sexta-feira, 2 de outubro de 2020

Aprendendo a superar críticas e comentários ferinos

 

6. O que é o Cristo?

1. Cristo é o Filho de Deus tal qual Ele O criou. Ele é o Ser que compartilhamos, que nos une uns aos outros e também a Deus. Ele é o Pensamento que ainda mora no interior da Mente que é Sua Fonte. Ele não abandona Seu lar santo, nem perde a inocência na qual Ele foi criado. Ele habita na Mente de Deus.

2. Cristo é o elo que te mantém um com Deus e garante que a separação não é mais do que uma ilusão do desespero, pois a esperança habitará n'Ele para sempre. Tua mente é parte da d'Ele e a d'Ele é parte da tua. Ele é a parte aonde a Resposta de Deus está, aonde todas as decisões já foram tomadas e na qual os sonhos acabaram. Ele permanece intocado por qualquer coisa que os olhos do corpo percebem. Pois embora Seu Pai tenha depositado n'Ele o meio para tua salvação, ainda assim Ele continua sendo o Ser Que, tal qual Seu Pai, não conhece nenhum pecado.

3. Lar do Espírito Santo e à vontade em Deus apenas, Cristo, de fato, continua em paz no interior de tua mente santa. Na verdade, esta é a única parte de ti que é real. O resto são sonhos. Esses sonhos, porém, também serão entregues a Cristo, para se desvanecerem diante de Sua glória e te revelarem, por fim teu Ser santo, o Cristo.

4. O Espírito Santo, a partir do Cristo em ti, alcança todos os teus sonhos e lhes ordena que venham a Ele, para serem traduzidos em verdade. Ele os trocará pelo sonho final que Deus designou como o fim dos sonhos. Além do mais, quando o perdão descansar sobre o mundo e a paz chegar a todo Filho de Deus, o que poderia haver para manter as coisas separadas, pois o que resta ver exceto a face de Cristo?

5. E por quanto tempo essa face será vista, se ela é apenas o símbolo de que nesse momento acabou o tempo para o aprendizado de que alcançou-se, enfim, a meta da Expiação? Busquemos, por isto, então, achar a face de Cristo e não olhar para mais nada. Quando virmos Sua glória saberemos que não temos nenhuma necessidade de aprendizado ou de percepção ou de tempo, nem de nada a não ser do Ser santo, o Cristo a Quem Deus criou como Seu Filho.

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LIÇÃO 276

Cabe a mim manifestar a Palavra de Deus.

1. Qual é a Palavra de Deus? "Meu Filho é puro e santo como Eu Mesmo." E deste modo Deus se tornou, de fato, Pai do Filho que Ele ama, pois ele foi criado assim. Esta é a Palavra que Seu Filho não criou com Ele, porque Seu Filho nasceu nela. Vamos aceitar Sua Paternidade e tudo o que nos é dado. Neguemos que fomos criados em Seu Amor e negaremos nosso Ser, para ficarmos inseguros de Quem somos, de Quem é nosso Pai e com que propósito viemos. E, não obstante, precisamos apenas reconhecer Aquele Que nos deu Sua Palavra em nossa criação para nos lembrarmos d'Ele e, então, lembrar de nosso Ser.

2. Pai, Tua Palavra é minha. E é ela que quero manifestar a todos os meus irmãos, que me são dados para estimar como a mim mesmo, de mesmo modo com que sou amado e abençoado e salvo por Ti.


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COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 276

Repito, desta vez com algumas alterações, para as práticas da ideia de hoje, o comentário feito nos últimos anos para esta lição, como uma forma de tentativa de responder talvez a uma pergunta feita por uma colega no grupo de estudos do Curso, quando eu ainda fazia parte de grupos presenciais de estudo. A pergunta feita se referia ao "bullying" e, creio, talvez possa se aplicar também às ditas "fake news", tão em modo, tão em uso nos dias que correm. É claro que a resposta, à época, foi pensada para poder servir não só à colega que a fez, mas a outras(os) de nós que têm também o mesmo tipo de questão. Vejamos, pois. 

Hoje, o Curso, mais uma vez, nos oferece para as práticas uma ideia que já praticamos de outra forma. Uma ideia que convida a assumirmos a responsabilidade pela salvação. A nossa própria salvação, a de cada um de nós mesmos, e a do mundo inteiro, conforme comentários outros que fiz no passado para esta mesma lição. 

