segunda-feira, 14 de outubro de 2019

Além de Deus, haverá alguma coisa para se desejar?


7. O que é o Espírito Santo?

1. O Espírito Santo se interpõe entre as ilusões e a verdade. Uma vez que Ele tem de construir uma ponte sobre a brecha entre a realidade e os sonhos, a percepção leva ao conhecimento por meio da Graça que Deus dá a Ele para ser Sua dádiva a todos que se voltarem para Ele em busca da verdade. Do outro lado da ponte que Ele provê, todos os sonhos são levados à verdade, para serem dissipados diante da luz do conhecimento. Descartam-se aí, para sempre, cenas e sons. E, aonde eles eram percebidos anteriormente, o perdão torna possível o final tranquilo da percepção.

2. É apenas este fim dos sonhos que a meta do ensinamento do Espírito Santo estabelece. Pois, diferente de testemunhas do medo, cenas e sons têm de ser transformados em testemunhas do amor. E, quando isso se realizar inteiramente, o aprendizado atinge a única meta que tem na verdade. Pois o aprendizado se torna o meio para ir além de si mesmo a fim de ser substituído pela verdade eterna, à medida que o Espírito Santo o guia na direção do resultado que Ele vê para o aprendizado.

3. Se ao menos soubesses o quanto teu Pai anseia que reconheças tua inocência, não permitirias que a Voz d'Ele apelasse em vão, nem rejeitarias Seu substituto para as imagens e sonhos assustadores que fizeste. O Espírito Santo compreende os meios que fizeste, pelos quais queres alcançar o que é inalcançável para sempre. E, se os ofereceres a Ele, Ele utilizará os meios que fizeste em defesa do exílio para devolver tua mente ao lugar em que ela verdadeiramente se sente em casa. 

4. O Espírito Santo, desde o conhecimento onde Ele foi colocado por Deus, te chama para que deixes o perdão descansar sobre teus sonhos, para seres devolvido à sanidade e à paz de espírito. Sem o perdão, teus sonhos continuarão a te aterrorizar. E a lembrança de todo Amor de teu Pai não voltará para assinalar que o fim dos sonhos chegou.

5. Aceita a dádiva de teu Pai. Ela é um Chamado do Amor para o Amor , a fim de que o Amor seja apenas Ele Mesmo. A dádiva d'Ele é o Espírito Santo, por meio do qual a paz do Céu é devolvida ao Filho amado de Deus. Tu te recusarias a aceitar a função de completar Deus, se tudo o que Ele deseja é que tu sejas completo?


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LIÇÃO 287

Tu és minha meta, meu Pai. Só Tu.

1. Para onde eu iria, a não ser para o Céu? O que poderia ser um substituto para a felicidade? Que dádiva eu poderia preferir à paz de Deus? Que tesouro eu buscaria, e acharia, e conservaria, que se pudesse comparar a minha Identidade? E será que eu preferiria viver com medo a viver com amor?

2. Tu és minha meta, meu Pai. O que, a não ser Tu, eu poderia desejar ter? Por que caminho, senão aquele que conduz a Ti, posso desejar andar? E o que, exceto e a lembrança de Ti, pode significar o fim dos sonhos e dos substitutos inúteis para a verdade? Tu és minha única meta. Teu Filho quer ser tal qual Tu o criaste. De que outra maneira a não ser esta eu poderia esperar reconhecer meu Ser e estar em harmonia com minha Identidade?



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COMENTÁRIO:


Explorando a LIÇÃO 287

Repetindo de forma quase que integral o comentário feito em anos anteriores para esta lição, volto a lhes dizer que a ideia que vamos novamente praticar hoje, visa a nos lembrar da meta do ensinamento que o Curso nos propõe, qual seja: o autoconhecimento. Pois como o próprio texto afirma, a parte não é diferente do todo. Isto é, a parte é apenas uma das infinitas possibilidades de expressão do todo. E para se conhecer o todo basta que se conheça por inteiro uma de suas partes apenas, qualquer uma delas. 

