sábado, 6 de fevereiro de 2021

Podemos nos ver íntegros ao aceitarmos a santidade

 

LIÇÃO 37

Minha santidade abençoa o mundo.

1. Esta ideia contém o primeiro vislumbre de tua função verdadeira no mundo, ou da razão pela qual estás aqui. Teu propósito é ver o mundo por meio de tua própria santidade. Deste modo, tu e o mundo são abençoados ao mesmo tempo. Ninguém perde; não se tira nada de ninguém; todos ganham por meio de tua visão santa. Ele significa o fim do sacrifício porque oferece a todos seu direito integral. E cada um tem direito a todas as coisas porque elas são seu direito como um Filho de Deus.

2. Não existe nenhuma outra maneira que possa eliminar a ideia de sacrifício do modo de pensar do mundo. Qualquer outro modo de ver exigirá pagamento de alguém ou de alguma coisa inevitavelmente. Como consequência, aquele que percebe perderá. E nem sequer terá ideia do motivo pelo qual perde. Contudo sua integridade lhe é devolvida à consciência por meio de tua visão. Tua santidade o abençoa por não lhe pedir nada. Aqueles que se veem íntegros não fazem nenhuma exigência.

3. Tua santidade é a salvação do mundo. Ela te permite ensinar ao mundo que ele é um contigo, não por meio de sermão, nem por lhe dizeres qualquer coisa, mas simplesmente por teu reconhecimento sereno de que em tua santidade todas as coisas são abençoadas junto contigo.

4. Os quatro períodos mais longos de exercícios de hoje, que devem envolver de três a cinco minutos de prática, começam com a repetição da ideia para hoje, seguida de mais ou menos um minuto no qual olhas ao teu redor enquanto aplicas a ideia a qualquer coisa que vejas:

Minha santidade abençoa esta cadeira.
Minha santidade abençoa aquela janela.
Minha santidade abençoa este corpo.

Em seguida, fecha os olhos e aplica a ideia a qualquer pessoa que te ocorrer, usando o nome dela e dizendo:

Minha santidade te abençoa, [nome].

5. Podes continuar o período de prática de olhos fechados; podes abrir os olhos novamente e aplicar a ideia para hoje ao teu mundo exterior se assim desejares; podes alternar entre a aplicação da ideia ao que vês a tua volta e àquilo que está em teus pensamentos; ou podes utilizar qualquer combinação destas duas fases da aplicação que preferires. Os períodos de prática devem ser concluídos com uma repetição da ideia de olhos fechados e outra, imediatamente em seguida, de olhos abertos.

6. Os exercícios mais breves consistem em repetir a ideia tantas vezes quanto puderes. É particularmente útil aplicá-la em silêncio a qualquer um que encontrares, usando seu nome ao fazê-lo. É essencial usar a ideia se alguém parecer te causar uma reação hostil. Oferece-lhe imediatamente a bênção de tua santidade, a fim de que possas aprender a mantê-la em tua própria consciência.

*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 37

A ideia para as nossas práticas e exploração de hoje é:
 
"Minha santidade abençoa o mundo."

Uma ideia que é consequência natural daquela que a lição de ontem nos ofereceu: Minha santidade envolve tudo o que vejo. Isto é, se minha santidade envolve tudo o que vejo e minha santidade é uma bênção, o resultado natural é que minha santidade estenda sua bênção ao mundo todo, como o Curso nos diz hoje, para início de conversa. 

Vejamos:

Esta ideia contém o primeiro vislumbre de tua função verdadeira no mundo, ou da razão pela qual estás aqui. Teu propósito é ver o mundo por meio de tua própria santidade. Deste modo, tu e o mundo são abençoados ao mesmo tempo. Ninguém perde; não se tira nada de ninguém; todos ganham por meio de tua visão santa. Ele significa o fim do sacrifício porque oferece a todos seu direito integral. E cada um tem direito a todas as coisas porque elas são seu direito como um Filho de Deus.

Um dos grandes equívocos do sistema de pensamento em que se baseia o ego é acreditar que alguém tem de perder para ele ganhar. Isto é, neste mundo, a impressão, ou a percepção, que aprendemos é a de que alguém só pode ganhar às custas da perda de outrem. Ou de que só podemos alcançar aquilo que desejamos depois de fazer enormes sacrifícios.

Isto não é verdade! Se fosse, já teríamos chegado a um ponto em que um, e apenas um, ego estaria no controle do mundo inteiro. Apesar de parecer que caminhamos cada vez mais rapidamente nessa direção. Um ego que se poderia equiparar a Deus. Mas um deus que exigiria o sacrifício de tudo de todos, para ter tudo só para si. Como nos parece ser possível ver no fato de apenas um por cento da humanidade possuir o equivalente em riquezas materiais, e ilusórias, ao que possuem os outros 99% de seres humanos. Este deus do ego talvez já esteja atuando entre nós, a humanidade. Ele se chama Capital, ou Mercado, ou Lucro.

No entanto, Deus - Aquele de que o Curso fala - não tira nada de ninguém. Ele apenas dá. Ele apenas é. Se pusermos em prática o que o Curso ensina, vamos experimentar a verdade de que todos ganham por meio de nossa visão:

Minha santidade abençoa o mundo.

