segunda-feira, 26 de outubro de 2020

Até quando adiaremos nossa decisão pelo Reino?

 

8. O que é o mundo real?

1. O mundo real é um símbolo, igual ao resto do que a percepção oferece. Contudo, ele representa o contrário daquilo que tu fizeste. Teu mundo é visto pelos olhos do medo e te traz à mente as evidências do horror. O mundo real não pode ser visto senão por olhos que o perdão abençoa, a fim de que eles vejam um mundo no qual o horror seja impossível e não se possa encontrar indícios de medo.

2. O mundo real possui uma contrapartida para cada pensamento infeliz que se reflete em teu mundo; uma compensação infalível para as cenas de medo e para os ruídos de luta que teu mundo contém. O mundo real apresenta um mundo visto de forma diferente, por olhos serenos e por uma mente em paz. Não há nada aí a não ser paz. Não se ouve nenhum grito de dor e de tristeza aí porque não fica nada fora do perdão. E as imagens são serenas. Só imagens felizes podem chegar à mente que se perdoa.

3. Que necessidade esta mente tem de pensamentos de morte, ataque e assassinato? O que ela pode perceber a sua volta a não ser segurança, amor e alegria? O que há para ela querer escolher condenar e o que há para ela querer julgar de modo desfavorável? O mundo que ela vê nasce de uma mente em paz consigo mesma. Não há nenhum perigo à espreita em nada do que ela vê, porque ela é benigna e só vê benignidade.

4. O mundo real é o símbolo de que o sonho de pecado e de culpa acabou, e de que o Filho de Deus já não dorme. Seus olhos despertos percebem o reflexo seguro do Amor de seu Pai; a garantia infalível de que ele está redimido. O mundo real indica o fim do tempo, pois a percepção dele torna o tempo inútil.

5. O Espírito Santo não tem nenhuma necessidade do tempo depois que o tempo cumpre o propósito d'Ele. Agora, Ele espera aquele único instante a mais para que Deus dê Seu passo final e o tempo desapareça, levando consigo a percepção enquanto se vai, e deixa apenas a verdade para ser ela mesma. Esse instante é nossa meta, porque ele contém a lembrança de Deus. E, quando olhamos para um mundo perdoado, é Ele Quem nos chama e vem para nos levar para casa, lembrando-nos de nossa Identidade, que nosso perdão nos devolve.

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LIÇÃO 300

Este mundo dura só um instante.

1. Este é um pensamento que pode ser usado para dizer que a morte e a dor são o destino inevitável de todos os que vêm aqui, pois suas alegrias desaparecem antes de serem possuídas ou mesmo apreendidas. No entanto, ele também é a ideia que não permite que nenhuma percepção falsa nos mantenha sob seu controle, nem represente mais do que uma nuvem passageira em um céu eternamente sereno. E é esta serenidade, sem nuvens, inegável e segura, que buscamos hoje.

2. Buscamos Teu mundo sagrado hoje. Pois nós, Teus Filhos amados, perdemos o rumo por algum tempo. Mas ouvimos Tua Voz e aprendemos exatamente o que fazer para sermos devolvidos ao Céu e a nossa Identidade verdadeira. E hoje damos graças porque o mundo dura só instante. Queremos ir além deste diminuto instante para a eternidade.

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COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 300

Vamos mais uma vez ao comentário para a lição de hoje? Trezentos dias prática, é isso, não? E claro que isso não é pouco. E são muito, muito, mais dias para aqueles que estão e continuam por aqui desde o início, em 2009. Quem serão estes? Quantos serão? Espero que todos comemorem muito estes trezentos dias. Tanto os que chegam aqui pela vez primeira, quanto os que já estão aqui há mais tempo. É motivo para comemoração, sim. Com certeza.

Assim, mais ou menos como tenho dito até agora, desde que começamos, todas as vezes em que chegamos aqui, tanto para os que vêm pela primeira vez quanto para os que já estão aqui há algum tempo, a partir do início das postagens deste blogue: Parabéns mais uma vez a todos nós, que chegamos a esta lição de número trezentos, quer pela primeira, pela segunda, terceira ou mais vezes. 

Este é um marco importante. E, como eu disse outras vezes também, não é pouco pensar que passamos trezentos dias deste ano buscando nos manter na mesma sintonia, mantendo-nos em contato com a energia do espírito em nós mesmos. Buscando lembrar-nos no dia a dia - uma, duas, três, quantas vezes mais for possível a cada um, cada uma -, de voltar à presença do divino em nós mesmos com frequência. Com o passar do tempo, e a partir da familiarização com as práticas, as lições diárias passam a ser imprescindíveis, porque passam a fazer parte da ação concreta da decisão tomada como compromisso pessoal, de cada um com o divino em si.