Mas o que é a salvação? Lembram-se da segunda das instruções para as práticas das lições desta segunda parte do Livro de Exercícios? "A salvação é uma promessa, feita por Deus, de que encontrarias finalmente o teu caminho até Ele." Uma promessa que será certamente cumprida, quando aprendermos a viver em harmonia com o mundo que aparentemente nos cerca e com tudo o que há nele. Podemos dizer, talvez, a construir um mundo harmônico com os anseios que nos vão pela alma, sem buscar atender aos desejos do ego, a necessidades falsas, inventadas pelo sistema de pensamento a que se vincula este falso eu.


E o que se pode entender por viver em harmonia com o mundo? Ora, aquilo que o Curso nos ensinou em lição recente, cuja ideia é: Que todas as coisas sejam exatamente como são. 

Em geral, só não vivemos em harmonia com o mundo, com as coisas e pessoas nele, porque queremos que elas sejam diferentes do que são. Queremos modificá-las todas para que adequem a nosso modo de pensar e de viver. Quando constatamos que isso não é possível, projetamos sobre as pessoas e, por extensão, sobre o mundo, na forma de julgamento todos os equívocos que trazemos interiormente. Nada mais lógico, assim, que o mundo corresponda para a maioria de nós à imagem perfeita do inferno e do caos.

Paramahansa Yogananda, no livro Onde Existe Luz, entre outras coisas, como já lhes disse anteriormente, fala a respeito das formas pelas quais é possível nos darmos bem - viver em harmonia - com as pessoas com quem convivemos, com as que encontramos ocasionalmente e com todos que nos chegam à consciência de algum modo, nalgum momento, quer presentes fisicamente, quer apenas passeando por nossos pensamentos. 

Para casos em que é necessário superar uma crítica, relevar um comentário ferino, ou algo que alguém diz com intenção de nos ferir, uma notícia falsa, uma informação que atende apenas a interesses diferentes da harmonia e nos afastam do caminho do amor, e que serve como uma forma de aplicarmos na prática a ideia que o Curso nos oferece hoje, Paramahansa dá um exemplo que diz o seguinte:

"Quando um ente querido (...) testa nossa paciência além dos limites, devemos nos retirar para um lugar quieto, trancar a porta, praticar alguns exercícios físicos e relaxar da seguinte maneira: sente-se numa cadeira firme, com a coluna vertebral ereta. Lentamente inspire e expire doze vezes. Então afirme, profunda e mentalmente, dez vezes ou mais: 'Pai, Tu és harmonia. Possa eu refletir Tua harmonia. Harmoniza esse meu ente querido atacado pelo erro'." 


Um outro mestre que li em algum lugar aconselha a dormir.

Já com relação às ditas "fake news", de que as redes sociais estão abarrotadas, todos os especialistas aconselham-nos a checar as fontes, a buscar em vários locais (endereços, sites) diferentes, procurando informações que venham de gente confiável, cujas intenções não sejam a de assustar ou de atacar e minar a possível harmonia que só a verdade é capaz de oferecer.

Talvez, seja interessante, para os/as que não têm muita familiaridade com o funcionamento das redes e da tecnologia que há por trás delas assistir a um documentário que está na Netflix e que se chama "O dilema das redes". Há também que se dar atenção a outro documentário que se intitula "Privacidade hackeada" 

Uma pessoa que conheci no tempo em frequentava os grupos de estudo dizia que nós, em geral, somos cuidadosos ao escolher o que comemos, buscando os alimentos que podem fazer bem aos nossos corpos, mas não temos o mesmo cuidado em relação aos conteúdos com que alimentamos nosso cérebro, com nossos próprios pensamentos.

Precisamos lembrar que são os nossos pensamentos que constroem nossas crenças e elas, por sua vez, moldam o mundo que vemos, ou pensamos ver, Assim, se quisermos, um mundo feito para a harmonia, para o amor, para o perdão de todas as coisas que existem, as pessoas inclusive, precisamos ficar atentos ao que aceitamos daquilo que o mundo nos oferece. E ao que oferecemos ao mundo. 

Uma forma de nos tornar capazes de "manifestar a Palavra de Deus" e de ouvi-la em nós, é, com certeza, não nos deixarmos influenciar, contaminar, ou envenenar, por informações falsas, por críticas, ou comentários ferinos em relação a nós mesmos, ou em relação a qualquer pessoa que conheçamos, ou mesmo em relação a quem não conhecemos. Há que se ter em conta sempre que somos todos partes da Filiação. E há um papel único para cada um de nós. Não podemos decidir por ninguém, a não ser por nós mesmos.

Às práticas, pois!


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