domingo, 11 de setembro de 2016

No fim das contas queremos ter razão ou ser felizes?


4. O que é o pecado?

1. Pecado é insanidade. Ele é o meio pelo qual a mente é levada à loucura e busca deixar que ilusões tomem o lugar da verdade. E, por estar louca, a mente vê ilusões aonde a verdade deveria estar e aonde ele verdadeiramente está. O pecado deu olhos ao corpo, pois o que há para os inocentes quererem ver? Que necessidade eles têm da visão, da audição e do tato? O que querem ouvir ou tentar compreender? De qualquer modo, o que perceberiam? Perceber não é conhecer. E a verdade só pode se satisfazer com o conhecimento e nada mais.

2. O corpo é o instrumento que a mente criou, em seus esforços para se enganar. A finalidade dele é lutar. Mas a meta da luta pode mudar. E, em função disso, o corpo serve para lutar por um objetivo diferente. O que ele busca agora é escolhido pelo objetivo que a mente aceita como substituto para a meta do auto-engano. A verdade, tanto quanto as mentiras, pode ser sua meta. Neste caso, os sentidos, de preferência, buscarão testemunhas para aquilo que é verdadeiro.

3. O pecado é o lar de todas as ilusões, que representam apenas coisas imaginárias, resultantes de pensamentos que não são verdadeiros. Eles são a "prova" de que aquilo que não tem nenhuma realidade é verdadeiro. O pecado prova que o Filho de Deus é mau, que a intemporalidade tem de ter um fim, que a vida eterna tem de morrer. E que o Próprio Deus perdeu o Filho que Ele ama, ficando apenas com a corrupção para completar a Si Mesmo, com Sua Vontade derrotada pela morte para sempre, com o amor morto pelo ódio e com a paz a não existir mais.

4. Os sonhos de um louco são amedrontadores e o pecado parece, de fato, aterrorizar. E, no entanto, aquilo que o pecado percebe é apenas uma brincadeira infantil. O Filho de Deus pode fingir que se tornou um corpo, presa do mal e da culpa, com nada mais do que uma vida curta que termina com a morte. Mas seu Pai reluz sobre ele o tempo todo e o ama com um Amor infinito, que suas simulações não podem mudar em absoluto.

5. Até quando, ó Filho de Deus, sustentarás a brincadeira do pecado? Não é melhor abandonar estes brinquedos infantis de pontas afiadas? Em quanto tempo estarás pronto para voltar a casa? Hoje, talvez? Não existe nenhum pecado. A criação é imutável. Ainda queres adiar a volta ao Céu? Até quando, ó Filho de Deus, até quando?
*
LIÇÃO 255

Escolho passar este dia na paz perfeita.

1. Não me parece que posso escolher ter apenas paz hoje. E, não obstante, meu Deus me garante que Seu Filho é como Ele Mesmo. Que neste dia eu tenha fé n'Aquele Que diz que sou o Filho de Deus. E permita que a paz que escolho para ser minha hoje testemunhe a verdade daquilo que Ele diz. O Filho de Deus não pode ter nenhuma preocupação e tem de permanecer na paz do Céu para sempre. Em Nome d'Ele dedico o dia de hoje a encontrar aquilo que meu Pai quer para mim, aceitando-o como meu e dando-o a todos os Filhos de meu Pai junto comigo.

2. E, por isto, meu Pai, quero passar este dia Contigo. Teu Filho não Te esqueceu. A paz que Tu deste a ele ainda está em sua mente, e é lá que eu escolho passar o dia de hoje.

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COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 255

O livro texto do Curso afirma, em um de seus pontos, conforme já lhes disse anteriormente que o conteúdo de qualquer ilusão particular do ego não tem importância. Mas ressalta que, mesmo assim, a correção de qualquer ilusão é útil em um contexto específico. Porque as ilusões do ego são bastante específicas, embora a mente seja abstrata por natureza.

O que isto quer dizer? Quer dizer que tudo o que o ego vê, embora pareça concreto, é apenas a projeção de seu sistema de pensamento. Isto é, tudo o que a percepção pode mostrar a partir dos sentidos é apenas uma forma particular de ilusão que depende daquilo que escolhemos pensar a respeito do mundo e das coisas e pessoas do mundo.

Dizendo de outra forma, a partir do que nos ensina o Curso, em geral - para não dizer nunca -, não reagimos aos fatos, mas apenas à interpretação que fazemos dos fatos. E é essa interpretação que pode, por vezes, nos afastar da paz e da alegria, que são - ou deveriam ser - nosso estado natural.

Mas podemos perfeitamente escolher não interpretar nada. Isso significa deixar o mundo em paz. Deixar a vida em paz. Deixar em paz todas as pessoas e todas as coisas do mundo. Olhar para tudo com um olhar amoroso, neutro, e permitir que cada coisa e pessoa siga seu curso, faça no seu ritmo, seja o que é, sem querer que nada seja diferente do que é.

É na direção de uma escolha deste tipo que nos encaminha a ideia que praticamos mais uma vez hoje. Alguém disse outro dia em algum texto que li, que não podemos acreditar em Deus e, ao mesmo tempo, ter dúvidas. Da mesma forma, não podemos acreditar em Deus e não viver em paz, não viver na alegria. Paz e alegria são a Vontade Deus para nós. Mas precisamos nos perdoar [o Curso diz que precisamos aceitar a Expiação para nós mesmos, o que significa voltar a acreditar que ainda somos como Deus nos criou, puros e inocentes, incapazes de pecado de tipo algum] por acreditarmos, às vezes - muitas vezes? -, que podemos estar separados de Deus, e, por consequência, daquilo que somos. Não podemos!

Por isso é que podemos ficar tranquilos e praticar a ideia que o Curso nos oferece para os treinos de hoje na certeza e na confiança de que o melhor que fazemos é escolher entregar nosso dia a Deus, ser neste dia, e em todos os que virão, apenas um instrumento a partir do qual a Presença Se manifesta e vive. Deixar que Deus viva a nossa vida por nós.

Afinal, como o Curso pergunta, queremos ter razão ou ser felizes?

Às práticas?

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