quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Mais uma vez: três passos para mudar a percepção


5. O que é o corpo?

1. O corpo é uma cerca que o Filho de Deus imagina ter construído para separar partes de seu Ser de outras partes. É dentro desta cerca que ele pensa viver para morrer quando ela enfraquecer e se deteriorar. Pois dentro desta cerca ele pensa estar a salvo do amor. Identificando-se com sua segurança, ele percebe a si mesmo como aquilo que sua segurança é. De que outra forma ele poderia ter certeza de que permanece no interior do corpo e de que mantém o amor do lado de fora?

2. O corpo não permanecerá. Mas ele vê isto como segurança em dobro. Pois a impermanência do Filho de Deus é "prova" de que suas cercas funcionam e cumprem a tarefa que sua mente atribui a elas. Pois, se sua unidade ainda permanecesse intocada, quem poderia atacar e quem poderia ser atacado? Quem poderia ser vitorioso? Quem poderia ser sua presa? Quem poderia ser vítima? Quem o assassino? E, se ele não morresse, que "prova" haveria de que o Filho de Deus pode ser destruído?

3. O corpo é sonho. Igual a outros sonhos, algumas vezes ele parece retratar a felicidade, mas pode bem repentinamente retroceder para o medo, onde nascem todos os sonhos. Pois só o amor cria na verdade e a verdade nunca pode ter medo. Criado para ser medroso, o corpo tem de servir ao propósito que lhe foi dado. Mas nós podemos mudar o propósito a que o corpo obedecerá mudando o que pensamos acerca de sua finalidade.

4. O corpo é o meio pelo qual o Filho de Deus volta à sanidade. Ainda que ele tenha sido feito para prendê-lo no inferno de forma irremediável, apesar de a meta do Céu ter sido trocada pela busca do inferno. O Filho de Deus estende sua mão para alcançar seu irmão e para ajudá-lo a caminhar pela estrada junto com ele. O corpo se torna sagrado imediatamente. Agora ele serve para curar a mente à qual ele tinha feito para matar.

5. Tu te identificarás com aquilo que pensas que te deixará seguro. Seja isso o que for, acreditarás que é um contigo. Tua segurança está na verdade, e não em mentiras. O amor é tua segurança. O medo não existe. Identifica-te com o amor e estás seguro. Identifica-te com o amor e estás em casa. Identifica-te com o amor e encontras teu Ser.

*

LIÇÃO 265

A bondade da criação é tudo o que vejo.

1. Certamente eu compreendo mal o mundo, porque depositei meus pecados sobre ele e os vi olhando de volta para mim. Quão ameaçadores pareciam! E como me enganei ao pensar que aquilo que eu temia estivesse no mundo e não apenas em minha mente. Hoje vejo o mundo na bondade celestial com a qual a criação resplandece. Não há nenhum medo nele. Que nenhuma manifestação de meus pecados esconda a luz do Céu, que brilha sobre o mundo. O que se reflete aí está na Mente de Deus. As imagens que vejo refletem meus pensamentos. No entanto, minha mente está em unidade com A de Deus. E, por isso, posso perceber a bondade da criação.

2. Em paz, quero olhar para o mundo que só reflete Teus Pensamentos e também os meus. Que eu me lembre de que eles são os mesmos e verei a bondade da criação.

*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 265

Acho que nunca é demais relembrar os três passos necessários para facilitar a mudança da percepção. Três passos de que tenho falado pessoalmente às pessoas que frequentam os grupos de estudos. E, mais uma vez, então, quais são estes passos, a que se referem e de que forma estão relacionados à ideia que praticamos hoje?

Bem, eles se referem a nossa forma de experimentar o mundo e tudo o que o mundo aparentemente oferece. E certamente têm a ver com o fato de compreendermos mal o mundo, por só o vermos a partir da percepção equivocada e limitada que nos oferecem os sentidos. Ou será que algum de nós pode dizer de forma sincera e honesta, a partir da percepção que seus sentidos lhe dá, que só vê a bondade da criação?

Para tanto, é preciso que esteja bem claro para cada um de nós o que o Curso quer dizer quando ensina que não há nada fora de nós mesmos. Isto quer dizer, básica e claramente, que todas as coisas que vemos têm tudo a ver apenas - e sempre - com o que trazemos interiormente. E que nada do que aparentemente existe para cada um de nós, nada, absolutamente nada, nem mesmo o mundo, existe senão como expressão daquilo que trazemos em nós, dentro, no interior de nós mesmos. E, se o mundo, aos nossos olhos, é assim ou assado é apenas porque internamente escolhemos colocar nele as características que trazemos e que o definem e limitam nos conceitos de assim ou assado. Seja lá o que isso for. 

É por esta razão que, tanto quanto os exercícios diários, os três passos a que me refiro servem para reequilibrar nossa percepção do mundo e de tudo o que há nele, dando-nos a correta dimensão de tudo o que vemos.

Voltem, por favor, ao texto que inicia o comentário da lição de ontem. Nele podemos perceber claramente de que forma precisamos nos posicionar em relação ao mundo. E a tudo o que aparentemente há nele. Isto é, nada do que vemos é real, a não ser como forma de manifestação daquilo que trazemos dentro de nós mesmos. Tudo é parte de uma grande ilusão que começamos a criar a partir do momento em que passamos a acreditar na ideia de separação. Isto é, à crença na possibilidade de que algum de nós ou alguma coisa verdadeira possa estar separada de Deus ou de nós mesmos.

Vamos, pois, aos três passos?

O primeiro, ao olharmos para qualquer pessoa, coisa ou situação que se nos apresente, que se apresente a nossa experiência, é reconhecer que a pessoa, coisa ou situação se apresentou porque nós mesmos as solicitamos. Reforçando: nada se apresenta à experiência de nenhuma pessoa sem que ela tenha pedido, sem que ela tenha escolhido - ainda que de forma inconsciente - passar por aquele experiência determinada.

O segundo passo, que decorre do primeiro, é acolher, aceitar, aquilo que se apresenta. Isto é, reconhecendo que solicitamos a presença daquilo que se apresentou, tudo o que é preciso fazer é acolher, aceitar. A pessoa, coisa ou situação.

E, por fim, o terceiro passo, aquele que nos dá a possibilidade de "escolher outra vez", é agradecer por aquilo que se apresentou. Aliás, como eu já disse outras vezes, de acordo com o ensinamento do Curso e com o ensinamento de vários mestres ao longo do tempo, é preciso que sejamos capazes de agradecer por tudo o que nos acontece o tempo todo. 

Cientes destes passos, prestando atenção a tudo o que vemos, ouvimos, cheiramos, provamos, tocamos ou percebemos a partir dos sentidos, vamos ser capazes de, como a ideia de hoje nos pede para praticar, ver a bondade da criação em tudo. E, repetindo o que eu já disse antes, o mundo que veremos, então, será apenas o reflexo dos pensamentos que temos na unidade com Deus e refletirá tão-somente os Pensamentos d'Ele, que são os mesmos que os nossos. Do mesmo modo que, como vimos ontem, a Vontade d'Ele e a nossa são uma só e a mesma.

Às práticas?

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