quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Para vivermos as experiências a partir da santidade


LIÇÃO 36

Minha santidade envolve tudo o que vejo.

1. A ideia de hoje estende a de ontem daquele que percebe para o percebido. Tu és santo porque tua mente é parte da Mente de Deus. E, porque és santo, tua visão também tem de ser santa. "Impecável" quer dizer sem pecado. Tu não podes ser ligeiramente sem pecado. És impecável ou não. Se tua mente é parte da Mente de Deus, tens de ser impecável, ou uma parte da Mente d'Ele seria pecadora. Tua visão está relacionada à Santidade d'Ele, não a teu ego e, por isso, não a teu corpo.

2. Pede-se para hoje quatro períodos de prática de três a cinco minutos. Tenta distribuí-los de modo razoavelmente uniforme e faze as aplicações mais breves com frequência, para preservar tua proteção o dia inteiro. Os períodos de prática mais longos devem tomar esta forma:

3. Primeiro, fecha os olhos e repete a ideia para hoje várias vezes, lentamente. Em seguida, abre os olhos e olha bem devagar a tua volta, aplicando a ideia de modo específico a qualquer coisa que observares em teu exame casual. Dize, por exemplo:

Minha santidade envolve aquele tapete.
Minha santidade envolve aquela parede.
Minha santidade envolve estes dedos.
Minha santidade envolve aquela cadeira.
Minha santidade envolve aquele corpo.
Minha santidade envolve esta caneta.

Durante estes períodos de prática, fecha os olhos e repete a ideia para ti mesmo. Em seguida, abre os olhos e continua como antes.

4. Para os períodos mais breves, fecha os olhos e repete a ideia; olha a tua volta quando repetires mais uma vez e conclui com mais uma repetição de olhos fechados. Todas as aplicações devem, é claro, ser feitas bem devagar, tão sem esforço e sem pressa quanto possível.

*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 36


"Minha santidade envolve tudo o que vejo."

Encontrei, em livro que li no ano passado e, que tal qual hoje, abre o comentário para a exploração da ideia para as nossas práticas do dia, a frase que repito por acreditar que ela está em perfeita sintonia com o que vamos praticar, e que é a seguinte:

Se você pudesse ver a si próprio antes de nascer, ficaria surpreso com sua inteligência e esplendor [isto é, com sua santidade]. O nascimento é sono e esquecimento.

Para começar, então, nunca é demais repetir que, quando falamos de santidade não estamos nos referindo a nada nem a ninguém "especial". Considerar alguém "especial" talvez seja o contrário de considerá-lo santo. Pois é envolvê-lo no julgamento. É separá-lo de nós mesmo e dos outros. É reforçar a crença na separação.

A santidade de que o Curso fala se refere ao que somos na verdade, conforme já dissemos anteriormente. E, na verdade, nenhum de nós é diferente do outro. Nenhum de nós é diferente de ninguém, a não ser na forma ilusória que não dura muito, e que muda tão logo mudemos nosso modo de olhar. Nenhum de nós é, de fato, "especial". Todos somos santos na mesma medida. Ninguém é mais, ou menos, santo do que ninguém. Ou, para reforçar a ideia que trabalhamos ontem, todos somos absolutamente santos. É por isso que

Minha santidade envolve tudo o que vejo.

Lembrando ainda uma vez mais, ser santo é prerrogativa de todos e de cada um de nós. Ou voltando a repetir o que diz Roberto Crema, a respeito da santidade, no livro Normose: "... a santidade [sinônimo de plenitude] não é um privilégio de poucos; é uma responsabilidade de todos nós. Ser santo é ser inteiro, é ser simples, é ser transparente. É ser tudo aquilo que realmente somos. É uma conquista do processo de individuação, da travessia das sombras rumo ao ser, processo que jamais termina e começa com o primeiro passo neste labirinto de nós mesmos".

Minha santidade envolve tudo o que vejo.

Enfim, a santidade é nosso estado natural.

