver.

Vou ilustrar isto mais uma vez com o que o texto diz:

"Os erros de teu irmão não são mais dele do que os teus são teus. Aceita os erros dele como reais e atacas a ti mesmo. Se quiseres achar o caminho e mantê-lo, vê apenas a verdade a teu lado porque vocês caminham juntos. O Espírito Santo em ti perdoa todas as coisas em ti e em teu irmão. Os erros dele são perdoados com os teus. A Expiação [que significa desfazer o erro] não é mais separada do que o amor. A Expiação não pode ser separada porque ela vem do amor. Qualquer tentativa que fazes de corrigir um irmão significa que acreditas que a correção é possível por teu intermédio, e isso só pode ser a arrogância do ego. A correção é de Deus, Que não conhece arrogância" [T-9.III.7].

Ou, então, quando o texto nos chama para a fé, ao nos dizer que não há "nenhum problema em nenhuma situação que a fé não resolva" [T-17.VII.2:1]. Ou que o perdão não resolva. Ou, quando o Curso se refere à necessidade de que deixemos tudo a cargo do Espírito Santo, ao dizer que: "Se te falta fé em qualquer pessoa em relação ao papel que ela desempenhará e de forma perfeita em qualquer situação antecipadamente dedicada à verdade, a tua entrega está dividida" [T-17.VII.6:2]. 

Isto, parece-me, equivale a dizer que, em geral, os problemas que temos de enfrentar se devem apenas a nossa falta de fé em nossos irmãos e irmãs, que é o mesmo que dizer que não temos fé em nós mesmos e em nós mesmas e, por consequência e extensão, em Deus.

Por fim, para este comentário, o texto alerta para o fato de que enquanto acalentarmos o passado em nossos corações ainda estaremos equivocados e equivocadas a respeito da causa para a falta de fé. Pois acreditar e manter alguma parte do passado em mente significa acreditar que "pensas ter contra teu irmão aquilo que ele fez contra ti. Mas, na verdade, tu o acusas pelo que tu fizeste a ele. Não é o passado dele, mas o teu, que tens contra ele. E te falta fé nele devido ao que tu foste. Entretanto, és tão inocente quanto ao que foste quanto ele" [T-17.VII.8:1-5].

Isto, na prática, quer dizer que nós olhamos para nós mesmos, para nós mesmas, 
para o(s) outro(s) e para a(s) outra(s) a partir de informações e de interpretações que fizemos ou fazemos [do passado] que já não têm mais significado por serem e terem sido apenas interpretações feitas a partir do falso eu em nós. A pessoa que conhecíamos em nós no passado já não existe mais. Além disso, ao olhar para o mundo com os olhos voltados para o que aprendemos no passado, que já não existe, estamos abrindo mão do poder que temos quando agimos no mundo em sintonia com a força que temos no presente, agora, no único tempo que existe.

Daí a necessidade de praticarmos de forma honesta e sincera a ideia da lição de hoje. Não acham?

Às práticas?

domingo, 13 de outubro de 2024

Haverá qualquer coisa para se desejar, além de Deus?

 

7. O que é o Espírito Santo?

1. O Espírito Santo se interpõe entre as ilusões e a verdade. Uma vez que Ele tem de construir uma ponte sobre a brecha entre a realidade e os sonhos, a percepção leva ao conhecimento por meio da Graça que Deus dá a Ele para ser Sua dádiva a todos que se voltarem para Ele em busca da verdade. Do outro lado da ponte que Ele provê, todos os sonhos são levados à verdade, para serem dissipados diante da luz do conhecimento. Descartam-se aí, para sempre, cenas e sons. E, aonde eles eram percebidos anteriormente, o perdão torna possível o final tranquilo da percepção.

2. É apenas este fim dos sonhos que a meta do ensinamento do Espírito Santo estabelece. Pois, diferente de testemunhas do medo, cenas e sons têm de ser transformados em testemunhas do amor. E, quando isso se realizar inteiramente, o aprendizado atinge a única meta que tem na verdade. Pois o aprendizado se torna o meio para ir além de si mesmo a fim de ser substituído pela verdade eterna, à medida que o Espírito Santo o guia na direção do resultado que Ele vê para o aprendizado.

3. Se ao menos soubesses o quanto teu Pai anseia que reconheças tua inocência, não permitirias que a Voz d'Ele apelasse em vão, nem rejeitarias Seu substituto para as imagens e sonhos assustadores que fizeste. O Espírito Santo compreende os meios que fizeste, pelos quais queres alcançar o que é inalcançável para sempre. E, se os ofereceres a Ele, Ele utilizará os meios que fizeste em defesa do exílio para devolver tua mente ao lugar em que ela verdadeiramente se sente em casa. 

4. O Espírito Santo, desde o conhecimento onde Ele foi colocado por Deus, te chama para que deixes o perdão descansar sobre teus sonhos, para seres devolvido à sanidade e à paz de espírito. Sem o perdão, teus sonhos continuarão a te aterrorizar. E a lembrança de todo Amor de teu Pai não voltará para assinalar que o fim dos sonhos chegou.

5. Aceita a dádiva de teu Pai. Ela é um Chamado do Amor para o Amor , a fim de que o Amor seja apenas Ele Mesmo. A dádiva d'Ele é o Espírito Santo, por meio do qual a paz do Céu é devolvida ao Filho amado de Deus. Tu te recusarias a aceitar a função de completar Deus, se tudo o que Ele deseja é que tu sejas completo?

*

LIÇÃO 287

Tu és minha meta, meu Pai. Só Tu.

