quinta-feira, 27 de agosto de 2015

A humildade real é reconhecer-nos filhos de Deus


LIÇÃO 239

A glória de meu Pai é minha própria glória.

1. Não deixemos que a verdade acerca de nós mesmo fique escondida hoje por uma humildade falsa. Sejamos gratos, em vez disto, pelas dádivas que nosso Pai nos concedeu. Podemos ver qualquer sinal de pecado ou culpa naqueles com quem Ele compartilha Sua glória? E é possível que não estejamos entre eles, se Ele ama Seu Filho para sempre, e com total fidelidade, sabendo que ele é como Ele o criou?

2. Nós Te agradecemos, Pai, pela luz que brilha em nós para sempre. E nós a exaltamos porque Tu a compartilhas conosco. Somos um só, unidos nesta luz Contigo, em paz com toda a criação e com nós mesmos.

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COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 239

Parece-me que vale a pena repetir uma vez mais quase que de forma integral o comentário feito a esta lição em anos anteriores. É claro que há necessidade de algumas poucas e pequenas alterações. Para, quem sabe?, facilitar um aprofundamento da ideia que vamos praticar novamente hoje. Uma ideia que oferece a cada um de nós oportunidade e ocasião para o reconhecimento de que somos portadores da glória e da luz de Deus, nosso Pai, conforme já falamos outras vezes antes, se formos capazes de nos aproximar das práticas com a verdadeira humildade, que é consentir, permitir e trazer a presença divina a toda realidade.

Vamos hoje também, tomar a decisão de buscar, em sintonia com a verdadeira humildade, que é reconhecer-nos filhos de Deus, reconhecer também que todos aqueles que andam pelo mundo conosco são igualmente portadores desta glória e desta luz, pois sabemos que Deus compartilha tudo de Si com todos e com cada um de Seus Filhos, na unidade e na totalidade de que somos parte.

Observemos, para tanto, que a "cola" natural a unir os membros de um grupo (seja ele de que natureza for), em meio à diversidade de dons de cada um, tem de ser "o amor de Cristo e o amor de um pelo outro. Quanto mais profunda for a unidade tanto maior o pluralismo que a comunidade [o grupo] pode absorver. A variedade dos pontos de vista e dos dons é experimentada não como ameaça às práticas e às visões de cada um, mas como enriquecimento", conforme nos ensina Thomas Keating em seu livro Convite ao Amor, que já citei outras vezes em comentários anteriores. 

Isso também lembra, repetindo, o que diz Mia Couto, escritor moçambicano, a respeito de Guimarães Rosa e dos motivos que o levaram [a ele, Mia] a receber uma grande influência do escritor brasileiro. Diz ele, em um de seus livros mais recentes - E se Obama fosse africano? -, que Rosa, como autor, oferece uma alternativa à "hegemonia da lógica racionalista como modo único e exclusivo de nos apropriarmos do real. A realidade é tão múltipla e dinâmica que pede o concurso de inúmeras visões. Em resposta ao to be or not to be [ser ou não ser] de Hamlet o brasileiro avança outra postura: 'Tudo é e não é'. O que ele sugere é a aceitação da possibilidade de todas as possibilidades: o desabrochar das muitas pétalas, cada uma sendo o todo da flor".

Ora, o posicionamento que, tanto Keating - para se ir na direção de um raciocínio conclusivo parecido ou igual ao oferecido em comentário anterior -, quanto Mia Couto nos oferecem, só pode ser alcançado se aceitarmos como verdade a ideia que o Curso traz para as práticas de hoje, reconhecendo ao mesmo tempo, como eu disse acima, que todos aqueles que vivem no mundo conosco são igualmente portadores da glória do Pai. Isto é, somos todos e cada um "uma das muitas pétalas" e todos contemos em nós "o todo da flor".

Às práticas?

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