A lição continua:

Não existe nenhuma outra maneira que possa eliminar a ideia de sacrifício do modo de pensar do mundo. Qualquer outro modo de ver exigirá pagamento de alguém ou de alguma coisa inevitavelmente. Como consequência, aquele que percebe perderá. E nem sequer terá ideia do motivo pelo qual perde. Contudo sua integridade lhe é devolvida à consciência por meio de tua visão. Tua santidade o abençoa por não lhe pedir nada. Aqueles que se veem íntegros não fazem nenhuma exigência.

É em função do que o mundo ensina que o Curso nos orienta a desaprender o que aprendemos aqui. É neste sentido que todo o trabalho que precisamos fazer, de acordo com Tara Singh e com a proposta do ensinamento, é, na verdade, mais um trabalho de desfazer, de desaprender o que mundo ensina, do que qualquer outra coisa.

Não poderemos alcançar a paz de espírito e a alegria em Deus, se acreditarmos que há algum valor em qualquer coisa do mundo. Precisamos, na verdade, desistir do mundo para ganhá-lo por inteiro, de acordo com os ensinamentos de praticamente todos os grandes mestres que já viveram a ilusão da experiência da forma neste planeta. Nossa liberdade e salvação estão em não darmos valor a nada deste mundo. Pois ele é apenas ilusão.

Enquanto eu quiser alguma coisa do mundo, vou acreditar que preciso sacrificar meu tempo, minha dedicação, meu estudo, ou qualquer outra coisa a que dê valor, para obter a coisa que quero. E vou me esquecer de que, na verdade, estou tornando real uma ilusão. Pois, de fato, não há nada no mundo que eu queira, se, em Deus tenho tudo. E só em Deus posso ter tudo.

Minha santidade abençoa o mundo.

É isto o que a santidade faz, ao me devolver a visão, ela me devolve também a integridade que não precisa de nada do mundo. É ela que pode me salvar e salvar o mundo, conforme nos diz a lição a seguir:

Tua santidade é a salvação do mundo. Ela te permite ensinar ao mundo que ele é um contigo, não por meio de sermão, nem por lhe dizeres qualquer coisa, mas simplesmente por teu reconhecimento sereno de que em tua santidade todas as coisas são abençoadas junto contigo.

O que precisamos além da alegria e da paz de espírito?

Não é isso que nos devolve a consciência de nossa unidade com Deus e com tudo o que Ele é?

Nossa santidade é nossa salvação. E ela é absolutamente natural. Ao alcançá-la na consciência, alcançamos instantaneamente a liberdade. Pois, conforme diz Tony Parsons, em seu livro "the open secret" [o segredo aberto, em minha tradução livre] "a natureza da liberação é direta, simples e tão natural quanto respirar. Muitos cruzarão com ela e rapidamente voltarão a se misturar àquilo que pensam poder conhecer ou fazer. Mas existem aqueles para os quais o convite encontrará eco... eles verão subitamente e estarão prontos para abandonar toda busca, mesmo a busca daquilo que chamam iluminação".

Se nossa atenção não se desviou até aqui, havemos de lembrar de que nossa mente é parte da Mente de Deus. É por isso que somos absolutamente santos. O tempo todo, desde o início do tempo, até o fim dele. Descobrir, ou lembrar da santidade, que é nossa herança natural de filhos de Deus, nos coloca em sintonia direta com Ele. E é por isso que podemos abençoar o mundo. Pois nossa santidade, reflexo da santidade de Deus, envolve tudo o que existe. 

Minha santidade abençoa o mundo.

É minha santidade que pode me mostrar, voltando a Tony Parsons, que "... eu já sou aquilo que busco. O que quer que seja que busque ou pense querer, por maior que seja a lista de compras, todos os meus desejos são apenas um reflexo de meu anseio de voltar para casa. E casa é unidade, casa é minha natureza original. Ela está aqui, simplesmente no que existe. Não há nenhum outro lugar para o qual eu tenha de ir, e nada mais que eu tenha de me tornar."

Abençoemos, pois, a partir de nossa santidade, o mundo, o que pensamos ser e o que somos, mesmo que não entendamos a diferença. As práticas podem, de fato, mudar nossa percepção a respeito de nós mesmos, isto é, a respeito da imagem que construímos de nós mesmos equivocados pela crença na separação. 

Às práticas?

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Duas notas importantes:

A partir dos comentários feitos à lição do dia 4 fiquei sabendo que a Cristiane, estudante dos milagres com quem tive contato nas postagens iniciais do blogue, na Indonésia, voltou ao Curso, agora morando na Dinamarca.

Que legal, Cristiane. Um prazer tê-la de volta para partilhar suas experiências de vida com Curso conosco. Bem-vinda. Fique à vontade, por favor, mais uma vez, para comentar e trazer suas contribuições para todos e todas nós que nos encontramos por aqui para aprender e ensinar aquilo que pode nos levar ao autoconhecimento.

Também respondendo ao colega CORRUPÇÃONÃO, que quer saber se pode partilhar o conteúdo deste espaço com um grupo de estudos de UCEM no WhatsApp, digo que sim, sem problemas. O conteúdo está aberto a quem quer que queira tomar contato com os ensinamentos do Curso. Aqui, lidamos em primeiro lugar com o livro de exercícios do Curso, numa tentativa de criar uma comunidade que fique e estude e pratique na mesma sintonia.

Obrigado a todos e todas por estarem por aqui e comentar.

Paz e bem!

Um comentário:

  1. Que delicia voltar a compartir esse ensinamento com vc, querido “ Moisa”. As praticas, pois “cochilou o cachimbo cai”.

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