sexta-feira, 16 de fevereiro de 2024

Tu lembras de ser feliz, se teu orgulho está em jogo?

 

LIÇÃO 47

Deus é a força na qual eu confio.

1. Se tu confias na tua própria força, tens todas as razões para ficar apreensivo, ansioso e amedrontado. O que podes prever ou controlar? O que há em ti com que se possa contar? O que te daria a capacidade de estar ciente de todas as características de qualquer problema e de resolvê-lo de tal modo que apenas o bem pudesse advir dele? O que há em ti que te dê o reconhecimento da solução correta e a garantia de que ela será alcançada?

2. Tu não podes fazer nenhuma destas coisas por ti mesmo. Acreditar que podes é colocar tua confiança onde a confiança não é justificada e confirmar o medo, a ansiedade, a depressão, a raiva e o pesar. Quem pode colocar sua fé na fraqueza e se sentir seguro? Mas quem pode colocar sua fé na força e se sentir fraco?

3. Deus é tua segurança em todas as circunstâncias. Sua Voz fala por Ele em todas as situações e em todos os aspectos de todas as situações, dizendo-te exatamente o que fazer para invocar Sua força e Sua proteção. Não há nenhuma exceção porque Deus não tem nenhuma exceção. E a Voz que fala por Ele pensa da mesma forma que Ele.

4. Hoje tentaremos ir além de tua própria fraqueza e alcançar a Fonte da força verdadeira. Quatro períodos de prática de cinco minutos são necessários hoje e insiste-se em períodos mais longos e frequentes. Fecha os olhos e começa, como de costume, pela repetição da ideia para o dia. Em seguida, passa um ou dois minutos em busca de situações às quais revestiste de medo em tua vida, descartando cada uma delas dizendo a ti mesmo:

Deus é a força na qual eu confio.

5. Tenta, agora, escapar de todas as preocupações relativas a tua percepção de falta de capacidade. É óbvio que qualquer situação que te cause preocupação está associada a sensações de falta de capacidade, pois, do contrário, acreditarias que podes lidar com a situação com sucesso. Não é acreditando em ti mesmo que vais adquirir confiança. Mas a força de Deus em ti é bem-sucedida em todas as coisas.

6. O reconhecimento de tua própria fragilidade é um passo necessário na correção de teus erros, mas raramente é um passo suficiente para te dar a confiança de que necessitas e à qual tens direito. Tu também tens de ganhar a consciência de que a confiança em tua força verdadeira é inteiramente justificada sob todos os aspectos e em todas as circunstâncias.

7. Na fase final do período de prática tenta ir fundo em tua mente para alcançar um lugar de segurança verdadeira. Tu reconhecerás que o alcançaste se experimentares uma sensação de paz profunda, ainda que breve. Abandona todas as coisas sem importâncias que se agitam e borbulham na superfície de tua mente, e desce mais para alcançar o Reino do Céu. Há um lugar em ti onde existe a paz perfeita. Há um lugar em ti onde nada é impossível. Há um lugar em ti onde a força de Deus habita.

8. Repete a ideia com frequência durante o dia. Utiliza-a como a tua resposta a qualquer inquietação. Lembra-te de que a paz é teu direito porque depositas tua confiança na força de Deus.

*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 47

Caras, caros,

A ideia que vamos utilizar para nossos treinos de hoje é:

"Deus é a força na qual eu confio."

Comecemos por explorá-la pensando que percorremos já um longo caminho até aqui. Não lhes parece? Quarenta e sete dias já. Quarenta e sete lições. E esta, para muita e muitos de nós, não é a primeira vez. Ainda bem, não?

E aqui onde é?

O ponto a que chegamos, ora. Esta lição. O ponto que nos permite praticar a ideia de que Deus é o Único Poder, a única força, em que podemos confiar, como nos diz a lição de hoje.

Vejamos, então, o que a lição tem a nos dizer para começar. Atenção, por favor.

Se tu confias na tua própria força, tens todas as razões para ficar apreensivo, ansioso e amedrontado. O que podes prever ou controlar? O que há em ti com que se possa contar? O que te daria a capacidade de estar ciente de todas as características de qualquer problema e de resolvê-lo de tal modo que apenas o bem pudesse advir dele? O que há em ti que te dê o reconhecimento da solução correta e a garantia de que ela será alcançada?

Temos mesmo todos os motivos para ficar apreensivos ou apreensivas, ansiosos ou ansiosas e com medo em qualquer situação que tenhamos de enfrentar, para a qual só pudermos contar com nossa própria força. Não podemos - não somos capazes de - controlar nada, prever nada. Que dirá optar pela solução que resultaria no bem para todos e todas, para tudo a nossa volta.