1. Para onde eu iria, a não ser para o Céu? O que poderia ser um substituto para a felicidade? Que dádiva eu poderia preferir à paz de Deus? Que tesouro eu buscaria, e acharia, e conservaria, que se pudesse comparar a minha Identidade? E será que eu preferiria viver com medo a viver com amor?

2. Tu és minha meta, meu Pai. O que, a não ser Tu, eu poderia desejar ter? Por que caminho, senão aquele que conduz a Ti, posso desejar andar? E o que, exceto e a lembrança de Ti, pode significar o fim dos sonhos e dos substitutos inúteis para a verdade? Tu és minha única meta. Teu Filho quer ser tal qual Tu o criaste. De que outra maneira a não ser esta eu poderia esperar reconhecer meu Ser e estar em harmonia com minha Identidade?

*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 287

Caras, caros,

Repetindo de forma quase que integral o comentário feito em anos anteriores para esta lição, volto a lhes dizer que a ideia que vamos novamente praticar hoje, visa a nos lembrar da meta em cuja direção o ensinamento do Curso nos leva, qual seja: a do autoconhecimento, sem, no entanto, nos afiançar ser possível chegar à tal meta, enquanto praticamos. É, pois, por isso, que precisamos ter em mente, que, como o próprio texto afirma, a parte não é diferente do todo. Isto é, a parte é apenas uma das infinitas possibilidades de expressão do todo. E para conhecer o todo basta conhecer por inteiro uma de suas partes, qualquer uma delas. 

Isto é o mesmo que dizer que, no momento em que nos conhecermos por completo, conheceremos Deus. Teremos, então, alcançado a meta da verdade, a meta que nos propusemos alcançar, quando aceitamos caminhar na direção que o Curso nos orienta.

Para reforçar o que tenho dito aqui, e o que eu disse muitas vezes às pessoas que participaram dos grupos de estudos do Curso, de que fiz parte durante muitos anos, precisamos voltar nossa atenção para o que nos diz o texto, quando fala a respeito de estabelecer a meta. Vejam lá, no capítulo 17, os subcapítulos VI, VII e VIII. É preciso que tenhamos bem claro o que queremos aprender de determinada situação. É preciso que saibamos de antemão para que vai nos servir determinada experiência. 

E como se faz isto? Estabelecendo a meta de alinhar nosso propósito ao do Espírito Santo em nós. Para tanto, há que se tomar a decisão de vivermos nossa vida apenas para alcançar a verdade, Deus, em última instância. É só a partir desta decisão que toda e qualquer outra situação que escolhamos experimentar pode fazer sentido em nossa vida. E, se escolhemos perceber e alcançar a verdade com qualquer situação, ou a partir de toda e qualquer experiência, então é claro que tudo vai passar a fazer sentido. Todas as coisas, pessoas e situações hão de servir para nos levar na direção da meta que estabelecemos para nós mesmos e para nós mesmas.

Pensemos, mais uma vez por um instante só. Se para Deus não pode existir tempo, nem espaço, nem nenhum lugar específico, diferente de outro qualquer, então, tudo o que existe para Ele é o presente. Aqui e agora. Um presente, que não é um instante que se prolonga indefinidamente até o que chamamos eternidade. Mas um presente que se renova e que se abre a todas as possibilidades a todo momento. Um presente no qual tudo permanece exatamente como é, como sempre foi e como sempre será, porque imutável. Independente de quaisquer experiências que se apresentem. Todas elas são apenas experiências e não afetam o que somos, nem o que Deus é, de forma alguma.

Por isso, como fiz também em anos passados, vale perguntar mais uma vez: será que algum de nós acredita que há alguma outra coisa para se conhecer ou desejar além de Deus? Existirá alguma outra meta além d'Ele? Na verdade, é preciso que pensemos muito seriamente a respeito do que queremos, pois qualquer coisa que nos afaste do estado natural de alegria e de paz completas, não pode ser senão um desejo ligado à ilusão. Um desejo que reforça a crença em uma separação que não existe.

Reconhecer que nossa meta é chegar a Deus, e conhecê-Lo, é reconhecer, aceitar e tomar a decisão pela busca do autoconhecimento como o modo de conhecer Deus. É reconhecer também que não existem outras metas a que possamos dar valor. É também reconhecer que, uma vez estabelecida e aceita, esta meta nos oferece tudo aquilo de que precisamos. Pois é ela que nos permite compreender e aceitar que ainda somos como Deus nos criou e que, por mais que as aparências tentem nos levar a pensar que estamos em outro lugar, ainda estamos no Céu, de onde nunca saímos, onde sempre estaremos. 


Pois, como o Curso ensina também, o Céu não é um lugar, mas um estado de espírito que podemos alcançar sempre que estamos com toda a nossa atenção voltada para nós mesmos e para nós mesmas no que fazemos e nos que está acontecendo a nossa volta. Pode-se pois dizer que o Céu é aqui e agora. Só nos afastamos dele quando nos dissociamos de nós mesmos e de nós mesmas, voltando nossa atenção e pensamentos para o passado ou para o futuro, que, como sabemos, não existem.

Por fim, repetindo o que disse também em anos anteriores, é sempre bom nos lembrarmos de que, como já citei outras vezes, de acordo com O Livro de Mirdad:


Deus não vos dotou de nenhuma fração de Si - pois Ele é indivisível; mas de toda a sua divindade, indivisível, impronunciável, Ele vos dotou a vós todos. A que maior herança podeis aspirar? E quem ou o que vos impede de vos apossardes dela senão a vossa própria timidez e cegueira? 

Às práticas?