quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Toda religião institucionalizada é só propaganda


LIÇÃO 274

Este dia pertence ao amor. Que eu não tenha medo.

1. Pai, hoje quero deixar que todas as coisas sejam tais como Tu as criaste e oferecer a Teu Filho o respeito devido a sua inocência; o amor do irmão a seu irmão e Amigo. Por meio disso sou redimido. Também por meio disso a verdade penetrará no lugar aonde as ilusões estavam, a luz substituirá toda a escuridão e Teu Filho saberá que é como Tu o criaste.

2. Hoje chega a nós uma bênção especial d'Aquele Que é nosso Pai. Dá este dia a Ele e não haverá nenhum medo hoje, porque o dia é dado ao amor.

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COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 274

A ideia que o Curso oferece para as práticas de hoje nos convida a dedicarmos, mais uma vez, um dia inteiro ao amor. E só o amor que pode - e vai - nos fazer abandonar e esquecer por completo quaisquer medos. É possível existir coisa melhor a se fazer? Mas, pergunto-lhes mais uma vez, será que somos capazes de dedicar um só dia dos nossos que seja inteiramente ao amor? Quem sabe? Como eu disse antes, se nos decidirmos a ficar atentos, é possível. Se nos decidirmos a estar presentes a tudo o que nos acontecer neste dia, é possível.

Quem sabe será possível? Se dedicarmos, de fato, o dia todo ao silêncio, que é a única forma de chegarmos ao autoconhecimento, deixando de lado tudo o que nos oferece o mundo das ilusões, a partir de nossa sintonia com o sistema de pensamento do falso eu, talvez seja possível. 

Repetindo pela enésima vez o que diz Krishnamurti a respeito do autoconhecimento: "autoconhecimento não significa acumular conhecimentos sobre si próprio; significa observar a si próprio. Se aprendo acumulando conhecimentos, nada aprendo a respeito de mim mesmo". Aprendendo apenas a respeito do conhecimento do mundo que vejo, continuo a encher minhas reservas de informações velhas em lugar de esvaziar a mente para que o novo possa entrar. Lembremo-nos da necessidade de esvaziar a xícara antes de servir um chá novo.

Ele diz ainda que devemos "recusar, não apenas verbal, intelectual ou teoricamente, mas negar realmente tudo o que o homem" diz e precisamos incluir aí tudo o que cada um de nós diz a si mesmo - e aos outros - a partir do que a percepção nos leva a pensar. Cabe a cada um de nós descobrir, por si próprio, o que é a Verdade. Porque não é possível obtermos a Verdade de outrem. E a Verdade também não está fixada em um ponto particular.

Lembremo-nos novamente do comentário anterior a esta lição. Krishnamurti vai ainda além, dizendo que nos cumpre ser sérios para rejeitar toda espécie de propaganda - e toda religião institucionalizada é uma contínua propaganda -, a fim de que possamos descobrir por nós mesmos "o que é a Verdade, se tal coisa existe". 

O que importa, ele diz ainda, é que compreendamos por nós mesmos e não pelo que dizem a nosso respeito psicólogos, filósofos, analistas, intelectuais, velhos mestres, mesmo os mais antigos e venerados, pois, fazendo isto, estaríamos apenas seguindo o que eles dizem a respeito de nós.

Interessante também, pois, como já ressaltei outras vezes antes, é notar que o próprio Curso, em uma de suas lições iniciais, nos convida a abandonarmos tudo, inclusive ao próprio Curso, e a irmos, de coração e mente abertos, na direção do mais profundo de nós mesmos. Pois é só lá, diz ele, que podemos verdadeiramente encontrar o que buscamos. E que é, na verdade, o que já somos.

Entreguemo-nos, então, às práticas, deixando este dia aos cuidados do amor, que é o que somos para descobrir que "não há nada a temer", como nos ensina uma das lições da primeira parte do livro de exercícios. 

Às práticas? 

OBSERVAÇÃO: Este comentário com algumas pequenas modificações é o mesmo feito para esta lição nos dois últimos anos.

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