domingo, 4 de outubro de 2015

Quando deixaremos de impor limites ao que somos?


LIÇÃO 277

Que eu não limite Teu Filho a leis que inventei.

1. Teu Filho é livre, meu Pai. Que eu não imagine que o prendo às leis que invento para dominar o corpo. Ele não está sujeito a nenhuma das leis que inventei, pelas quais tento tornar o corpo mais seguro. Ele não muda a partir daquilo que é mutável. Ele não é escravo de nenhuma das leis do tempo. Ele é tal como Tu o criaste, porque não conhece nenhuma lei a não ser a do amor.

2. Não vamos adorar ídolos, nem acreditar em qualquer lei que a idolatria quer inventar para esconder a liberdade do Filho de Deus. Ele não está limitado senão por suas crenças. O que ele é, porém, está muito além de sua fé em escravidão ou liberdade. Ele é livre porque é Filho de seu Pai. E não pode ser limitado a menos que a verdade de Deus possa mentir e Deus possa querer enganar a Si Mesmo.

*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 277

Comecemos, pois, mais uma vez, o comentário e a exploração da lição de hoje repetindo uma frase de Charlie Chaplin, que disse:


Estou sempre alegre. Essa é a maneira de resolver 
os problemas da vida. 

A melhor maneira, eu diria. A única talvez. Lembram do que o Dito ensinava ao Miguilim? Acho que vale repetir, não?

 "Miguilim, Miguilim, vou ensinar o que agorinha eu sei, demais: é que a gente pode ficar sempre alegre, alegre, mesmo com toda coisa ruim que acontece acontecendo. A gente deve de poder ficar então mais alegre, mais alegre, por dentro!..." 

E não é isso, a alegria completa e perfeita, que o Curso diz ser a Vontade de Deus para todos e cada um de nós?

Mais. Voltando a um livro que li em 2011, encontro lá o seguinte: "... a falta de alegria é uma tortura diária, é um vazio que fica no coração, é um vazio que nada preenche porque é uma falta de si mesmo, é saudade dos sonhos que [se] tinha e [de] que se esqueceu, tendo[-se] esquecido também [de] como era sonhar".

"O mundo é sonho." E, em geral, é um sonho ruim, um verdadeiro pesadelo, para a grande maioria de nós, habitantes deste mundo de ilusões. E por quê? Porque esta grande maioria não percebe claramente sua capacidade de transformar o pesadelo em um "sonho feliz". Porque esta grande maioria acredita que há algo de real nas experiências que escolhe viver diariamente para perpetuar a ilusão.

É disto que o Curso quer nos libertar, com o ensinamento, com as práticas das lições, oferecendo-nos, mesmo neste mundo de aparências apenas, a possibilidade de contato com "o mundo real", para que sejamos capazes, de fato, de transformar o pesadelo em um "sonho feliz".

A tristeza, a dor, o sofrimento, a culpa, a morte e tudo mais que nos afasta da alegria são limites que nós mesmos nos impusemos, que continuamos inconscientemente, a mais das vezes, a impor a nós mesmos e a todos, ou quase todos, os que partilham conosco a experiência do mundo da forma. 

Nada disso se refere ao que somos na verdade. É por isso que as práticas de hoje, como todas aliás, têm de ser feitas com toda a atenção possível, para que nos libertemos de todos os limites que buscamos impor ao Filho de Deus, em nós mesmos e nos outros, que são extensões de nós mesmos na unidade de que participamos em Deus. 

Uma lição anterior, logo depois da primeira revisão, a de número 76, já nos convidava a praticar de forma um pouco diferente a libertação do Filho de Deus, pedindo que reconhecêssemos que não estamos sujeitos a nenhuma lei a não ser a de Deus. 

Da mesma forma a lição de número 132, uma das minhas favoritas, nos pede para liberarmos o mundo de tudo o que pensamos que ele é. Isto é, na prática, parar de limitar o Filho de Deus por meio de leis que só podem reger um mundo de sonhos. Um mundo que não tem nada que queiramos. Quando vamos parar de tentar impor limites ao que somos?

Às práticas?

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