sexta-feira, 5 de fevereiro de 2021

A santidade é o ponto de partida para as experiências

 

LIÇÃO 36

Minha santidade envolve tudo o que vejo.

1. A ideia de hoje estende a de ontem daquele que percebe para o percebido. Tu és santo porque tua mente é parte da Mente de Deus. E, porque és santo, tua visão também tem de ser santa. "Impecável" quer dizer sem pecado. Tu não podes ser ligeiramente sem pecado. És impecável ou não. Se tua mente é parte da Mente de Deus, tens de ser impecável, ou uma parte da Mente d'Ele seria pecadora. Tua visão está relacionada à Santidade d'Ele, não a teu ego e, por isso, não a teu corpo.

2. Pede-se para hoje quatro períodos de prática de três a cinco minutos. Tenta distribuí-los de modo razoavelmente uniforme e faze as aplicações mais breves com frequência, para preservar tua proteção o dia inteiro. Os períodos de prática mais longos devem tomar esta forma:

3. Primeiro, fecha os olhos e repete a ideia para hoje várias vezes, lentamente. Em seguida, abre os olhos e olha bem devagar a tua volta, aplicando a ideia de modo específico a qualquer coisa que observares em teu exame casual. Dize, por exemplo:

Minha santidade envolve aquele tapete.
Minha santidade envolve aquela parede.
Minha santidade envolve estes dedos.
Minha santidade envolve aquela cadeira.
Minha santidade envolve aquele corpo.
Minha santidade envolve esta caneta.

Durante estes períodos de prática, fecha os olhos e repete a ideia para ti mesmo. Em seguida, abre os olhos e continua como antes.

4. Para os períodos mais breves, fecha os olhos e repete a ideia; olha a tua volta quando repetires mais uma vez e conclui com mais uma repetição de olhos fechados. Todas as aplicações devem, é claro, ser feitas bem devagar, tão sem esforço e sem pressa quanto possível.

*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 36

 "Minha santidade envolve tudo o que vejo."

Em um livro que li há pouco mais de três anos, como já lhes disse antes, e, que tal qual hoje, abre o comentário para a exploração da ideia para as nossas práticas do dia, encontrei a frase que repito mais uma vez por acreditar que ela está em perfeita sintonia com o que vamos praticar, e que é a seguinte:

Se você pudesse ver a si próprio antes de nascer, ficaria surpreso com sua inteligência e esplendor [isto é, com sua santidade]. O nascimento é sono e esquecimento.

Para começar, então, nunca é demais repetir que, quando falamos de santidade não estamos nos referindo a nada nem a ninguém "especial". A ninguém que ande pelo mundo - como se houvesse! - meio que flutuando em função de um halo de luz que paira por sobre sua cabeça. Todos e todas nós nascemos santos, porque somos como Deus nos criou. E, apesar de tudo o que pensamos a nosso próprio respeito, a partir do que aprendemos com o mundo e com o sistema de pensamento do ego, ainda somos como Deus nos criou, conforme ensina o Curso.

Por isso também é que se pode pensar que considerar alguém "especial", em qualquer sentido, talvez seja o contrário de considerá-lo santo. Pois significa envolvê-lo (ou a ela) no julgamento. Significa separá-lo, ou separá-la, de nós mesmos/as e dos/das outros/as. Significa reforçar a crença na separação. Uma vez que todos e todas somos o mesmo filho do único Deus que existe, e que é também o que somos, separar alguém de nós por achar que ele (ou ela) é santo ou santa, enquanto todas as outras pessoas não o são, e diferentemente também do que acreditamos a nosso próprio respeito, é abdicar de nossa própria santidade.

E a santidade de que o Curso fala se refere ao que somos na verdade, conforme eu já disse anteriormente. E, na verdade, nenhum/nenhuma de nós é diferente do/da outro/outra. Nenhum/nenhuma de nós é diferente de ninguém, a não ser na forma ilusória, na manifestação, que não dura muito, e que muda tão logo mudemos nosso modo de olhar. Nenhum/nenhuma de nós é, de fato, "especial". Todos e todas somos santos e santas na mesma medida. Ninguém é mais, ou menos, santo do que ninguém. Ou, para reforçar a ideia que trabalhamos ontem, todos somos absolutamente santos e santas. É por isso que 

Minha santidade envolve tudo o que vejo.

Lembrando ainda uma vez mais, ser santo é prerrogativa de todos e de cada um de nós. Ou voltando a repetir o que diz Roberto Crema, a respeito da santidade, no livro Normose:

"... a santidade [sinônimo de plenitude] não é um privilégio de poucos; é uma responsabilidade de todos nós. Ser santo é ser inteiro, é ser simples, é ser transparente. É ser tudo aquilo que realmente somos. É uma conquista do processo de individuação, da travessia das sombras rumo ao ser, processo que jamais termina e começa com o primeiro passo neste labirinto de nós mesmos". 

Minha santidade envolve tudo o que vejo.

Enfim, a santidade é nosso estado natural. Logo, deve ser ela, a santidade, o ponto de partida para todas as experiências que escolhemos viver no mundo.

É isso que a lição tem a nos mostrar:

A ideia de hoje estende a de ontem daquele que percebe para o percebido. Tu és santo porque tua mente é parte da Mente de Deus. E, porque és santo, tua visão também tem de ser santa. "Impecável" quer dizer sem pecado. Tu não podes ser ligeiramente sem pecado. És impecável ou não. Se tua mente é parte da Mente de Deus, tens de ser impecável, ou uma parte da Mente d'Ele seria pecadora. Tua visão está relacionada à Santidade d'Ele, não a teu ego e, por isso, não a teu corpo.

Pensemos: uma exortação atribuída a Jesus, nos Evangelhos que chegaram até nós, diz: "Sede santos assim como vosso Pai é santo".

Então Deus é santo? A santidade é o estado natural de Deus e de tudo o que habita n'Ele. Ora, nós vivemos e nos movemos em Deus. Logo, nosso estado natural tem de ser a santidade.

Como posso, pois, pensar que qualquer coisa, qualquer pessoa, qualquer ser vivo, seja algo diferente de santo? Se minha mente é parte da Mente de Deus, então tenho de ser santo. Mesmo que eu, presa da ilusão, não reconheça isso nalgum momento.

E, sendo santo, minha visão também tem de ser santa. O que é santo não vê pecado, é impecável, é puro, é inocente. Sempre. Mesmo quando não reconheço isso, enganado pela percepção dos sentidos. 

Minha santidade envolve tudo o que vejo.

Não posso ser "um pouco" santo, ou "mais ou menos" santo. Sou ou não sou. E se, como a lição diz, minha mente é parte da Mente de Deus, tenho de ser impecável, sem pecado, sem mancha. Se não sou, uma parte da Mente de Deus é pecaminosa. 

Pode-se conceber algo assim?

Não! É claro que não! A menos que acreditemos na separação. A menos que acreditemos em um deus criado à imagem e semelhança do ego - "o grande impostor".

Minha santidade envolve tudo o que vejo.

É isso que lição nos oferece hoje. Tudo o que precisamos fazer é seguir as orientações para praticar a ideia, aplicando-a a tudo o que vemos, sentimos, provamos, tocamos ou ouvimos neste dia.

Podemos viver nossas experiências a partir do santo, da santidade, em nós neste dia. Neste e em todos os que virão a contar de hoje, se nos abrirmos para a verdade eterna desta lição, desta ideia:


Minha santidade envolve tudo o que vejo.

Às práticas?

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