terça-feira, 14 de setembro de 2021

A fala do ego - o falso eu - é sempre a favor da ilusão

 

4. O que é o pecado?

1. Pecado é insanidade. Ele é o meio pelo qual a mente é levada à loucura e busca deixar que ilusões tomem o lugar da verdade. E, por estar louca, a mente vê ilusões aonde a verdade deveria estar e aonde ela verdadeiramente está. O pecado deu olhos ao corpo, pois o que há para os inocentes quererem ver? Que necessidade eles têm da visão, da audição e do tato? O que querem ouvir ou tentar compreender? De qualquer modo, o que perceberiam? Perceber não é conhecer. E a verdade só pode se satisfazer com o conhecimento e nada mais.

2. O corpo é o instrumento que a mente criou, em seus esforços para se enganar. A finalidade dele é lutar. Mas a meta da luta pode mudar. E, em função disso, o corpo serve para lutar por um objetivo diferente. O que ele busca agora é escolhido pelo objetivo que a mente aceita como substituto para a meta do auto-engano. A verdade, tanto quanto as mentiras, pode ser sua meta. Neste caso, os sentidos, de preferência, buscarão testemunhas para aquilo que é verdadeiro.

3. O pecado é o lar de todas as ilusões, que representam apenas coisas imaginárias, resultantes de pensamentos que não são verdadeiros. Eles são a "prova" de que aquilo que não tem nenhuma realidade é verdadeiro. O pecado prova que o Filho de Deus é mau, que a intemporalidade tem de ter um fim, que a vida eterna tem de morrer. E que o Próprio Deus perdeu o Filho que Ele ama, ficando apenas com a corrupção para completar a Si Mesmo, com Sua Vontade derrotada pela morte para sempre, com o amor morto pelo ódio e com a paz a não existir mais.

4. Os sonhos de um louco são amedrontadores e o pecado parece, de fato, aterrorizar. E, no entanto, aquilo que o pecado percebe é apenas uma brincadeira infantil. O Filho de Deus pode fingir que se tornou um corpo, presa do mal e da culpa, com nada mais do que uma vida curta que termina com a morte. Mas seu Pai reluz sobre ele o tempo todo e o ama com um Amor infinito, que suas simulações não podem mudar em absoluto.

5. Até quando, ó Filho de Deus, sustentarás a brincadeira do pecado? Não é melhor abandonar estes brinquedos infantis de pontas afiadas? Em quanto tempo estarás pronto para voltar a casa? Hoje, talvez? Não existe nenhum pecado. A criação é imutável. Ainda queres adiar a volta ao Céu? Até quando, ó Filho de Deus, até quando?

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LIÇÃO 257

Que eu me lembre de qual é meu propósito.

1. Se eu esquecer de minha meta só posso ficar confuso, inseguro do que sou e, deste modo, incoerente em minhas ações. Ninguém pode servir a metas contraditórias e servir bem a elas. E não pode servir sem uma angústia profunda e sem uma depressão muito grande. Por isso, vamos nos decidir a lembrar daquilo que queremos hoje, a fim de podermos unificar nossos pensamentos e ações de forma coerente para realizar apenas aquilo que Deus quer que realizemos neste dia.

2. Pai, o perdão é o meio escolhido por Ti para a nossa salvação. Permite que não nos esqueçamos hoje de que não podemos ter nenhuma vontade a não ser a Tua. E, por isso, nosso propósito também tem de ser o Teu, se quisermos alcançar a paz que Tu desejas para nós.

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COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 257

Lembrando-nos mais uma vez de que propósito [finalidade, fim, objetivo, sentido de vida] pode ser sinônimo de meta e do que vimos e praticamos na lição de ontem, ouçamos o que nos diz Wayne Dyer, como forma de identificar se estamos indo em direção à meta, ou não:

"Um sinal seguro de que te deslocaste para as as frequências [de vibrações] mais lentas e mais baixas e de que deixaste para trás o espírito é o fato de estares sentindo menos alegria e felicidade. Se não estás radiante de alegria e cordialidade, se estás rabugento e agressivo, se estás tendo dificuldade em sorrir e em ser jovial, então uma coisa é certa: tu não conheces Deus" [:a meta, e não estás cumprindo teu propósito].