Isto é o mesmo que dizer que, no momento em que nos conhecermos por completo, conheceremos Deus. O todo de tudo. Teremos, então, alcançado a meta da verdade, a meta que nos propusemos alcançar, quando aceitamos caminhar na direção que o Curso nos orienta.

Para reforçar o que eu disse inúmeras vezes às pessoas que participaram nalgum momento dos grupos de estudos do Curso de que participei também, precisamos voltar nossa atenção para o que nos diz o texto, quando fala a respeito de estabelecer a meta. Vejam lá, no capítulo 17, os sub-capítulos VI, VII e VIII. É preciso que tenhamos bem claro o que queremos aprender de determinada situação. É preciso que saibamos de antemão para que vai nos servir determinada experiência. Se não o soubermos, não valerá a pena vivê-la. Ela não servirá de nada.

E como se faz isto? Estabelecendo a meta de alinhar nosso propósito ao do Espírito Santo em nós. Para tanto, há que se tomar a decisão de vivermos nossa vida apenas para alcançar a verdade. Deus, em última instância. É só a partir desta decisão que toda e qualquer outra situação que escolhamos experimentar pode fazer sentido em nossa vida. E, se escolhemos perceber e alcançar a verdade com qualquer situação, ou a partir de toda e qualquer experiência, então é claro que tudo vai passar a fazer sentido. Todas as coisas, pessoas e situações hão de servir para nos levar na direção da meta que estabelecemos para nós mesmos.

Pensemos, mais uma vez por um instante só. Se para Deus não pode existir tempo, nem espaço, nem nenhum lugar específico, diferente de outro qualquer, então, tudo o que existe para Ele é o presente. Aqui e agora. Um presente, que não é um instante que se prolonga indefinidamente até o que chamamos eternidade. Mas um presente que se renova e que se abre a todas as possibilidades a todo momento. Um presente que nada mais é do que a Criação a cada instante. Um presente no qual tudo permanece exatamente como é, como sempre foi e como sempre será, porque imutável. Independente de quaisquer experiências que se apresentem à forma, aos nossos sentidos. Todas elas foram, no passado, são e serão apenas experiências que não afetam o que somos, nem o que Deus é, de forma alguma.

Por isso, como fiz também em anos passados, vale perguntar mais uma vez: será que algum de nós acredita que há alguma outra coisa para se conhecer ou desejar além de Deus? Existirá alguma outra meta além d'Ele? Na verdade, é preciso que pensemos muito seriamente a respeito do que queremos, pois qualquer coisa que nos afaste do estado natural de alegria e de paz completas, não pode ser senão um desejo ligado à ilusão. Um desejo que reforça a crença em uma separação que não existe.

Reconhecer que nossa meta é chegar a Deus, e conhecê-Lo, é reconhecer, aceitar e tomar a decisão pela busca do autoconhecimento como o modo de conhecer Deus. É reconhecer também que não existem outras metas a que possamos dar valor. É também reconhecer que, uma vez estabelecida e aceita, esta meta nos oferece tudo aquilo de que precisamos. Pois é ela que nos permite compreender e aceitar que ainda somos como Deus nos criou e que, por mais que as aparências tentem nos levar a pensar que estamos em outro lugar, ainda estamos no Céu, de onde nunca saímos, onde sempre estaremos. 


Pois, como o Curso ensina também, o Céu não é um lugar, mas um estado de espírito que podemos alcançar sempre que estamos com toda a nossa atenção voltada para nós mesmos, no que fazemos e nos que está acontecendo a nossa volta. Pode-se pois dizer que o Céu é aqui e agora. Só nos afastamos dele quando nos dissociamos de nós mesmos, voltando nossa atenção e pensamentos para o passado ou para o futuro, que, como sabemos, não existem.

Por fim, repetindo o que disse também em anos anteriores, é sempre bom nos lembrarmos de que, como já citei outras vezes, de acordo com Mikhail Naimy, n'O Livro de Mirdad



Deus não vos dotou de nenhuma fração de Si - pois Ele é indivisível; mas de toda a sua divindade, indivisível, impronunciável, Ele vos dotou a todos. A que maior herança podeis aspirar? E quem ou o que vos impede de vos apossardes dela senão a vossa própria timidez e cegueira?

Às práticas?

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