sábado, 12 de agosto de 2023

As práticas nos mostram de que modo fazer a entrega

 

1. O que é o perdão?

1. O perdão reconhece que o que pensaste que teu irmão fez a ti não aconteceu. Ele não perdoa os pecados e os torna reais. Ele vê que não houve pecado. E, em vista disso, todos os teus pecados são perdoados. O que é o pecado exceto uma ideia falsa acerca do Filho de Deus? O perdão simplesmente vê sua falsidade e, em razão disso, a abandona. Agora, então, o que fica livre para ocupar seu lugar é a Vontade de Deus.

2. Um pensamento que não perdoa é um pensamento que faz um juízo ao qual não porá em dúvida, embora não seja verdadeiro. A mente está fechada e não será liberada. O pensamento oculta a projeção, apertando suas correntes a fim de que as distorções fiquem mais veladas e mais disfarçadas; menos facilmente sujeitas à dúvida e mantidas mais distante do bom senso. O que pode se interpor entre uma projeção rígida e o objetivo que ela escolhe como a meta que quer?

3. Um pensamento que não perdoa faz muitas coisas. Busca seu objetivo numa ação frenética, torcendo e destruindo aquilo que vê como intromissões ao caminho que escolheu. Seu objetivo, e também o meio pelo qual quer alcançá-lo, é a distorção. Ele inicia suas tentativas furiosas de esmagar a realidade sem preocupação com qualquer coisa que pareça apresentar uma contradição a seu ponto de vista.

4. O perdão, por outro lado, é tranquilo e, de modo sereno, não faz nada. Ele não transgride nenhum aspecto da realidade, nem busca alterá-la para formas que lhe agradem. Ele olha simplesmente e espera, e não julga. Aquele que não quer perdoar tem de julgar, pois precisa justificar seu fracasso em perdoar. Mas aquele que quer perdoar tem de aprender a receber a verdade exatamente como ela é.

5. Não faças nada, então, e permite que o perdão te mostre o que fazer, por intermédio d'Aquele Que é teu Guia, teu Salvador e Protetor, forte em esperança e certo de teu êxito final. Ele já te perdoou, porque esta é Sua função, que Lhe foi dada por Deus. Agora tu tens de compartilhar a função d'Ele e perdoar aquele que Ele salvou, cuja inocência Ele vê a a quem Ele reconhece como o Filho de Deus.

*

LIÇÃO 224

Deus é meu Pai e Ele ama Seu Filho.

1. Minha identidade verdadeira é tão segura, tão sublime, inocente, gloriosa e formidável, tão completamente benéfica e livre de culpa que o Céu olha para Ela para lhe oferecer luz. Ela ilumina o mundo também. Ela é a dádiva que meu Pai me deu; a dádiva que eu também dou ao mundo. Não há nenhuma dádiva, a não ser esta, que possa tanto ser dada quanto recebida. Isto, e apenas isto, é realidade. Isto é o fim da ilusão. É a verdade.

2. Meu Nome, ó Pai, ainda é conhecido por Ti. Eu O esqueci e não sei para onde vou, quem sou ou o que faço. Lembra-me agora, Pai, pois estou cansado do mundo que vejo. Revela o que Tu queres que eu veja em seu lugar.

*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 224

Caras, caros,

Continuemos hoje nossa jornada com mais um passo em direção à aquisição da, ou ao contato com a, percepção verdadeira, conforme nos oferece e assegura o Curso, que deve vir a ser o resultado das práticas desta segunda parte dos exercícios. 

Elas, as práticas, sem dúvida, vão servir para que aprendamos a reconhecer que não sabemos quem somos, nem para onde vamos, pelo menos não na maior parte do tempo. 

Como eu já disse muitas vezes antes, nossas práticas têm de se dar de modo a aprendermos a fazer a entrega, ao Espírito em nós, daquilo tudo que nos afasta da paz e da alegria de Deus. Devem também nos ensinar a alegria que há nessa entrega ao Pai - que é ainda a escolha que fazemos de viver a partir do que somos, na verdade -, esperando que Deus nos revele o que Ele quer que vejamos [que, sem sombra de dúvida, também é o que nós queremos ver] no lugar do mundo da ilusão, que já não nos satisfaz.

É por isso que a ideia para nossas práticas de hoje assegura que somos o Filho de Deus e que o Pai nos ama. Esta verdade é tudo o que podemos querer. Pois com ela somos capazes de perceber que tudo o que o mundo nos ensinou - ensina e continuará a nos ensinar - não passa de fantasia, de sonho. 

Entretanto, nosso compromisso, se o assumimos conscientemente, com as práticas é revelador do fato de que estamos, se não todo o tempo, a maior parte dele, à procura de nossa Identidade verdadeira. Pois sabemos que só ela pode nos dar a segurança e a certeza de que precisamos para aprender e para ensinar a paz e o amor que recebemos do Pai. 

Talvez seja de alguma ajuda repetir o que aconselha o poeta Rumi, em um poema intitulado: 

A Casa de Hóspedes

Este ser humano é uma casa de hóspedes.
Cada manhã uma nova chegada.

Uma alegria, uma depressão, uma maldade,
Uma percepção momentânea chegam
Como um visitante inesperado.

Dê as boas vindas e entretenha a todos!
Mesmo que se trate de um bando de aflições,
Que violentamente varram sua casa
Toda a mobília,
Ainda assim, trate cada hóspede com respeito.
Ele pode estar esvaziando-o
Para que você receba uma nova alegria.

O pensamento sombrio, a vergonha, a malevolência,
Encontre-os na porta, sorrindo,
E convide-os a entrar.
Seja grato a qualquer um que se aproxime,

Porque cada um foi enviado
Como um guia da eternidade.

Às práticas?

Nenhum comentário:

Postar um comentário