Pois como ele diz ainda:

"Avançar em direção ao propósito [à finalidade] em tua vida é como banhar-se na alegria: uma maneira simples de ascender às frequências [vibratórias] mais rápidas do espírito. Abraham Maslow descreveu a escada da auto-realização como a ascensão das necessidades básicas de comer, beber e se abrigar para o sentimento de que pertencemos a algo e de apreciação da beleza. No alto da pirâmide da auto-realização há uma sensação profunda de finalidade e de significado em nossa vida. É aí que experimentamos a alegria espiritual. O tempo desaparece e entramos em comunhão com nosso aspecto mais elevado, ou com aquilo [que se pode chamar] de consciência de Deus. Aqui, no ápice da pirâmide, a alegria é nossa companheira constante.

"Este estado de felicidade depende exclusivamente da qualidade dos teus pensamentos. Significa desligar-te de tuas preocupações a respeito de como és visto pelas pessoas ao teu redor, significa desapegar-te dos resultados que produzes e, em vez disso, mergulhar todo o teu ser nas atividades de tua vida. Significa recusar-te a perseguir a felicidade, levando, isto sim, a felicidade a tudo o que empreenderes. Em resumo, encontras a alegria perfeita quando não lutas por ela e, sim, quando compreendes que ela está dentro de ti.

"A noção de finalidade não tem a ver com o que tu fazes ou com tirar as férias ideais. Ela não se realiza por nada ou por ninguém externo a ti. Encontras a tua finalidade quando estás disposto a suspender teu ego, sabendo que estás ligado a Deus eternamente, e a submeter a mente pequenina à mente maior. A verdadeira alegria de viver está em permitir que as energias mais elevadas guiem tua vida. Nesse estado de consciência, tu não precisas nunca perguntar qual é teu propósito [ou finalidade] ou como encontrá-lo. Em lugar disso, tu sentes que há sentido em tudo o que fazes e levas esse tipo de alegria a todos que encontras. Não importa se estás tirando as ervas daninhas do teu jardim, lendo um romance, tirando a neve da entrada de tua casa, compondo tua própria sinfonia, ou meditando no silêncio de teu quarto. Tu serás o portador da alegria porque estás em harmonia, e não em conflito, com Deus. E a ironia está em que vais descobrir que a maneira mais segura de entrar nesse estado prazeroso de sentido interior é passá-lo adiante." 

Para se chegar a tal modo de ver e de pensar, repetindo o que eu já disse outras - muitas - vezes é preciso ter-se em mente, como o Curso ensina, a todo instante, que nunca reagimos às coisas do mundo, às pessoas ou situações, mas, sim, à interpretação que fazemos dessas coisas, pessoas ou situações. Pois a visão dos olhos do corpo, e da percepção dos sentidos, é intrinsecamente julgadora.

Ora, interpretar, sem uma visão integral, sem acesso a todos os dados e informações relativas à situação, pessoa ou coisa em questão, é apenas julgar de forma parcial. Não somos capazes de julgar, pois, na forma, a partir dos dados registrados pelos sentidos apenas, e por impressões sujeitas à dúvida, e de informações incompletas, nosso julgamento está fadado ao erro.

Assim, repetindo em parte comentários anteriores, um exemplo de uma visão mais coerente e reveladora de nossa incapacidade de julgar talvez seja a do jagunço Riobaldo, no Grande Sertão: Veredas, quando diz: "o mais importante e bonito do mundo, é isto: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas - mas elas vão sempre mudando. Afinam ou desafinam. Verdade maior. É o que a vida me ensinou. Isso que me alegra, montão". O que significa dizer também que a criação está se fazendo a todo momento, é sempre nova. Ou que o mundo está sendo re-criado cada vez que olho para ele.

Isto nos traz de volta ao mote da alegria, que, aliás, conforme já sabemos também, é o que pode nos dar a indicação segura de que estamos em Deus, ou no caminho em direção à descoberta, ou lembrança d'Ele, em nós mesmos/as. Quando, por quaisquer razões, nos afastamos da alegria, que é a condição natural do Filho de Deus, estamos claramente dando ouvidos à voz do falso eu, o ego, que sempre fala em favor da ilusão, em favor da separação e vibramos na frequências mais lentas e mais baixas, distantes do espírito. 

Às práticas?

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