É isso que a lição tem a nos mostrar:

A ideia de hoje estende a de ontem daquele que percebe para o percebido. Tu és santo porque tua mente é parte da Mente de Deus. E, porque és santo, tua visão também tem de ser santa. "Impecável" quer dizer sem pecado. Tu não podes ser ligeiramente sem pecado. És impecável ou não. Se tua mente é parte da Mente de Deus, tens de ser impecável, ou uma parte da Mente d'Ele seria pecadora. Tua visão está relacionada à Santidade d'Ele, não a teu ego e, por isso, não a teu corpo.

Pensemos: uma exortação de Jesus, nos Evangelhos que chegaram até nós, diz: "Sede santos assim como vosso Pai é santo".

Então Deus é santo? A santidade é o estado natural de Deus e de tudo o que habita n'Ele. Ora, nós vivemos e nos movemos em Deus. Logo, nosso estado natural tem de ser a santidade.

Como posso, pois, pensar que qualquer coisa, qualquer pessoa, qualquer ser vivo, seja algo diferente de santo? Se minha mente é parte da Mente de Deus, então tenho de ser santo. Mesmo que eu não reconheça isso nalgum momento, presa da ilusão.

E, sendo santo, minha visão também de ser santa. O que é santo não vê pecado, é impecável, é puro, é inocente. Sempre. Mesmo quando não reconheço isso, enganado pela percepção dos sentidos.

Minha santidade envolve tudo o que vejo.

Não posso ser "um pouco" santo, ou "mais ou menos" santo. Sou ou não sou. E se, como a lição diz, minha mente é parte da Mente de Deus, tenho de ser impecável, sem pecado, sem mancha. Se não sou, uma parte da Mente de Deus é pecaminosa. 

Pode-se conceber algo assim?

Não! É claro que não! A menos que acreditemos na separação. A menos que acreditemos em um deus criado à imagem e semelhança do ego - "o grande impostor".

Minha santidade envolve tudo o que vejo.

É isso que lição nos oferece hoje. Tudo o que precisamos fazer é seguir as orientações para praticar a ideia, aplicando-a a tudo o que vemos, sentimos, provamos, tocamos ou ouvimos neste dia.

Podemos viver nossas experiências a partir do santo, da santidade, em nós neste dia. Neste e em todos os que virão a contar de hoje, se nos abrirmos para a verdade eterna desta lição, desta ideia:

Minha santidade envolve tudo o que vejo.

Às práticas?

2 comentários:

  1. Entendi o que você quis dizer ,Moises. Penso que é esse surpreender-se face uma prática que o leva para perspectivas totalmente novas. Eu entendo esse livro como uma proposta de mudanças que vai além dessa primeira etapa: conhecer nosso emocional, traumas, crenças etc. Sabemos que a proposta não é ,simplesmente, de desenvolvimento pessoal. É de aprender como viver segundo o Divino. Penso que essa preparação inicial é fundamental pois vai criando condições de transformações desses bloqueios que nos distanciam da comunhão com Deus. Mas...chega a hora , como insiste o Curso em Milagres, que é necessário a total entrega , mesmo das metas que acreditamos serem especias. E, assim, estaremos abertos para o surgimento dessa nova e verdadeira realidade. Quando você diz sobre seus comentários escritos antes das práticas e sobre as janelas que se abrem trazendo novas possibilidades,entendo que nesse momento o trabalho escapou do nível do" eu personalidade" ( houve uma integração de todos os aspectos do ser) e passou a relacionar-se com a totalidade da vida. Só aí, são estabelecidas novas visões. Esse é o trabalho espiritual.

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    1. É Cida,

      Eu diria mais até, não só aprender como viver a partir do divino, mas voltar a viver como se cada momento de cada dia fosse o que verdadeiramente é para os despertos: um campo de infinitas possibilidades, todas igualmente recompensadoras, todas igualmente válidas, todas direcionando cada um de nós, de acordo com a decisão que tomamos, para a experiência do divino.

      Obrigado por comentar.

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