Talvez, possamos, este ano também, aproveitando a ideia para nossas práticas de hoje, nos perguntar de novo: Quanto tempo dura um instante?, que é o tempo que dura o mundo de acordo com a ideia que praticamos hoje. Será que esta ideia não serve para que cheguemos, de uma vez por todas, à conclusão de que o único tempo que existe é o presente, o agora?

Será que não vamos ser capazes, ao praticar esta ideia, de voltar nossa atenção por completo ao uso que fazemos do tempo - do presente, do "único tempo que existe"? Será que estamos vivendo a vida que nos dá a alegria e a paz completas e perfeitas, que são a Vontade de Deus para nós, de acordo com o que o Curso ensina?

Ou será que continuamos a adiar a tomada de decisão, acreditando que ainda há muito tempo para isso? Ainda é muito cedo para eu tomar a decisão de voltar para Deus? Será que o mundo pode me oferecer alguma coisa que Deus não tem? Por que razão acho tão difícil tomar a decisão de fazer o que o Curso me pede para fazer? Por que razão o contato com o espírito, com o divino interior, me assusta?

"Buscai em primeiro lugar o reino de Deus, e o resto vos será dado por acréscimo", esta é uma das mensagens atribuídas a Jesus, no tempo em que se diz e acredita que ele viveu. Uma mensagem que continua a valer neste tempo em que ele, na condição de Cristo, o Filho de Deus e nosso irmão mais velho, vive em nós, pois o que quer que tenha vivido em algum momento e nos tenha chegado à consciência continua a viver em nós. Pois, por mais que não entendamos, por maior que seja a dificuldade que tenhamos para aceitar e reconhecer, a verdade é que o único tempo que existe é este, o momento presente que vivemos. E neste exato momento seja em que tempo for tudo o que vive vive em nós, por nós e para nós. 

Tudo o que Deus tem é meu, é teu e é de todos nós. Por isso basta que nos dediquemos por inteiro ao Reino, como eu já disse antes, para que tudo aquilo de que precisamos se apresente em nossa vida. É também por esta razão que Joel Goldsmith, ao se referir a esta mensagem, alerta para o fato de que quando nos decidimos por Deus, temos de tomar a decisão sem pensar no "resto". Isto é, o "resto" - aquilo que nos será dado por acréscimo -  certamente será o suficiente e até mais do que o suficiente para que vivamos a abundância, a alegria e a paz neste instante que o mundo dura. 

Quem de nós vai ter coragem de se arriscar? 

Às práticas?

3 comentários:

  1. 300 dias...sigo firme com as práticas e sempre me parece diferente. A lição é a mesma, mas a minha compreensão dela, a cada ano, é outra. Obrigada!

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  2. Moisés, eu passo pela primeira vez por aqui, quisera tê-lo descoberto antes, mas aconteceu só neste ano. Leio todas as suas postagens, porque as considero de um enorme valor. Você é nosso querido irmão mais experiente que com um vasto conhecimento e com muita clareza, amorosamente nos ajuda encorajando e iluminando nosso caminho. Parabéns e muito Obrigado.

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  3. Buscando respoder às perguntas do Moisés de por que razão acho tão difícil tomar a decisão de fazer o que o Curso me pede para fazer? Por que razão o contato com o espírito, com o divino interior, me assusta?
    Encontrei uma resposta que resumo dizendo que é o nosso medo do amor. Transcrevo abaixo a resposta completa do livro texto localizado em T13.3.2, conforme segue:
    Sob o escuro fundamento do ego, está a memória de Deus, e é disso que realmente tens medo. Pois essa memória te restituiria instantaneamente ao lugar que te é próprio e é esse lugar que buscaste deixar. O teu medo do ataque não é nada comparado ao teu medo do amor. Estarias disposto a olhar até mesmo para o teu selvagem desejo de matar o Filho de Deus, se não acreditasses que ele te salva do amor. Pois esse desejo causou a separação e tu o protegeste porque não queres que a separação seja curada. Reconheces que, removendo a nuvem escura que o obscurece, o teu amor pelo teu Pai iria impelir-te a responder ao Seu Chamado e dar um salto para o Céu. Acreditas que o ataque é salvação porque te impede isso. Pois muito mais profundo do que o fundamento do ego e muito mais forte do que ele jamais será é o teu intenso e ardente amor por Deus e o Dele por ti. Isso é o que realmente queres esconder.

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