Não é por isso que, antes de nos dirigirmos a um compromisso qualquer, a um encontro com alguém a quem tenhamos de mostrar nossas capacidades, nossas habilidades, alguém com quem tenhamos de negociar alguma coisa, ficamos trêmulos ou trêmulas, confusos ou confusas, inseguros ou inseguras?

Ora pensamos que o melhor é dizer isso, ora aquilo, ora que é melhor não dizer nada, não "abrir demais", e em geral ficamos com medo da resposta à pergunta que fazemos, via ego, a nós mesmos ou a nós mesmas: "E se...?"

Ora, não seria melhor se confiássemos inteiramente em Deus e entregássemos a Ele, ao divino em nós a situação e/ou o problema junto com o resultado e tudo, e todas as pessoas envolvidas, incluindo-nos também aí? 

Joe Vitale, em seu livro, Marco Zero, diz: "Talvez a gente precise passar menos tempo pretendendo [quer dizer, tendo a intenção de] e mais tempo recebendo".

Deus é a força na qual eu confio.

Ainda precisamos refletir com vagar acerca do que dizemos quando pensamos precisar da ajuda de alguém e nos parece, quer dizer, temos a impressão de que parece não haver ninguém com quem possamos contar, ninguém em quem possamos confiar.

E Deus?

É certo que, se nem eu mesmo sou confiável para mim e, às vezes, sou capaz de fazer coisas de que "até Deus duvida", distraído de mim mesmo a maior parte do tempo, não há ninguém no mundo com quem possamos contar, ou em quem possamos confiar, se não nos entregamos e entregamos tudo em primeiro lugar à força de Deus, ao poder de Deus em nós. 

Ou ainda como sugere Joe Vitale, a partir de suas práticas com o ho'oponopono

"Se a Divindade está tentando nos guiar, precisamos silenciar para ouvir seus sussurros e sentir seus cutucões. Isso significa ficar em silêncio com mais frequência para praticar mais a meditação e ouvir mais a flores e árvores." E ouvir o mar, e os pássaros e os animais. Os sons e silêncios da natureza à volta de nós. As gentes ao nosso redor também.

Quando não fazemos isso, deixando-nos invadir pelos ruídos e pela estática do mundo do ego, e ficamos julgando nossa própria competência ou incompetência, a competência ou incompetência das outras pessoas, comparando a disposição, ou a prontidão, que temos para ser de ajuda com a falta de disposição, ou prontidão, das outras pessoas, a nosso modo de ver, tudo o que fazemos, na verdade é aprisionar-nos, e aprisionar as pessoas todas com quem convivemos - e mesmo aquelas com quem nem convivemos, nem conhecemos -, num julgamento que nos impede de ver de modo diferente. E que reforça a crença na separação. 

Aí, é óbvio: não vamos ouvir a Divindade e muito menos seguir sua orientação. Tornamo-nos surdos e surdas a ela.

Deus é a força na qual eu confio.

Nada, mas nada mesmo no mundo, por mais que pensemos às vezes que sim - que somos especiais e temos habilidades que outras pessoas não têm -, pode nos dar a capacidade de ter consciência de todos os aspectos que estão envolvidos na resolução do menor dos problemas para solucioná-lo de um modo que traga apenas o bem geral como resultado, como eu já disse um pouco acima.

Já sabemos que "todas as coisas cooperam para o bem", mas, em geral, temos grandes dificuldades para enxergar, por exemplo, de que modo uma tragédia como a que atingiu a população da Filipinas há bem pouco tempo atrás, ou a que atingiu mineiros e pescadores, além da fauna e da flora e moradores da região de Mariana, matando o Rio Doce, que era fonte de alimentos e de renda para grande parte da população de lá (e causando o desequilíbrio que culminou numa endemia de febre amarela no Estado de Minas Gerais, e que chegou a ameaçar atingir os outros estados brasileiros) possa servir para o "bem" geral e/ou para o bem de qualquer dos envolvidos. Ou o "acidente" mais recente ainda em Minas Gerais, o de Brumadinho, que deixou vários mortos, uma quantidade enorme de pessoas desaparecidas e outras sem casa, sem lugar para morar, que perderam tudo o que tinham. Ou ainda, para terminar de enumerar algumas das "desgraças" de nossos dias,  guerra da Rússia contra a Ucrânia e o terremoto na Turquia e na Síria. Agora temos também Israel, que se dedica e exterminar todas as pessoas que ocupam uma pequena faixa de terra em Gaza. Isto é, Israel que busca exterminar todos os palestinos. Que "bem" esses acontecimentos podem trazer?

Haverá alguém que saiba nos dizer, por exemplo, de que forma esta pandemia de Covid-19, que acometeu o mundo inteiro, e que aparentemente ainda está muito longe de se dissipar ou de deixar de ameaçar as vidas das pessoas do planeta, porque suas variantes de multiplicam e se transformam em inúmeros tipos de viroses e trazem sequelas de que não temos notícias. "coopera para o bem"? Talvez possamos intuir com alguns poucos iluminados ou algumas poucas iluminadas que isto que enfrentamos pode servir para diminuir a crença na separação, uma vez que não há ninguém imune aos perigos que o vírus oferece. Mesmo as pessoas que contraíram o vírus e não apresentam sintomas podem transmiti-lo e fazer com que ele provoque até mesmo a morte de outras pessoas.

De que maneira - podemos nos perguntar - isso "coopera para o bem"?

Esquecemo-nos da relatividade de todas as coisas no mundo, bem como de sua neutralidade. Esquecemo-nos a maior parte do tempo do livre arbítrio e "não conseguimos" [leia-se "não queremos"] compreender que não existem acidentes ou acasos e que em tudo o que acontece a nossa volta, nossa vontade - ou nosso desejo, talvez em forma de medo - está sendo atendida, ao mesmo tempo em que é atendida a vontade de cada uma daquelas pessoas com quem dividimos nossa aparente existência no tempo. [Aqui talvez seja bom lembrar daquele ponto central do ensinamento que afirma: "medo é desejo".]

Deus é a força na qual eu confio.

Há alguma coisa em mim, em ti, que seja capaz, que nos autorize a reconhecer em quaisquer circunstâncias qual é a solução certa para um problema, para uma questão, e garantir que ela vai se realizar e trazer apenas o bem geral de todas as pessoas envolvidas, bem como para tudo o que está em jogo?

"Tu não precisas fazer nada." Este é um dos ensinamentos centrais do Curso. Mas isto não significa cruzar os braços e esperar que tudo caia do Céu. Significa tão somente reconhecer e aceitar que, por nós mesmos ou por nós mesmas, não somos capazes de lidar com todos os aparentes problemas que o mundo nos pede para enfrentarmos. Significa reconhecer e aceitar que há um Poder com que podemos contar, uma força à qual sempre podemos recorrer.

Deus é a força na qual eu confio.

É isso que a lição vai nos dizer em seguida. Ouçamos:

Tu não podes fazer nenhuma destas coisas por ti mesmo. Acreditar que podes é colocar tua confiança onde a confiança não é justificada e confirmar o medo, a ansiedade, a depressão, a raiva e o pesar. Quem pode colocar sua fé na fraqueza e se sentir seguro? Mas quem pode colocar sua fé na força e se sentir fraco?

Por que razão, para quê, nos voltamos para o ego e sua falsa força e pretensa onipotência, permitindo que só a insegurança, a dúvida, o medo, a ansiedade, a raiva, a tristeza e a depressão se apresentem em nossas vidas cada vez que precisamos lidar com uma questão que diga respeito a nossa felicidade?

Por que nos voltamos para o ego, se:

Deus é tua segurança em todas as circunstâncias. Sua Voz fala por Ele em todas as situações e em todos os aspectos de todas as situações, dizendo-te exatamente o que fazer para invocar Sua força e Sua proteção. Não há nenhuma exceção porque Deus não tem nenhuma exceção. E a Voz que fala por Ele pensa da mesma forma que Ele.

Às vezes, e até com uma certa frequência, somos capazes de perceber que a escolha que estamos fazendo, ou prestes a fazer, vai nos afastar da alegria, vai nos tirar a paz de espírito e nos fazer mergulhar no inferno, mas teimamos em fazê-la, não é mesmo?

Queremos ter razão, não é mesmo? O ego em nós. Que importa ser feliz, quando nosso "orgulho" está em jogo?

Nada, mas nada mesmo, vai nos tirar o gostinho de dar um tapa de luvas em alguém que pensamos nos ter ofendido de algum modo.  Isso não será apenas nós nos deixando dominar pelo ego e por sua/nossa crença na separação?

Deus é a força na qual eu confio.

Prestemos, por favor, toda a atenção e usemos de nossa maior capacidade de honestidade quanto ao restante das instruções da lição de hoje para experimentarmos o contato com a Fonte da força verdadeira em nós: Deus.

A própria lição assegura que vamos ser capazes de reconhecer que chegamos à fonte de nossa segurança verdadeira, ao experimentarmos, além de todas as coisas sem importâncias que se agitam e borbulham na superfície de [nossa] mente, ainda que muito brevemente, uma profunda sensação de paz.

Atenção à verdade eterna das palavras da lição:

Há um lugar em ti onde existe a paz perfeita. Há um lugar em ti onde nada é impossível. Há um lugar em ti onde a força de Deus habita.

Às práticas?

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